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Os Estados Unidos estudam suspender a importação de óleo de cozinha da China, usado na produção de biocombustíveis. Vito Vilar, coordenador de Comércio e Política Internacional na BMJ Consultoria, explicou ao vivo no Fast Money como a medida impacta Brasil e mercados internacionais.

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Transcrição
00:00E os Estados Unidos avaliam suspender a importação de óleo de cozinha da China.
00:05Essa medida faz parte de uma possível nova retaliação anunciada por Donald Trump
00:09em meio às tensões da guerra comercial.
00:12E sobre esse assunto nós vamos ter uma conversa aqui agora ao vivo no Fast Money.
00:16Felipe Machado se juntou a nós. Boa tarde, Felipe.
00:18Tudo bem, Natália? Boa tarde.
00:19E aqui no telão você já vê o Vito Vilar, que é coordenador de comércio e política internacional na BMJ Consultoria.
00:26Boa tarde, Vito. Bem-vindo mais uma vez.
00:28Boa tarde, Natália. Boa tarde, Felipe. Tudo bem? Prazer estar aqui de volta.
00:33Boa tarde, Felipe.
00:33Prazer o nosso te receber.
00:35Ô, Vito, então o presidente Trump voltou a endurecer esse discurso contra a China,
00:40dizendo que pode encerrar os negócios entre os dois países.
00:43E agora com essa inclusão específica, bem específica, do óleo de cozinha.
00:48Como é que você está vendo esse movimento e o que está por trás dele dessa retórica?
00:53É estratégia de negociação ou é, de fato, um caminho possível que ele pode adotar?
01:02Bem, acho que vale até esclarecer para o nosso telespectador, né?
01:05O óleo de cozinha não é o óleo de cozinha normal que você usa para cozinhar.
01:09É aquele óleo de cozinha utilizado mais para combustível, esse tipo de questão.
01:14Então, é interessante a gente observar que o Trump começa a atacar diversos flancos diferentes.
01:21Anteriormente ele comentou sobre aumentar as tarifas para 100%,
01:26agora está essa guerra tarifária aqui em relação aos portos e a construção de embarcações marítimas, né?
01:33Que vão chegar nos portos bilaterais.
01:35Então, a tensão está escalando para todos os lados e a cada mês nós vemos uma nova frente de batalha aberta
01:42entre os Estados Unidos e a China.
01:44Posteriormente tem um arrefecimento, eles sentem para negociar, eles conversam.
01:48O Marco Rubio vai conversar com o seu par chinês para entender alternativas.
01:53Posteriormente, o Trump vai ter colocado essa pressão das tarifas 100%.
01:56O Marco Rubio tentou temporalizar esse discurso falando que a China e os Estados Unidos ainda conversariam agora em outubro.
02:06Mas, enfim, a situação está tensa.
02:07Os mercados ficaram completamente voláteis após essa nova intentona dos Estados Unidos e também da China.
02:14Então, acho que é uma situação bastante complexa.
02:17Quando a gente olha para o Brasil, é bom para nós aqui,
02:20porque agora o foco dos Estados Unidos parece ir para outro lugar novamente.
02:23Mas, enfim, acho que esse é um cenário de cada vez mais incerteza no cenário internacional e econômico.
02:30Certo. Felipe, só pergunta para o Victor.
02:32Victor, você falou uma coisa interessante.
02:34A gente fica pensando como é que o Brasil vai ser impactado por isso.
02:37A gente viu, por exemplo, que a China parou, interrompeu totalmente a importação de soja, por exemplo, dos Estados Unidos
02:43e passou a importar essa quantidade do Brasil e também da Argentina.
02:48Por outro lado, os Estados Unidos precisam da economia chinesa, precisam dos produtos chineses para abastecer suas microempresas.
02:56Como é que você acha que pode influenciar o Brasil nessa escalada tarifária entre China e Estados Unidos?
03:04Então, a gente tem um lado mais positivo e um lado mais negativo, né, Felipe?
03:08Eu acho que quando a gente olha para o lado positivo, é importante porque a China já é o maior parceiro comercial brasileiro.
03:13E sendo o maior parceiro comercial brasileiro, é importante que o Brasil diversifique a sua pauta.
03:19Hoje, obviamente, a nossa maior pauta exportada para a China é soja e, fundamentalmente, produtos primários,
03:24mas também o governo brasileiro olha com bons olhos para a diversificação dessas exportações.
