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A Embaixada da China no Brasil informou, neste sábado (02), através de uma nota publicada no X que o país “aprovou a habilitação de 183 novas empresas brasileiras de café para exportação ao mercado chinês”. A medida tem valor retroativo: entrou em vigor no último dia 30 de julho, com validade de cinco anos. O ex-vice-presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto comentou sobre o assunto no Jornal Times Brasil - Exclusivo CNBC.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00E nós seguimos falando sobre as consequências do tarifácio, eu converso agora com o ex-vice-presidente do Banco Mundial
00:06e ex-diretor executivo do FMI, Otaviano Canuto. Boa noite, seja bem-vindo mais uma vez ao Times Brasil, exclusivo CNBC.
00:14Boa noite, Natália. Prazer estar aqui.
00:18Bom, Canuto, agora há pouco eu comentei sobre essa decisão da China de habilitar novas empresas brasileiras
00:25a exportar produtos como café, gergelim, farinhas de aves e suínos para o mercado chinês.
00:31Quanto que isso pode beneficiar esses setores que devem ser prejudicados, claro, com o tarifácio de Donald Trump?
00:37Evidentemente que esse reconhecimento da propriedade dessas empresas produzirem, exportarem café para a China
00:46é uma maneira de, digamos assim, diminuir o impacto do tarifácio, já que o café não foi incluído naquelas isenções.
01:01É preciso ter isso em mente, não são 50% sobre todas as exportações brasileiras, né?
01:07A rigor, quando a gente faz uma conta só olhando para a pauta de exportações e assim por diante,
01:13no fundo, a tarifa média que vai se aplicar sobre os produtos brasileiros é algo bem abaixo,
01:26bem 37%, né?
01:3032,7%.
01:32Essa é uma estimativa, por exemplo, que o JP Morgan fez de quanto é que, na verdade, as tarifas agora vão valer.
01:41Ainda são as mais altas em relação a todos os outros países, né?
01:46Tem um caráter peculiarmente aí destacado para o Brasil pelo Trump, né?
01:53Agora, a rigor, vejam, o efeito sobre o PIB brasileiro deverá ser uma coisa em torno, assim, em 12 meses,
02:07algo em torno de 0,3% do PIB brasileiro.
02:11É substancial, mas não é, ao mesmo tempo, um desastre.
02:17E é claro que as possibilidades de redestinação das exportações afetadas pelo tarifácio é uma boa notícia.
02:31Vocês, na matéria, esqueceram de enfatizar um pouco que os aviões da Embraer e as peças de avião entraram nessas isenções, está certo?
02:42E por que existe uma dependência muito grande hoje das empresas de aviação regional aqui nos Estados Unidos?
02:52Eu moro aqui há 21 anos e tem 21 anos que, quando eu viajo, viagens próximas com aviões de porte médio e tal,
03:00eu vou lá checar e o avião da Embraer.
03:02Eu fico contente.
03:05E, claro, é claro que ainda vão ter lá os 10%, aqueles 10% básicos do qual ninguém está escapando.
03:16Mas é importante frisar isso.
03:20Assim como, é claro, o aço, o que o Trump está aplicando sobre aço, vai afetar todo mundo que vende aço para os Estados Unidos.
03:29Agora, na medida em que haja oportunidades de diversificar os mercados e compensar o impacto do tarifácio,
03:42quando possível, com outros mercados, é claro que é uma coisa boa, uma ótima notícia.
03:48E, Otabiano, você acredita que vai ter espaço para negociações e que mais produtos brasileiros entrem nessa lista de isenções?
03:57Ontem, Donald Trump disse que gosta dos brasileiros e que é só o presidente Lula ligar para ele.
04:03Como é que está o seu sentimento, assim, em relação a essa possibilidade?
04:08Muito curioso de saber o que é que o Trump vai querer votar nessa balança.
04:13Porque, evidentemente, ele não vai colocar na balança os itens políticos que mencionou na carta ao Lula e depois.
04:25Nada com julgamento do Bolsonaro ou com qualquer pedido de desculpas pelo juiz Sandão ou pela Corte Suprema
04:38pelo que decidiu fazer com a empresa do Elon Musk e assim por diante.
04:43Agora, o que pode ser colocado lá de lá, se a gente for julgar pelo conteúdo lá da investigação na seção 302 da lei de 64,
04:59que é um processo à parte, vai ter alguma referência à alegação de tratamento concorrencial injusto
05:10por parte de empresas americanas, não é?
05:14Definitivamente, como a gente sabe, o sucesso do PIX acabou tendo um impacto muito enorme
05:23nas atividades de pagamentos feitos por Visa, Mastercard e assim por diante.
05:29Há também alguns outros itens da pauta.
05:35Vamos ver o que é que o Trump menciona quando tiver essa conversa com o Lula.
05:41Certo.
05:42Tem uma coisa importante também.
