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  • há 2 dias
Neste corte, Valter Patriani relembra o início da sua trajetória de office boy na Vasp a um dos grandes nomes do turismo no Brasil. Ele conta como ajudou a criar a CVC e a transformar o ato de viajar em algo acessível para a classe média.

Entre histórias inspiradoras e bastidores curiosos, ele explica por que “férias” é muito mais do que “viagem” é sobre realizar sonhos, criar memórias e democratizar o turismo no país.


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Categoria

😹
Diversão
Transcrição
00:00E eu entrei na CVC, e era o seu Guilherme e a dona Luísa, como eu tinha uma carreira na Varig,
00:05e eu comecei lá como boy, eu sabia emitir passagem.
00:10E o seu Guilherme já tinha algum cliente ou outro que já queria comprar um bilhete aéreo.
00:16Aí ele me conheceu e falou, você sabe emitir bilhete?
00:19Eu falei, sei, passagem.
00:21Porque eu trabalhei naquele tempo na Varig.
00:24E ele falou, vem trabalhar comigo.
00:25E aí fui trabalhar com ele, e aí começamos, a CVC cresceu, a sede em Santo André,
00:35primeiro na região do ABC, e fomos trabalhando, trabalhando.
00:3835 anos depois, estava entre as 15 do mundo, com mais de mil lojas.
00:44Nós somos pioneiros em colocar lojas em shopping center, transformando o turismo.
00:50Porque naquela época, só bacana viajava.
00:52Viajar era um ato andar de avião, voar, ficar em hotéis, era só para pessoas de mais alta renda.
01:02E a CVC veio com aquela pegada de que a classe média poderia viajar também.
01:08E foi nesse processo de democratizar as viagens turísticas que a CVC começou a crescer.
01:14abrindo oportunidades, indo em shopping, financiando em 10 parcelas.
01:19Ou seja, tornando possível o sonho de viajar.
01:23Porque quando nós falávamos com as pessoas, elas tinham três sonhos sempre.
01:30O primeiro era a casa própria.
01:33Depois era ter um carro.
01:35Depois viajar.
01:37As pessoas adoram viajar.
01:38Então elas queriam primeiro ter a casa própria.
01:41O sonho da classe média.
01:42Depois ter um carro.
01:43Isso naquela época.
01:44E depois viajar.
01:45Então a gente falou, vamos dar um jeito de tornar esse produto mais barato.
01:50Fretamos aviões.
01:51Comprávamos grandes quantidades de quarto de hotel.
01:55E vendíamos isso muito.
01:57Porque como o preço ficava mais barato, era mais legal viajar.
02:00E viajar é muito legal.
02:01E a gente tirou a ideia de viagem.
02:05Começamos a falar mais em férias.
02:08O produto não era uma viagem.
02:11Era férias.
02:12E férias é mais legal que viagem.
02:16Por que você vai dizer que férias é mais legal que viagem?
02:19Porque uma viagem, você pode ir a negócios, por exemplo, para, digamos, Brasília.
02:25Fazer uma cobertura política.
02:27Mas viagem...
02:28Férias não.
02:29Férias é você e a sua família.
02:31Férias tem uma...
02:35É muito mais aspiracional do que uma viagem.
02:39É verdade.
02:40É verdade.
02:41E virou um slogan agora você falando.
02:44Todo mundo que está vendo a gente aqui vai lembrar.
02:46Você só vê férias, você vê cê.
02:47Você não vê viagem.
02:49Então, e na época nós criávamos a ideia de que férias é mais legal que viagem.
02:55E por quê?
02:55Porque férias...
02:56Uma viagem é uma viagem.
02:58Eu vou a trabalho, por exemplo.
03:00Por mais férias você vai com a família e os filhos esperam aquilo.
03:05Inclusive é um momento emocional diferente viajar com a família.
03:09Porque você tem um encontro familiar, as famílias se encontram, pais que estão distantes dos filhos, mesmo da família, da esposa.
03:19Férias é um momento mais legal.
03:23Férias é uma viagem com a família.
03:26E ela é esperada, ela é curtida.
03:29Então, a gente começou a dizer que as lojas da CVC não eram exatamente uma loja de viagens.
03:36Era uma loja de férias.
03:38Vem tirar férias aqui.
03:40E férias é uma coisa bacana.
03:41A lei permite que uma vez por ano você viaje.
03:45As empresas até te obrigam, porque você tem que tirar mesmo, senão acumula.
03:50E você tem um período aí de 30 dias.
