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Durante a maior cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, líderes como Xi Jinping, Vladimir Putin e Narendra Modi discutiram investimentos, educação e cooperação em IA. Vinicius Torres Freire analisa como tensões com Trump impulsionaram novos acordos econômicos e estratégicos entre potências globais.

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Transcrição
00:00Enquanto Donald Trump tira a ordem mundial do lugar e se indispõe até com aliados, os
00:07antagonistas se movimentam.
00:09Na China, durante a cúpula da Organização para a Cooperação de Xangai, o presidente
00:14chinês Xi Jinping propôs a criação de uma nova governança global.
00:19O encontro reuniu também o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro
00:24da Índia, Narendra Modi.
00:30O presidente chinês Xi Jinping pediu aos membros da Organização de Cooperação de
00:34Xangai que fortaleçam a cooperação em inteligência artificial, ao mesmo tempo em que rejeita
00:41o que ele chamou de mentalidade da Guerra Fria.
00:43Xi discursava na maior cúpula da OCS, com mais de 20 líderes estrangeiros.
00:49Entre eles, o presidente russo Vladimir Putin e o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.
00:55A reunião aconteceu no momento em que a China busca se posicionar como uma pacificadora
01:00global, em um cenário de tensões comerciais persistentes com os Estados Unidos, a guerra
01:06da Rússia na Ucrânia e o conflito entre Israel e o Hamas.
01:11Xi afirmou que a China investiu 84 bilhões de dólares em outros países da OCS e prometeu
01:18apoio para que 10 mil estudantes ingressem no programa de educação profissional Luban de
01:24Pequim. Ele acrescentou que o encontro da OCS representa uma oportunidade para traçar
01:29uma nova fase de desenvolvimento e cooperação de alta qualidade.
01:35Antes de seus comentários, Xi se reuniu brevemente com Modi e Putin durante uma sessão de fotos
01:41com todos os membros da OCS. O líder russo deve ficar na China para um desfile militar em
01:47Pequim para comemorar os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial.
01:51No fim de semana, Xi se encontrou com pelo menos 10 líderes visitantes, incluindo o presidente
01:58da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o primeiro-ministro do Camboja, Um Mane.
02:04No sábado, ele se encontrou com Modi, com ambos os lados, afirmando a importância de serem
02:10parceiros e não rivais, de acordo com informações oficiais.
02:14A CNBC Ásia analisou o papel da Organização para a Cooperação de Xangai. Vamos conferir
02:21o conteúdo exclusivo.
02:22A organização vai se expandir em termos de número de países, mas o mais importante
02:28é que vai se expandir em termos de missão. Ela começará a ir além do foco tradicional
02:33em assuntos como o contraterrorismo, aplicação da lei, segurança climática, segurança energética
02:39para uma missão mais ampla que abranja assuntos como comércio, investimentos e desenvolvimento
02:44em determinados países membros. Mas dito isso, à medida que a missão se expande e
02:49os membros crescem, os desafios se tornarão mais significativos para a coerência interna,
02:54a capacidade de realmente mudar o rumo de qualquer questão política em um nível substancial.
02:59Portanto, acreditamos que isso se tornará mais proeminente. Veremos mais líderes participando
03:04dessas cúpulas daqui para frente, mas a relevância da organização para os verdadeiros
03:08conflitos e crises globais não será muito diferente do que é hoje.
03:14Mas será que poderia ser diferente apenas pelo fato de o governo Trump tornar talvez
03:20mais necessário que essa reunião e esse agrupamento sejam um pouco mais relevantes?
03:29Com certeza. A chamada Organização de Cooperação de Xangai mudou um pouco ou há mais foco na
03:34organização agora, dado o pano de fundo da organização Trump ou do governo Trump.
03:39É interessante prestar atenção às leituras das reuniões bilaterais que estão ocorrendo
03:42nos bastidores. Os países estão se esquivando do assunto dos Estados Unidos sem querer mencioná-lo
03:47diretamente, porque acho que eles não querem receber ira da Casa Branca ou de Trump especificamente.