05:44O Lutnik fez uma menção à possibilidade do Lutnik, o secretário de Comércio,
05:50de isenção tarifária para frutas, por exemplo, que não são produzidas nos Estados Unidos.
06:00O que, evidentemente, acaba iria também pegando algumas das coisas que não entraram na lista de exceções.
06:07A ver, mas, por enquanto, as contas são essas.
06:10A prevalecer os 32,4% de tarifa efetiva, a gente deve ter um impacto negativo sobre o PIB nessa parte,
06:23de algo em torno, algo entre 0,3% até 0,5% do PIB brasileiro.
06:33Certo.
06:34Senhor Otaviano, o nosso analista Felipe Machado está com a gente essa noite aqui no Times Brasil.
06:39Exclusive o CNBC.
06:41E tem pergunta para o senhor.
06:43Boa noite, Felipe.
06:44Tudo bem, Natália?
06:45Boa noite.
06:46Boa noite, Canuto.
06:47Tudo bem?
06:47Muito bom falar com o senhor mais uma vez.
06:50Canuto, eu queria fazer uma pergunta baseada na sua experiência pessoal e envolve um pouquinho de política.
06:55É o seguinte, a gente sabe que agora foi indicada para a vice-presidência do Banco Mundial,
06:59um cargo que o senhor já ocupou, a Suzana Cordeiro Guerra,
07:03que é uma pessoa que já participou do governo Bolsonaro,
07:07uma pessoa muito próxima do presidente Trump.
07:10Pela sua experiência, Canuto, que já ocupou esse cargo,
07:13qual é a possibilidade dela nesse cargo atrapalhar de alguma forma o Brasil,
07:18enfim, ou ajudar o Brasil de alguma forma?
07:20Como é que o senhor vê a influência que ela pode ter na relação entre Brasil e Estados Unidos?
07:24Olha, tendo sido vice-presidente no Banco Mundial, não exatamente no cargo dela,
07:32mas em outro cargo de vice-presidência,
07:34e tendo sido também membro do diretório executivo,
07:39como diretor executivo duas vezes,
07:42em 15 anos, eu posso dizer o seguinte,
07:44essa instituição tem pesos e contrapesos, está certo?
07:50Ela não é uma, não opera, por exemplo,
07:54assim como foi o meu caso e qualquer outro vice-presidente,
07:57portanto, o que eu estou dizendo não tem nada a ver com a Suzana,
08:03não faz decisões e executa coisas que venham da própria cabeça.
08:09Você tem, por exemplo, uma relação entre o Banco e o Brasil,
08:16você tem planos de trabalho,
08:17você tem coisas que são negociadas entre a instituição e o governo do país,
08:23você tem lista de projetos,
08:25você tem regras de governança na instituição que norteiam,
08:31as coisas não dependem do arbítrio,
08:35o governo dos Estados Unidos depende mais do arbítrio de quem está sentado lá
08:41do que o de qualquer pessoa que ocupe um cargo de vice-presidente nessas instituições.
08:47Isso posso afirmar por conhecimento e experiência própria.
08:52Então, vai ter lá um programa com os países da região
08:55e ela e o time, como qualquer outro que venha a ocupar o lugar dela,
09:02segue essas regras.
09:06Certo.
09:07E, senhora Otaviano, eu queria te ouvir sobre a avaliação.
09:10Como o senhor tem sentido a postura do governo brasileiro
09:13desde o anúncio das tarifas,
09:15as frentes que a gente está tocando via diplomacia
09:19e também alguns parlamentares que foram,
09:22até aí os Estados Unidos.
09:24O que o senhor acha que está sendo mais bem-sucedido?
09:28Eu acho que esses todos são esforços corretos,
09:32de tentar justamente estabelecer um plano,
09:38uma câmara,
09:42os canais de comunicação para eventual negociação.
09:46Agora, é que nessas questões comerciais,
09:49na questão da política comercial,
09:51está tudo muito concentrado na Casa Branca.
09:55E para se ter uma conversa,
09:58é preciso ter as duas partes querendo conversar.
10:01A boa notícia foi essa manifestação pelo presidente Trump
10:06de que quer falar com Lula e tal.
10:08Então, pronto, é um sinal verde para, pelo menos,
10:11se ter uma conversa mais direta.
10:13Agora, esses, os movimentos feitos pelo vice-presidente,
10:18presidente Alckmin, pelos congressistas que vieram aqui em Washington e assim por diante,
10:25eles importam também porque eles estabelecem uma comunicação
10:29com partes do país que não seriamente estão a favor,
10:38muito pelo contrário, das tarifas.
10:40Então, podem unir-se em uma tentativa de comunicação para o topo da inconveniência dessas tarifas.
10:52É aquilo que pode ser feito diante das circunstâncias.
10:57Tá certo. Felipe, mais uma pergunta sua.
10:59Canuto, eu queria saber a opinião do senhor.
