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A nova rodada da guerra comercial entre Estados Unidos e China reacende tensões globais e preocupa o mercado. O professor Alexandre Uehara, coordenador do curso de relações internacionais da ESPM, analisa os impactos das tarifas de Donald Trump, a desaceleração do PIB chinês e os efeitos sobre o Brasil e o comércio mundial.

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Transcrição
00:00E sobre esse novo capítulo da guerra comercial entre Estados Unidos e China,
00:04eu converso com Alexandre Uerrara, que é coordenador do curso de relações internacionais da ESPM de São Paulo.
00:13Boa noite, professor Alexandre. Começo agradecendo a sua presença aqui.
00:19Como diz o mercado, professor Uerrara, isso estava meio precificado, né?
00:23Uma suposta queda no consumo interno por conta do tarifácio.
00:28Menos por questões aplicadas efetivamente pelos Estados Unidos,
00:36talvez mais por conta dessas ameaças do presidente Donald Trump.
00:40Que ora fala um valor, suspende, dá 90 dias de suspensão, volta.
00:47Agora fala em 155%, mas depois da reunião vai saber quais são as tarifas realmente aplicadas,
00:53se haverá tarifas.
00:55Então existe uma retração, um cuidado do consumidor, em parte também do produtor,
01:01porque não tem muita certeza do que vem a acontecer.
01:04Em contrapartida, eu também sei que o governo chinês fez ali as suas manobras para manter o consumo em alta.
01:12Porque independente do país que nós estejamos falando, Estados Unidos, China, Brasil,
01:17o consumo em alta é uma roda motriz fundamental para a economia.
01:23Agora, olhando um pouco para frente, eu sei que é um pouco difícil a gente tentar fazer qualquer tipo de previsão,
01:28porque o Donald Trump é imprevisível,
01:31embora a China tenha feito parcerias comerciais com praticamente todos os países relevantes do mundo.
01:38Mas, professor Uerrar, e a sua tradição nipônica, oriental,
01:47você pode falar do cuidado, da atenção, do receio que o oriental naturalmente tem?
01:54Colocando tudo isso na equação, a gente pode esperar um resultado também mais magrinho do próximo e último trimestre do ano na China?
02:02A gente tende a ter uma redução um pouco do ritmo econômico da segunda maior potência do mundo?
02:09Boa noite mais uma vez.
02:13Assembleias, as associações...
02:17Sim, eu queria que nós estamos vendo aí uma tendência,
02:22estamos vendo este ano uma tensão crescente na área comercial e econômica dos dois países,
02:28e isso com efeitos ruins, deletérios, para os dois lados, para a economia dos dois países.
02:34Antes, os Estados Unidos começam a apresentar sinais de piora dos indicadores econômicos,
02:39e agora a China também, que já vinha crescendo menos,
02:42mas com as tensões deste ano, com a diminuição das exportações dos Estados Unidos,
02:46também começam a apresentar sinais de crescimento menor.
02:49Como a China ainda depende bastante do comércio nacional e mercado americano,
02:54no norte-americano é um mercado importante,
02:56há a possibilidade, sim, de no segundo trimestre,
02:59no quarto trimestre, última parte do ano, ter um crescimento menor, sim.
03:04Não vai fugir muito daquilo que havia de expectativa para este ano,
03:08em termos de crescimento próximo de 5%,
03:10mas é provável que tenhamos uma queda, um sinal de queda na economia chinesa.
03:16Professor Herrara, para que todo mundo consiga acompanhar melhor a nossa leitura,
03:20eu fui atrás dessa evolução, ou da oscilação do PIB, melhor dizendo,
03:27vamos ver aqui, taxa de crescimento do PIB,
03:30dividido pelos quarters, que aqui, como os americanos chamam, os trimestres.
03:36Olhando essa comparação de 2024 para 2025,
03:41e a gente já tem uma queda, não vou dizer acentuada,
03:47porém sensível, 1.2, 1, 1.1.
03:52Tem uma pequena subidinha aqui,
03:54mas se nós olharmos para o final do ano passado,
03:57a diferença é mais sensível.
