- há 19 horas
No Papo Antagonista desta quinta-feira, 11, Duda Teixeira, Madeleine Lacsko, Dennys Xavier conversaram com Sabrina Abud, co-fundadora da Página 3, sobre o levantamento Mais do Mesmo, que aponta que 63% dos brasileiros já pedem para a IA escrever até mensagens pessoais.
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NotíciasTranscrição
00:00E agora a gente tem uma entrevista com Sabrina Abud, cofundadora da Página 3 sobre Inteligência Artificial.
00:08A gente vai conversar sobre uma pesquisa que aponta que os brasileiros estão começando a terceirizar o próprio pensamento.
00:16Boa noite, Sabrina.
00:18Boa noite, pessoal. Tudo bem? Obrigada aqui pelo convite.
00:22Sabrina, antes de passar aqui para os meus colegas fazerem perguntas,
00:26você podia só começar a explicar um pouquinho que pesquisa é essa que vocês fizeram, com quem que vocês fizeram e qual que foi o objetivo?
00:36Claro. Bom, aqui, gente, eu estou falando em nome da Página 3, que é uma consultoria de estratégia e pesquisa.
00:45E a pesquisa mais do mesmo que a gente trouxe aqui, ela surgiu de uma conversa que a gente teve com outros pesquisadores do mercado
00:56para a gente discutir o futuro da profissão do pesquisador, né?
01:01E também quando a gente fala ali do jornalista, a gente sabe que o jornalista também atua muito como pesquisador, de certa forma.
01:08E ao longo dessas conversas a gente foi percebendo muito o quanto o pensamento está sendo delegado para tecnologias e, enfim,
01:18e inteligências artificiais. E a gente foi entender um pouco, é possível delegar o pensamento?
01:25Qual que é a diferença de pensar e de pensar criticamente?
01:29Então a gente foi estudar isso a fundo, a gente conversou com alguns especialistas no assunto,
01:35entre eles antropólogos, psicanalistas, filósofos, enfim, de diferentes setores para a gente se aprofundar nesse assunto,
01:45que é muito complexo, né? A gente fala de identidade, de pertencimento, de pensamento,
01:53então a gente conversou com especialistas e depois a gente expandiu essa pesquisa a nível Brasil,
01:59conversando com mais de 600 brasileiros a partir de uma pesquisa quantitativa com todo o Brasil.
02:09Eu fiquei curiosa para saber que tipo de pergunta vocês fizeram, porque, assim,
02:17IA é uma das coisas em que tem mais efeito Dunning-Kruger envolvido, né?
02:24Efeito Dunning-Kruger é quando a pessoa, por desconhecer um tema muito completamente,
02:30ela não tem a noção da própria ignorância, ela é tão ignorante sobre o tema que ela não consegue perceber que ela é ignorante.
02:36E em IA eu vejo muito isso, às vezes alguns trabalhos que eu vejo sendo feitos com IA,
02:43a pessoa fala assim, você está conversando com uma máquina?
02:47Aí eu falo, gente, não é possível que a pessoa não veja que está passando vergonha,
02:50é uma IA generativa, meu Deus do céu.
02:54Por que ela fala isso? Porque ela conversa com a máquina, essa que é a verdade.
02:58Só que essas pessoas, quando vão responder para você, elas respondem do ponto de vista delas,
03:04que elas acham que elas entendem do negócio.
03:05Então eu fico curiosa de saber que tipo de pergunta que você fez,
03:10que num terreno tão pantanoso, possa te levar a uma conclusão.
03:14É, eu acho que para começar a te responder, Madá,
03:17eu acho que é importante a gente se alinhar aqui,
03:21de que quando a gente faz uma pesquisa digital,
03:25a gente fez uma pesquisa a partir de um questionário online.
03:28Então a gente já está com um viés de respondentes digitalizados,
03:32que enfim, são pessoas que responderam ao questionário,
03:36foi um questionário longo, a partir, enfim, a partir de algum meio digital,
03:41seja ele um computador ou um celular.
03:43Então a gente já tem um pouquinho desse viés aqui.
03:46Mas, inclusive, eu concordo muito com esse seu ponto,
03:51inclusive teve uma pesquisa recente, que não é a pesquisa mais do mesmo que a gente fez,
03:56mas que é recente, assim, de mais ou menos um ano atrás,
04:00então como a IA é um assunto que tem evoluído muito,
04:03então provavelmente hoje já sairiam outros resultados,
04:06mas que os brasileiros, mais de 70%,
04:12eu não lembro o número exato, mas diz que sabe o que é uma inteligência artificial, né?
