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O economista Sergio Valle, da MB Associados, analisou a desaceleração do IBC-Br, a inflação abaixo do teto da meta e os impactos sobre a próxima decisão do Banco Central. Uma leitura sobre mercado, juros, atividade e perspectivas econômicas para 2026.

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Transcrição
00:00E agora a gente vai conversar com Sérgio Valle, economista-chefe da MB Associados.
00:04Sérgio, boa noite.
00:06Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:08Sempre bom demais ter você aqui com a gente.
00:10Sérgio, quero começar falando sobre esse resultado do IBCBR de setembro
00:15e também a projeção do Focus para a inflação pela primeira vez abaixo do teto da meta
00:20perseguida pelo Banco Central.
00:23Como é que você está enxergando esses dados que foram divulgados
00:27e o que essa conjuntura indica sobre a nossa economia?
00:32Tudo bem, Cris. Prazer em falar com você também.
00:34Olha, esses dois dados conversam entre si, né, Cris?
00:37A gente está vendo uma desaceleração da atividade que já está mais evidente nesse terceiro trimestre.
00:42Isso vai se acelerar também no quarto trimestre desse ano.
00:46Por efeito da taxa de juros que a gente está vendo se elevar desde o ano passado.
00:51O PIB, muito provavelmente, já foi o resultado do IBCBR, teve uma queda no terceiro trimestre.
00:58Eu acho que o IBGE vai anunciar também uma queda do resultado no terceiro trimestre.
01:04Então a gente tem uma desaceleração que está ficando muito clara, muito evidente.
01:08Em conjunção com isso, a inflação também está desacelerando.
01:11Obviamente, taxa de câmbio está ajudando, inflação de alimentos está sendo bastante favorável,
01:15mas a atividade desacelerando também ajuda nessa expectativa mais positiva de inflação.
01:21Vamos lembrar, no começo do ano, o mercado todo estava muito, uma imagem negativa de inflação para esse ano,
01:28entre 5,5% e 6%.
01:30Se chegar com uma inflação com bastante possibilidade de ficar abaixo de 4,5% esse ano,
01:35de fato é uma boa notícia.
01:37Então foi um dia de notícias positivas em relação à expectativa de inflação,
01:41mas isso está acontecendo às custas dessa atividade que está desacelerando com um pouco mais de intensidade.
01:46E como é que esse cenário, Sérgio, pode acabar influenciando a última reunião desse ano do Banco Central
01:52e também, principalmente, as reuniões do começo do ano que vem?
01:57Cada vez mais que a gente chega nessas próximas reuniões, vai ficar dúvida do mercado inteiro
02:03de quando o BC vai começar a sinalizar se vai baixar a taxa de juros em algum momento
02:07e eu espero no primeiro semestre do ano que vem.
02:10Eu acho que tem espaço para isso, justamente por conta da desaceleração da atividade,
02:15especialmente da desaceleração da inflação.
02:17Esse espaço está sendo construído para a gente começar a ver a Selic cair.
02:21Não é agora para dezembro, certamente, o BC não deu nenhuma sinalização disso.
02:26Então é praticamente impossível a taxa de juros começar a cair agora até o final do ano.
02:31Mas se espera com esses resultados que o BC comece a dar alguma ponta de saída
02:37para uma Selic mais baixa, começando a cair ao longo de 2026.
02:41Não vai conseguir cair muito porque a gente ainda tem um cenário de trazer a inflação
02:46para a meta de 3% e tem todo um risco por conta da questão fiscal, é um ano eleitoral,
02:51tem uma eleição complicada também nos Estados Unidos.
02:54Não é um ano para o BC fazer grandes quedas de taxa de juros.
02:58Mas eu acho que está se aproximando desse momento que o Banco Central vai poder fazer
03:01de uma forma confortável e sem nenhum grande risco, começar a baixar a taxa nominal de juros.
03:07Mas, Sérgio, a gente já viu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo,
03:11sendo bem claro, dizendo que ele não gosta de sinalizar nada.
