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A tensão entre Estados Unidos e China voltou a crescer após Trump impor tarifas de 100% sobre produtos chineses. O diretor da BMJ Consultores, José Pimenta, analisou no Fast Money o impacto global da disputa e o domínio chinês nas cadeias de terras raras.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00A tensão entre China e Estados Unidos continua aumentando.
00:03No final de semana, a China reagiu ao anúncio de tarifas de 100% impostas pelos Estados Unidos
00:09e ameaçou responder às medidas adotadas pelo presidente Trump da mesma forma.
00:14Já o republicano replicou, com postagem na rede social, Truth Social,
00:18que os Estados Unidos não querem prejudicar a China, e sim ajudar.
00:23A gente vai ter uma conversa agora sobre isso ao vivo.
00:25Felipe Machado se juntou a nós. Boa tarde, Felipe.
00:27Tudo bem, Natália. Boa tarde a todos.
00:30E o diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional da BMJ Consultores,
00:34José Pimenta, também já está aqui conectado com a gente no Fast Money
00:38para a gente conversar mais sobre esse agravamento da crise comercial entre China e Estados Unidos.
00:43Tudo bem, professor? Boa tarde. Seja bem-vindo mais uma vez ao Fast Money.
00:47Boa tarde, Natália. Felipe, é um prazer estar aqui com vocês.
00:51Prazer o nosso. Bom, a China então reagiu rápido às tarifas de Donald Trump,
00:55chamou as medidas de duplo padrão.
00:58O que está realmente em jogo nessa disputa, nesse novo momento dela, hein, José?
01:04Apenas questões econômicas, poder, influência global.
01:06Como é que você está enxergando esse momento atual?
01:11Natália, tudo isso diz respeito ao novo contexto global.
01:14A gente fala novo, não é tão novo assim.
01:17Ele vem escalonando já há algum tempo.
01:18Que é o que a gente chama de geoeconomia das relações internacionais.
01:23A gente fala muito de geopolítica, porque isso no passado tinha uma leitura um pouco mais...
01:28Um pouco não, né? Uma leitura mais militar.
01:32Acoplado muito à questão militar, Guerra Fria, toda a questão de como os países se relacionavam
01:36e como procuravam manter suas políticas de projeção de poder com base, não só nas relações políticas,
01:42se não também com base em geografia, com deslocamento e toda a parte bélica, né?
01:50Nesse novo contexto, a geoeconomia, ela tende a olhar, né?
01:55As nações tendem a olhar para as suas cadeias de suprimento.
01:59Isso ganhou força com a pandemia e, sobretudo, ao final dela,
02:04porque tornou, de alguma forma, ou jogou luz a essas particularidades de cada nação,
02:11de cada país e também as fragilidades de cada nação.
02:14Então, a China começou já há um bom tempo, há umas quatro décadas,
02:19sobretudo acelerando aí nas suas...
02:21Algumas décadas, duas décadas atrás,
02:23a ter pontos específicos de controle em diversas cadeias produtivas, né?
02:31Medicamentos, algumas cadeias voltadas muito para a tecnologia,
02:35um alcance muito forte em termos de propriedade intelectual.
02:38Para isso, utilizou, sim, obviamente, da sua estratégia de atração de investimento
02:41estrangeiro direto para a produção em solo chinês, né?
02:45De várias multinacionais que foram para lá.
02:47E, a partir daí, a própria China começou a ter projeção de poder
02:52e controle dessas cadeias produtivas.
02:54Aí, a gente chega no dia de hoje, ou no que a gente está falando atualmente,
02:57muito mais, que são as cadeias de terras raras,
03:00de produção de terras raras.
03:02São produtos, ou subprodutos, né?
03:04Que se tornam produtos extremamente importantes para a economia global,
03:08quando a gente está falando de produção de chips,
03:11motores elétricos, baterias, equipamentos militares,
03:15aviação civil, e a China dominou, né?
03:19A tecnologia de extração e refino de terras raras.
