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Vinicius Rodrigo Vieira, professor de economia e relações internacionais na FAAP e FGV, analisa a visita oficial de Donald Trump ao Reino Unido. Ele comenta a parceria histórica entre os dois países, os efeitos do tarifação sobre o comércio, os investimentos bilionários em tecnologia e o papel da aliança diante da disputa global com China e Rússia.

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Transcrição
00:00E o que podemos esperar da visita oficial de Donald Trump ao Reino Unido?
00:06Vinícius Rodrigues Vieira, que é professor de Economia e Relações Internacionais na FAAP
00:11e na Fundação Getúlio Vargas, vai me ajudar a destrinchar essas e outras questões.
00:18Muito obrigado por ter aceito mais uma vez o nosso convite aqui para batermos um papo,
00:23professor Vinícius.
00:24E eu fiz questão de conversar com o senhor porque eu sei que parte da sua formação acadêmica
00:28foi no Reino Unido.
00:29Então o senhor conhece, inclusive, ali a ilha de dentro para fora, né?
00:34Ajuda a gente a pensar como pensam os britânicos também.
00:37E para me ajudar, para que todo mundo entenda os valores envolvidos nessa viagem oficial
00:44de Donald Trump ao Reino Unido, eu vou voltar para essa câmera aqui para pedir ajuda aqui
00:49dessa tela que eu tenho a balança comercial que era do Reino Unido com os Estados Unidos,
00:58340 bilhões de dólares por ano até 2024.
01:03Estou falando que era porque essa conta agora é revista pós-tarifácio.
01:07Um crescimento anual na casa dos 8% em que os britânicos compartilhavam com os americanos
01:15uma balança maior de serviços do que de produtos propriamente ditos, né?
01:21do que de produtos que podem ser embarcados.
01:26Professor Vinícius, é claro que essas contas daqui para frente vão ser um pouco diferentes.
01:32Elas vão ser um pouco mais restritas.
01:34Mas tem uma relação aí.
01:36Estados Unidos teve uma restrição de acesso a produtos pela política tarifária do Trump.
01:42O Reino Unido também teve que rever alguns dos seus consumos depois do tarifácio.
01:49Numa analogia em que os dois foram jogados num mar de incertezas,
01:53eles se abraçaram aí para não afundarem, para um ser a boia do outro.
01:58Perdão pela minha longa explanação aqui, queria mostrar para todo mundo esses números aqui.
02:03Mais uma vez eu agradeço a presença aqui no nosso Conexão e lhe passo a palavra.
02:08Bem, Favali, muito obrigado pelo convite.
02:11É um prazer estar com você, com sua audiência nesta noite.
02:15De fato, o que explica essa aproximação é a condição econômica imediata dos dois países.
02:22Os Estados Unidos põem aí barreiras ao redor do mundo, né?
02:27E tem aí, claro, problemas de inflação já sendo anunciados pelo Trump, né?
02:33Ou melhor dizendo, querendo ser escondidos pelo Trump.
02:35E de outro lado, o Reino Unido, ele está perdido aí há quase 10 anos.
02:39Porque qual era o plano do Brexit?
02:40Mas faltou combinar com os asiáticos.
02:44Era tentar se inserir numa economia global, aberta, fora ali do âmbito da União Europeia,
02:50tentando grandes negócios com a Ásia.
02:52Tanto que foram tentados ali, inclusive, né?
02:55A entrada do Reino Unido num acordo que os Estados Unidos sobre o Trump rejeitou,
02:59que é o TPP, né?
03:01Hoje não é o TPP, o Trans-Pacific Partnership, parceria Trans-Pacífico,
03:04mas é uma continuidade desse acordo, né?
03:07Sem os Estados Unidos.
03:09O Reino Unido tentou ali entrar, tem ali uma participação,
03:12só que o mercado asiático também, ele é o que?
03:14É muito regionalizado, né?
03:15Tem a questão geográfica.
03:17Então, ao Reino Unido,
03:18resta realmente investir naquilo que aí não é conjuntural,
03:22mas é estrutural.
03:23É o que?
03:24Essa relação especial que ele tem com os Estados Unidos,
03:27do ponto de vista, inclusive, de questões de segurança, né?
03:31Aquela ideia, é o coração do mundo anglo-saxão,
03:35as duas potências hegemônicas aí nos últimos 200 anos, né?
03:39Desde a Revolução Industrial.
03:41No Reino Unido, no século XIX, começo do século XX,
03:44já em declínio ali com a ascensão da Alemanha,
03:47primeiro imperial e depois ameaçado também pela Alemanha nazista,
03:51só que os nazistas perdem a Segunda Guerra Mundial
03:53e os Estados Unidos assumem esse papel aí de potência hegemônica
03:56e sempre colocaram ali o Reino Unido como um parceiro essencial.
