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  • há 2 dias
GloboNews Especial: Girassóis – Espectro Autista

Programa de 15/09/2025

44 min

As histórias de Otto e Davi mostram a complexidade do processo de diagnóstico e a diferença que o tratamento faz no desenvolvimento de crianças autistas.

Gênero: Jornalismo
Transcrição
00:00Música
00:02Música
00:04Música
00:06Música
00:08Deixa eu bater aqui a claquete, sabe o que é isso?
00:10Sim, eu sei. Então vai, deixa uma palma pra gente.
00:13Ação!
00:14Ô senhor!
00:16Você tá pensando em consultar sua câmera, alguma coisa?
00:19Deixa o conselho, deixa o...
00:20Ah, tá terminado aqui, deixa o conselho.
00:23Ah, tenta gravar lá de trás, daí.
00:26Tu virou diretor agora.
00:27Daí ficou assim, ó.
00:28Eu...
00:30Posso entrar lá?
00:35Pode.
00:36Então tá bom.
00:38Você viu?
00:39Alô?
00:41Agora já tá bom.
00:43Essa parte tá feita.
00:45Então, é só isso.
00:50Ótimo.
00:51Ó, vamos ver lá o que você tem pra fazer no quadro?
01:10De atividades.
01:11A primeira coisa que eu vou fazer...
01:13TV.
01:14A gente tá sem internet, filho. Infelizmente, quebrou a internet.
01:18Eu vou, então, no celular.
01:21Celular não, porque você já jogou meia horinha.
01:23Você tem duas escolhas.
01:24Ou você brinca de alguma outra coisa agora, sem ser celular, e depois você ganha o celular.
01:29Ou você não ganha o celular depois. O que você quer?
01:31Um origami só.
01:33Tá bom. Vamos fazer o origami da casa.
01:35Tá bom?
01:36Claro.
01:36Vamos fazer o origami da casa?
01:38Vamos fazer a casa, porque a gente não colocou as janelinhas, né?
01:42Isso que eu pensei, que vai ficar super legal.
01:45Cadê?
01:46Tá aqui, ó.
01:47Com nove meses, eu comecei a perceber, assim, alguns sinais.
01:51Sabe aquela coisa que a criança faz contato visual na mamada, mas ela não tá te olhando?
01:55O olhar atravessava?
01:56E como eu e minha irmã engravidamos juntos, isso foi o pulo do gato pra eu descobrir realmente que o Otto era diferente.
02:02O meu sobrinho, em três meses mais novo que ele, apresentava as coisas no desenvolvimento que o Otto, três meses mais velho, não apresentava.
02:09As pessoas veem uma criança super funcional e não conseguem entender.
02:14E falava com a minha mãe, eu falava com a minha sogra e todo mundo falava.
02:17Não, mas ele não tem nada de diferente.
02:19Vai lá no seu quarto, pegar o seu estojo pra pegar a tesoura.
02:23Tá bom.
02:23Pode ser?
02:28Vai conseguir cortar direitinho aí?
02:30Claro.
02:31Então tá bom.
02:34Agora é difícil você tirar esse negócio.
02:39Não tem cola no seu estojo?
02:41Qual que eu tenho?
02:43Essa cola aqui, ó.
02:43E a minha acabou, acredita?
02:46Posso pegar a sua emprestada?
02:48Ai, meu Deus, cortei no lugar errado.
02:50Esse daí não tem problema cortar.
02:53Tá?
02:54Vai cortando do jeito que você conseguir, mas você tá indo muito bem.
02:57Um pouquinho antes dele completar um ano, ele começou, ele falava um tacapi, tacapá, tacapi.
03:03A gente brincava que era um javanês, a gente não entendia o que ele falava.
03:07E depois de um tempo eu comecei a perceber que o que ele não sabia falar em português, ele falava em inglês.
03:12Então ele começou mami, começou daddy, aí começou vermelho, azul e yellow.
03:19E aí o que as pessoas normalmente fazem quando tem informação?
03:22Ah, ele é muito inteligente, ele é super dotado, não tem nada demais.
03:27Mas uma criança que fazia isso não sabia apontar, não sabia, sabe, pedir.
03:33E passou um desenho japonês.
03:36Na segunda vez que ele viu, ele começou a contar de 1 até 10 em japonês.
03:39Ele nunca tinha ouvido japonês na vida.
03:41Quando completou um ano, eu resolvi falar com o pediatra.
03:46O pediatra falou, mãe, eu acho que ainda é muito cedo, mas a melhor opção é a intervenção precoce em casos de autismo.
03:54Ou pode ser até ser outro transtorno, ou algum atraso mesmo, tem que ser trabalhado.
03:59Parece uma galinha agora.
04:01Tá ruim que parece uma galinha.
04:03Por que tem um bico aqui, ó? Parece um bico isso.
04:06E se eu imitar a galinha?
04:08Sim.
04:10A porta é uma dessas.
04:13Aqui é as janelas.
04:14Ele começou a fazer a primeira consulta com o Nero quando ele tinha 2 anos.