03:53Tem o abono, o abono férias que foi na Constituição de 88, que os trabalhadores têm direito a um terço.
04:01Ou seja, além de ter o tempo, tem mais um terço do salário.
04:05E a gente começou a dizer, usa isso para viajar.
04:08E usa isso para tirar férias.
04:10Então, o produto mais do que viagem era férias.
04:14E era legal.
04:15Então, eu sempre brinco que férias é mais legal que viagem.
04:18Você trabalha nessa área do sonho, né?
04:21Porque você falou dos sonhos das pessoas.
04:24Você começa meio por acaso.
04:26Porque o começo da vida profissional da gente, na verdade, é onde oferece uma condiçãozinha melhor.
04:30É, não tem essa de apetidão.
04:32É, hoje em dia tem um trabalho que tenha significado.
04:36Na meu caso, o significado era o salário.
04:38Era o quanto que pagava.
04:39É sobrevivência.
04:41Sobrevivência.
04:41É verdade.
04:42Com quantos anos você começou a trabalhar?
04:44Como era a sua família?
04:45Como é que você foi parar?
04:47De office boy, você começou com quantos anos?
04:49Era comum começar muito cedo, né?
04:50É, eu comecei com 15 anos na Varig.
04:53Antes disso, eu era jornaleiro.
04:55Eu trabalhava em banca de jornal, porque normalmente, banca de jornal naquela época,
05:00era sempre de senhores, mas de mais idade.
05:03E quando esse senhor precisava sair, qualquer coisa, alguém precisava ficar na banca.
05:09Então, eu deixava um garoto ali e eu acabava quebrando esse galho, ganhando um dinheirinho aqui,
05:14até que eu precisava estudar.
05:15E aí, eu entrei como boy na Varig e aí começou a minha carreira na aviação e depois eu fui para o turismo.
05:25E há uns 53 anos, quase 54, eu resolvi mudar de ramo.
05:30Porque eu já tinha 40 anos na área de viagens.
05:34Achei que já tinha feito o meu trabalho nisso.
05:37E também, no caso da CVC, ela foi vendida.
05:42Eu teria que seguir uma outra carreira, até porque chega perto de um tempo,
05:49o novo controlador coloca os executivos dessa nova história.
05:55E você, como CEO, ficaria fragilizado aceitando um novo controlador.
06:02É sempre uma fria essa situação.
06:03E eu era ligado à família.
06:05Ah, tá. Pior ainda.
06:06Eu era ligado à família, então venceu o meu tempo, muito feliz, tudo certinho.
06:11Mas eu tinha 53 para 54.
06:13E, na verdade, eu falei, caramba, eu poderia voltar no turismo,
06:19mas aí eu teria que concorrer com a marca CVC.
06:23E eu...
06:24Hoje, você precisa trabalhar bastante, mas você precisa ser feliz.
06:29E se eu concorresse com a marca CVC, com aquilo que eu ajudei a criar,
06:3335 anos, toda aquela luta, eu não sei se eu seria feliz lutando contra a própria história.
06:39Aí eu pensei...
06:41O que é isso aí, hein, Walter?
06:43Isso aí que você está falando é uma...
06:45Chega uma hora, como é que você vai lutar contra a própria criação?
06:49Mas isso é um pulo do gato que eu acho que muita gente não enxerga na vida,
06:53que você está passando aqui para o pessoal.
06:54Aí eu pensei e falei, não.
06:57E sabe aquele...
06:58A maioria das lojas da CVC eram todas franquias.
07:03Aquela pessoa que abriu a franquia, todo franqueado, é uma pessoa muito esperançosa.
07:07Ele vende carro, ele faz de tudo para montar, porque o brasileiro é muito empreendedor.
07:14Então, aquela pessoa que montou uma loja da CVC, ele fez muito esforço para montar aquela loja.
07:20E foi estimulada por mim, por toda aquela equipe, a montar aquela loja.
07:26Como é que você vai concorrer com alguém que você pediu para vender o carro,
07:29para montar a loja, vender até um comércio, uma casa, para ser empresário, para lutar contra ele?
07:35Aquilo não faria muito sentido para mim.
07:37Mas eu tinha 53 com 54.
07:40E evidentemente eu pensei, eu me sinto jovem ainda, eu estou com 67.
07:46E me sinto jovem ainda, direitinho.
07:48Eu falei, vou fazer alguma coisa.
07:50Apesar que eu precisava pensar bem, porque quando você tem 53 para 54,
07:57no 54 vai, você tem mais passado que futuro.
08:00É a vida como ela é.
08:02É a vida como ela é.
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