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Após o anúncio de Donald Trump sobre negociações da soja com a China, o preço da commodity subiu na bolsa de Chicago. Felippe Serigati, pesquisador do FGV Agro, explicou impactos para o Brasil, safra de milho e o cenário comercial internacional.

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Transcrição
00:00A gente volta agora a falar dos reflexos para o agro-brasileiro depois do anúncio de um encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, o presidente da China, para tratar da soja.
00:18O preço da commodity subiu na bolsa de Chicago depois desse anúncio de que o presidente americano vai tentar negociar as compras do grão americano pelos chineses.
00:28Sobre isso, eu vou conversar agora com o Felipe Serigat, que é pesquisador do FGV Agro.
00:33Bom dia para você, Felipe. Seja bem-vindo aqui ao Real Time.
00:37Bom dia, Marcelo. Tudo bom com vocês?
00:39Tudo bem.
00:39Bom, imagino que muita gente do agro aqui no Brasil deve ter profundos calafrios só de pensar que a China pode comprar menos soja do Brasil para comprar mais dos Estados Unidos.
00:51Esse é um movimento fácil de fazer, trocar um fornecedor da noite para o dia?
00:55Então, não é fácil e, na verdade, essa figura, essa fotografia, ela tem mais detalhes, né? Ela é mais complexa.
01:04Então, vamos lá. Qual que é a situação que a gente teve do anúncio, né? Da declaração do Trump até o momento que a gente está aqui conversando, tá?
01:11Então, até o momento que a gente conversa, a China comprou nem um saquinho de soja.
01:17Zero quilo de soja dos Estados Unidos.
01:21Só que os Estados Unidos estão aí na sua fase de colheita.
01:25Então, naturalmente, tem uma enorme preocupação dos produtores norte-americanos.
01:30O que a gente vai fazer com essa soja?
01:32Lembrando que, diferente do Brasil, que você tem lá duas safras, né?
01:36Então, primeiro a gente planta a soja e depois a gente planta, por exemplo, o nosso milho.
01:41Estados Unidos, não.
01:41Essas duas safras são concorrentes.
01:44Então, elas estão juntas.
01:45E os Estados Unidos estão vindo com uma safra recorde de milho, mas, assim, um recorde brutal.
01:51Então, tem uma preocupação do lado dos produtores norte-americanos,
01:54que não tem muitas condições aqui de ficar estocando soja,
01:57de segurar essa soja esperando a abertura desse mercado.
02:02Diante desse cenário, o mercado reagiu de maneira, vamos dizer assim,
02:06bem expressiva com o anúncio do Trump.
02:08Então, a gente viu as cotações ali na Bolsa de Referência, né?
02:13Que é a Bolsa de Chicago, operando com patamares mais elevados.
02:17Ok.
02:17Mas isso foi apenas um anúncio.
02:21É a primeira vez que a gente vê anúncio por parte do Trump?
02:24Não.
02:25Certamente o pessoal aqui, que acompanha um pouco mais o Agro, vai lembrar.
02:28O Trump, naquela postura ali, na estratégia de negocio, avisou
02:33que a China teria que comprar quatro vezes mais a soja dos Estados Unidos.
02:39Ok.
02:40A China tem como permanecer comprando zero quilo de soja dos Estados Unidos por muito tempo?
02:48Não.
02:48Não tem, tá?
02:50Existem outros fornecedores?
02:51Tem.
02:52Tem Brasil.
02:52Tem Argentina.
02:54Só que, dois pontos importantes.
02:56Primeiro, o volume de soja que a China demanda não tem disponível no Brasil e na Argentina.
03:06Então, é possível juntar Brasil e Argentina e eliminar as compras chinesas de soja americana?
03:12Não.
03:13Não é possível.
03:14Número dois.
03:16Essa safra de soja, ela chega em momentos distintos, né?
03:20Então, a safra dos Estados Unidos chega agora, segundo semestre, e a safra do Hemisfério Sul
03:26chega justamente ao longo do primeiro semestre, principalmente na passagem ali, né?
03:32No final do primeiro trimestre, em alguma coisa acaba sobrando para o início do segundo trimestre.
03:37Então, até para uma questão temporal, a China não tem como abrir mão ali exatamente dos Estados Unidos.
03:43No entanto, desde o primeiro mandato do Donald Trump, a China tem dado preferência para comprar,
03:50o termo que a gente usa aqui no mercado de soja é de originar a soja justamente do Brasil
03:56em detrimento da originação do mercado norte-americano.