04:18Quando a gente chegou lá, a primeira coisa que o Otto fez, que ele tinha muita mania de fazer,
04:25é deitou literalmente no chão do consultório, com a cabecinha deitada no chão e ficava assim com o carrinho.
04:32Quando ele fez esse primeiro comportamento, foi a primeira pergunta que o Nero fez.
04:36Ele faz sempre isso?
04:38Aí eu falo, não sempre, mas constantemente.
04:41Pelo menos uma ou duas vezes no dia ele vai fazer isso.
04:43Perguntou um pouco se ele ia para a escola.
04:45E aí quando o Nero terminou, o Nero falou assim, olha, vocês vão colocar ele na escola,
04:50vão procurar os tratamentos iniciais, que é terapia ocupacional, fono, psicóloga.
04:55Mas mais pra frente, depois que você for pra psicóloga, que trazer um relatório pra ela,
05:00dela, a gente fala, conversa de novo.
05:02Concluído?
05:03Concluído? O que você acha?
05:05Acho que é concluído.
05:07Agora vai, eu vou fazer e você faz uma careta.
05:11Não, só para eu olhar, que é surpresa, tem que ser surpresa.
05:13Careia, careta.
05:16Cara!
05:19Muito bom.
05:20Próxima atividade.
05:21Próxima atividade, mas antes da gente fazer a próxima atividade, o que a gente vai fazer?
05:25Vai recorrer.
05:26Bota seu material dentro do seu estojo direitinho.
05:30Toma aqui.
05:34E o que a mamãe fala?
05:35Combinado não sai caro.
05:37Por cento.
05:38Meia hora...
05:39Ó, ópsicos, vem cá.
05:40Desculpa.
05:41Trinta minutos do celular.
05:43Eu vou botar o despertador.
05:45Quando despertar, o que você vai fazer?
05:48Precisa.
05:49Muito bem.
05:52Três meses fazendo terapia veio pandemia.
05:55Que era a paralisação louca.
05:57Aquela coisa de fica todo mundo em casa, todo mundo de máscara.
06:00A gente ficou quase um ano.
06:02Acho que uns nove meses sem levar ele pra terapia.
06:05Eu tinha dois anos e meio.
06:07E aí eu comecei a perceber muita negativa, muito comportamento inapropriado quando a gente falava um não.
06:15Aquilo começou a ficar cada vez mais intenso na educação dele.
06:19Ele não podia ouvir um não, que se jogava no chão.
06:22Não durou mais cinco meses.
06:24E a psicóloga já me deu o relatório.
06:26Já levei pro doutor Jair.
06:28O doutor Jair fechou o diagnóstico.
06:30Teia.
06:30Por que que pra mim foi bom pra gente, quanto família foi bom, fechar o diagnóstico?
06:36Porque por mais que tivesse sido um peso, é um peso, é um medo.
06:41Pra mim, o diagnóstico é sempre o primeiro passo.
06:45É o momento em que você sabe, não, então é isso.
06:48Então é atrás disso que eu vou agora.
06:50Abre.
06:51Abre.
06:52Peraí.
06:55Eu tava abrindo a porta.
07:00Vai descarrega.
07:08Mamãe, descai agora, ele não despertou.
07:10Boa tarde.
07:19Boa tarde.
07:20Boa tarde, Janaína.
07:22Seja bem-vinda.
07:23Boa tarde.
07:24Boa tarde.
07:24Bem-vinda.
07:25Tudo bem?
07:29O doutor Thiago já está lhe esperando.
07:31Posso entrar?
07:32Pode, por gente interessa.
07:35Por favor.
07:35Boa tarde, doutor.
07:39Olá, Janaína.
07:40Como vai?
07:41Tudo bom.
07:42Você tá bem?
07:44Tudo bem, mais.
07:45Seja bem-vinda de volta.
07:47Me senta.
07:47Fique à vontade.
07:49O doutor Thiago Figueiredo me propôs fazer uma avaliação mais aprofundada com fonodiólogos,
07:59com fisioterapia, com fonoaudiólogos e psicólogos, e eu fiz essa avaliação, foi detectado
08:17que eu sou autista, foi confirmado o TDAH e veio a revelação de que eu tenho altas
08:28habilidades, superdotação, que para mim foi um total espanto.
08:32Isso dá uma chuva de pensamentos que são confusos e são simultâneos.
08:43Então, você fica pensando em muita coisa ao mesmo tempo e não sabe organizar aquilo.
08:48Então, essa falta de organização e, às vezes, até de espontaneidade, vem do nosso próprio
09:00susto de falar assim, meu Deus, o que que tá acontecendo comigo?
09:04Tá vindo essa ideia, essa ideia, essa ideia, e a gente não consegue organizar.
09:12Tem, mais ou menos, uns quatro meses que a gente não se vê, né?
09:16E aí, eu quero saber como é que tá, como é que você tem passado.
09:21Eu estou bem, tô tranquila, dormindo bem, me adaptei ao medicamento.
09:28Hoje, a medicina reconhece o transtorno do espectro autista como uma condição de apresentação
09:35espectral que afeta o desenvolvimento cerebral, né?