04:18Mas nós pesquisadores, a gente sabe que quando a gente vai perguntar,
04:22de fato, em uma entrevista mais qualitativa, aprofundada,
04:25não necessariamente a resposta dessa pessoa é a resposta correta.
04:29Então, sim, a gente sempre tem esse tipo de viés,
04:32principalmente quando a gente se trata de uma pesquisa quantitativa,
04:36em que a gente tem pouca profundidade ali no sentido de olho a olho,
04:41de conversar com os brasileiros mais profundamente, de fato.
04:47Mas, que tipo de pergunta a gente faz, né?
04:50Então, também queria só trazer um ponto aqui,
04:53que quando a gente fala IA hoje em dia,
04:56a principal associação que os brasileiros fazem é chat-PT,
05:02ou Gemini, enfim, ou Cloud,
05:06então, essas principais IAs, essas LLMs,
05:10que estão, de fato, sendo mais citadas,
05:14enfim, na mídia, ou o que chega para eles.
05:18Então, muitas vezes, quando a gente fala IA,
05:21a primeira coisa que, principalmente IA generativa,
05:24a primeira coisa que as pessoas associam é, de fato,
05:27é um chat-GPT.
05:30Então, muito do que a gente traz aqui, de fato,
05:33é quando a gente fala de inteligência artificial,
05:35do ponto de vista dos respondentes,
05:38é muito associado a essa conversacional
05:42que a gente tem com chat-GPT e afins, né?
05:45É, não só o chat-GPT, claro,
05:48eu trouxe outros exemplos aqui,
05:49mas também inteligências artificiais
05:52que ajudam na criação de uma imagem,
05:54de um conteúdo, de um audiovisual.
05:58Então, por isso, a gente pergunta, por exemplo,
06:00na hora de criar algum conteúdo audiovisual,
06:04se essa pessoa prefere criar,
06:07ou quando ela vai criar um texto,
06:08se ela prefere criar esse texto de forma sozinha,
06:12sem nenhuma ajuda,
06:13com a ajuda dos colegas do trabalho,
06:15ou com a ajuda de alguma inteligência artificial.
06:19Então, a gente parte muito do pressuposto
06:21de que quando a gente fala que inteligência artificial,
06:24no estudo, a gente está trazendo muito
06:26essa inteligência artificial generativa,
06:28mas conversacional.
06:31Por exemplo, tem um dado no estudo
06:33que a gente perguntou se as pessoas costumavam
06:40usar algum tipo de inteligência artificial generativa
06:44para ajudá-los em respostas
06:49e elaboração de mensagens no âmbito pessoal.
06:53E aí, o dado é que, enfim,
06:57mais de 60%,
07:00eu vou pegar o número aqui bonitinho
07:02para também não falar besteira,
07:04mas mais de 60,
07:0663%
07:09disse que sim,
07:11que costuma pedir ajuda
07:14para algum tipo de inteligência artificial
07:16para escrever mensagens pessoais.
07:18Então, é claro,
07:21eu acho que tem alguns vieses aqui
07:23de pessoas digitalizadas respondendo,
07:26vieses do que é inteligência artificial,
07:29de fato, para cada um deles,
07:30mas a gente fala muito aqui
07:33no estudo dessa inteligência artificial generativa
07:36mais conversacional, de fato,
07:38que a gente fala aqui
07:40que é aquela tela em branco
07:41clássica ali do chat GPT.
07:45Sabrina, eu sei que o Denis está louco
07:46para fazer pergunta,
07:47mas deixa eu fazer uma bem rapidinho
07:49aqui para você,
07:50porque se a inteligência artificial
07:52está ajudando as pessoas
07:53nessa parte conversacional,
07:56por que o estudo de vocês
07:57encontrou que 76% das pessoas
08:00dizem que conversar e se relacionar
08:03ficou mais difícil?
08:06É com os outros,
08:08com as outras pessoas.
08:10O que a gente descobriu
08:11com o estudo,
08:13com mais do mesmo,
08:14é muito gostoso.
08:18A gente conversou,
08:19entrevistou com pessoas também
08:20de forma qualitativa,
08:22e é muito gostoso
08:24você conversar com uma inteligência artificial
08:26que, de certa forma,
08:29ela está sempre te agradando.
08:31Então, a gente já viu,
08:33isso é óbvio,
08:34as inteligências artificiais
08:36elas têm evoluído muito,
08:37mas a gente já ouviu muito
08:39falar do quanto as IAs
08:41elas bajulam as pessoas.
