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O Documento JP investiga os limites e os perigos da exposição de crianças nas redes sociais. Uma discussão sobre a responsabilidade de pais e plataformas na proteção de uma geração que já nasce conectada.

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https://youtu.be/-eEiFNrDpbA

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Transcrição
00:00Em resposta à cultura do sharenting, que vem do termo share, que significa partilhar,
00:08e parenting, que se refere à paternidade e à maternidade,
00:12um número crescente de pais opta por não expor seus filhos nas redes sociais.
00:17Essa escolha consciente busca proteger o direito fundamental da criança à privacidade,
00:22evitando a criação de uma pegada digital permanente
00:25e os riscos de segurança como a exposição a criminosos.
00:30Apesar de enfrentarem pressão social, esses pais acreditam que a recompensa é um ambiente
00:35onde a autoestima da criança se constrói de forma autêntica.
00:40Longe da validação por likes, para eles os momentos mais preciosos de uma família
00:45são aqueles vividos e guardados, garantindo uma infância genuína e privada.
00:52Eu tenho três filhos, tá? Então eu tenho um filho adulto e eu tenho dois filhos menores de idade.
01:00A princípio, o meu Instagram não era profissional.
01:04Hoje eu só tenho um Instagram profissional que eu mostro a minha vida.
01:07Então assim, eu parti do princípio que a pessoa que está lá, ela quer ver o que eu faço, como eu faço.
01:13Eu sei que os meus filhos fazem parte da minha rotina, da minha vida, obviamente.
01:19Mas assim, eu fiquei com muito receio, não vou falar para você, no começo era um pouco misturado,
01:24mas teve um tempo que eu parei, fiquei com muito receio de ficar postando os menores.
01:30Se você me perguntar, o grande, que ele é maior de idade, ele tem consciência, ele sabe responder o que ele quer,
01:36ele sabe se ele quer ou não quer, tanto que várias vezes eu falo, filho, vamos tirar uma foto e ele fala, não.
01:42E tá tudo bem porque ele sabe que o meu Instagram é aberto, e meu Instagram é profissional.
01:48Então ele tem esse poder de decisão.
01:52Várias vezes você vai entrar no meu Instagram e eu tô com ele.
01:54Agora, os pequenos, eu acho que eu não tinha o direito de achar, porque eles ainda não sabem,
02:02se querem ser expostos ou não.
02:04Então o que eu faço?
02:05De verdade, às vezes eu tô num contexto da minha vida particular,
02:11que faz sentido para a minha vida profissional aparecerem nos meus filhos.
02:15O que eu faço?
02:16Uma foto de costas, uma foto de, ah, se eu quero mostrar o tênis novo,
02:21ah, olha esse tênis, que bacana, mães, porque eu dou esse tipo de dica no meu Instagram.
02:26Eu mostro o tênis, eu não mostro a criança para falar do tênis.
02:30Então foi mais por isso, porque eu achei que eu não tinha esse direito.
02:34E no futuro, com maior de idade, eles vão poder opinar e, mais do que opinar,
02:40eles vão poder argumentar, mãe eu quero ou mãe eu não quero.
02:44Vida de rede social, uma vida que não é de verdade, né?
02:48Não é, o que a gente vê lá, na verdade, são só coisas bonitas.
02:52Mas assim, a vida, infelizmente ou felizmente, são coisas boas, não tão boas.
02:58Então sim, eu sou, às vezes, ah, você não postou, a gente foi, todo mundo, a família estava junto, unida,
03:04feliz, naquele momento maravilhoso, você não postou?
03:06Não, eu tirei a minha foto e guardei para mim.
03:10Mostro para os meus filhos, eu tenho o hábito de revelar fotos, como antigamente.
03:15Então eu monto álbuns, então os meus filhos, eles manuseiam aquele álbum antigo com foto mesmo, sabe?
03:22Tira foto, cola na geladeira.