04:01Isso tem a ver com um aspecto global
04:04de um crescimento também um pouco mais modesto,
04:08termos uma inflação global mais pegajosa,
04:13que não consegue desatrelar,
04:16e o quanto isso está amarrado
04:18a um fenômeno que a gente também vê nos Estados Unidos,
04:23principalmente depois da posse do Donald Trump.
04:26Ou isso está desamarrado ao que aconteceu com os Estados Unidos?
04:29Interligado, porque a gente pode entender
04:33que nós estamos falando de uma tensão
04:36que está envolvendo as duas maiores economias do mundo,
04:38Estados Unidos e China.
04:40E quando a gente fala dessas duas maiores economias,
04:42o comércio entre os dois países é muito importante.
04:44E se há uma desaceleração do comércio dessas duas economias,
04:49a gente acaba tendo impacto sobre o restante.
04:51A gente quer despegar, por exemplo, o caso da soja,
04:54o caso do óleo de cozinha,
04:56que agora também entrou na pauta das tensões
04:59entre Estados Unidos e China,
05:01aí tem o consumo de produtos chineses nos Estados Unidos
05:04e vice-versa.
05:06Então, quando você tem barreiras, dificuldades
05:09para promover o comércio nacional,
05:10isso acaba impactando a diminuição da produção.
05:14E se a gente pensa no caso da China,
05:15como o Brasil exporta minérios,
05:17exporta produtos para a China,
05:18isso acaba também impactando.
05:19Se a China exporta menos para os Estados Unidos,
05:22a China tem menos demanda do Brasil
05:23e se tem impacto na economia brasileira.
05:25Se as economias europeias,
05:27que também deixaram passar,
05:28essas pressões por parte dos Estados Unidos
05:30em razão das tarifas,
05:33tem aí uma diminuição das exportações
05:35em razão das tarifas,
05:36isso acaba também impactando a produção lá
05:38e isso vai também impactar
05:40na importação de produtos,
05:42eventualmente, do Brasil e de outros países.
05:43Então, a economia mundial como um todo
05:46acaba sofrendo,
05:47não só por uma relação entre Estados Unidos e a China,
05:51mas impacto na economia global como um todo.
05:53Lembrando que, assim,
05:54não é só a China que está hoje tendo que negociar
05:56com a China, mas o próprio Brasil,
05:57nós estamos essa semana toda discutindo
05:59também uma negociação do Brasil com os Estados Unidos.
06:02Então, o impacto é sobre a economia mundial
06:04como um todo,
06:05essas tensões,
06:06essas políticas que o governo Trump
06:08tem desenvolvido com o mundo,
06:09não só com a China.
06:11Professor Wehara,
06:12diferente do outro gráfico,
06:14agora eu coloquei esse aqui na tela
06:15para o nosso público acompanhar,
06:18que essa é a fatia por trimestre
06:20dessa oscilação do PIB.
06:23Claro que a gente tem um fenômeno aqui,
06:25uma subida muito forte
06:27entre o terceiro trimestre e o quarto trimestre
06:31em 2023,
06:32mas ainda são dados muito contaminados
06:35pelo período pós-Covid,
06:37a retomada do crescimento,
06:40mas vamos olhar já condições mais normais
06:42de pressão e temperatura em 2024.
06:46A gente tem um primeiro,
06:48segundo e terceiro quartos mais fortes,
06:53depois uma queda que parece ser cíclica,
06:56a gente olha aqui,
06:59porém, a gente teve um crescimento
07:02de os segundos e terceiros quartos,
07:10perdão, o último quarto de 2024,
07:13o segundo de 2025,
07:15mais fortes,
07:17e agora a gente entendeu
07:18uma queda nesse terceiro quarto,
07:22nesse terceiro trimestre,
07:24quarto, como os americanos chamam de quarter.
07:27A minha pergunta é,
07:29aqui a gente viu
07:31dois crescimentos importantes,
07:33aqui uma queda que chama atenção.
07:35A China já começa a passar
07:38para o que eu vou chamar
07:41de um efeito secundário
07:42do anabolizante?