08:43Então, Sabrina,
08:44que excelente pergunta
08:46que você fez,
08:47que pensamento intrigante,
08:51maravilhoso, enfim.
08:52Então, é muito gostoso
08:53conversar com uma inteligência artificial
08:56que está sempre concordando
08:58com você de alguma forma.
09:00E mesmo quando ela vai te corrigir,
09:02ela fala de uma forma
09:04que parece que o que você falou
09:06está certo,
09:07ela não discorda de você,
09:08é difícil.
09:09Então, existe um lugar
09:12da gente,
09:14que eu confesso
09:15que eu acho perigoso
09:16quando a gente começa
09:17a conversar muito
09:20com a inteligência artificial
09:21nesse sentido,
09:23que é de se acostumar
09:24com esse tipo de troca
09:27que não é a troca na realidade.
09:29Na realidade,
09:29a gente conversa com pessoas
09:30que não necessariamente
09:32estão achando
09:32a nossa pergunta inteligente,
09:35não necessariamente
09:35estão achando
09:36o nosso pensamento intrigante,
09:38não necessariamente
09:39vão concordar
09:40com aquilo que a gente falou.
09:42Então, o que acontece
09:43é que
09:44quanto mais a gente
09:45se acostuma a conversar
09:46com inteligência artificial
09:48desse tipo,
09:50a gente vai perdendo
09:51um pouco o costume
09:52também de
09:53aceitar o diferente.
09:55Então, a gente,
09:56putz,
09:56eu vou numa roda
09:57de conversa
09:58e eu começo a expor
09:59meu pensamento
10:00e alguém começa a falar
10:01que pensa diferente
10:02e eu perco a capacidade
10:04de lidar com isso,
10:06de conversar com o diferente,
10:07de escutar um ponto
10:08de vista diferente.
10:10Então, eu acho que
10:11esses dois dados,
10:12eles dizem muito sobre isso.
10:15As pessoas,
10:16elas estão achando difícil,
10:19estão cada vez
10:19achando cada vez mais difícil
10:21conversar com as outras pessoas,
10:23mas não com inteligências artificiais.
10:27Então, principalmente,
10:28quando a gente olha
10:28para os mais jovens,
10:29esses dados,
10:30eles ficam ainda mais fortes,
10:32os jovens cada vez mais
10:34se comunicando digitalmente
10:37com as pessoas,
10:38mas também muito
10:39com inteligências artificiais
10:40e menos essa troca real,
10:43em que a gente, de fato,
10:45a troca real,
10:45ela nem sempre é confortável,
10:47e essa é a verdade,
10:48a troca real,
10:50você vai encontrar o diferente,
10:52você vai encontrar
10:52o pensamento diferente,
10:54às vezes você vai ficar
10:55numa saia justa,
10:56sem resposta,
10:58e eu acho também
10:58que somado a isso,
11:00tem um ponto de que
11:02a gente começa
11:05a ficar muito empoderado
11:06com a inteligência artificial,
11:08que faz a gente acreditar muito
11:10quando a gente tem essas trocas,
11:13de muito,
11:14parece que ela está puxando
11:16o nosso saco,
11:17vamos dizer assim,
11:18a gente começa a acreditar,
11:21de fato,
11:21que a gente entende muito
11:22sobre esse assunto,
11:24de que eu sou capaz
11:26já de ter uma conversa
11:27super profunda
11:28sobre esse assunto,
11:28e não necessariamente,
11:30então, às vezes,
11:30eu vou conversar com uma pessoa
11:31que estudou, de fato,
11:33mais a fundo,
11:34que se aprofundou nisso,
11:35e eu não consigo manter ali
11:36o nível da conversa,
11:38e isso frustra, né?
11:39Então, todas essas frustrações
11:41vão fazendo com que as pessoas
11:42sintam que está difícil,
11:44está difícil conversar
11:46com os outros.
11:47caramba, Sabrina,
11:49olha, eu vou começar a olhar
11:50a Iá de outra maneira,
11:52você tem toda razão, né?
11:53A nossa interação ali com a Iá
11:55parece uma pessoa bajuladora,
11:57que excelente pergunta, né?
12:00Que bom que você está interessado, né?
12:02E é muito diferente
12:03das conversas no mundo real.
12:07Denis Xavier.
12:08Então, a minha pergunta
12:10foi um pouco nesse sentido,
12:11será que está muito diferente
12:13do que a gente frequenta
12:14no mundo real?