03:53Mas, sem dúvida, esse é o pano de fundo de todas essas conversas. E acho que isso está dando ou dando
03:58nova vida à própria cúpula, o que é uma vantagem não apenas para o esforço de Xi de retratar a
04:03política externa chinesa como superior ou, pelo menos, mais receptiva ao sul global do que a política
04:08de Trump. Mas também dá uma espécie de propósito unificador à organização que, francamente,
04:13não o tem tido à medida que os membros aumentam, como eu disse. E a missão se torna um pouco mais vaga.
04:21Gostaria de falar sobre dois visitantes de alto nível na cúpula, Putin e Modi.
04:27Como é que você vê o relacionamento entre a China, a Rússia e a Índia? E com a China e a Índia,
04:35é claro, sendo os dois principais compradores do petróleo russo. E isso atraiu a atenção do
04:42presidente Trump. Então, como você vê essas três potências avançando nessa dinâmica?
04:48É uma pergunta muito interessante e você tem toda a razão. Acreditamos que o resultado mais
04:54importante dessa cúpula será a cúpula que já ocorreu entre o presidente Xi e o primeiro
04:59ministro Modi. Acreditamos que a Índia está usando essa oportunidade de forma oportunista para enviar
05:05um sinal indireto a Washington de que tem opções estratégicas não apenas em Pequim, mas também em
05:11Moscou. Isso também é uma continuação do descongelamento diplomático que vem ocorrendo no último ano entre os
05:17dois países, que viu a retomada da emissão de vistos, voos diretos, aumento do comércio, redução das
05:23barreiras ao investimento. Dito isso, achamos que também é notável o ponto que você mencionou
05:28anteriormente no segmento, que é o fato de Modi estar chegando a Tianjin diretamente de Tóquio e
05:34estar saindo da cidade antes da parada militar que ocorrerá na quarta-feira, o que interpretamos como um
05:39sinal claro de Delhi de que a Índia ainda olha, se não para os Estados Unidos, para os aliados dos
05:45Estados Unidos na região. Países como Japão, Austrália, Filipinas, para seu tipo de orientação
05:51de política externa em vez da China ou da Rússia.
05:57E também com o desfile chegando. Embora a Organização para a Cooperação de Xangai tenha se concentrado na
06:04segurança, esse é um dos princípios fundamentais da cúpula. Mas você acha que isso está se ampliando?
06:10Como você vê a evolução dessa organização? Como não sei se podemos chamá-la de bloco, mas como uma espécie de agrupamento?
06:21Esperamos que amanhã, na cúpula apropriada, ou ainda hoje, que a organização anuncie essencialmente um roteiro para os
06:29próximos dez anos. A organização se expandirá tanto para os domínios econômicos, quanto provavelmente assumirá uma
06:35postura um pouco mais musculosa ou voltada para o futuro em termos de questões de segurança. Mas vale a pena
06:40ressaltar que, embora seja geralmente descrita como uma organização de segurança, ela realmente não se concentra em
06:46questões militares em si e em todos os conflitos globais que ocorreram recentemente, seja na Ucrânia ou em Gaza.
06:53A Organização de Cooperação de Xangai tem estado essencialmente ausente. A organização divulgou uma declaração
06:58conjunta em junho, condenando os ataques de Israel contra o Irã, que é membro da organização, mas ninguém realmente
07:04prestou atenção a isso. Isso não impediu o conflito de forma alguma. E não se pronuncia sobre outros conflitos
07:10que estão ocorrendo, seja entre a Tailândia e o Camboja ou Mianmar. Isso ressalta o que eu disse
07:16anteriormente, ou seja, que embora possa se esforçar para se tornar um pouco mais ambiciosa, sua relevância real
07:22para as questões de segurança global é relativamente limitada.
07:25Sim, e continuando com a questão econômica também, muitos desses países têm relações econômicas com a China
07:36e com a China sendo a força dominante em muitos desses casos, seja na Rússia, na Índia ou no Sudeste Asiático.
