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A primeira turma do STF rejeitou por unanimidade os recursos de sete condenados da trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento dos embargos de declaração foi concluído no plenário virtual e agora aguarda a publicação do acórdão. A partir desse momento, abre-se prazo para novos recursos. Para falar sobre o assunto, a Jovem Pan entrevista Fernando Capano, advogado criminalista
Entrevistado: Fernando Capano

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Transcrição
00:007h49, a primeira turma do STF rejeitou por unanimidade os recursos apresentados pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro
00:08na ação sobre a tentativa de golpe de Estado.
00:11Sobre esse assunto, a gente conversa agora aqui no Jornal da Manhã com o advogado criminalista Fernando Capano,
00:17para que a gente possa entender quais são os próximos passos da defesa e se ainda cabe algum tipo de recurso.
00:23Sr. Fernando, bom dia, bem-vindo, hein?
00:26Bom dia, obrigado mais uma vez pela responsabilidade.
00:28O que é que a gente pode esperar a partir de agora das defesas desses réus,
00:34à medida em que a gente tem aí um cenário de quase esgotamento de recursos, não, Sr. Fernando?
00:41É, me parece que já tivemos aí o embargo de declaração, né,
00:47oriundo lá do acordo que condenou o presidente Bolsonaro, o ex-presidente Bolsonaro,
00:51e o primeiro núcleo, né, da questão da trama golpista já solucionado.
00:56Salvo, melhor juiz, me parece que ainda haveria a possibilidade, tendo em vista o voto do ministro Fux, né,
01:04de se ensejar uma certa infringência, como nós tecnicamente chamamos, né,
01:09para tentar chamar a questão para o plenário do Supremo Tribunal Federal.
01:13Há um obstáculo regimental, que a rigor talvez faça com que nós não tenhamos também a possibilidade de conhecer desses embargos
01:23e de processá-los lá no plenário do Supremo Tribunal Federal,
01:27o que faz com que talvez tenhamos aí já o trânsito em julgado se avizinhando, talvez ainda este ano, provavelmente.
01:34Fernando, bom dia. Também queria perguntar ainda sobre essas datas e trâmites.
01:40Existem alguns cálculos que dizem que justamente pelos recursos apresentarem algum tipo de tentativa de protelar
01:49o resultado final, eles não devem ser acatados e a gente deve ter, até o fim do mês de novembro,
01:56alguma definição, o que impactaria diretamente em visitas pedidas pelo ex-presidente,
02:00que são importantes até para o jogo eleitoral, como do governador Tarcísio de Freitas,
02:04aí prevista para o dia 10 de dezembro.
02:07O senhor também faz esse cálculo, confere que a gente pode ter isso até o fim ainda deste mês,
02:12antes do início de dezembro, ou não dá para cravar nada do tipo?
02:17Olha, me parece que é uma probabilidade, sim, porque as sessões do plenário, aliás, as sessões da turma,
02:24e as sessões do plenário também estão funcionando em ambiente virtual,
02:27o que significa dizer que a posição dos ministros independe da presença física deles,
02:31como antigamente funcionava, o que significa dizer que com o tempo restante das sessões que temos,
02:37tanto nas turmas como também no plenário do Supremo,
02:40ainda que eventualmente se faça, por exemplo, a propositura de um habeas corpus,
02:44é possível que nós tenhamos já o trânsito em julgado desse processo até agora o final do ano judiciário.
02:50O que significa dizer que com o trânsito em julgado, provavelmente, dali para adiante,
02:54já teremos já, inclusive, a expedição de um andar de prisão,
02:57não só para o ex-presidente Bolsonaro, mas também para todos os réus que estão condenados,
03:01que estarão condenados aí com o trânsito daí para adiante.
03:04Nós estamos conversando com o advogado criminalista Fernando Capano.
03:08O senhor Fernando, a Deise Siocari tem uma pergunta para o senhor. Deise.
03:12Oi, Fernando, bom dia.
03:14Fernando, eu queria saber qual é o cenário, o melhor cenário,
03:18para o ex-presidente Jair Bolsonaro diante desse julgamento no STF.
03:22O que de melhor pode acontecer e o que de pior pode acontecer?
03:26Porque a gente tem visto os recursos dele sendo constantemente negados.
03:30Então, o que a gente pode esperar num cenário positivo e num cenário extremamente negativo?