09:39Então, a gente tem uma heterogeneidade de apresentação, em que é uma das características
09:45centrais da condição.
09:46Desde a primeira infância, o indivíduo, ele começa a manifestar dificuldades ou déficits
09:53no desenvolvimento ali das habilidades comunicativas sociais, os comportamentos repetitivos, os interesses
10:00restritos, hipersensibilidades ou hipossensibilidades sensoriais.
10:05Nesses quatro meses, minha mãe foi operada, ela tá tendo alguns problemas de equilíbrio,
10:13então, eu tô lidando muito, minha atenção tá sendo muito mais no sentido de cuidados
10:19com a minha mãe.
10:19Sim.
10:20Mas, é tudo muito... eu sempre fui uma pessoa muito reservada, né?
10:28Então, eu tento não sobrecarregar também as pessoas com esse tipo de situação.
10:35E ainda me coloco muito nessa situação, assim, de não vou avançar o sinal.
10:40Ainda na infância, quando uma professora falava comigo dentro da sala de aula, eu senti o meu
10:48rosto queimar.
10:49Tamanha era a minha timidez.
10:52E, na adolescência, isso não foi diferente.
10:55Então, eu tinha poucos e bons amigos.
10:59Eu era sempre... tinha um... um... um... um círculo de amizade mais restrito, mas que era
11:10sempre muito companheiro.
11:12Então, eu passava... eu... era mais ou menos isso.
11:15Esse era um... era o meu desafio.
11:19Expandir esse círculo de amizades.
11:22O conhecimento técnico, que ele hoje é muito mais apurado do que o que a gente tinha
11:27décadas atrás, e isso naturalmente traz uma sensibilidade maior para aqueles casos
11:33menos graves.
11:35Então, a gente precisa ter muito cuidado, porque hoje qualquer dificuldade social na
11:40criança já é relacionada com o autismo, e a gente tem um mundo de condições que
11:45podem levar a criança a ter dificuldades ali, em interagir com o coleguinha, em se integrar
11:50no grupo, em conseguir iniciar um contato social ou se manter numa brincadeira de grupo,
11:58por exemplo.
11:59Então, é... a melhor ferramenta hoje é um profissional bem treinado, é um profissional
12:06que saiba sobre o neurodesenvolvimento para fechar o diagnóstico.
12:10A gente sempre fala também dos desafios aí nessa busca pelo trabalho, né?
12:16A gente sabe, já falou bastante, que não é uma questão da capacidade ali técnica.
12:24Você é formado em odontologia, tem pós-graduações na área de odontologia, mas tem enfrentado
12:30aí alguns desafios.
12:33Sim.
12:35Certo?
12:36Certo.
12:37Eu não parei de me atualizar, eu fui fazendo mestrado pensando justamente em lecionar, né?
12:55Mas eu não soube me colocar como uma professora.
13:02Eu acho que tem alguma peça faltando para que eu consiga me colocar como professora para
13:13as instituições de ensino superior.
13:16Hoje, a gente classifica entre os níveis 1, 2 e 3 de suporte, sendo o nível 3 de maior
13:24necessidade de suporte, em que o nível 3, ele vai ser caracterizado por aquela criança,
13:32que tem um déficit severo ali no desenvolvimento das habilidades verbais e da fala e das próprias
13:39habilidades intelectuais, na sua maioria das vezes.
13:43E o nível 1 é aquele que vai ter as dificuldades relacionadas com a comunicação social, os
13:50interesses restritos, mas que consegue adquirir outras habilidades ali de autonomia que muitas
13:57vezes vão compensando algumas dificuldades, não todas, mas algumas dificuldades.
14:03O nível 2 vai estar no intermédio entre esses dois níveis de suporte, em que muitas vezes você
14:10tem uma característica ou outra.
14:21Ai, tia, preparei a comida dele, ele não quer papar.
14:29Davi, vamos comer a bananinha, Davi?
14:31Vamos pegar o tablet para a gente poder comer a banana?
14:36Tá bom?
14:38Vamos lá?
14:41Então vem.
14:43Eu vou lá pegar então a banana.
14:44Ele tem muita dificuldade para se alimentar assim.
14:48Vamos comer a banana?
14:51Vamos sim.
14:52Ó.
14:53Ai, olha o que você fez, Davi.
15:12Peraí.
15:13Desde a minha gestação, que eu tive muita complicação na minha gestação do Davi, tanto que ele nasceu
15:18prematuro.
15:19Então, assim, no aninho dele, ele ficava, quando era para tirar foto, coisas assim, ele
15:24tinha muita dificuldade de conseguir fixar o olhar e tudo, e eu comecei a reparar, entendeu?
15:31Ele teve dificuldade de andar, ele teve dificuldade para falar, ele andou, assim, muito tarde.
15:37Ele falou também muito tarde e ele foi crescendo, né?
15:45Sabe o que eu vou ver?
15:46Se eu faço um purêzinho para ele.
15:47Vamos deixar esse tablet aí para comer a tua banana?