07:45Então, como você vê o lado econômico das coisas também? Porque não esperamos muitos acordos econômicos
07:54substanciais, mas será que esse será um local para aprofundar isso? E também há preocupações por parte
08:01desses membros sobre a necessidade de manter boas relações com a China devido ao seu poder econômico,
08:09mas também evitar a dependência excessiva do país?
08:13Essa cúpula é a maior nos 25 anos de história da organização. Estamos vendo duas dúzias de líderes globais
08:21descendo sobre a China, em grande parte porque A, eles querem ficar cara a cara com o presidente Xi Jinping
08:26e B, porque há uma enorme vantagem econômica em aprofundar a cooperação com a China, seja por meio da
08:32plataforma da organização, do BRICS, do BRI ou de outras organizações. Portanto, esse é um fato inegável
08:39e, na verdade, é a parte mais ampla do apelo da oferta diplomática da China para esses países.
08:45Dito isso, o que se nota é que muitos desses países estão buscando um mundo multipolar.
08:50Eles estão buscando um mundo em que talvez os Estados Unidos não possam exercer seu peso
08:55tanto quanto podem atualmente, ou pelo menos historicamente.
08:59Dito isso, esses países não estão buscando um mundo sinocêntrico.
09:03Eles não estão buscando o surgimento de um mundo bipolar com Pequim e Washington como os dois polos.
09:07Eles estão buscando, quando muito, a multipolaridade e uma mais opção para si mesmos.
09:12Portanto, essa é uma tensão inerente que está ocorrendo nos bastidores dessas reuniões.
09:19Para falar sobre essa articulação, Vinícius Torres Freire está de volta aqui ao estúdio.
09:24Bom, e Donald Trump abrindo espaço para que isso tudo aconteça, né, Vinícius?
09:28Sim, o principal elemento dessa conferência foi o Trump.
09:34Porque, é claro que são assuntos do Sudeste, asiático, asiático, dessa turma que a gente ouve falar muito.
09:39Mas ninguém prestava muita atenção na organização de cooperação de Xangai até o Trump fazer o que fez.
09:46Porque ele fez muita coisa em pouco tempo em relação à destruição ou deterioração das relações dos Estados Unidos com a China,
09:53que nunca foram boas. Elas começaram a ser reconstruídas com o Clinton, 30 anos, um processo longo.
10:01Os Estados Unidos, durante um tempo, financiaram o Paquistão.
10:03E o Paquistão é inimigo quase mortal da Índia.
10:07Então, isso foi um trabalho longo de aproximação para, pelo menos, ficar amigo de um país pesado e grande lá no meio da Ásia.
10:15E que era democrático, né, que está cada vez... é democrático ainda, mas está com problemas, né,
10:19por causa do próprio Narendra Modi. E aí, chega em um mês, o Trump faz o que fez.
10:24E pior, né, tem uma reportagem do New York Times, que é muito chocante, porque descreve um telefonema do Trump para o Modi,
10:32o primeiro-ministro da Narendra Modi, dizendo o seguinte,
10:34Olha, Narendra Modi, você viu? Me recomenda também para o Prêmio Nobel,
10:38porque o Paquistão vai me recomendar, porque eu acabei com a guerra de vocês.
10:42Ele não acabou com guerra nenhuma. Primeiro, a guerra continua, o problema continua e vai ser muito cumprido.
10:46Segundo, que esse negócio foi conduzido entre os dois e eles brigaram no telefone.
10:53Teve uma coisa... olha como as relações diplomáticas podem...
10:55A coisa foi para o Vignar, porque eles brigaram.
10:57E depois o Trump ficou irritado e decidiu dar uma paulada na Índia, porque ela compra combustível da Rússia.
11:04Agora, a Europa compra muito mais coisa, além de combustível, compra muito mais coisa da Rússia.
11:10A China compra. Mas ele decidiu bater na Índia.
11:12E o Narendra Modi, no primeiro mandato do Trump, ele dizia que eles eram super amigos,
11:17porque eles são autoritários, gostam um do outro.
