Primeiros dias de COP30 tiveram decisões concretas ou muito blá blá blá? Entenda

Name: Primeiros dias de COP30 tiveram decisões concretas ou muito blá blá blá? Entenda
Uploaded: 2025-11-12T22:56:24+00:00
Duration: 15 min 33 s
Channel: TIMES BRASIL - LICENCIADO EXCLUSIVO CNBC

TIMES BRASIL - LICENCIADO EXCLUSIVO CNBC

Direto de Belém, Carlo Pereira analisou os destaques da COP30, que já movimenta bilhões em novos fundos ambientais e coloca o setor privado no centro das negociações climáticas. Com participação de Marcelo Favalli, o debate revelou como as empresas estão moldando o futuro sustentável.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞

Notícias

Transcrição

Exibir transcrição completa do vídeo

00:00Sabe, é dia de capital sustentável com o nosso notável especialista em sustentabilidade,

00:05Carlo Pereira.

00:06Hoje, direto de Belém, com os destaques e resultados desses primeiros dias de Copa 30

00:12e com a participação do apresentador do Conexão, Marcelo Favalli, que acompanha tudo

00:16em loco, desde a semana passada.

00:19Bom, boa noite para vocês dois, Favalli, Carlo.

00:22Eu vou começar fazendo perguntas para o Carlo, depois eu passo a bola para você, Favalli,

00:27para você tocar daí, combinado?

00:30Então, vamos lá.

00:31Certo, claro.

00:32Lógico, eu sou o convidado aqui.

00:34O Carlo é que tem total prioridade.

00:38Convidado de luxo, nosso Favalli.

00:40Carlo, três dias de conferência do clima aí em Belém.

00:43O que é possível destacar até agora?

00:46Alguma decisão concreta que já se possa considerar como definitiva?

00:54Vamos lá, Carlo.

00:55Está com você.

00:56Estou aqui.

00:57Oi, Cris, tudo bem?

00:58Uma alegria estar aqui com você de novo.

01:00E, Cris, estou sentindo sua falta aqui.

01:03A festa, né?

01:04Até a festa da democracia, a festa da Copa.

01:07Começou a festa do clima.

01:09E está tudo lindo.

01:10Tem uma amiga minha, Cris, que ela diz sempre, assim, vai chegando no final do ano,

01:13ela fala assim, olha, fica tranquilo, respira, que o Papai Noel está se preparando,

01:18está chegando o Natal.

01:19E eu digo mesmo para a Copa, né?

01:21A gente foi conversando ao longo dos meses, todo mundo vai ser Belém, não vai ser em Belém,

01:27aquela confusão e ser em Belém, está sendo em Belém e está maravilhoso, Cris.

01:32Eu queria fazer primeiro esse comentário.

01:34Então, primeiro, para falar um pouco do clima aqui da cidade, se me permite, a cidade está

01:40ótima, não tem trânsito, né?

01:43Parece uma cidade que não tem um grande evento.

01:46Então, está, de fato, maravilhoso.

01:49E aqui dentro da Blue Zone, também tudo funcionando muito bem, tá?

01:54Então, para quem tinha dúvida de se daria certo em Belém, está dando muito certo, Cris.

02:00Com relação, Cris, à sua pergunta, né?

02:03Então, o que a gente chegou até agora?

02:07Eu gosto sempre de trazer e esclarecer, né, Cris?

02:10Muitas vezes eu escuto, mas, Carlos, a Copa não foi legal, o resultado pífio.

02:16Então, o que a gente está esperando dessa Copa, né?

02:21Primeiro ponto, quando a gente fala em Copa, quando a gente fala em clima, mitigação.

02:26Significa o quê?

02:27Redução nas emissões de gases de efeito estufa.

02:31Com relação a isso, você se lembra, Cris, a gente foi conversando ao longo dos meses,

02:35os países, então, deveriam ter apresentado as suas metas ali em fevereiro.

02:40Muitos não apresentaram, pulou para março, poucos vieram, setembro, alguns vieram a mais.

02:47E agora, ontem, a gente teve mais um grupo de países, então a gente tem 111 países

02:54que apresentaram as suas NDCs, que são suas contribuições nacionalmente determinadas,

03:01ou seja, as metas que esses países vão apresentar.

03:03Cris, é um número bacana, mas muito aquém do que a gente precisa.