03:16Você acredita que vai haver uma sinalização mesmo antes da queda propriamente dita?
03:22Eu acho que nesse caso, Cris, precisa ter.
03:25Eu concordo que o BC tem que ter sempre muito cuidado nas falas, nas sinalizações.
03:33Qualquer coisa que o Galípolo ou qualquer membro da diretoria fale,
03:37pode ser interpretado de uma forma equivocada ou pode ser colocado de uma forma
03:42que não era o desejado por quem falou.
03:45Então, eu entendo os membros todos se colocarem em copa, digamos assim,
03:50e esperar os documentos oficiais.
03:53Eu acho que quando o Galípolo fala isso, ele está falando de quando ele está dando entrevistas,
03:57está fazendo pronunciamentos.
03:58Mas os documentos do Banco Central, tanto o comunicado quanto a ata,
04:02são os documentos para o Banco Central sinalizar o que ele está pensando.
04:06Então, eu acho que abre-se um espaço para eventualmente começar a fazer isso acontecer.
04:11De repente, chega dezembro, ele continua com o mesmo tom e muda em janeiro,
04:16não é muito usual.
04:17Eu acho que começa no documento oficial essa sinalização,
04:21aí a partir daí a gente vai ver se de fato tem essa mudança de juros no começo do ano que vem ou não.
04:26Porque hoje, né, Cris, a gente está vendo um monte de gente com números para todos os lados.
04:31Ainda tem gente esperando que caia em dezembro,
04:33uma parte em janeiro, outra parte em março.
04:35Tem gente que acha que vai ficar mais tempo em 15.
04:38Então, há uma desconexão, de certa forma, na comunicação,
04:43porque o mercado, de certa forma, ainda está muito em aberto.
04:45Acho que o Banco Central poderia, e talvez vá fazer isso na reunião de dezembro,
04:50colocar um pouquinho mais de clareza do que ele está vendo para 2026.
04:53Eu vou passar para as perguntas do Vinícius.
04:56Vinícius.
04:57Sérgio, você falou em PIB negativo no terceiro trimestre,
05:02que o IBGE pode anunciar uma retração da economia no terceiro trimestre.
05:07No levantamento que eu vou fazendo, tem bancão ainda acreditando em 0,3%,
05:13outro acredita em 0,1%, mas a maioria do que eu tenho ouvido, das grandes casas, está em 0,2%.
05:20Você acha que eles já estavam equivocados ou essa leitura do IBC, BR,
05:25a estimativa do Banco Central, pode modificar alguma coisa?
05:29Trouxe informação nova dizendo que a economia está mais fria do que a gente imaginava.
05:34Tudo bem, Vinícius.
05:37Olha, o fato é que a economia está desacelerando.
05:40A gente falar de 0,2 positivo ou menos 0,2, às vezes o negativo assusta,
05:47mas a gente está falando de um número que está próximo de zero.
05:49Dá a sensação de estagnação que é no final que o terceiro trimestre vai estar sinalizando.
05:54A gente não se preocupa muito se vai ser um pouquinho mais, um pouquinho menos,
05:57porque esses números sempre são revisados, mas a tendência aqui é relevante.
06:01A gente está vendo um PIB que está desacelerando.
06:04Em qualquer leitura que você faça no interanual, na comparação com o trimestre anterior,
06:09a gente está vendo um número que está se enfraquecendo trimestre a trimestre.
06:12Não vai ser diferente no terceiro trimestre.
06:14A gente fica sempre atento se vai ser negativo ou não,
06:17porque o quarto trimestre muito provavelmente vai ser negativo,
06:20a gente vai ter uma ampliação do impacto da taxa de juros.
06:23E se for negativo, de fato, o terceiro com o quarto também,
06:26você entra no processo que a gente chama de recessão técnica.