04:00E agora, Favale, não vai ser diferente, né?
04:02Tanto que o grande limite aí que eu acho que existe, né?
04:06Já que você mencionou aí da questão da minha formação no Reino Unido,
04:09é justamente que o Reino Unido, ele não é muito forte
04:12na questão de ciência e tecnologia.
04:15Ele é forte, é um dos países mais fortes,
04:17mas em termos relativos,
04:18ele tem ali uma mão de obra que talvez, por si só,
04:22a mão de obra britânica qualificada para esse setor,
04:25não seja suficiente para atender essas demandas aí que vão surgir
04:29caso todos esses investimentos sejam efetivados.
04:32Aí vai ser necessário o quê?
04:34Importar mão de obra.
04:36E é justamente isso que hoje os britânicos não querem.
04:39Os britânicos aí, inclusive, né?
04:40Muitos saíram em marcha em Londres contra a migração
04:43e a extrema direita está crescendo também no país.
04:47Então é importante a gente ter em mente essas questões
04:50para saber se de fato haverá aí uma viabilidade
04:53para que esses investimentos de fato tenham a maturação,
04:57tenham os resultados necessários.
04:59Sr. Vinícius, deixa eu só pegar um outro trecho
05:02que o senhor citou muito bem da nossa história mais contemporânea,
05:05o mundo pós-Segunda Guerra Mundial,
05:07a aliança dos americanos com os britânicos contra o eixo inimigo
05:12foi fundamental, obviamente.
05:15Claro que a gente não pode tirar aí dos capítulos da história
05:18a participação dos soviéticos na vitória da Segunda Guerra,
05:21mas fazendo uma leitura mais europocentrista, né?
05:24Essa aliança Estados Unidos-Reino Unido.
05:28Claro, a relação entre os dois países,
05:30a relação entre os dois é de mais de 200 anos,
05:33mas fazendo um recorte mais recente aqui.
05:37Por que eu estou lembrando dessa parceria
05:39Segunda Guerra Mundial,
05:40que depois se repete até em outros conflitos?
05:43Que é o seguinte, olhando para o século XXI
05:46e caindo num lugar comum,
05:48as relações internacionais são muito mais sofisticadas
05:51do que essa análise rasa que eu vou fazer.
05:54Mas eu vou pegar só as premissas
05:56para a gente chegar juntos a uma conclusão,
05:57que é a seguinte, né?
05:59Século XXI, a nova, entre aspas, Guerra Fria,
06:02o mundo bipolarizado, Estados Unidos de um lado,
06:05China do outro,
06:06saem os soviéticos, entram os chineses,
06:09saem os armamentos nucleares,
06:11a corrida pela hegemonia passa pela essência tecnológica
06:15da inteligência artificial.
06:18E aí, essa parceria Estados Unidos-Reino Unido,
06:21na minha leitura,
06:22o senhor me corrija se eu estiver errado, por favor,
06:24volta a piscar nesse sentido.
06:27Por quê?
06:27O Keir Starmer, quando assume aí,
06:30num Reino Unido cambaleante,
06:32o cargo de primeiro-ministro,
06:34fala muito em desenvolvimento tecnológico.
06:38O Reino Unido teve um papel fundamental
06:40na primeira Revolução Industrial,
06:42depois, mais recentemente, na segunda e terceira,
06:45na automatização,
06:47na mecanização das linhas de produção
06:51e da automação das linhas de produção.
06:53Isso acontece no Reino Unido de Margaret Thatcher
06:57e agora a gente tem um novo capítulo
06:58da história tecnológica com a inteligência artificial.
07:02E os Estados Unidos chegam agora no Reino Unido
07:05com um quinquilhão de dólares aí,
07:09as big techs investindo naquilo que o Keir Starmer,
07:13primeiro-ministro, já tinha acenado,
07:15que era uma preocupação com ele.
07:17Eu trouxe aqui, vou avançar para essa tela,
07:20a gente está falando, pelo menos só hoje,
07:23foram anunciados, 30, 45, mais 7,
07:28mais de quase 60 bilhões de dólares
07:31em investimentos da Microsoft,
07:34Microsoft, Alphabet e NVIDIA.
07:38Vendo esses traços recentes do século XX,
07:41da aliança entre Estados Unidos, Reino Unido,
07:44contra os soviéticos,
07:46a gente pode fazer uma leitura de Estados Unidos
07:49mais Reino Unido contra a China?
