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Após meses de tensão e sanções, Brasil e Estados Unidos retomaram o diálogo diplomático. O professor João Alfredo Nyegray, da PUC do Paraná, analisa os próximos passos, as chances de um encontro entre Lula e Trump e o papel das terras raras nas negociações bilaterais.

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Transcrição
00:00Esta semana foi marcada pela retomada do diálogo entre os Estados Unidos e o Brasil
00:05após sanções americanas adotadas em julho.
00:08Por enquanto as conversas estão numa base diplomática que tem um timing diferente.
00:14O avanço é a passos lentos e calculados.
00:18A grande expectativa é em relação a um possível encontro tete a tete, frente a frente,
00:24entre os presidentes Donald Trump e Lula, ainda sem data e muito menos local definido.
00:29Sobre essas negociações nós vamos conversar com o professor doutor João Alfredo Niegrai
00:35que eleciona a geopolítica na PUC do Paraná.
00:39Aqui eu começo a nossa conversa desejando uma ótima noite.
00:44Seja bem-vindo ao jornal Times Brasil exclusivo CNBC.
00:48Obrigado por ter aceito o nosso convite aqui para a gente bater um papo.
00:51Professor Niegrai, primeira pergunta eu acho que é a mais clara de todas,
00:55parafraseando a minha colega aqui, a Maria da Almeida,
00:57a porta é entreaberta, conseguimos uma fresta importante para um acordo aí
01:03após o encontro pessoal, tete a tete, entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira
01:09e o secretário de Estado americano Marco Rubio,
01:12que então faz às vezes de chefe da diplomacia dos Estados Unidos.
01:15Daqui para frente, o que a gente pode esperar?
01:21O fato é que nós gostaríamos que os chefes de Estado estendam as mãos.
01:26Os diplomatas fizeram ali um trabalho de xerpa, de carregar o piano muito importante.
01:33Agora, o que mais pode aproximar os outros dois países,
01:38levando em consideração que nós tivemos uma fala pesada do presidente Lula hoje
01:43e que talvez chegue aos ouvidos do presidente Donald Trump,
01:47que tem interlocutores bastante afinados para levar esse tipo de recado para ele na Casa Branca.
01:53Boa noite mais uma vez.
01:54Boa noite, Favale.
01:56É uma alegria estar aqui no Times Brasil CNBC.
01:59De fato, a gente tem agora esse canal político reaberto com o encontro do Mauro Vieira
02:05com sua contraparte Marco Rubio,
02:08que foi descrito por ambos os lados como muito positivo
02:11e é um passo para que se possam conduzir discussões em múltiplas frentes
02:16no eventual governo, ou melhor, no eventual encontro Lula-Trump mais cedo possível.
02:21Como você comentou, não há cronograma público fechado,
02:24não há sequer a expectativa de um local para que esse eventual encontro ocorra,
02:29mas o tom mudou.
02:31E essa mudança de tom, de um tom de conflito para um tom de processo negociador
02:37já é o suficiente para que a gente tenha algumas expectativas de próximos passos.
02:43Eu vejo que a gente tem que mapear agora um escopo de alívio tarifário
02:47com hipóteses de uma retirada faseada, de uma exclusão de tarifas por setor,
02:52de cotas ou snapbacks, e discutir temas de interesse dos Estados Unidos,
02:57que seria etanol.
02:59De um lado, o acesso ao mercado brasileiro de etanol,
03:01e do outro lado, os minerais críticos.
03:03Então, a gente tem a questão de terras raras,
03:06que é uma porta que estava se fechando entre China e Estados Unidos,
03:09e isso pode se abrir entre Brasil e Estados Unidos.
03:13E aí, talvez isso entre na pauta também, assim como a regulação das big techs.
03:18E aí, há uma costura política para o encontro Lula-Trump.
03:22Possivelmente, a margem de cúpulas internacionais que devem ocorrer ainda em outubro e novembro,
03:28se o avanço técnico for suficiente para a gente ter aí um framework de desescalada tarifária.
03:36Presidente Negrae, a gente vai voltar um pouco no tempo,
03:38deixa eu fazer aqui um arco de tempo, não vou voltar muito não.
03:41Quando a gente está em abril, começa essa saraivada de tarifaço do Trump,
03:47cada país com um valor, alguns países com valores iguais e tal,
03:52uma justificativa econômica.
03:54Depois, a refação das tarifas com justificativas políticas.
03:59E aí, eu faço recorte para a relação Estados Unidos-Brasil.
04:02Então, a gente tem dois patamares, o político e o econômico.
04:06O senhor acredita que o patamar político já tenha sido superado?
04:11E agora a gente entrou no que eu chamo de o pavimento da realidade, que é a relação econômica?
04:18Porque o tarifaço ainda não chegou com força na economia americana,
04:22mas já começa a assinar as suas franjas.
04:25E quando bate no bolso do americano, isso toca um sinal em qualquer mesa do presidente,
04:29ainda mais na Casa Branca.
04:31superamos aquelas rusgas meio estranhas políticas e chegamos agora nas vias de fato?
04:38Ainda não plenamente.
04:39Eu não vejo que as rusgas políticas foram plenamente superadas,
04:43mas eu vejo que estão a caminho de.
04:45E aí me preocupa muito quando o presidente Lula faz alguns discursos de improviso,
04:51porque essas falas tendem a prejudicar a imagem do Brasil,
04:55assim como afetar essa relação que está em reconstrução.
