O Documento JP investiga a influência das grandes revoluções nos movimentos sociais. A reportagem mostra como as redes sociais se tornaram o novo e poderoso estopim para a mobilização popular. Com a análise de especialistas, entenda o impacto da tecnologia na evolução dos protestos e na luta por direitos.
Assista à íntegra em: https://youtu.be/GpDFJkQ5ivU
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00:00Na era moderna, um outro movimento popular mudou os rumos da humanidade para o que vivemos hoje.
00:07A Revolução Francesa, liderada por populares, exultou na Declaração do Homem do Cidadão.
00:14O movimento de Saint-Claude na Revolução Francesa, que foi realmente um movimento que surgiu das massas,
00:21um movimento de massas, que negou o status quo daquela ocasião.
00:28Esse sim, esse do Saint-Claude, que foi bastante violento, teria algum pertencimento com o que aconteceu depois, na esfera política da humanidade.
00:43A Revolução Francesa, a partir dos impulsionamentos derivados de várias organizações sociais,
00:49acaba que essas organizações aceleram o processo que já estava se rebuscando em toda a Europa.
00:55E essa própria Revolução Francesa irá também impulsionar revoluções liberais pelo continente americano,
01:07parte da América Central, parte também da América Latina.
01:12Então a gente vê que, na verdade, há um encadeamento de relações, encadeamento de influências,
01:19e que os movimentos sociais, portanto, têm um papel decisivo.
01:21Então você tem uma pressão, é uma pressão que vem da base, né, uma pressão que vem da base da sociedade,
01:28e essas mudanças acabam ocorrendo no âmbito político, né.
01:32Então são mudanças legais, né.
01:35Então você tem alteração no código eleitoral, em códigos penais, por exemplo, né.
01:40Eu acho que, assim, a primeira coisa importante para nós pensarmos é que tanto os movimentos sociais,
01:48eles são reflexos das transformações em várias dimensões que ocorrem na sociedade social, política, econômica, cultural,
01:59mas eles também são promotores dessas transformações, eles são atores dessas transformações,
02:06à medida que parte do seu processo de atuação está relacionado justamente a impulsionar mudanças em coisas que,
02:17ou em situações que merecem e que precisam ser atualizadas.
02:23Dezembro de 2010, em um dia aparentemente comum na Tunísia, Egito,
02:31um vendedor de frutas chamado Mohamed Bouazizi teve seu carrinho derrubado por um policial local.
02:39O motivo? A falta de licença para vender no local, problemas com os produtos e pedidos de propina.
02:45O vendedor em questão estava há anos afetado pelo desemprego em um país governado pelo presidente Zinial Abidine Ben Ali há 23 anos.
02:56Menos de um mês depois, uma cena que parou as redes sociais.
03:00Sem conseguir recuperar seus pertences na sede do governo local, Bouazizi adquiriu um galão de combustível,
03:08jogou o líquido sobre o corpo e, diante do prédio do governo, ateou fogo a si mesmo.
03:15Era o estopim da primavera árabe.
03:21Quem explica é Rosimel Insegurado, professora de ciências sociais da PUC de São Paulo.
03:27Então, aquilo foi o estopim de que tipo de sociedade é a nossa, a nossa que eu digo, a sociedade humana,
03:40que aceita, que permite que uma pessoa ponha fim à própria vida por um desespero,
03:48por uma falta de condições financeiras para poder garantir a sua existência aos demais.
03:54O nome faz referência ao desabrochar por demandas políticas, sociais e econômicas,
04:00como combate à corrupção, autoritarismo e pobreza.
04:04Assim como na República de Roma, o povo foi às ruas para gritar as suas demandas.
04:09Mas esse não era mais o único lugar em que eles estavam.
04:13Wellington Duarte, professor de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, elucida o cenário.
04:19A Árabe foi na Tunísia, foi na Líbia, foi no Egito, foi na Síria, chegou a ser também no Catar,
04:29passou por um sopro na Arábia Saudita e por aí vai.
04:34Então, esses movimentos que começaram de fato nas redes sociais,
04:38imediatamente quando foi deflagrado, eles adquiriram um novo tom, um tom da luta política.
04:44Então, você teve a emergência a partir das redes sociais, que rapidamente foi incorporada
04:48nas pretensões políticas das forças de oposição.
04:52Isso é muito claro. A guerra civil na Síria é a coisa mais explícita mesmo.
04:58Grandes manifestações contra o regime Bashar al-Assad, ditador e tal, essa coisa toda.
05:03E, de repente, o povo em armas, com armamento moderno.
05:06Então, quando nós falamos das várias transformações existentes na sociedade,
05:17a presença de formas de comunicação, de formas de conexão, como as redes sociais digitais,
05:28as plataformas que nós temos na internet, elas são fruto dessas transformações
05:36e elas também provocam uma quantidade de transformações.
05:41A transmissão do ato de Boazizi na internet ganhou milhões de visualizações
05:46e a indignação online rapidamente transformou-se em protestos contra o desemprego
05:52e a corrupção na Tunísia.
05:54As redes sociais passaram a ser protagonistas na organização dos protestos,
05:59não apenas no Oriente Médio, como em todo o mundo.
06:02A partir dessas redes, nós pudemos ver uma conexão,
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