03:22Hoje, para você ter noção, 70% das exportações, né?
03:26Da demanda global de terras raras é atendida pela China.
03:30E isso dá um poder relativo muito forte para a China.
03:33Em contrapartida, os Estados Unidos têm um poder relativo na questão
03:36da cadeia produtiva de softwares críticos, softwares importantes também.
03:41Então, são duas economias que se complementavam atrás,
03:45ainda se complementam de alguma forma, né?
03:48Mas cada uma agora tentando ter um poder maior,
03:52ou jogando maior, barganhando maior, barganhando mais, né?
03:56Com aquilo que lhe cabe mais, com aquilo que tem mais poder.
03:59China em terras raras, Estados Unidos em softwares críticos.
04:01E aí você tem essa questão comercial como pano de fundo de tudo isso.
04:06Então, escalonou-se de novo, né?
04:08A guerra comercial, ela vinha tendo, acho que da outra vez que eu estive aí com vocês,
04:12ela vinha tendo algum decréscimo em termos de escalonamento,
04:18tarifas já específicas aplicadas às suas contrapartes, né?
04:22Bilateralmente falando.
04:23Mas agora ganha um novo contexto, porque a China disse, né?
04:27Manifestou que vai ter um controle maior para exploração
04:31e também para exportação de terras raras.
04:34A China anunciando isso, obviamente, que impacta os Estados Unidos,
04:38que é um grande consumidor dessas terras raras chinesas.
04:40E aí o Trump contra-atacou dizendo, ok, vocês então vão ter mais controle
04:45na exportação de terras raras.
04:47Nós vamos também não só ter controle na exportação de softwares críticos,
04:52se não também ter um aumento das tarifas.
04:55De novo, um novo capítulo da política comercial norte-americana e chinesa.
04:59Dois grandes players da economia global, 40% do PIB global,
05:0330 e poucos por cento da economia, desculpa, do comércio global,
05:07que de novo passam a escalonar e a rodar aqui em cima de novo,
05:12num nível perigoso, num nível que vai trazer mais problemas para a economia global,
05:16se o escalonamento continuar.
05:18A gente torce para que não, porque tem uma cúpula vindo aí da PEC,
05:21talvez ambos os líderes, tanto Trump como Xi Jinping, voltem a conversar.
05:25Basicamente, esse é o contexto geral, mas obviamente que as cenas dos próximos capítulos
05:30vão indicar a temperatura dessa nova parte, eu diria, do conflito comercial
05:37entre ambas as ações, Natália.
05:38Certo. Obrigada por essa explicação toda.
05:41O professor e o Felipe têm uma pergunta também.
05:43Boa tarde, professor. Obrigado.
05:45Você deu um contexto super geral.
05:48A gente está vendo esse mundo que foi praticamente desenhado
05:51pela relação entre esses dois países, Estados Unidos e China,
05:53é o mundo que a gente viu até o Trump 1.0, antes de chegar ao Trump 2.0.
05:59Como é que você vê esse mundo a partir de agora?
06:01Quer dizer, na relação do bloco chinês ou de um bloco americano,
06:05e como é que fica o Brasil nessa história?
06:07Faz um pouquinho um contexto desse mundo pós-recisão, vamos dizer assim,
06:13entre as duas maiores economias, professor.
06:15É muito importante a gente olhar para o futuro,
06:20porque a China, se você, dando algumas pinceladas aqui,
06:24alguns contextos em torno do que a gente vai olhar para o futuro,
06:28do que a gente vai ver no futuro,
06:30a China já retirou a sua Organização Mundial do Comércio,
06:35a China sempre se relacionava e participava na mesa de negociação
06:40como um país em desenvolvimento.
06:41não quer ser mais reconhecida assim como um país em desenvolvimento,
06:45ou seja, a China já está mudando o tom.
06:48Essa mudança de tom veio de uma maneira muito pragmática,
06:51muito lenta, muito gradual,
06:53até a China ocupar o lugar que ela ocupa hoje
06:56como segunda maior economia global
06:58e primeira maior economia em termos de exportação.