06:29Não vai ser exatamente lá uma grande recessão, mas pode ser uma recessão
06:33que se anuncia no começo do ano, quando o dado foi divulgado lá para o final de fevereiro,
06:37começo de março, e também tem implicações políticas que a gente vai precisar entender ano que vem.
06:43Então, o sentido da desaceleração e da quase estagnação, de certa forma, está dado.
06:49Se é um pouquinho mais positivo, um pouquinho mais negativo,
06:52isso a gente vai descobrir ainda, de fato, com o dado do IBGE.
06:54Mas o dado do Banco Central divulgado joga, de certa forma, um banho de água fria
06:59nessa questão de você achar que vai ser um PIB um pouco mais positivo.
07:03Ele caminha para, de fato, ser marginalmente negativo.
07:05Pode ser que a gente tenha revisões disso ao longo dos próximos dias.
07:09Eu perguntei por dois motivos, Sérgio.
07:10Porque, primeiro, você pode estar numa tendência diferente,
07:14de queda mais aguda, mais abrupta.
07:19Você pode ter menos 0,2 e um quarto trimestre, ainda pior,
07:24porque você não vai ter muito impulso para você tirar a economia daí.
07:28Segundo, se tem um número negativo, também tem um sentido político.
07:32Vai ter mais pressão sobre o Banco Central.
07:34Você acha que, primeiro, um número negativo agora,
07:37e esse número negativo do IBGE, indicando banho de água fria, como você falou,
07:42indica que a desaceleração está começando a ser mais aguda,
07:44que poderia fazer o IBGE se mover e até o mercado de trabalho se mover.
07:47E, segundo, a pressão política não aumenta,
07:50porque ninguém estava esperando, até agora, um número negativo, no vermelho.
07:55Que, simbolicamente, mesmo que seja menos 0,1,
07:58que é quase nada em relação a 0,1 positivo,
08:01mas, politicamente, pode aumentar a pressão.
08:03Então, duas coisas.
08:04Tendência pode estar se acelerando, desaceleração.
08:07Segundo, politicamente, isso vai dar problema?
08:10Pontos importantes, Vinícius.
08:12De fato, o negativo ou positivo aqui, do ponto de vista estritamente econômico,
08:15não é lá tão relevante.
08:17O que a gente está falando é de uma certa estagnação.
08:19Pode ser um pouco mais, um pouco menos.
08:21Agora, o negativo, obviamente, faz notícia.
08:24E aí, nesse sentido, coloca uma pressão adicional da política em cima do Banco Central.
08:29Não vai acontecer absolutamente nada nesse sentido.
08:32O Banco Central tem se colocado de uma maneira blindada em relação às pressões que vêm do Executivo.
08:38Então, acho que vai continuar dessa forma.
08:40Não vejo também, Vinícius, um cenário que você tem uma queda abrupta.
08:44Eu acho que essa desaceleração está sendo construída ao longo dos últimos trimestres.
08:49Trimestre a trimestre, a gente está vendo essa desaceleração acontecer.
08:53E a gente está entrando agora num terreno que já era esperado,
08:56de um terceiro trimestre próximo de zero,
08:59e um quarto trimestre que caminha para quase uma convergência de todo mundo,
09:02para ser um número, de fato, mais negativo.
09:04A dúvida é que tem esse terceiro trimestre, se vai ser marginalmente positivo ou negativo.
09:08O sentido de estagnação está dado.
09:10Mas concordo totalmente que a leitura política que você tem de dois trimestres potencialmente negativos
09:15ano que vem, para a política, é muito grande.
09:18E essa vai ser a grande discussão e vai continuar a pressão em cima do Banco Central de qualquer maneira.
09:23Mesmo que seja um pouquinho positivo.
09:26Acho que a pressão vai continuar de qualquer maneira.
09:28Sérgio, muito obrigada.
09:29Como eu disse, é sempre um prazer te receber aqui.
09:31Boa semana para você.
09:33Prazer também estar aqui com vocês.
09:35Até a próxima.
09:36Obrigada, até a próxima.
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