11:19Olha aqui como eu sou um líder mundial importante, amigão do Trump e tal.
11:22E essa imagem ficou queimada lá na Índia.
11:25É muito importante essa imagem do Modi como um grande pai da nação e uma pessoa respeitada no mundo inteiro.
11:31Então, deu problema aí.
11:32Aí botou a tarifa de 50%. Mais problema.
11:35E na Índia, o conflito político está bravo.
11:38Como vários lugares do mundo, polarizados, sempre foi, brigam sempre.
11:41Os partidos brigam bastante, mas está piorado.
11:43E eles começaram a ficar unidos por causa do Trump.
11:46Quer dizer, o Trump conseguiu reunir, fazer uma unanimidade na Índia.
11:51E aqui no Brasil não tem, porque tem gente a favor da política pró-Estados Unidos, pró-Trump, dos Bolsonaro, por exemplo.
11:58E na Índia eles se juntaram.
11:59Então, a quantidade de barbaridades que foi necessário fazer para esfriar as relações com a Índia foi grande.
12:05Agora, essa cúpula, qual o problema?
12:08Primeiro, a Índia e a China têm, depois de recuperarem sua independência,
12:13eles têm uma necessidade imensa de serem independentes, autônomos e não dependentes de ninguém mesmo.
12:18Eles querem ser países autônomos.
12:19A Índia se libertou da Inglaterra e do Reino Unido em 1947.
12:23Isso é um princípio nacional.
12:24A gente não vai submeter a ninguém.
12:26Segundo, eles têm um problema de fronteira, de guerra.
12:28Em 2020, eles trocaram tiro e mataram-se uns aos outros.
12:31Tem um problema de disputas regionais.
12:33Mianmar, quem manda ali, aqueles problemas do Sudeste Asiático.
12:37Tem um problema de comércio.
12:38A Índia está levando uma parte do comércio da China com os Estados Unidos,
12:42porque o Trump estava, em um certo momento, batendo na China e o pessoal migrou para a Índia.
12:47Tem um monte de disputas sérias.
12:49São dois países grandes, um do lado do outro, com mais de um bilhão de habitantes.
12:52Então, tem um monte de problema.
12:54Mas a Índia começou a dizer, olha, essa aliança com os Estados Unidos é segura?
12:57Como todo mundo está falando.
12:59Não.
13:00Então, eu vou fazer, assim, um head, eu vou fazer uma proteção, um seguro.
13:03E eu vou lá conversar com a China, começa uma conversa para ver o que dá.
13:07Está todo mundo começando conversas.
13:10E, ao mesmo tempo, uma mensagem.
13:11Vocês estão fazendo isso com a gente?
13:13A gente pode ter um amigão aqui.
13:14Se liga.
13:15É claro que o Trump não vai ouvir nada disso.
13:17Mas a atitude diplomática indiana foi essa.
13:19O problema da Índia com a China é grande.
13:22Eles são duas potências que disputam o espaço.
13:26Mas, com o Trump, os países começam a fazer alianças impensáveis.
13:31E está acontecendo agora.
13:32Pelo menos começaram a conversar.
13:35O Modi não ia para a China há sete anos.
13:38E eles, olha, receberam sorridentes e tudo mais.
13:43E o Xi falou assim, olha, mundo, eu estou aqui recebendo todos vocês.
13:46Se vocês têm problemas com os Estados Unidos, a gente dá um jeito que a gente é estável.
13:49Não faz maluquice.
13:51E o mundo começa a mudar.
13:52Depois do Trump, o mundo levou a pancada.
13:54Todo mundo está aturdido.
13:55Mas todo mundo começa a olhar.
13:56O que eu vou fazer no comércio, na diplomacia, nas armas?
14:00E o Trump conseguiu aproximar a Índia e a China.
14:02Foi um grande feito diplomático.
14:04Talvez ele possa ganhar o prêmio Nobel se a Índia e a China realmente chegaram a uma paz total.
14:09Pelos motivos que ele não queria.
14:11Obrigado, Vinícius.
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