07:45No melhor sentido da palavra,
07:46fazer uma comparação
07:47com aqueles alterofilistas,
07:49que com a dieta correta,
07:51com o medicamento,
07:52com o treinamento,
07:53ele vai crescendo, crescendo, crescendo,
07:55ele tem picos de crescimento.
07:56Depois, quando ele chega,
07:58está muito forte,
07:59por mais que ele continue
08:00consumindo proteína,
08:02tomando os medicamentos corretos,
08:05a musculatura não cresce mais,
08:07porque chegou já
08:08num certo limite de exaustão.
08:10A China pode estar começando
08:13a chegar nesse ponto
08:14em que ele se fortificou demais
08:17e já não tem muito mais
08:18para onde crescer?
08:20Passou a ser um grande
08:21polo de desenvolvimento tecnológico.
08:24A gente vê a política de estado
08:25da distribuição do carro elétrico.
08:27Então, os 30 gloriosos,
08:30os golden years,
08:32como dizem os americanos da China,
08:33já passaram.
08:34A gente já tinha visto.
08:36Agora, esse século XXI,
08:38primeira, segunda,
08:38nós já estamos na terceira década
08:40do século XXI,
08:42este ritmo de uma força
08:45com uma queda
08:46tem a ver com...
08:47A China já começa a sentir pontos
08:49que já não tem
08:50para onde crescer
08:52com a mesma força de outrora?
08:56Perfeito.
08:57Acho que tem pelo menos
08:58dois fatores
08:59que a gente pode trazer
09:00para a gente fazer uma reflexão.
09:02a primeira,
09:03como você mencionou,
09:05já depois de 2008,
09:07nós tivemos um grande investimento
09:08pelo setor público chinês
09:10para manter o crescimento econômico,
09:12o dinamismo,
09:13dado que a economia mundial
09:14passava dificuldades,
09:15mas a China conseguiu manter
09:17um ritmo de crescimento
09:18e muito em função
09:19dos investimentos,
09:20principalmente na área
09:21de construção civil.
09:22Só que isso teve um impacto
09:23muito grande,
09:24a gente percebe aí
09:25a Verguin
09:26e outras grandes empresas
09:27de construção
09:29com impactos bastante negativos
09:30e isso, então,
09:32a gente percebe
09:33que ali existe um fôlego
09:35que ainda está se acabando,
09:36esse fôlego
09:36de investimento chinês,
09:38o próprio governo chinês
09:39tem sido muito mais rigoroso
09:41nos investimentos,
09:42a gente percebe
09:43que antes disso
09:43a China tinha um investimento
09:45muito forte
09:46em vários países do mundo
09:46e agora a gente percebe
09:48que é um investimento
09:48muito mais pensado,
09:50muito mais estratégico,
09:51então esse é um ponto importante.
09:52temos o fator também
09:54pós-pandemia
09:55que as cadeias de suprimentos,
09:58as cadeias de valor internacionais
09:59passaram a ser repensadas
10:01exatamente por causa
10:01dos problemas que houve
10:03em razão da falta
10:04de suprimentos,
10:05de produtos
10:06que eram muito concentrados
10:07na China
10:08e o mundo percebeu,
10:09não só os Estados Unidos,
10:10mas o próprio Brasil,
10:12os europeus perceberam
10:12que essa dependência excessiva
10:14do mercado chinês
10:15também era muito preocupante
10:16e algumas empresas
10:17e países passaram a repensar
10:20a colocação
10:21das suas fontes
10:22de suprimentos
10:23de produtos
10:24e partes,
10:25de componentes
10:26e agora mais lentamente
10:27a gente também tem que
10:28olhar para a China
10:29que tem algo
10:30que os economistas chamam
10:31da armadilha
10:32da renda média,
10:33ou seja,
10:33enquanto havia
10:34uma capacidade
10:36ou um potencial
10:37muito grande
10:37de crescimento
10:38de consumo na China
10:38porque a renda realmente
10:39era muito baixa
10:40e isso fazia
10:41com que a economia chinesa
10:42crescesse muito rapidamente.