03:23Então eu acho assim, o meu intuito, quando eu tiro uma foto, é ter essa memória para mim, para minha família,
03:32para os meus amigos, para as pessoas que me amam e que eu conheço e que eu tenho um certo relacionamento.
03:37Então sou, sim, criticada, mas não abro mão.
03:42Ela ainda não é formada, o cérebro dela não tem formação o suficiente para distinguir o que ela quer, o que ela não quer.
03:48E por respeito à liberdade dela, eu preferi escolher como, por não, publicar as fotos e vídeos dela na internet.
03:58Acredito que, mais do que seguir um padrão, a segurança da minha filha é mais importante do que tudo.
04:05E mesmo o respeito pelas decisões que ela um dia vai virar a ter.
04:11Eu tive um conhecido que foi presidente da pedagogia digital.
04:15Então aquilo abriu os meus olhos sobre, para uma pessoa, meu Instagram, mesmo sendo privado,
04:21eu percebi que eu podia ter pessoas ali dentro, amigos muito próximos, que a gente não sabe o que está acontecendo.
04:27E que a gente não sabe se essas pessoas estão fazendo uma coleta, do nosso estado, de reunião.
04:31A gente não tem esse nível de contabilidade.
04:33Isso passa também das redes sociais, né?
04:36A gente tem exatamente essa percepção no dia a dia com os nossos filhos,
04:40de não deixar os nossos filhos em situações de risco.
04:42Então eu entendi que aquilo também é uma situação de risco.
04:45Quando eu exponho o meu filho, fotos, imagens, dados, principalmente dados sobre a escola.
04:53Então eu tomei essa decisão enquanto, antes de me gravar e quando eu engravidei,
05:00aquilo era uma certeza, assim, para mim.
05:03Então, logo depois que ele nasceu, eu compartilhei uma foto com uma colega de trabalho.
05:08Quando ele nasceu, eu falei, ah, ele nasceu.
05:11E quando eu vi, ela tinha virado um e-mail corporativo.
05:15As pessoas usaram a foto do meu filho, que eu tenha sido,
05:18mandaram um e-mail para todo mundo da empresa falando, olha que legal, ele nasceu.
05:23E eu vi uma exposição, assim, que eu falei, cara, não achei legal.
05:26Então, eu sigo isso desde o dia zero do nascimento dele,
05:32de não expor nas redes sociais e eu sigo isso muito à risca em todas as minhas redes
05:39e tudo que é atrelado à minha rede também.
05:43Em meio à crescente onda de pais que optam por manter a vida de seus filhos longe da internet,
05:48a influenciadora Tarine Goulousian se posiciona na contramão.
05:53Mãe de três filhos e criadora de conteúdo,
05:56ela representa um modelo de negócio em que a rotina e o desenvolvimento dos filhos
06:01não são apenas documentados, mas se tornam o ponto central de sua presença online.
06:06O seu conteúdo, que atrai muitos seguidores,
06:09é um caso que exemplifica o dilema do Cherington,
06:12a linha tênue entre o ato de compartilhar por amor
06:16e a necessidade profissional de gerar engajamento.
06:19Nesse contexto, os filhos se tornam protagonistas de uma narrativa
06:23que molda não apenas a marca da influenciadora,
06:26mas também a identidade pública deles.
06:29Mas ela relata que, mesmo assim, recentemente,
06:32mudou o que compartilha sobre a rotina dos filhos.
06:38Eu realmente estou me limitando muito mais agora
06:41do jeito que elas estão vestidas, que não estão.
06:43Às vezes elas estavam na banheira com espuma
06:47e eu queria alguma coisa que elas estavam fazendo fofo.
06:49Eu tirava uma foto ou um vídeo e colocava um emoji
06:51na frente do peito pra não aparecer.
06:54E eu vi uma especialista dizendo que não é pra fazer isso.
06:58Que pras pessoas que têm ali uma malandragem na cabeça,
07:01é o máximo ver um emojizinho.
07:03Eles viajam naquele emoji, sabe?