03:29Mesmo você tendo comentado agora que a China importa menos soja dos Estados Unidos,
03:33abre mais flancos para a gente exportar mais soja do Brasil, mais soja de países parceiros do Brasil também na região.
03:39Então, isso é uma frente importante, mas eu acho que o Brasil busca essa diversificação,
03:45ele busca a abertura de mercados lá e acho que as falas do presidente nos últimos anos vão muito em direção a isso.
03:52Agora, tem um lado negativo também, porque uma vez que o mercado chinês está fechando nos Estados Unidos,
03:57o mercado americano também fecha o mercado chinês.
03:59E a China, hoje, é a maior powerhouse, é a maior fábrica do mundo.
04:04Hoje, a China produz de produtos básicos até a tecnologia mais complexa e completa da indústria da transformação.
04:12Então, a tendência, com o fechamento de um mercado tão grande quanto a dos Estados Unidos,
04:17é que a China também, assim como o Brasil, busca diversificação de mercados.
04:21E aí, a preocupação das empresas brasileiras, fundamentalmente, da indústria da transformação,
04:26na indústria de média e alta complexidade, é de que esses produtos venham ao mercado brasileiro,
04:31com a reserva de estoque na China, derrubando os preços localmente,
04:35uma competitividade que, no final das contas, tende a asfixiar a produção no Brasil.
04:40Esse fenômeno não é recente, esse fenômeno não é novo.
04:44Para quem já conversou com pessoas do segmento empresarial,
04:47sabe que isso tem acontecido já há alguns anos, especialmente após a pandemia.
04:51Mas também a gente vê esse cenário sendo replicado em outros mercados.
04:55Como na União Europeia, eles têm um medo atual muito grande,
04:59de que a própria exportação chinesa vai suplantar a produção europeia.
05:03Ô, Vito, eu queria te ouvir mais sobre esse óleo,
05:07que está sendo chamado de cooking oil chinês,
05:10que o presidente Donald Trump está ameaçando retaliar,
05:13suspendendo a importação dele.
05:14Pode parecer que é um produto simples, mas não é, né?
05:17Explica melhor para a gente, então.
05:18É um óleo que ele é usado em biocombustíveis, é isso mesmo?
05:22E qual que é a relevância?
05:23Qual que seria a relevância dessa medida?
05:26Exatamente, né?
05:27Acho que no cenário empresarial, a gente chama ele de UCO, né?
05:31Que é a sigla em inglês para Use It Cooking Oil,
05:33que é um bioinsumo fundamental na produção de biocombustíveis.
05:37Quando a gente pensa nisso, a gente sempre pensa em etanol, né?
05:40Que no Brasil é muito comum a gente ver que é feito da cana-de-açúcar, por exemplo.
05:44Mas há outras alternativas para a produção desse próprio etanol.
05:46Ou de biocombustíveis, em forma geral.
05:49Então, os próprios Estados Unidos produzem a partir do milho.
05:51E também é muito comum a utilização a partir de óleo de cozinha usado.
05:56Que é exatamente o que a frase descreve, né?
05:59Óleo de cozinha usado, literalmente.
06:01Então, alguns países, principalmente na União Europeia,
06:05utilizam muito isso, uma vez que etanol a partir de ativos alimentares,
06:09como etanol a partir de milho, etanol a partir de cana-de-açúcar,
06:12não são muito utilizados na União Europeia.
06:15Mas esse óleo de cozinha usado é muito importante para eles.
06:17E os Estados Unidos também é uma potência de biocombustíveis.
06:22Como eu comentei, eles são um dos maiores produtores.
06:24Eles são um maior produtor de etanol a partir de milho.
06:27São um dos concorrentes importantes do Brasil no cenário internacional.
06:31E também sua própria indústria nacional consome bastante esse use de cooking oil, né?
06:35O óleo de cozinha usado.
06:36O Brasil tem explorado, mais recentemente, essa produção,
06:41especialmente para atingir esses novos mercados que são mais fechados para o etanol tradicional brasileiro.
06:46Mas, enfim, é uma frente bastante interessante que o Donald Trump tem atacado,
06:50porque quando ele levantou as tarifas contra o Brasil,
06:53um dos principais argumentos era que o mercado brasileiro estava fechado para o etanol americano,
06:58e o mercado americano estava completamente aberto à importação de etanol.
07:01Então, vai nessa mesma linha, vai nesse mesmo confronto de, mais uma vez, incentivar a produção local
07:07de alguma substância, de algum produto, de algum setor.
07:11A gente já viu isso no setor de aço.