10:44Agora,
10:44nós já temos
10:45uma renda média
10:47na China,
10:47inclusive a renda per capita
10:48na China
10:48já é a maior
10:49que é do Brasil
10:49e isso leva
10:51ali agora
10:52a uma dificuldade
10:53um pouco maior
10:53de crescer
10:54a taxa de 12%
10:55como vinha no passado.
10:57Professor Herrara,
10:58para a gente encerrar
10:59mais um minutinho
11:00de conversa
11:01e aí o meu
11:01grande desafio
11:02que começa agora
11:05o encontro
11:06da Assembleia,
11:08do Congresso Chinês
11:09e este ano
11:11para a projeção
11:12dos chamados
11:13planos de 5 anos.
11:16A gente vai saber
11:16com riqueza de detalhes
11:18só no ano que vem,
11:19talvez ao longo
11:20da semana
11:20eles,
11:21os chineses,
11:22o governo,
11:23dê algumas pinceladas
11:24do que podem ser
11:26e os orientais
11:27ao qual o senhor
11:29faz parte,
11:30em especial os chineses
11:30já provaram
11:31que são muito bons
11:32em fazer planos
11:33de médio,
11:34de pequeno,
11:36curto,
11:37médio e longo prazo.
11:38O que a gente pode
11:39esperar da China
11:40quando se fala
11:41de médio,
11:42pelo menos de médio prazo?
11:44A gente já entendeu
11:45a política do carro elétrico,
11:47transição energética,
11:49trens de alta velocidade,
11:50como o senhor muito bem
11:51pontuou,
11:52a expansão gigantesca
11:54do real estate,
11:56do mercado imobiliário,
11:57deu errado
11:57porque tem cidades inteiras
11:59que estão desocupadas,
12:01mas o que a gente pode
12:02olhar para a China
12:04para a gente ver
12:05a China de 2030,
12:07a China de 2050,
12:09que são os grandes
12:10próximos planos
12:11de expansão?
12:13Com certeza,
12:14a China,
12:15do Xi Jinping
12:15e de outros
12:17livros chineses
12:19estão olhando
12:19no médio e longo prazo
12:21para recolocar a China
12:22naquilo que ele chamou
12:23de sonho chinês,
12:25o China Dream.
12:26E essa recolocação
12:28da China
12:28no mundo
12:29passa também
12:30por um aperfeiçoamento
12:30ainda maior
12:31de tecnologia.
12:32A China não quer mais
12:33ser aquele país
12:34que no passado
12:35era conhecido
12:35como um país
12:36que fazia produtos
12:37de baixa qualidade,
12:38que era simplesmente
12:39copiar modelos
12:41ou produtos ocidentais.
12:42Não,
12:43a China está investindo
12:43muito fortemente
12:44na parte educacional,
12:46na tecnologia.
12:47Então,
12:47com certeza,
12:48este caminho
12:49de investimento
12:50e de recolocação
12:51da China
12:51no mundo
12:52vai acontecer.
12:53Não vai crescer
12:54mais a 12%,
12:55como nós falamos
12:55agora há pouco,
12:56mas com certeza
12:57vai buscar manter
12:58um ritmo de crescimento
13:00que possa,
13:01daqui a alguns anos,
13:02se não apenas equalizar,
13:04mas até mesmo superar
13:06a economia norte-americana
13:07em termos de maior
13:07economia mundial.
13:09E daí vem a grande
13:10preocupação dos Estados Unidos,
13:11não só do presidente Trump
13:13atualmente,
13:13mas até mesmo
13:14do presidente anterior,
13:15o próprio Biden,
13:16o próprio Obama,
13:17já se preocupavam
13:18com essa meta
13:19que a China tem
13:20em termos de crescimento
13:21econômico
13:21e recolocação
13:22da sua estatura,
13:24do seu status internacional.
13:25Queria agradecer
13:26a conversa que eu tive
13:27com o professor
13:28Alexandre Wehara,
13:30coordenador do curso
13:31de Relações Internacionais
13:33da ESPM.
13:35Professor Herrara,
13:36obrigado,
13:36é sempre um prazer,
13:37até uma próxima oportunidade.
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