07:01A China foi galgando isso.
07:03A China tem planos quinquenais de desenvolvimento produtivo,
07:08de subsídios específicos para a sua produção,
07:11subsídio industrial muito forte,
07:14voltado para uma matriz energética ainda muito poluente,
07:17mas que vem dando traços de possíveis mudanças.
07:20A gente espera ver, talvez, uma maior participação chinesa agora na COP
07:23a ser realizada no Brasil nesse sentido também,
07:26como um dos players que vai ter uma participação fundamental
07:31no financiamento climático.
07:32A gente assim espera.
07:33Então, tudo isso para dizer, Felipe,
07:35que a China vem ocupando flancos da economia global,
07:40do sistema multilateral, do sistema internacional,
07:43não só de comércio, mas de sistema internacional como um todo,
07:46que outrora eram ocupados,
07:48ou eram ocupados por países desenvolvidos.
07:52A Europa, os próprios Estados Unidos,
07:55que tinham uma vocalização muito forte em fóruns multilaterais.
07:58Então, a China gradualmente vem ocupando esses fóruns,
08:02vem ampliando as suas parcerias comerciais e de investimento.
08:07Então, não tenha dúvida que aquele mundo
08:09onde você tinha talvez um G7 mais apurado
08:14na década de 90, nos anos 2000,
08:17passa a conviver agora com essa dicotomia, talvez,
08:21ou com o mundo mais multipolar,
08:22mas como a China sendo um desses fóruns,
08:25um desses fóruns de desenvolvimento econômico
08:28e de parceria,
08:29onde países em desenvolvimento também podem ter
08:31algum tipo de relação, algum tipo de apoio,
08:34como é o caso do Brasil,
08:35no caso dos BRICS, como um todo.
08:38A China tem um fóruns de poder muito forte
08:40projetado ali para o Sudeste Asiático,
08:42para a Ásia como um todo.
08:43vem ampliando sua parceria com o país da América Latina,
08:47vem tentando consturar algum tipo de paz econômica,
08:51paz econômica com a União Europeia,
08:53embora muitas rústicas tenham sido deliberadas,
08:57deflagradas nos últimos anos.
09:00Então, a China não tenha dúvida
09:02que passa a ter uma participação cada vez maior
09:05quando a gente fala de poder global,
09:08quando a gente fala de poder político,
09:10poder econômico e poder militar.
09:12Estados Unidos, em contrapartida,
09:13vem perdendo isso ao longo do tempo,
09:15perdeu essa liderança,
09:17essa hegemonia, vamos dizer assim,
09:19como tinha lá atrás,
09:20e vem tendo que fazer escolhas.
09:22A escolha, por hora,
09:24é de uma industrialização,
09:25uma reindustrialização forçada,
09:28como o Trump tem feito,
09:29à base de sua política comercial.
09:30As analistas indicam que a gente entende que isso é muito arriscado,
09:35não vai gerar os benefícios que a gente acha que ele vai gerar,
09:40porque é um processo muito longo de desindustrialização
09:43e com foco em serviço da economia norte-americana,
09:46então isso tende a gerar inflação no longo prazo.
09:48A gente já falou largamente em torno disso.
09:52De outra forma, você tem uma União Europeia que busca o seu espaço.
09:55Então, são três polos de poder que tentam conversar,
09:59mas, obviamente, tem as suas rusgas.
10:01E nesse caso específico de política internacional,
10:03da política comercial,
10:05não tenha dúvida que esse caso das terras raras e dos softwares críticos
10:09não vai gerar impacto só bilateralmente.
10:12Isso vai gerar impacto no mundo todo.
10:14Quero agradecer José Pimenta,
10:16diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional da BMJ Consultores,
10:20pela participação, mais uma vez, com a gente aqui no Fast Money.
10:23Muito obrigada, viu, José?
10:25Até a próxima.
10:26Agradeço, Natália.
10:27Felipe, até uma próxima vez.
10:29Boa tarde.
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