03:08E com relação às metas em si, o que está contratado, se todos os países cumprirem suas metas,

03:16a gente vai chegar a um aquecimento de 2,7, 2,9.

03:21É muito, é muito, né?

03:24Lembrando que o Acordo de Paris fala em 2 graus de aquecimento até o final do século,

03:30pretendendo que isso fique a 1,5.

03:321,5, a gente meio que está desistindo, algumas falas aqui importantes, já meio que dizendo que,

03:38olha, 1,5 subiu no telhado, a gente vai ter que se contentar com 2, e mesmo 2, a gente precisa

03:45dos países trazendo mais metas mais agressivas.

03:49E aí, um outro destaque para a gente mudar aqui para uma próxima pergunta, é com relação

03:54a financiamento.

03:56Então, nós tivemos alguns compromissos relacionados a financiamento.

04:02Um com relação ao TFFF, que é o fundo de florestas, comentamos aqui no programa também

04:07sobre esse fundo, e alguns países trouxeram alguns bilhões.

04:12É pouco, Cris.

04:13O governo pretende chegar a 120 bilhões nesse mecanismo especificamente, e também o Fundo

04:20Amazônia, ele recebeu aporte de mais alguns bilhões.

04:24De novo, sempre lembrando, são mecanismos importantes, mas que fazem da parte de um todo muito maior.

04:32Muitas vezes, a gente tem algumas falas colocando esses compromissos, colocando esses mecanismos,

04:40como sendo a solução para a crise climática.

04:43Não são nem de longe.

04:46Então, é isso.

04:47E hoje, o que a gente tem aqui é com relação à transição justa, mas a gente fala um pouco

04:52mais sobre isso.

04:53Eu vou pegar daqui, então, para fazer a próxima pergunta.

04:57Tudo bem?

04:58Vou pegar daqui para fazer a próxima pergunta, e depois eu passo para você, Favale.

05:01Primeiro, assim, Carlo, adorei esse seu comentário inicial, dando clima, que a gente falou muito

05:06sobre isso mesmo, será que vai dar certo ou não, te dizer que eu estou chegando na

05:10sexta-feira, então não precisa ficar com muita saudade, não, porque eu chego já, já.

05:14Agora, vamos voltar para a pergunta.

05:16Na abertura da COP, na segunda-feira, o presidente Lula defendeu que os países definam as próprias

05:23metas ambientais, além da criação de um Conselho do Clima ligado à ONU.

05:27Por que é tão difícil a definição e a adoção de diretrizes comuns para o mundo

05:32inteiro, Carlo?

05:35Ô Cris, os interesses, eles são muito diversos e muitas vezes conflitantes, né?

05:42Isso é natural, faz parte do jogo democrático, né?

05:45Então, imagina que a gente tem países que têm sua economia baseada em petróleo.

05:51E aí, por óbvio, Cris, esses países, eles não querem que a gente traga uma meta de eliminação

05:57do petróleo, né?

05:58Agora, por exemplo, a gente tem essa nova fronteira na Amapá.

06:02Os amapaenses, né?

06:04As pessoas do norte querem, sim, o petróleo na margem equatorial.

06:09E tem ali o porquê, né?

06:11Vai trazer desenvolvimento, por exemplo, né?

06:14E aí, você tem outros países de um outro lado, por exemplo, as pequenas ilhas, né?

06:20As ilhas, os países insulares.

06:22Então, são países, alguns deles, Vanuatu, por exemplo, que está deixando desistir.

06:27Então, é óbvio que Vanuatu tem uma ansiedade, uma pressa para que a gente resolva o quanto

06:34antes essas questões.

06:36Então, por isso que a governança, Cris, é tão complicada.

06:40Eu fiz até uma brincadeira aqui uma vez, quando eu falava, né?

06:43Imagina, se você, naquela macarronada de domingo, 10 pessoas ali na família colocam

06:48um tema, né?

06:50E tentam tirar um consenso.

06:52Não conseguem.

06:52Agora, imagina, 197 países, Cris, com interesses.

06:57E, de novo, assim, não é que o país A está sendo mal.

07:02O país A está defendendo os seus interesses, né?

07:04Defendendo os interesses da sua população, né?

07:08Então, a gente tem, vamos lembrar, quando a gente trata do que vai entrar no acordo em

07:13si, isso aí tem que ser, então, acordado por todos os países.

