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Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, avaliou os impactos da lista de exceções anunciada por Donald Trump. Apesar do alívio parcial, 60% das exportações brasileiras seguem afetadas pela tarifa de 50%. Embraer, agronegócio e setores industriais estão entre os mais prejudicados.

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Transcrição
00:00Eu vou conversar agora com Felipe Salta, economista-chefe da Warren Investimentos.
00:04Felipe, boa noite para você. É um prazer ter você aqui com a gente mais uma vez.
00:08Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:11Eu queria primeiro ouvir a sua opinião, a sua avaliação sobre essa lista de exceções de Trump.
00:16O quanto isso alivia os impactos sobre a nossa economia?
00:21Boa noite, Cris. Prazer estar aqui com você. Obrigado pelo convite.
00:25Olha, a lista é bastante extensa, né? São vários itens que foram resguardados, ressalvados.
00:33Isso revela, mais do que alguma preocupação com o comércio bilateral desses países,
00:41uma preocupação com as demandas das empresas que se movimentaram, as empresas americanas,
00:46ao longo desse período, desde o anúncio da famigerada carta publicada pelo presidente Donald Trump
00:53e que conseguiram obter, provavelmente, esse ganho.
00:59Eu não vejo esse resultado como relevante do ponto de vista dos prejuízos que nós vamos ter.
01:06Obviamente que olhando casos específicos, como a Embraer, como outros produtos manufaturados
01:12e produtos importantes que a gente exporta,
01:14Sim, é preciso reconhecer que é um cenário melhor do que se fosse 50% para todo mundo, né?
01:22Com a majoração de 40 pontos em cima daqueles 10% iniciais.
01:27Mas o problema ainda continua muito grande.
01:31O início, nós estamos apenas no primeiro capítulo dessa novela.
01:36Eu acho que o Brasil tem conseguido se movimentar, tanto as sinalizações políticas,
01:42quanto as comitivas, a área técnica, a diplomacia do Itamaraty,
01:48a preparação das entrevistas que as autoridades estão concedendo,
01:52essa entrevista do presidente Lula hoje também, que foi bastante emblemática.
01:56E agora nós temos que esperar as cenas dos próximos capítulos.
01:59Como você mostrou agora há pouco, a reação do ponto de vista do mercado,
02:03a Bolsa e o câmbio, ela foi positiva nesse início.
02:08Mas é preciso lembrar que o que está por trás dessa ação dos Estados Unidos,
02:13do presidente Donald Trump, é muito maior do que só a questão comercial.
02:18A gente representa muito pouco do ponto de vista de todas as compras
02:21que os Estados Unidos fazem mundo afora.
02:24Mas isso é muito mais um movimento de bater fortemente
02:29nas iniciativas que envolvam ou que envolvem o BRICS e, portanto, também a China.
02:35Se a gente olhar para os produtos que serão taxados,
02:40especificamente café, frutas frescas, carnes,
02:44qual é o peso para a produção nacional, Felipe?
02:47Olha, numa conta preliminar, todo mundo agora está se mexendo
02:52para fazer as contas em cima do decreto, que foi bastante detalhado.
02:57Mas a gente tem mais ou menos algo como 40%, 60%, 40% de isenções
03:03e os outros 60% que restaram sendo sobretaxados.
03:09Isso, do ponto de vista da nossa indústria, continua sendo muito relevante.
03:14Tem muito produto manufaturado, tem a questão do agronegócio também,
03:18as commodities, os produtos primários.
03:20E, para nós, eu entendo que esse volume todo de exportações
03:25que vai para os Estados Unidos, ele representa na integralidade
03:29algo como 40, 42 bilhões de dólares.
03:33Nós estamos falando de 2% do PIB.
03:35Não é gigantesco, até porque da nossa pauta de exportação
03:39é um volume equivalente a 12% que vai para aquele destino,
03:44mas é suficiente para produzir efeitos bastante significativos
03:50para a produção, para o emprego, para a organização desses setores
03:54produtivos afetados.
03:55De modo que a atuação do governo precisa ser, numa segunda frente,
04:00além da que nós comentávamos, de negociações e tal,
04:04a de guarnecer as empresas com os financiamentos e recursos necessários.
04:09Detalhe, sem criatividade, do ponto de vista de inventar gastos
04:14e subsídios para essas empresas.
04:17O que precisa é atuar cirurgicamente, com os instrumentos
04:20que a gente já dispõe, inclusive os chamados ACC's,
04:24os adiantamentos de contratos em câmbio.
04:26Vou passar para a pergunta dos nossos analistas.
04:28Vamos começar pelo Alberto Azental.
04:31Felipe, sempre bom falar com você. Boa noite.
04:35Do ponto de vista de Brasil, como um todo ou média,
04:37parece que melhorou, mas isso é média.
04:41Na verdade, aqueles produtos, setores, indústrias, empregados,
04:45cidades que têm esses produtos, que vão ainda ter essa taxa de 50%,
04:51que não são uma exceção, esses ainda vão sofrer muito.
04:58Queria que se analisasse esse ponto, quer dizer,
05:01que plano de contingenciamento, o que pode ser feito nessa situação?
05:05Boa noite, Alberto. Prazer falar com você também.
05:10De fato, ainda vai ser um efeito muito significativo,
05:13porque em que pese a gente poder fazer uma espécie de média
05:17para essa alíquota ou para essa tarifa, né,
05:21considerando o peso de cada um dos itens,
05:24e talvez chegar ao como 30%, 35%,
05:27isso não significa que o problema está resolvido, longe disso, né?
05:31Nós estamos tendo um aumento médio bastante expressivo
05:36e no detalhe, onde o diabo está sempre sentado com um sorriso irônico,
05:41pior ainda, né?
05:42Porque esses setores vão continuar arcando com esse custo adicional
05:47e muitos deles, Alberto, já têm previsões de oferir receitas
05:53num determinado prazo e muitas empresas dessas já têm financiamentos contratados,
05:59que são os ACC's, os adiantamentos de contratos de câmbio.
06:03Então, é fundamental que o Banco Central atue
06:07no sentido de que aumente os prazos
06:11para as possibilidades desses ACC's, desses contratos
06:15e, eventualmente, até guarneça adicionalmente
06:19as instituições financeiras
06:20do ponto de vista de aumentar a liquidez em dólar dos bancos
06:25para que eles possam, eventualmente,
06:27aumentar o volume de contratos com as empresas afetadas.
06:33Essa, para mim, é a ação mais óbvia que precisa ser coordenada.
06:36Foi o que nós fizemos
06:38sob o comando do, então, presidente do Banco Central,
06:40Henrique Meirelles, lá em 2008,
06:44quando, guardadas as proporções,
06:46nós tivemos também efeitos sobre os fluxos de comércio
06:49em razão da crise financeira internacional,
06:53a maior desde 1929.
06:54Então, há outras formas de atuar também.
06:57Olha, o BNDES é um banco que tem um funding bastante significativo,
07:02tem linhas em operação que podem ser utilizadas também.
07:05O que mais me preocupa são as ideias mirabolantes
07:10que podem surgir do ponto de vista de subsídios diretos,
07:14incentivos e que tais.
07:16Porque isso poderia acabar levando a um aumento permanente
07:20de gastos no momento em que a situação é bastante delicada.
07:25Felipe, obrigada por enquanto.
07:27Vou pedir para você continuar com a gente.
07:28A gente volta a conversar no próximo bloco.
07:30Pode ser?
07:30Obrigada.
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