15:50Vou aproveitar e vou guardar.
15:51Então, come.
15:53Para ficar forte.
15:59Joga fora.
16:00Ui, Jesus!
16:02O que é que houve?
16:04Descarregou ele.
16:06Descarregou.
16:07Eu dentro de casa, arrumando as coisas, agitando as coisas, eu ouvi um grito, né?
16:14Aí eu fui ao quarto.
16:15Quando eu fui no quarto, eu vi que ele estava se batendo, só que para mim era de frio.
16:19Aí eu peguei, cobri ele e voltei para o que eu estava fazendo.
16:23Aí ele pegou e deu outro grito, né?
16:26Um grito como se fosse de dor.
16:28Quando eu olhei, ele estava tendo uma convulsão, né?
16:32Aí com a roupa que eu estava, saí correndo, né?
16:35Direto para o estado da posse.
16:36Aí ele estava tendo uma crise epilética.
16:39Aí passaram ele na frente, aí deram medicação.
16:42Foi onde começou o encaminhamento para o neuro, né?
16:44Inclusive, a doutora de lá que atendeu ele, ela tinha me falado que havia um hospital, né?
16:50Que era no Rio, né?
16:53E que eles poderiam me ajudar em questão da situação do Davi, para poder fechar o diagnóstico dele.
17:06Vem cá na mamãe.
17:08Vem, dá a mão.
17:08Ele começou também com a seletividade alimentar, né?
17:18Além da seletividade alimentar, é aquele negócio, assim, das crianças todas se brincar e ele ficar no canto dele.
17:25E teve dias que ele chorava, assim, do nada.
17:29Ele dava crises emocionais e aí eu não entendi.
17:31Outra hora eu não entendi e depois eu passei a entender.
17:34Agora eu vou oferecer uma banana inteira.
17:37Vamos ver se ele vai comer a banana inteira.
17:38Vou fazer esse teste com ele.
17:45Toma, Davi.
17:46Aqui.
17:52Abre.
17:54Vou te ajudar.
18:02Caraca!
18:06Come devagar.
18:08Hum, que delícia!
18:12Está gostoso?
18:13E aí
18:15o que vai你可以 desse MP3?
18:18Vamos lá.
18:18Pará.
18:18Vamos lá.
18:21Vamos lá.
18:22Vamos lá.
18:22Irmãos, vamos lá.
18:36Licença, bom dia, bom dia, bom dia, tudo bem?
18:47Ah, daí está?
18:48Sim.
18:50Bom dia, bom dia, bom dia, bom dia, bom dia, e aí, tudo bem?
18:56Bom dia.
18:57Bom dia.
18:57Bom dia.
19:06E aí, Renata, como você está?
19:10Eu estou bem, eu estou ansiosa.
19:13Acho que eu fico com duas cabeças quando eu fico com ansiedade.
19:16Quando eu estou com uma dor de cabeça, aí as mensagens na minha cabeça vão muito rápido.
19:23Então, eu aprendo tudo muito rápido e parece que eu não aguento e dói.
19:29Então, tudo que eu faço, aí eu consigo fazer tudo rápido, tudo de jeito nenhum, até matemática eu detesto.
19:36Mas eu estou fazendo o curso para não me isolar, porque eu tenho vontade de ficar me isolando, e às vezes eu me isolo.
19:46Eu que ia trabalhar, só que o pessoal autista é muito criticado.
19:54Onde que eu moro, as pessoas falam que eu sou maluca, eu sou porque eu sou diferente.
19:59Trabalho para autista é difícil, escola para autista é difícil.
20:03As mães, eu conheço mães autistas que falam que se tratam, mas não têm tratamento, andam com nervoso,
20:13a foda-pede como eu, quando eu era pequenininho.
20:17Escola, fala que é escola.
20:19Tem uns que ainda nem tem humor, nem tratamento.
20:21Fala que é difícil o tratamento.
20:23A gente, aqui no Brasil, para autista ainda está um pouco complicado, um pouco difícil.
20:33Uma corda, eu não fiz coisa para comprar, mas remédio já remessa um caro.
20:37Então, tem uns remédios que eu não consigo pagar nem comprar.
20:41Trazendo mais o remédio para o seu gancho.
20:44A clínica da família encaminhou a Renata para cá, e aí nós recebemos a Renata,
21:06mas com esse diagnóstico de uma depressão, muito reclusa, querer sair de casa.
21:12E a gente começou o acompanhamento partindo desse diagnóstico, que veio já da clínica da família.
21:20E ela começou a se abrir e poder falar da vida dela, do histórico da vida dela,
21:23que até então ela não conseguia falar.
21:25Então, aos poucos, a gente foi vendo, assim, alguns sintomas, né, que casavam com o autismo, né.
21:41E aí a gente foi acompanhando a partir disso.
21:44É Maria Braga?
21:45É mais fácil você é Maria Braga.
21:48Eu não sei quem é a outra, não.
21:55Achou?
21:59Aqui, ó.
21:59Jana, ó, ele tá perguntando que ele tá com muita fome.
22:29E se já tá pronto o café?