07:18É um consenso, tá?

07:19Não é uma votação.

07:20Não é a maioria ganha.

07:21Então, imagina, tem que ter negociação, né?

07:25É muito curioso, até, trazendo isso aqui, Favale, para as pessoas que não conhecem,

07:29mas esse tipo de negociação, você tem um texto.

07:32Às vezes, o texto é até pequeno, tá, Cris?

07:34Só que o texto, ele tem ali, vai ter três páginas.

07:37Ele tem umas 20 páginas, né?

07:39Por quê?

07:40Porque está cheio de colchetes.

07:41Porque esses colchetes são pontos e cada palavra conta.

07:45Cada palavra conta.

07:47E que cada palavrinha daquela vai ser negociada.

07:50Porque ali, cada um vai trazer o seu interesse.

07:53Até que chega um momento que, claro, todo mundo tem que abrir um pouco e aí se chega em algum consenso.

08:00E aí, com relação à questão de governança.

08:03Existe um movimento, que não é de hoje, Cris, que questiona essa governança relacionada a clima.

08:10Então, a gente tem um mecanismo, que é o NFCCC, que é um framework que dá conta da discussão climática.

08:18E tem uma outra sopa de letrinhas aqui, que é o IPCC, que é o painel referente a clima.

08:26Esse é mais técnico, o NFCCC, que é o político, tá?

08:30Mas o que se tem dentro dos países, o que se tem dentro dos cientistas, é que esses órgãos já não dão muito conta, né?

08:39Então, por isso, o professor Rockström, ontem, falava que ele acha que tem que mudar.

08:44Ele é um dos cientistas de um conjunto bastante grande, que colocou uma carta desde o ano retrasado para o NFCCC,

08:53pedindo para que a COP tenha um outro formato.

08:56Sejam discussões menores, discussões mais técnicas, que subsidiem, de fato, a questão política,

09:03para que a gente consiga tomar decisões mais técnicas, né?

09:07E o que o presidente Lula fez ontem foi, então, dar um pouco de luz a essa discussão.

09:14Favalli, é agora... O Carlo é todo seu, tá? Fica aí à vontade.

09:23Obrigado, Cris. Vou bater uma bola com o Carlo.

09:26Carlo, a gente teve a presença hoje da ministra do Planejamento e Orçamento, a Simone Tebet,

09:32que trouxe aí mais uma sopa de letrinhas, né?

09:36U-R-T-X, que é a Unidade de Recuperação do Triunfo Xingu.

09:41Só esclarecendo, é um projeto ambiental de recuperação de uma PPP, uma parceria público-privada.

09:51Tudo isso já existia, não é nenhuma novidade.

09:54O que a ministra Simone Tebet trouxe aqui e falou de uma maneira bastante enaltecedora,

10:03é que há uma participação agora do BID, o Banco Interamericano de Desenvolvimento,

10:11para colocar um pouco mais de cacife, não só de dinheiro.

10:16O BID entrou com 15 milhões de dólares, mas isso dá um colchão de segurança

10:23para, então, tanto outros estados como, principalmente, os investidores privados

10:29tenham segurança de colocar dinheiro.

10:32A parte do P, do público, aqui, por enquanto, é o estado do Pará,

10:37para essa zona de preservação chamado Triunfo Xingu.

10:42Carlo, desde a semana passada, quando o presidente Lula fez o primeiro discurso para os líderes,

10:47na segunda-feira, o discurso oficial de abertura da COP,

10:50ele fala de uma integração, não dá mais para deixar apenas o bastão na mão dos governos,

10:57nem da entidade civil, todo mundo tem que participar.

11:01E sabe algo que eu escutei ontem, que me chamou muita atenção,

11:04que, muito provavelmente, essa vai ser a COP das empresas.

11:09A iniciativa privada vai ter um papel ainda maior do que nas outras conferências do clima.

11:15Queria saber da tua avaliação, é por esse caminho mesmo?

11:17Sem dúvida nenhuma.

11:20Favale, vamos lembrar, vamos puxar um pouquinho da história aqui, né?

11:23Tem um livro muito interessante, até, que eu gosto bastante,

11:28que fala, então, da história das conferências relacionadas à sustentabilidade.

11:33Coincidentemente, é do nosso presidente, não do presidente Lula,

11:37mas do nosso presidente André Corrêa do Lago, né?