04:58Então, quando o governo brasileiro vai lá e fala, como o Lula falou recentemente,
05:04de soberania da Venezuela, criticando eventuais interferências,
05:09falando de soberania venezuelana, falando da importância do diálogo dos Estados Unidos com Caracas,
05:16isso aparece para os estadunidenses muito como um aceno
05:22àqueles que o Washington enxerga como opositores.
05:25Aí, uma outra situação é a fala do Lula dizendo que ninguém mais vai falar grosso com o Brasil.
05:31Mas calma lá, ninguém falou grosso com o Brasil.
05:33São várias outras situações que ocorreram.
05:36Então, a situação caminha para uma normalização política,
05:39embora essas falas de improviso do presidente atrapalhem e atrapalhem bastante.
05:44E a gente não pode esquecer que, economicamente falando, nós somos deficitários,
05:47ou seja, a gente mais compra dos Estados Unidos do que vende para lá.
05:51E mesmo com o tarifácio, as nossas exportações no geral não caíram,
05:56embora tenham caído aí sim para os Estados Unidos.
05:59Professor Negrai, eu já ouvi adultos falando para crianças o seguinte, né?
06:03Quando uma criança diz, ah, eu não acredito em Papai Noel, acho que Papai Noel não existe,
06:08morre uma fada no mundo mágico.
06:10Eu criei esse paralelo jocoso que eu conto para os meus amigos jornalistas,
06:15que é quando o presidente Lula fala de improviso, morre uma fada no Itamaraty.
06:19Eu vou trazer para a conversa aqui, quem sabe muito mais do cenário político e econômico nacional,
06:25a Mariana Almeida.
06:27Deixa eu fazer o cavalheirismo de colocá-la aqui na conversa, a quem eu passo a palavra.
06:32Obrigada, Mariana.
06:33Estou pensando na fada de hoje, então, lá no Itamaraty.
06:36Mas, bom, queria fazer a pergunta aqui.
06:38Ouvindo aí um pouco a conversa de vocês, fiquei aqui me perguntando também.
06:43Então, ainda temos uma camada política que está permeando essa possibilidade de negociação,
06:48mas como é essa pavimentação, como o Favalli trouxe da economia.
06:53Nessa situação, dado que tem as duas coisas ainda jogando, mas tem aí os aspectos econômicos
06:57aparecendo um pouco mais, inclusive a questão aí de aumento de preços nos Estados Unidos,
07:01que não chegou forte, mas chegou um pouco.
07:04Você acabou de trazer também que é o Brasil que é deficitário em relação aos Estados Unidos.
07:08Toda negociação importa muito quem chega mais forte para ela, quem tem mais interesse em resolver.
07:12Na situação atual, olhando do ponto de vista econômico, considerando tudo que já foi levantado,
07:18terras raras, dadas as possibilidades, os Estados Unidos podem estar chegando com mais interesse
07:23do que o Brasil nessa negociação ou é o Brasil mesmo que realmente está pressionando
07:27e tem mais pressa para a derrubada do tarifácio?
07:31Muito boa noite, Mariana.
07:32É uma alegria falar contigo.
07:34Nesse momento, pela questão das terras raras, sim, os Estados Unidos acabam tendo um interesse maior
07:39em voltar à mesa de negociação.
07:42Só que a questão é que o Brasil tem aí cerca de um quarto de todas as terras raras do planeta,
07:48mas a gente não minera, a gente simplesmente extrai isso em via bruto para o exterior,
07:54o que é um grandecíssimo desperdício de potencial econômico.
07:58Então, nesse ponto, a gente pode sim utilizar a questão das terras raras como uma alavanca de negociação.
08:05Assim como o Brasil pode utilizar a sua posição para trocar o apoio dos Estados Unidos
08:10em termos comerciais por uma cobertura diplomática em relação à Venezuela,
08:14o Brasil pode, por exemplo, facilitar o diálogo entre Caracas e Washington.
08:19E aí, se ocorrem incidentes, por exemplo, mais uma operação militar dos Estados Unidos no Caribe
08:24ou qualquer outro evento que envolva os aliados do presidente Lula,
08:28a posição do Brasil pode criar choques diplomáticos que reverberem
08:32nas negociações entre Estados Unidos e Brasil.
08:34Por que eu estou insistindo na nossa conversa na questão da Venezuela?
08:37Porque agora há pouco, algumas horas, houve o ataque a um submarino,
08:42possivelmente do narcotráfico, que estava aí navegando no Caribe
08:47e isso certamente vai ter repercussão pelas próximas horas.
08:51O professor João Alfredo Niegrai está completamente alinhado aqui com a nossa programação.
08:56Daqui a pouco a gente entra nesse assunto aí do ataque a esse submarino venezuelano,
09:01supostamente, utilizado pelo narcotráfico.
09:04Aproveito esse comentário para agradecer publicamente ao professor Niegrai,
09:09docente de geopolítica da PUC do Paraná.
09:13Muito obrigado pelos esclarecimentos, professor Niegrai.
09:15É sempre um prazer recebê-lo.
09:17Até muito breve.
09:18Mariana, obrigado pela participação.
09:20Com a Mariana eu volto a conversar daqui a pouco com o professor Niegrai.
09:23Espero que em muito breve.
09:25Até já.
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