22:36Hein, Jana?
22:38Ela nem responde.
22:40Pronto, Jana?
22:41Quase.
22:44Quase!
22:48Jana?
22:49Oi?
22:50O que tá fazendo aí?
22:51Café.
22:52Café demorado, irmão?
22:54Tá demorando.
22:55Tá.
22:56Tá.
22:56Já vai, Mãezinha.
22:59Tá bom.
23:09Deu certo, minha filha?
23:11Ó, o café.
23:14Demorou tempo demais, né, Fai?
23:16Eu, o croissant creme, queimou.
23:18Que bom, então tá bom.
23:19Põe o outro, minha filha.
23:23Agora tome cuidado.
23:25Você pôs aonde, hein?
23:26Né, Freire?
23:28Quando eu era pequeno, adolescente, pouco se falava de autismo.
23:33A gente não tinha, naquela época, uma ideia que se tem hoje que é um espectro.
23:40São diversas pessoas com diversas características, de personalidades muito diferentes que estão abrangidas por um mesmo espectro.
23:53Então, naquela época não se falava nisso.
23:58Apesar de eu ter passado por algumas psicólogas ao longo da minha vida, nunca ninguém falou isso.
24:04Quando foi feito o diagnóstico e que eu passei a entender as características do autismo, eu comecei a perceber aquelas características que já estavam em mim.
24:16A percepção aguçada de sensações, de audição apurada, a sensibilidade a odores, a paladar.
24:33Desde pequena, minha mãe via que eu não gostava de mamão.
24:37Tem pavor ao cheiro do mamão.
24:40Ogeriza.
24:41É algo que eu não sei explicar.
24:43Eu não consigo comer mamão por causa do cheiro.
24:46O olhar lateralizado de falar com as pessoas e o olhar está sempre desviando.
24:54Vem, mãezinha.
24:56Não tem nenhum queimado lá, não, né?
24:59Não.
25:00Está tudo certo lá.
25:02É, minha filha.
25:08Quer que eu coloque um cafezinho?
25:11Bote.
25:11É mesmo, está um pouco torrado, né?
25:15Como é que está o café?
25:22Amarro.
25:26Bom dia.
25:28Bom dia, tudo bem?
25:30Bom dia.
25:30Bom dia.
25:31E aí?
25:33Está bonita hoje o vestidinho.
25:35Bom jeito.
25:36Queria relembrar vocês sobre a festa de julina, que vai ser semana que vem.
25:42Estou com os convites.
25:43Vou passar para vocês, tá?
25:45Para vocês ficarem ligados.
25:46Eu posso trazer agora que eu já sei fazer bolo.
25:50Fazer bolo de cenoura.
25:52Que é esse bolo pequenininho.
25:56Aí eu posso, também você posso tentar também trazer cachorro-quente, usar você fazer cachorro-quente, um molde muito bom.
26:07Mas para mim é melhor que dar bolo.
26:13Tem a dança também.
26:15A quadrilha, né?
26:17É.
26:17A dança também.
26:21Eu achei que você não conseguiu ensaiar a quadrilha.
26:23Foi igual.
26:23Quando eu era mais nova, eu dançava.
26:28Só que, usando para cá, andou bem.
26:34E depois da depressão, parece que eu, entre, sei lá.
26:41Aí parece que eu estou começando tudo de novo.
26:44Eu gosto de música.
26:47A Rose, que estava dando aula de coisa, porque a música, ela me acalma muito, né?
26:52Aí eu, eu, eu não tenho o, aqui é negócio de barulho, então, é abafador, então eu uso muito fone.
27:03Então pode vir, eu estou o tempo todo com fone, escutando a mesma música, mais 500 vezes, porque são, são músicas que mais me acalcam.
27:14Botaria, não, eu vou te escutar.
27:18Tá bom, eu vou no único.
27:20São dois.
27:21E se você quer, para dançar ou para fazer uma apresentação?
27:29Isso é para fazer uma apresentação em conjunto.
27:32Tá.
27:32Porque ela é tipo coisinha, assim.
27:36Essa aqui ela dança...
27:39Gostei.
27:40Ela é bem, é com casal, não é sozinha, não.
27:44Mas não vai fazer igual aquela vez, não, né, Rose?
27:49Dá perdido.
27:50Não, mas naquele dia estava cheio de coisas também para resolver.
27:55A gente tem que marcar direitinho, por conta do horário.
27:58E aí, por conta do horário.
27:58A gente tem que ir, por conta do horário.
28:06A gente tem que ir, por conta do horário.
28:09Vamos lá.
28:30Quais são as vogais?
28:31A, P, I, O, U, O.
28:37O é a junção de quê?
28:38Do A com o tio, que faz o quê?
28:41O S também tem o som de Z.
28:47Casa.
28:49Quem é que lembra?
28:50Quando é que ele tem o som de Z?
28:52No meio.
28:53No meio de quê?
28:55De duas?
28:57Muito bem, Roto.
29:00Que lindo, hein?
29:01Entre duas vogais.
29:03O S tem som de Z.
29:05Parabéns.