04:00Bom, resumindo tudo o que você disse aí, os produtores de soja do Brasil podem dormir tranquilos por enquanto.
04:06Mas você trouxe uma outra questão aí que talvez deixe os produtores de milho com a pulga atrás da orelha.
04:11Essa super safra de milho que você citou aí dos Estados Unidos pode jogar para baixo o preço internacional do milho?
04:17Então, vamos lá. Duas coisas, né? Vamos começar aqui com a parte de soja.
04:23Eu não diria para os produtores brasileiros dormirem tranquilos, tá?
04:28Então, nós vimos as duas semanas, tá?
04:31A Argentina temporariamente reduzindo ali, eliminando as retenciones,
04:35aquele imposto que eles cobram, né? Sobre as exportações de soja.
04:39E a China, vamos lá, vai ser meio popular aqui, mas meteu o aspirador lá na Argentina
04:45e tirou a quantidade de soja que tinha disponível, tá?
04:50Então, a China está se preparando.
04:51Gente, eu sei que tem Estados Unidos aqui, eu estou numa barganha aqui comercial,
04:55onde tiver soja eu vou tentar tirar.
04:57Só que alguém tem como garantir que não vai ter acordo com algum celebrado?
05:03Não tem como garantir.
05:04E vamos lembrar, Estados Unidos está precisando vender e China está precisando comprar.
05:09O que isso pode acontecer aqui com a soja brasileira?
05:14Embora a gente já tenha uma fração da nossa safra, safra que a gente está começando o plantio,
05:19já contratada, já comprada pela China, esse volume está menor do que anos anteriores, tá?
05:24Então, a gente pode ter um desaquecimento dessa compra futura da soja brasileira.
05:30Então, eu não diria para o pessoal ficar tranquilo.
05:32Do outro lado do balcão, né?
05:34Vamos pensar agora no caso do milho.
05:36Apesar dessa safra expressiva dos Estados Unidos, gente, a demanda por milho está muito aquecida.
05:45Não só porque o milho é utilizado ali, né?
05:47Para produzir ração, para proteína animal, frango, suínos, peixes, gado de confinamento, pecuária leiteira,
05:54mas porque uma fração crescente do milho, tanto aqui no Brasil como nos Estados Unidos,
05:59está sendo utilizada para produzir etanol, para produzir biocombustível.
06:03Ou seja, a safra é grande?
06:04A safra é grande.
06:06Tem demanda para isso?
06:07Tem demanda para isso, sim.
06:09Então, são os produtores de milho que devem dormir tranquilos, rios de soja.
06:13A gente ainda espera que eles durmam bem, né?
06:15Mas tem um motivo a mais de preocupação aí, né, Felipe?
06:18Tem aquela piadinha, né, que o mercado atira e depois ele pergunta, né?
06:24Então, e faz sentido.
06:25Então, chegou uma notícia nova.
06:27Como é que a gente vai precificar essa notícia?
06:30Naturalmente é, lá nos Estados Unidos, soja para cima.
06:34Então, se se materializar alguma coisa desse anúncio que fez o Trump,
06:40de fato, soja, da situação que tem hoje na soja dos Estados Unidos,
06:43se a China comprar lá alguma coisa, já é uma notícia positiva, né?
06:48Então, a cotação é para cima.
06:50Vamos lá.
06:51Alguém tem garantia que vai ter ou que não vai ter esse acordo?
06:54Não vai ter.
06:56Está tendo conversa entre os Estados Unidos e China?
06:58Está tendo.
06:59Os Estados Unidos é o único país ali, vamos dizer assim, ali, da Ásia emergente
07:06que ele está conversando?
07:07Não, está conversando com a Índia, está conversando com a Índia.
07:10E, em termos de acordos comerciais, parece-nos que a conversa dos Estados Unidos
07:17com o Índia e com a Indonésia estão muito mais avançadas do que com a China.
07:20Mas, naturalmente, no caso do Trump, fazer esse anúncio faz parte do jogo ali
07:25da parganha para a negociação e, politicamente, para ele é algo importante,
07:30uma vez que ele está sendo fortemente pressionado pela sua base de apoio
07:34ali no meio-oeste norte-americano, justamente entre os produtores de grãos.
07:38Felipe Serigatti, pesquisador do FGV Agro, muito obrigado pela sua participação
07:43hoje aqui no Real Time.
07:44Bom dia.
07:45Bom dia a todos.
07:46Grande abraço.
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