12:16Quer dizer,
12:16porque há um processo
12:17de seleção,
12:18Platão falava que os iguais
12:20vão com os iguais, né?
12:21Então, a gente quer realmente,
12:23a gente vai atrás
12:23do algoritmo
12:24que favoreça
12:25um certo modo de pensar,
12:27e tudo,
12:27especialmente no país
12:28como o nosso,
12:29mas não é síndrome
12:30do vira-lata, não.
12:31Você tem um país
12:33no qual 90% das pessoas
12:35são analfabetas científicas,
12:37por exemplo.
12:38E analfabetismo científico
12:39não é ler um artigo científico
12:42em inglês
12:42sobre tema complexo.
12:44Ela não sabe ler,
12:46sei lá,
12:47um gráfico de duas linhas.
12:49Não sabe fazer conversão
12:50de moeda.
12:51Então, vamos dizer assim,
12:53puxa, mas pode haver
12:54um decréscimo cognitivo
12:56pelo uso excessivo da Iá.
12:59Mas decréscimo cognitivo,
13:02qual?
13:03Para uma população
13:05que já não é privilegiada
13:07do ponto de vista cognitivo.
13:09Será que a Iá,
13:09nesse sentido,
13:10não é um mecanismo
13:11de correção até
13:12que vai favorecer?
13:14Então, assim,
13:14pede ajuda
13:15para escrever mensagens pessoais.
13:18Eu diria que talvez
13:19a maioria dessas pessoas
13:20é porque não conseguiriam mesmo
13:22escrever uma mensagem
13:23até de
13:24vou ao cinema,
13:25volto mais tarde.
13:26Só uma provocação.
13:30Não, eu acho que
13:31que eu concordo
13:32bombou muito recentemente.
13:34A Iá está deixando
13:35a gente burro.
13:37Eu acho que também
13:37não é muito por aí.
13:39A Iá está emburrecendo
13:41a gente.
13:42Então, eu não acho
13:43que é muito por aí.
13:44Inclusive, eu acho
13:45que a inteligência artificial
13:46é uma excelente ferramenta.
13:50Eu, assim,
13:51eu uso muito, tá?
13:53Eu acho que, assim,
13:54longe de mim ser contra
13:56usar a inteligência artificial,
13:57eu realmente acho
13:58que ela é uma excelente ferramenta
13:59e pode, sim,
14:01ajudar muito.
14:03Inclusive,
14:04eu escrevi um texto
14:05e eu quero uma revisão
14:06para entender
14:06se esse texto
14:07tem algum erro
14:09de português
14:10ou enfim.
14:10Eu acho que
14:12o que a gente traz aqui
14:14como um questionamento
14:16é a problemática
14:17do o quanto que
14:19o quanto que
14:21quando a gente
14:21terceiriza muito
14:22o pensar por nós,
14:24o escrever por nós,
14:26a gente está quase
14:27chegando em um ponto
14:27que a gente está
14:28terceirizando também
14:29o sentir por nós, né?
14:31Então, por exemplo,
14:32a gente até
14:33linkou uma matéria
14:34de um casal
14:36divorciado
14:38com uma filha
14:39e que eles não lidavam
14:41muito bem
14:41um com o outro
14:42e eles começaram
14:43a conversar 100%
14:44com inteligência artificial,
14:45a partir de inteligência artificial.
14:48E aí, até aí, ok, né?
14:50Beleza,
14:51mas o quanto que a gente
14:52está nos despreparando
14:54emocionalmente
14:56para o que a vida é, né?
14:57Que é um pouco
14:57o que a gente estava falando
14:59agora há pouco.
15:00O quanto que,
15:01putz,
15:01se eu terceirizo dessa vez, né?
15:02Se eu peço para corrigir
15:04dessa vez,
15:04se eu peço para escrever,
15:06para responder,
15:06a gente já viu de casos, né?
15:09De pessoas que pedem
15:10para a inteligência artificial
15:11ajudar com, enfim,
15:14com o término
15:15de um relacionamento.
15:17Então, eu acho que sim,
15:18a inteligência artificial,
15:19ela pode muito
15:20nos ajudar
15:21em vários sentidos,
15:22inclusive a sistematizar
15:24informação,
15:25resumir informação,
15:27organizar,
15:28mas eu acho que tem um limite,
15:30qual que é esse limite
15:31de delegar para ela,
15:33pensar para nós, né?
15:34O quanto que a gente
15:36muitas vezes
15:37eu mandei para uma
15:38inteligência artificial,
15:40resumir o que eu vou
15:41conversar aqui hoje
15:42no papo com vocês
15:43e, putz,
15:44eu aceitei aquilo.