29:06Parabéns.
29:07Vou bater aqui a claquete.
29:09Sabe o que é isso?
29:10Sim, eu sei.
29:10Então vai, tipo, uma palma pra gente.
29:12Assim.
29:13Isso.
29:14Ação.
29:15O que eu gosto mais de fazer...
29:19É...
29:20O que eu gosto mais de fazer é ficar com o meu primo.
29:25Eu queria saber na escola.
29:27O que você gosta na escola?
29:29Eu gosto de brincar.
29:30Das aulas, não?
29:33É.
29:34Mas o cara...
29:35Eu queria uma aula bem divertida.
29:38Tipo, eu queria uma aula...
29:40Que...
29:41Que o meu...
29:43Que dê uma aula de...
29:46Eu queria uma aula de...
29:48Bom, com...
29:48Eles comprarem um carro elétrico e a gente ficar...
29:53Fazer...
29:53Dirigindo o carro elétrico que...
29:56Que me poste uma aula.
29:58Daí não sair da linha.
30:00Isso seria aula?
30:01É claro.
30:02Entendi.
30:05Hoje é o que?
30:06Prova.
30:07Já é prova.
30:07Então...
30:09Prova é avaliação.
30:10Se precisar na hora da prova...
30:13Tá?
30:14Se precisar tem a sílaba pra você poder olhar.
30:17Tá bom?
30:18Essa daqui é aquela que tem assim, ó...
30:20Blah, B com R, CH.
30:24Tá?
30:24E assim mais, ó.
30:27Aqui, ó.
30:27Passa pro dado aí.
30:28Olha que daí, se eu não tomei.
30:32Eu acompanho o Otto desde o ano passado.
30:36E eu trabalho dando apoio na escola, tanto emocional quanto pedagógico.
30:42E social também, intervindo na comunicação com as outras crianças, no brincar funcional.
30:49Eu trabalho pra clínica, né?
30:51Plano de saúde.
30:52E aqui na escola eu só dou suporte pra ele.
30:55É só pro Otto.
30:56Aí eu tenho supervisão toda semana com a psicóloga dele.
31:00E a gente trabalha juntos desenvolvendo os objetivos.
31:05Por exemplo, no recreio.
31:06Ele tem uma dificuldade com mudanças repetindo.
31:11Então eu antecipo ele.
31:12Dez minutinhos antes eu vou lá e falo, ó, tô terminando o recreio.
31:17Então falta dez minutinhos, cinco minutinhos.
31:19Aí nisso ele já foi, já entendeu.
31:22E quando chega a hora, não tem comportamentos.
31:25Na sala de aula, eu dou suporte falando as sílabas.
31:29Porque ele ouvindo é melhor do que ele fazendo sozinho.
31:34Por exemplo, fala a palavra dente.
31:35Se ele falar, ele vai escrever da forma que ele tá falando.
31:39Quando eu falo, ele presta atenção na minha boca, no som que sai.
31:42Então ele consegue escrever bem melhor.
31:48Todos escreveram o nome?
31:49Tá bom ou de olho?
31:52Então vamos lá.
31:53Leia o texto a baixo.
31:55Dia de lazer.
31:57Um dia de muita diversão.
31:59Traga sua família.
32:01Venha se divertir com a gente.
32:03Esse texto serve para...
32:07Vamos lá.
32:09Leia aí e a gente pode.
32:10Vamos ler aqui.
32:12Vamos ler comigo.
32:15É...
32:15Em...
32:16Em...
32:17Sim...
32:18Na...
32:19Na...
32:20Ni...
32:21Ni...
32:22Ni...
32:23Ni...
32:23Ni...
32:24Ni...
32:24Ni...
32:25Ni...
32:25Qual das alternativas que é?
32:28Ensinar uma brincadeira.
32:31Organizar as datas.
32:33Divulgar um evento.
32:35Vender um produto.
32:38Aqui, olha.
32:39Um dia de lazer.
32:41Um dia de...
32:43Muito bem, Marcos.
32:46Quando eu conheci ele, ele não sabia escrever o nome dele completo.
32:50É cópia do quadro para ele.
32:52Era muito aversivo.
32:53Leitura.
32:54Quando eu falava assim, vamos ler, tem que ler.
32:57Nossa, ele ficava muito aversivo à leitura.
32:59Então, ele chorava, ele se desregulava.
33:02E hoje, o dia da prova, né?
33:04De português, ele lê uma frase inteira sozinho.
33:08Nossa, assim, eu fico emocionada porque é um trabalho, assim, diário, né?
33:14Que a gente faz e cada passo, cada progresso que ele tem aquece muito o coração da gente.
33:21A gente fica assim, nossa, tô no caminho certo.
33:24Tô vendo que o meu trabalho tá trazendo um futuro muito legal pra ele, né?
33:31Então, assim, é maravilhoso.
33:38Pode fechar?
33:41Pode fechar?
33:42Como é que fala isso, né?
33:44De choro.
33:45Pode fechar.
33:46Abre e fechar.
33:48Assim, ó.
33:49De coro.
33:50Não, de coro.