07:52Eles vão ter esse calibre para segurar
07:54essa evolução tecnológica dos chineses,
07:57professor Vinícius?
07:59Se olharmos justamente a questão universitária,
08:02Favale, os Estados Unidos e Reino Unido,
08:04eles têm tudo para serem bem-sucedidos.
08:07Mas aí a gente volta àquela questão,
08:09a mão de obra, né?
08:09Quem é boa parte da mão de obra nos cursos STEM, né?
08:13Que é a sigla em inglês para Ciência,
08:16Tecnologia, Engenharia e Matemática.
08:19São muitos alunos estrangeiros.
08:20E o Reino Unido, com o Brexit,
08:22afastou esses alunos estrangeiros.
08:25Então, essa estratégia, Favale,
08:27ela não se sustenta se o Reino Unido
08:28não revisar aí as suas políticas
08:31de atração de estudantes, né?
08:34As universidades britânicas passam aí
08:36por grande crise.
08:37Claro que o treinamento hoje
08:39em grande parte de inteligência artificial
08:40é feito dentro de empresas
08:42e tem universidades como Cambridge, Oxford,
08:45sem falar em outros centros
08:46localizados principalmente em Londres,
08:48que tem grande vantagem ainda,
08:50mesmo em comparação
08:51a universidades americanas.
08:53Mas volto àquele meu ponto original.
08:55Sem aí ter uma reforma, né?
08:58Uma ênfase maior em ciência e tecnologia,
09:01mais do que já tem
09:02nas universidades britânicas,
09:03essa parceria,
09:05ela não se desenvolverá plenamente.
09:07Mas se me permite aqui também
09:08trazer outro ator aí
09:10para essa questão de bipolaridade
09:12que você trouxe muito bem, Favale,
09:14China de um lado,
09:15ou talvez um bloco China e Rússia, né?
09:17De um lado, um bloco autocrático
09:19e um bloco que ainda se diz democrático,
09:22por mais que o Trump tenha aí
09:24todas as questões que nós sabemos aí
09:26que vem enfrentando, né?
09:28A democracia americana
09:29e erodindo a democracia americana.
09:32Um bloco, vamos dizer,
09:33ocidental, né?
09:34liderado pelos Estados Unidos,
09:36já que a própria Europa
09:37está aí de joelhos
09:39perante os Estados Unidos
09:40sem receber contrapartidas
09:42como as que o Reino Unido
09:43parece aí receber, Favale.
09:45Nós temos também
09:46o Reino Unido
09:47se aproximando dos Estados Unidos
09:49pondo pressão na Europa,
09:50porque a Europa,
09:51ela virou um anão
09:52nessa questão
09:53de inteligência artificial.
09:54onde está aí a vanguarda
09:56da Alemanha?
09:57Não existe.
09:58Onde está a vanguarda da França?
10:00Não existe, né?
10:02São os dois principais
10:03economias ali da União Europeia.
10:04Então, Favale,
10:05se me permite aqui o cumprimento,
10:06não é apenas uma pressão
10:07contra a China,
10:09mas também é uma pressão
10:10contra a Europa continental
10:12que tende aí a ficar
10:14cada vez mais esmagada
10:15nessa oposição
10:16que parece se configurar
10:17entre Estados Unidos
10:18e Reino Unido de um lado
10:20no campo da inteligência artificial,
10:22China e Rússia de outro lado,
10:24mas em questões aí
10:25mais amplas e estratégicas
10:27que vão além
10:27da inteligência artificial
10:29e a Europa no meio continental
10:31sem saber o que fazer.
10:33Professor Vinícius,
10:34o dessabor da nossa conversa
10:36é o seguinte,
10:36são muitos assuntos
10:37num curto espaço de tempo.
10:40A vantagem é que a gente
10:41pode continuar essa conversa
10:43muito brevemente,
10:44provavelmente depois aqui
10:46da visita do Trump,
10:47quando a gente tiver dados
10:49um pouco mais sólidos
10:50das resoluções que tiveram o Trump
10:53e Kira Starmer.
10:54Por enquanto,
10:55gostaria de agradecer
10:56aqui mais uma vez
10:57ao compartilhamento
10:59dos seus conhecimentos
11:01conosco e com a nossa audiência.
11:03Conversei com
11:03Vinícius Rodrigues Vieira,
11:05professor de Economia
11:06e Relações Internacionais
11:07na FAAP e na FGV,
11:10ambas em São Paulo.
11:11Obrigado, professor Vinícius,
11:13até uma próxima.
11:13Obrigado, professor Vinícius.
11:14Obrigado, professor Vinícius.
11:15Obrigado, professor Vinícius.
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