07:05Uma coisa que você nunca parou pra pensar.
07:07E ela falou, não bosta.
07:09Se seu filho tá sem roupa ou alguma coisa, não põe emoji.
07:11Algumas mães mostram o banho do bebê e põem alguma coisa ali no...
07:14E falam, não, não, não mostre.
07:17Não tem o porquê.
07:19E a gente que cresceu, a gente não cresceu com isso,
07:21mas a gente veio desenvolvendo a nossa vida com a internet.
07:26A gente tá muito acostumada a mostrar, né?
07:29Então é pra gente se limitar cada vez mais.
07:31Porque realmente a gente preza pela segurança dos filhos.
07:33É pra explorar e mostrar cada vez menos.
07:37Eu vejo muitas pessoas que não expõem a rotina,
07:40que não expõem os filhos.
07:41E eu acho isso muito legal.
07:43Eu acho que é seguro pros filhos.
07:45São essas crianças que vão estar completamente seguras.
07:47As crianças que os pais não expuseram a imagem jamais,
07:50não expuseram a rotina,
07:52a gente pode dizer que eles estão um patamar acima de segurança.
07:55Eu, infelizmente, não consegui.
07:57Eu tenho certo prazer em expor a minha vida.
07:59Eu tô numa viagem, eu sinto uma vontade de comunicar,
08:03de falar, de dar dicas.
08:04É uma coisa minha, sabe?
08:06Eu, infelizmente, não consegui, não consigo
08:08por uma coisa natural minha, que gosta de se comunicar,
08:10gosta de falar.
08:11É um perfil meu.
08:12De cada pessoa tem um perfil meu.
08:14É de comunicar, de dar dicas, de falar.
08:16Eu acredito que eu ter exposto a minha vida desde o início, assim,
08:19eu acabei ajudando muitas pessoas.
08:21Eu tenho muitos relatos de mulheres
08:23que estavam presas em relacionamentos,
08:26às vezes tóxicos, às vezes dependentes.
08:27Ela achava que ela precisava do marido.
08:30E eu mostrei, porque eu sou mãe solo por opção,
08:32eu acabei mostrando a minha vivência.
08:35Eu fiz a bless por fertilização,
08:36porque eu queria ser mãe solo,
08:38eu não queria ter um relacionamento,
08:40eu não queria ter um homem só pra ter um filho.
08:43Então eu acabei mostrando esse outro lado.
08:45Você quer ser mãe?
08:46É só ser mãe que você quer ter.
08:47Você não precisa estar num relacionamento tóxico,
08:48dependente.
08:49Eu fui lá e fiz ela por fertilização.
08:52Muitas mulheres fizeram isso.
08:53Eu tenho muitos relatos, assim,
08:55dezenas de mulheres que fizeram fertilização,
08:57se sentiram empoderadas
08:58e viram que a vida é possível
09:00por conta da minha vivência com a bless.
09:02Então isso me deixa muito feliz,
09:04saber que eu expus a minha vida
09:05pro lado positivo de ser influenciadora,
09:07de influenciar pro bem.
09:09Então muitas mulheres hoje são livres,
09:11são dependentes,
09:12são independentes,
09:13porque viram que dá pra você ser mãe
09:15sem precisar de um marido.
09:16É claro que não é errado o teu marido,
09:18mas é possível.
09:19E no caso do Bernardo,
09:25ele teve um diagnóstico tardio de autismo.
09:27Eu sempre suspeitei de autismo,
09:28mas os médicos nunca diziam
09:30e eu nunca desisti,
09:32porque acho que ia ser bom ele se entender,
09:33ele entender,
09:34pra respeitar ele mesmo.
09:36A gente descobriu o diagnóstico de autismo
09:38com 13 anos.
09:39Depois disso,
09:40de tanto ter batido nessa tecla,
09:41ter exposto ali,
09:42o que aconteceu,
09:43como é que foi que eu descobri,
09:44qual o profissional,
09:45qual o caminho seguir,
09:46e depois quais benefícios
09:48que as pessoas do autismo,
09:50do espectro autista tem,
09:51que o governo,
09:52que a legislação dá pra essas pessoas.