33:51Não.
33:52Vai, vai.
33:52Vai.
33:54Assim mesmo.
33:58Assim, ó.
33:59É, tudo.
34:00Assim, ó.
34:03É assim, ó.
34:04Não é assim?
34:06E agora, com vocês, 1201.
34:11E esse sinfoneiro, gente, será que vai mudar o ritmo?
34:15Eu já concordou que ele vai ser sinfoneiro.
34:18Então você não quer ser sinfoneiro?
34:19Eu quero ser o que tá no microfone, né?
34:23Mas quem tá no microfone, pode ser o sinfoneiro.
34:28Quero.
34:31Então você vai ensaiar sem o sanfoneiro, não é isso?
34:34Sim.
34:34Tá bom.
34:35Tá.
34:35Então eu vou botar o...
34:37Não, deixa o dano.
34:38Não.
34:38Como o bloqueio dele era dançar com alguém, a professora pensou, ai, se ele for o sanfoneiro,
34:44vamos fazer uma sanfona do Minecraft, que é o hiperfoco dele.
34:46É importante também a gente sempre colocar no que a gente quer os hiperfocos.
34:51E aí...
34:51Mamãe, mas eu não tava tinha com 2%.
34:55Pega meu celular.
34:57Sabe onde tá meu celular?
34:59A Aline me falou, Elis, vamos usar a sanfona, vai dar certo, tudo mais.
35:04Deixa só, eu já perdi meu raciocínio, eu vou falar de novo.
35:07Ó, agora vamos fazer um combinado, que combinado não sai caro.
35:10Vai deixar eu terminar de falar tudo aqui, não vai?
35:14Sim.
35:15Então fala, vou deixar eu terminar de falar tudo aqui.
35:18Então tá bom.
35:41Geralmente ele não gosta de fazer essas apresentações na escola.
35:44Então eu venho conversando com ele.
35:46A gente usa alguns mecanismos pra motivar ele, pra ele conseguir fazer aqueles objetivos.
35:52Aí hoje a motivação dele foi o quê?
35:53O microfone.
35:55Ele falou, não, eu quero ser só o que vai ficar com o microfone.
35:58Aí eu até brinquei com ele.
35:59Então, sexta-feira, vou chamar o pessoal pra gravar pra você fazer igual você fez hoje.
36:04Você fez lindamente.
36:05Aí ele ficou rindo, ele disse, sim.
36:07Então é isso.
36:08A gente vai buscando objetivos, mecanismos de que faça com que ele cumpra aquilo que a gente precisa naquele momento, né?
36:18Talvez amanhã, pode ser que ele não queira.
36:20Mas talvez chegue na hora da festa, se a gente tiver qualquer coisa e falar, dá o microfone.
36:24Ah, você vai ser o cantor.
36:25Ele já vai, mas é tudo assim.
36:27A gente tem que criar muitas estratégias.
36:29Eu queria saber mais uma coisa.
36:30Posso perguntar?
36:31Só a última.
36:33Última?
36:34É.
36:34Tá.
36:35Eu queria saber se você gosta da Aline.
36:38Claro.
36:39E como é que é assim ela com você?
36:41É porque que a Aline, na minha escola, me ajuda.
36:46E daí, ela me ajuda em várias coisas.
36:52Tipo, ela só me, não, ela me ajudava em escrever, é tipo, o cabeçalho, mas eu escrevo sozinho o cabeçalho dessa vez.
37:08Agora, agora já tá bom.
37:11Bom, segura.
37:13Ou você quer fazer uma pausa e depois continuar?
37:16Primeiro, agora.
37:18Essa, essa parte tá feita.
37:24Tem que esperar, já vai ser atendido já, tá?
37:30Vai ser difícil de eu controlar ele, mas eu vou deixar ele à vontade.
37:34Tem que esperar.
37:36Vem, Davi.
37:37Tá formada?
37:38É, já vai ser atendida?
37:40Não, tem que esperar, a dona doutor Luzimir tá chegando.
37:43Ah, tá.
37:43Tá bom.
37:44Vem aqui, Davi.
37:46Vem.
37:48Agora, a gente pode sentar, pra gente poder ver o desenho.
37:55Tudo bem?
37:56Vamos.
37:58Vamos respirar um pouco aqui.
38:06Vamos lá, então, ver a Aline.
38:09Ai, meu Deus.
38:13Gente, desculpa.
38:14Olha lá, vamos sentar aqui com a mamãe.
38:16Quer biscoito?
38:18Então, eu vou te dar um biscoito bem gostoso.
38:20Vamos sentar aqui.
38:23Gostoso.
38:24Vai ficar forte igual o russo.
38:34Pode sentar.
38:34Boa tarde.
38:38Boa tarde.
38:39Boa tarde.
38:39Tudo bem?
38:40Oi, Davi.
38:42Tudo bem com você?
38:44Deixa eu mandar sentar.
38:45E aí?
38:47Meu nome é Fernanda.
38:49Prazer.
38:49Sou neuropediatra.
38:50Seja bem-vinda.
38:51Obrigada.