15:46O quanto que eu estou
15:46pensando criticamente
15:47em relação àquilo
15:48que eu recebi, né?
15:49Eu concordo com aquilo
15:51que a inteligência artificial
15:52falou para eu falar,
15:54eu concordo com aquele
15:55conselho que ela está me dando,
15:57né?
15:57Então, eu acho que o problema
16:00é quando a gente começa
16:01a aceitar,
16:03a delegar muito
16:04e aceitar muito
16:05o que ela está nos dando
16:06de volta
16:07sem questionar, né?
16:09E eu acho que aqui em pesquisa
16:11a gente fala muito isso,
16:13assim, a inteligência artificial,
16:14ela nos ajuda muito
16:16no processo de toda pesquisa,
16:19principalmente quando a gente
16:20fala de produtividade, né?
16:22De fato, ela ajuda,
16:23mas precisa ter alguém
16:25pensando criticamente
16:26e analisando aquilo
16:27que ela está nos respondendo, né?
16:29A gente não pode aceitar
16:31simplesmente sem questionar.
16:34E eu acho que é aí
16:35que começa a virar um problema, né?
16:37Quando a gente não questiona
16:38aquilo que está sendo recebido
16:40e a gente passa isso adiante.
16:42E também o costume, assim,
16:45eu acho que nós, seres humanos,
16:47a gente, nosso corpo humano,
16:49ele está sempre buscando padrões, né?
16:52Então, porque a gente está sempre
16:54buscando esses atalhos cognitivos,
16:56de fato, para que a gente
16:57não tenha que ter tantas decisões
16:59ao longo do dia,
17:01de uma forma que nos demande,
17:03de fato, esforço cognitivo.
17:06Então, quanto mais a gente delega
17:08e delega, a gente vai se acostumando
17:10para isso, chega um momento
17:11que a gente não sabe nem falar
17:13se eu quero jantar assim ou não, né?
17:16Será que eu quero jantar?
17:17Então, é óbvio, né?
17:19Estou levando para um extremo ali
17:20mais na brincadeira,
17:21mas eu acho que é aí
17:23que a gente começa a ver o problema.
17:26Sabrina, e nisso de terceirizar
17:28o pensamento mais crítico,
17:30a gente está quase acabando o programa,
17:31mas uma pergunta rápida.
17:32As pessoas estão ficando menos criativas
17:35ao terceirizar tudo para aí?
17:39Assim, a gente acredita muito que sim,
17:42até porque criar,
17:45a gente...
17:46Criar exige tempo, né?
17:48Pensar criticamente exige tempo.
17:52A gente até, no fim do nosso estudo,
17:54a gente traz algumas recomendações, né?
17:57De como que a gente consegue voltar
18:00a se reconhecer, de fato,
18:03a ser quem a gente realmente é,
18:05a pensar mais por conta própria.
18:07E a gente até traz um pouco
18:08de todo esse ciclo do pensamento crítico
18:11que envolve confronto com o outro, né?
18:14Para você não ficar em vista
18:15só no seu único pensamento.
18:18Envolve tempo de reflexão.
18:21Quantas vezes a gente está num papo
18:25e aí, depois de dois dias,
18:27dá um clique na gente, né?
18:29Putz, agora eu entendi
18:30o que aquela pessoa estava querendo dizer.
18:32Ou, nossa, agora eu entendi.
18:35Ou, agora faz sentido.
18:36Sabrina, infelizmente...
18:38O pensamento demanda tempo.
18:39Foi, né?
18:40Eu também vou me empolgando aqui.
18:42Mas foi ótima a conversa.
18:44Obrigado pela sua participação.
18:46A gente conversou com Sabrina Abud
18:47do Página 3.
18:49Muito obrigado.
18:50Obrigada, pessoal.
18:51Boa noite.
18:51Tchau, tchau.
18:52Tchau, tchau.
18:53Tchau, tchau.
18:54Tchau, tchau.
18:54Tchau, tchau.
18:55Tchau, tchau.
18:55Tchau, tchau.
18:56Tchau, tchau.
18:56Tchau, tchau.
18:56Tchau, tchau.
18:56Tchau, tchau.
18:56Tchau, tchau.
18:57Tchau, tchau.
18:57Tchau, tchau.
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18:58Tchau, tchau.
18:59Tchau, tchau.
18:59Tchau, tchau, tchau.
19:00Obrigado.
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