09:56Muitas pessoas descobriram o diagnóstico,
09:59depois foram atrás dos benefícios que tem,
10:02porque ajuda muito isso, né?
10:04E no caso da Bela,
10:05eu tive uma gravidez que foi difícil,
10:07tive alguns problemas com o genitor,
10:09e mostrei o quão foi difícil
10:12e como essa fase passa,
10:14os caminhos pra seguir,
10:15e como foi uma luta,
10:16e depois como foi
10:17as consequências disso tudo,
10:20o que precisa de terapia,
10:21como é que a gente construiu
10:23essa nova vivência,
10:24e muitas mulheres se identificam também,
10:26que tiveram problemas com o genitor,
10:28hoje em dia já sabem o caminho
10:29pra poder viver na paz,
10:31o que que precisa fazer.
10:33Então eu acho que eu acabei
10:34de expor a minha vida,
10:35eu tenho certeza absoluta
10:37que eu ajudei muitas mulheres.
10:39E eu acho que esse é o lado bom,
10:40que é de expor a vida,
10:42acho que não tem só um lado ruim,
10:43realmente a gente tem que ficar ligada
10:44pra exposição dos filhos,
10:47porque muita gente maldosa
10:48assiste, acompanha.
10:50Então tudo com limite saudável,
10:52eu acho que só tem a beneficiar todos,
10:54porque é uma grande comunidade
10:56que vai se ajudando
10:56e trocando dicas positivas.
10:58Muitos acreditam que um perfil privado
11:07nas redes sociais
11:08garante a segurança
11:09de suas postagens.
11:10Mas essa é uma ilusão perigosa.
11:13Na internet,
11:14a privacidade é um conceito frágil
11:15e um único seguidor
11:17ou a invasão de uma conta
11:18é o suficiente
11:19para que fotos íntimas
11:21ou informações valiosas
11:23vazem e sejam disseminadas
11:24em grupos de pedofilia
11:26e fóruns criminosos.
11:28É o que relata
11:29o advogado especialista
11:30em direito digital,
11:32Luiz Durso.
11:33Não existe privacidade na internet.
11:37Então, quando alguns pais,
11:40de maneira inocente,
11:42acabam postando foto
11:43dos seus filhos
11:44num perfil fechado
11:45numa rede social
11:46e por causa disso
11:48diz,
11:49não, meus filhos estão seguros,
11:51não foram expostos,
11:52ele está iludido.
11:53Porque hoje,
11:55qualquer seguidor
11:56ou ele mesmo
11:57pode ser invadido
11:58a qualquer momento
11:58e aquela foto vazar.
12:01Fotos que seus filhos
12:02estão de uniforme,
12:03o que gera risco
12:04à segurança
12:04daquela criança
12:05por sequestros.
12:07Fotos de viagens,
12:09carros,
12:10receitas,
12:11toda a situação
12:12em que a família
12:14muitas vezes
12:14não deve expor
12:15que chama a atenção
12:16de criminosos
12:17e quando há uma exposição
12:18dos filhos
12:19especificamente
12:20de roupas
12:22de banho,
12:23na praia,
12:24fazendo danças,
12:25etc,
12:26que deveria ser
12:26algo particular
12:27e íntimo,
12:28acaba sendo exposto
12:29para toda a internet
12:30porque mesmo
12:30o perfil fechado
12:31ele pode ser passivo
12:33de acessos
12:34de terceiros
12:35como, por exemplo,
12:36qualquer servidor
12:37ter a sua conta invadida.
12:39E aí não existe
12:39mais privacidade,
12:41essa conta
12:41ou essas fotos
12:42caem na rede
12:43e são disseminadas
12:45nesses grupos
12:45de pedofilia.
12:47Então os pais
12:47que não querem
12:48expor os seus filhos
12:49não postem.
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