03:38Presidente, obrigado pela ponderação.
03:40Eu penso que o pior, aliás, o melhor cenário, começando pelo melhor cenário,
03:44seria, de fato, que o embargo infringente com base no voto divergente do ministro Fux
03:51fosse objeto de um recurso e trouxesse o processo para o crivo do plenário do Supremo,
03:59em que todos os ministros poderiam se manifestar, à exceção do ministro Fachin.
04:04Como presidente do Supremo, ele não se manifesta nesse tipo de recurso.
04:07Então, o melhor cenário seria a procedibilidade desses embargos infringentes
04:11ou, em última análise, a propositura de um abre as cortes,
04:15que, eventualmente, também poderia fazer com que a análise da questão
04:19fosse levada ao crivo e ao juiz de valor do plenário do Supremo.
04:22E lá no plenário do Supremo, a questão é um tanto quanto distinta,
04:25porque nós teríamos aí a possibilidade de reabrir,
04:28não em medida total, mas em grande medida a discussão oriunda lá da turma
04:34que culminou com as condenações do presidente Bolsonaro e desse primeiro núcleo.
04:41O pior cenário seria, de fato, já para os próximos dias,
04:45muito provavelmente para as próximas semanas,
04:47que nós tivéssemos aí todos os recursos, inclusive os embargos infringentes,
04:51todos eles já solucionados e já inadmitidos,
04:55e daí para adiante, mandar de prisão expedido.
04:58Mandar de prisão expedido, o que se começa a discutir aí é a execução da pena.
05:04Aí sim, veríamos se, eventualmente, o presidente Bolsonaro teria condição
05:08de começar a cumprir a sua pena, por exemplo, em algum presídio,
05:12ou um presídio militar, ou, eventualmente, um presídio especial,
05:16ou então se, eventualmente, por conta da questão da saúde dele,
05:19ele continuaria em prisão domiciliar.
05:23Então, esse seria o pior cenário que, provavelmente, poderá acontecer,
05:28como disse antes, mesmo do final do ano judiciário, agora, em 2025.
05:34O Fernando, só para a gente fechar, quem determina isso,
05:37se ele tem condição ou não de ir para uma prisão comum,
05:40ou a manutenção da prisão domiciliar,
05:43é apenas o ministro Alexandre de Moraes,
05:45ou mais de um ministro podem decidir?
05:47Olha, no bojo da execução da pena,
05:52me parece que as decisões que são as preponderantes
05:57serão aquelas do ministro que conhecer dessa execução penal,
06:00que é, muito provavelmente, o ministro Alexandre,
06:03por uma disposição regimental do STF.
06:05Óbvio que nós também temos, em execução penal,
06:08mesmo na competência originária do Supremo,
06:11o Supremo funciona, nesse caso, como uma instância penal comum.
06:13Mesmo na execução penal, nós temos a possibilidade
06:16de alguns recursos também, é verdade,
06:18o que atrairia a possibilidade de que outros ministros
06:21também pudessem opinar por essas condições de imposição da pena.
06:25Mas, preponderantemente, me parece que haverá, sim,
06:27relatoria do ministro Alexandre, nesse caso,
06:30e, portanto, a ele caberá, de maneira preponderante,
06:32definir, pelo menos numa primeira análise,
06:35definir como a pena seria cumprida,
06:38em que local e em que condições,
06:40se, eventualmente, é caso de, por exemplo,
06:43retransferir a prisão domiciliar,
06:45em consequência da saúde dele,
06:46há jurisprudência, há precedente nesse sentido,
06:50mas é uma discussão que está em aberto,
06:52porque o ex-presidente Bolsonaro também ostenta a condição de militar,
06:56e a posição dele como militar poderia, eventualmente,
07:01a gente seja que ele cumprisse pena, por exemplo,
07:03não num presídio federal, e sim numa instalação militar.
07:06Tudo isso, obviamente, estará em aberto
07:08e será objeto de crivo, não só do ministro Alexandre,
07:11mas também de pedidos por parte da defesa do presidente Bolsonaro.
07:16Fernando Capano é advogado criminalista,
07:18conversando com você que acompanha a gente aqui no Jornal da Manhã.
07:21Fernando, muito obrigado, bom domingo aí pra você.
07:24Eu agradeço mais uma vez, um bom domingo pra todos.
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