11:40E esse livro é muito interessante.

11:41Então, ali ele coloca toda a história das conferências de sustentabilidade.

11:45E aí, em 2015, que a gente tinha uma conjuntura muito diferente do que a gente tem hoje,

11:51a gente teve o advento do setor privado em várias coisas, tá?

11:562012, na Rio Mais 20, já foi uma coisa bastante diferente, né?

12:00O que ele fala no livro, e eu concordo com ele,

12:03que a gente tem, né?

12:05Desde 72, se discute mais estruturalmente a questão de clima e questão de meio ambiente, né?

12:13Só que muito entre os estados, falando, os governos, né?

12:18Em 92, né?

12:20Na Eco 92, a gente teve o advento da sociedade civil.

12:24Então, o Rio de Janeiro ficou bastante dividido do que era governo,

12:27do que era sociedade civil.

12:28E aí, então, na Rio Mais 20, tivemos o advento do setor privado.

12:34Isso foi sacramentado em 2015.

12:37Rio Mais 20, 2012.

12:38Em 2015, a gente teve, então, um ano que a gente fala muito na COP de Paris,

12:45a gente fala muito em setembro, 25 de setembro, o advento da agenda 2030,

12:50os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,

12:52mas tem uma agenda que pouca gente fala,

12:55que foi uma agenda em Addis Abeba, agenda de financiamento de Addis Abeba,

12:59que pela primeira vez o setor privado aparece de maneira mais prominente, né?

13:03E o que acontece?

13:06A gente não tem espaço fiscal, os países em desenvolvimento,

13:10e vamos pegar o Brasil como exemplo, né?

13:12Para falar, olha, o Brasil vai bancar determinada iniciativa,

13:16não tem espaço fiscal.

13:17A gente precisa do setor privado.

13:20E olha que interessante, para completar a resposta,

13:23quando a gente faz em Paris, né?

13:27A gente traz, então, a necessidade do investimento, né?

13:32A gente falava em 100 bilhões a partir de 2020,

13:35nunca chegamos nesse número, por mais criativa que a contabilidade tenha sido, né?

13:40Mas ali poucos falavam do investimento privado.

13:43E agora, em Baku, então, e agora aqui em Belém,

13:50então, o roadmap Baku até Belém,

13:53que trata, então, de 1 trilhão e 300 bilhões de dólares, né?

13:57O que se tem ali é muito de dinheiro privado.

14:01E aí, um ponto importantíssimo que você traz aí,

14:04os bancos de fomento e desenvolvimento,

14:07para além do aporte que eles vão trazer diretamente,

14:11eles têm uma função vital para os países em desenvolvimento.

14:15Que função é essa?

14:17Garantias, né?

14:18Então, aqueles países, o próprio Brasil, a gente sabe,

14:22como o Brasil, ele não tem um grau de investimento,

14:25então, dos 150 trilhões que tem aí rodando no mercado,

14:29o Brasil está olhando, está lutando para os 5, né?

14:32Por quê?

14:33Porque não tem grau de investimento, não tem as garantias muitas vezes,

14:36e esse dinheiro serve para isso.

14:39Bom, Cris, o que a gente consegue concluir agora

14:41é que ainda há muito o que ser debatido,

14:45e, de fato, a sociedade civil está junto com a iniciativa privada,

14:50como o Carlos explicou, crescendo cada vez mais.

14:53Vamos ver se esse casamento vai dar frutos

14:55até o próximo dia 20,

14:57quando supostamente termina a COP,

15:00porque, como o Carlos falou,

15:02tem de haver um consenso.

15:03Se é difícil no jantar de domingo da família,

15:07se é difícil numa reunião de condomínio,

15:08imagina num planeta com 200 países,

15:12cada um defendendo a sua soberania.

15:15Mas eu não vou tirar a presunção de sucesso de ninguém.

15:18Carlo Pereira, o nosso notável,

15:21aqui falando diretamente de Belém,

15:24devolvo a vocês os estúdios aí.

15:26Marcelo Favalli, também é nosso notável aqui.

15:29Muito obrigada, boa noite para você, Favalli.

Seja a primeira pessoa a comentar

Adicionar seu comentário

Primeiros dias de COP30 tiveram decisões concretas ou muito blá blá blá? Entenda

Categoria

Transcrição

Seja a primeira pessoa a comentar

Recomendado