07:12A gente está vendo agora no setor, por exemplo, de madeira, de cobre, de semicondutores, de chips.
07:18Agora, ele também ataca o setor de biocombustíveis.
07:22Felipe, mais uma.
07:23Vitor, acho que a pergunta que todo mundo quer fazer é a seguinte.
07:27Bom, a China, então, parou de importar soja dos Estados Unidos, passou a importar do Brasil.
07:32Será que a China também poderia importar cooking oil aqui no Brasil?
07:37Então, é um cenário um pouco complexo, porque a gente teria que analisar a abertura de mercado.
07:43Como eu falei, o uso do cooking oil é um ativo utilizado.
07:47Então, você precisa verificar se existe todos os requisitos fitossanitários,
07:54sanitários para ter essa exportação utilizada.
07:56Mas, obviamente, é uma frente que o governo brasileiro deve estar trabalhando.
08:00A área de secretaria de comércio e relações internacionais do Ministério da Agricultura
08:04é muito competente nesse sentido.
08:06Tem feito conversas bilaterais constantes com os pares chineses
08:10para buscar novos mercados abertos para o Brasil.
08:12Mas, como eu disse, produtos advindos do setor agropecuário
08:16sempre tem uma barreira a mais para a exportação.
08:18E, especialmente esse, a China é muito fechada com esse tipo de relação,
08:24mesmo com o Brasil.
08:25Então, para você conseguir uma licença de exportação, demora um tempo.
08:28Os chineses têm um plano de longo prazo para substituir essas importações,
08:35mas, ao mesmo tempo que eles não conseguem substituir,
08:38eles têm regramentos bastante firmes para isso.
08:41Bom, Vitor, e aí tem as repercussões.
08:44Então, em Pequim, tem sido dito que essas ameaças aí
08:47são retórica eleitoral, que não tem uma base econômica sólida,
08:51uma conversa parecida com o que a gente tinha aqui no Brasil,
08:53quando a gente estava ali na mira.
08:55E analistas dizem que é uma estratégia populista
09:00voltada ali para o eleitorado interno dos Estados Unidos,
09:03essa linha que o presidente Donald Trump tem adotado nesse mandato.
09:07Como é que você está vendo tudo isso?
09:08Esse discurso político está falando mais alto que a racionalidade econômica?
09:13O Trump é viciado em encontrar um inimigo para tirar de foco o próprio governo.
09:18Então, isso a gente viu muito claramente no primeiro mandato
09:21e ele repete essa estratégia, que é muito boa,
09:24se a gente for falar bem a verdade, nesse segundo.
09:27Atualmente, como eu estava acompanhando aqui a programação do Times
09:31e vi vocês falando do governo americano que está em shutdown,
09:35a política americana não está trabalhando basicamente,
09:39só a mais alta cúpula da Casa Branca.
09:42Então, nesse momento de que a gente tem um cenário bastante complexo interno,
09:46em que a população normalmente vira essas culpas,
09:49a culpa desse cenário para o próprio governo,
09:51o Trump busca novamente de tirar dele o foco,
09:55trazer para um inimigo externo como é a questão da China,
09:58como foi essa visita agora para Israel, o acordo que ele fez,
10:02tirar de foco tudo que pode ser imagem negativa para o governo
10:05e trazer uma imagem de que ele está trabalhando,
10:07de que ele está guerreando,
10:08de que ele está trabalhando em nome do povo dos Estados Unidos.
10:11Eu acho que sempre tem uma tática eleitoreira por trás,
10:15o Trump é mestre nisso, ele parece estar sempre em campanha durante todo o seu mandato,
10:21isso é incrível, ele parece estar sempre falando, pensando nas próximas eleições.
10:25No próximo ano, agora em 26, nós teremos as eleições legislativas nos Estados Unidos,
10:29que pode mudar o rumo do governo do Trump,
10:31lembrando que atualmente ele tem o controle tanto da Casa dos Representantes,
10:34do Senado, todo o Congresso americano tem uma maioria simples,
10:40e ano que vem tem uma perspectiva de que isso talvez mude.
10:43Então, ele já olha à frente, ele já olha no futuro dos seus concorrentes
10:47e busca o melhor cenário possível para os próximos anos.
10:51Certo, quero agradecer, Vitor Vilar, coordenador da BMJ Consultoria,
10:56pela conversa super importante ao vivo aqui com a gente no Fast Money.
10:59Obrigada, viu, Vitor, e volto sempre. Boa tarde para você.
11:03Obrigado, Natália, Felipe e a todos que assistiram. Um abraço.
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