11:02A gente sabe que a OMC, Organização Mundial do Comércio,
11:05ela está enfraquecida, até desde que o Donald Trump assumiu.
11:09Mas o senhor acredita que, além do campo diplomático,
11:13o Brasil pode levar essas questões das tarifas,
11:15ou deveria levar as questões das tarifas, para a OMC?
11:17É muito mais simbólico e um sinal do que, digamos,
11:26algo que, em relação ao qual você possa ter expectativa de operação.
11:33Uma parte importante da função do OMC é o que é feito pelo Tribunal de Apelação.
11:41E esse Tribunal de Apelação está inoperante,
11:44e isso vem antes de Lula, já desde o período do Obama,
11:48por conta do não appointment, da não indicação,
11:53de dois juízes pelos Estados Unidos que estão lá nas escrituras.
12:00A rigor, esse papel do OMC,
12:05ele está enfraquecido por conta dessa ausência de um tribunal de apelação.
12:12É importante a gente lembrar como o OMC foi importante
12:15naquele episódio do algodão brasileiro, em que o Brasil ganhou,
12:20e o governo americano, seguindo as regras de então,
12:26aceitou o julgamento e fez a indenização do Brasil,
12:31e assim por diante.
12:31Mas nós estamos num momento em que as próprias tarifas recíprocas do Trump
12:39foram uma violação brutal de uma regra básica do sistema de comércio,
12:46o que demonstra que esse participante fundamental,
12:52digamos assim, abdicou das regras do sistema.
12:56Então, se abdicou das regras do sistema,
12:59mesmo que viesse a ocorrer uma condenação pelo OMC,
13:04não necessariamente os Estados Unidos iriam cumprir com essa condenação.
13:09Como existe muita conversa entre os países,
13:16que não necessariamente os Estados Unidos,
13:19que possam tentar manter vivo o sistema multilateral,
13:22internacional, talvez mesmo com a exclusão do maior participante,
13:28é importante que, digamos assim,
13:32de um ponto de vista simbólico,
13:34se possa se fazer alguma coisa.
13:36Agora, a rigor, concretamente,
13:38primeiro, teria que ser feito não apenas para o Brasil,
13:41mas por muitos outros,
13:43e segundo, não com a expectativa
13:47de que isso tenha resultados imediatos.
13:49A gente ouviu, Otavia, nessa semana,
13:54os senadores que estiveram em Washington,
13:56dizendo que tinha uma preocupação adicional,
14:00que é o fato do Congresso americano
14:02estar trabalhando numa lei para sancionar países
14:04que mantêm relações comerciais com a Rússia,
14:06aquela sanção secundária.
14:08A gente deve se preocupar com isso,
14:10e como que o Brasil deve se preparar para isso,
14:13do seu ponto de vista?
14:15Bom, não há muito que possa ser feito.
14:17O Brasil compra os fertilizantes da Rússia
14:23por uma conveniência enorme,
14:26por não haver uma alternativa capaz de suprir inteiramente
14:31aquilo que os russos vendem.
14:34Fertilizantes são fundamentais
14:35para o nosso carro-chefe da agricultura.
14:38da mesma maneira que eu duvido muito
14:44que as pressões por Trump
14:46possam fazer com que a Índia
14:49deixe de continuar comprando o petróleo russo
14:52a um preço mais barato do que aquele...
14:54Eu não creio que essa pressão
15:02possa ser algo adicional
15:06àquela que já está colocada
15:08nessas tarifas recíprocas
15:11com a qual vamos ter que conviver,
15:14pelo menos no futuro próximo.
15:16Tá certo.
15:17Quero agradecer demais a participação aqui ao vivo com a gente,
15:20do ex-vice-presidente do Banco Mundial
15:22e ex-diretor-executivo do FMI,
15:24senhor Otaviano Caralto.
15:25Muito obrigada.
15:26E hoje, membro sênior no Policy Center for the New South.
15:31Eu faço isso porque eles gostam que eu mencione.
15:35E não-residente na Brookings Institution
15:39e na George Washington University.
15:42Um prazer.
15:43E vai Corinthians.
15:45Obrigada, viu, pelas informações adicionais.
15:49Sempre muito bom te ouvir.
15:50Volte sempre.
15:51Boa noite.
15:52Boa noite.
15:53Boa noite.
15:54Boa noite.
15:55Boa noite.
15:56Boa noite.
15:57Boa noite.
15:58Boa noite.
15:59Boa noite.
16:00Boa noite.
16:01Boa noite.
16:02Boa noite.
16:03Boa noite.
16:04Boa noite.
16:05Boa noite.
16:06Boa noite.
16:07Boa noite.
16:08Boa noite.
16:09Boa noite.
16:10Boa noite.
16:11Boa noite.
16:12Boa noite.
16:13Boa noite.
16:14Boa noite.
16:15Boa noite.
16:16Boa noite.
16:17Boa noite.
16:18Boa noite.
16:19Boa noite.
16:20Boa noite.
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