38:52E hoje a gente vai continuar o acompanhamento do Davi.
38:55Sim.
38:55Eu vou fazer algumas perguntas pra ele, bem específicas em relação ao desenvolvimento,
39:00em relação ao que ele faz no dia a dia, pra gente poder montar esse quebra-cabeça.
39:05Tá bom.
39:05Esse atendimento é parte dessa avaliação multidisciplinar, que ele passa por vários
39:09especialistas e aí depois a gente se reúne.
39:13Fala, amor.
39:14O que que é isso?
39:17A gente se reúne pra te dar um parecer em relação ao caso dele.
39:21Tá bom?
39:21Então, hoje, eu vou conversar com você e vou observar o Davi aqui no meio.
39:27Tudo que ele tá fazendo, a interação dele com os brinquedos, o que ele pega, o que
39:31ele olha, isso tudo é informação pra mim.
39:33Qual o nome desse bichinho?
39:34Fala pra doutora.
39:37Qual o nome?
39:41Cicerata.
39:42Nossa, você sabe até o nome dele mesmo.
39:44Qual o nome dele, Davi?
39:48Cicerata.
39:49E me conta, de que que o Davi gosta de brincar em casa?
39:53Ele se interessa por brinquedos?
39:55Ou ele gosta mais de pegar objetos aleatórios?
39:58Então, é aleatório.
39:59É muito pouco de brinquedos.
40:00É mais quando tá distante de casa, entendeu?
40:03Que aí ele vê alguma coisa de...
40:05Os brinquedos que ele tem em casa não chamam a atenção, mas quando ele vai a algum lugar
40:09que tem esse tipo de brinquedo, chama mais a atenção dele.
40:11Entendi.
40:11Ele brinca mais com coisas assim...
40:13Objetos, ventilador, essas coisas assim, entendeu?
40:17Que não são muito...
40:19O ventilador, ele gosta de ficar parado, olhando...
40:22Não, girando a hélice do ventilador.
40:25O ventilador.
40:26Por exemplo, um carrinho.
40:28Ele pega o carrinho, ele faz o carrinho andar numa pista?
40:32Ou ele acha mais interessante virar o carrinho e ficar olhando a roda?
40:35Ele vira o carrinho e fica girando a rodinha.
40:40E a mudança de rotina, incomoda ele em algum aspecto?
40:46Por exemplo, tudo nele tem que ser exatamente daquele jeito, todos os dias.
40:51Sim.
40:51A coberta dele.
40:53Ele não consegue trocar a coberta, até mesmo quando eu vou lavar, ele chora, ele tem
41:01até insônia, não dorme.
41:02É mesmo?
41:03É.
41:03Então, da sensibilidade, até mesmo ele não tem noção das coisas que é perigosa,
41:08daquilo que é um exemplo, o fogão.
41:10Ele mexe no meu fogão direto.
41:12E aí, se ele queima as mãos dele, pra ele é uma coisa natural.
41:15Se ele vê um bicho, ele pega naturalmente.
41:18Ele não consegue fixar, que é uma coisa que é perigo, entendeu?
41:22Pra ele.
41:23Ele não atende os comandos.
41:24Ele não atende os comandos, até mesmo os brinquedos.
41:27Eu falo, vai, Davi, se reúne com seu irmão, que eu tenho mais filhos, né?
41:31Pra você poder pegar, guardar os brinquedos e tudo, pra a mãe bater palma pra você.
41:35Ele não, não pega.
41:38Isso que ele tá fazendo aqui, é uma novidade pra mim.
41:41Ih, é, Davi.
41:43Né, Davi?
41:43Vou começar a repetir isso em casa também.
41:45Vem, mamãe, vem.
41:47Já tá dando o tempo dele, né?
41:50É, tá vendo?
41:50Cansado, é.
41:52Mas, pra mim, já consegui perguntar bastante coisa.
41:55Tá?
41:56Obrigada, tá?
41:57Prazer foi meu.
42:02Tchau, Davi.
42:03Davi, dá tchau pra doutora, Davi.
42:05E aí sai correndo, tá vendo?
42:06Tchau!
42:09Quatro.
42:12Cinco.
42:15Tá bem?
42:16Tudo certo?
42:19As luzes não ajudam.
42:21Algo de errado não está certo.
42:23Tem como apagar?
42:25Tem.
42:25Sempre fica aquela imagem estereotipada e até meio preconceituosa dos autistas com pessoas
42:34excêntricas e não são.
42:38A gente é mais sensível.
42:40Se eu pudesse descrever o autismo em uma palavra, eu acho que seria o excesso de sensibilidade.
42:50Algo de errado não está certo.
42:54Ela bebe por aqui.
42:55Calma.
43:01Tudo bom com o senhor?
43:02Tudo bem.
43:03Nossa senhora.
43:15Quais assim, vamos lá, só lá, gente.
43:33Os ônibus estão cheios de gente, um ônibus cheio de gente, quatro e três, é a hora que
43:52eu também não gosto do que a gente vai fazer, sai de casa da hora, a casa da hora, a casa da hora.

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