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O Brasil é um dos maiores produtores de revestimentos cerâmicos do mundo, e os Estados Unidos são o principal destino das exportações do setor desde 2015. O tarifário norte-americano trouxe impactos imediatos e preocupações sobre a manutenção desses mercados, segundo Sergio Wuaden, diretor do Grupo Lamosa no Brasil e presidente da Anfacer, em entrevista ao Real Time, programa do Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00O Brasil é um dos maiores produtores de revestimentos cerâmicos do mundo
00:04e os Estados Unidos são o principal destino das exportações do setor desde 2015.
00:11Diante do tarifácio, a indústria aguarda detalhes
00:14sobre como o plano de contingência do governo federal vai atuar na prática.
00:19E quem vai falar sobre este assunto conosco é o Sérgio Voadem, presidente da Anfacer.
00:24Oi, Sérgio, muito bom dia, prazer tê-lo aqui, viu, no Real Time, tudo bem?
00:28Tudo bem, Eric, bom dia. Obrigado pela oportunidade.
00:33Bom falar contigo novamente.
00:35Sérgio, o governo anunciou ontem esse socorro aos exportadores afetados pelo tarifácio.
00:41Você acredita que essas linhas de crédito e incentivos devem ajudar no curto prazo?
00:47Sim, sem dúvida. É elogiável o esforço que está sendo feito.
00:53A gente precisa reconhecer e aplaudir.
00:58No entanto, o ponto muito relevante que eu considero, que a gente tem que considerar,
01:06que todas essas medidas são medidas paliativas, temporárias,
01:12porque elas não resolvem a questão de fundo, que é a perda do mercado.
01:18Então, quando a gente olha para o pacote que foi anunciado, a gente vê medidas que, obviamente, vão atingir de maneira diferente as diferentes empresas,
01:32de porte maior, menor, como essa principal, que é a linha de crédito.
01:38E, de qualquer maneira, como sendo uma medida de socorro, ela é muito válida, muito bem-vinda,
01:48mas a gente tem que entender que ela vai acabar consumindo recurso também das companhias,
01:55porque as companhias vão se comprometer a pagar um juro.
01:59Sim, um juro menor do que aquele que normalmente estaria disponível para a maioria das empresas,
02:05mas continua sendo um custo de capital e sob algumas condições que são nitidamente contraditórias, até eu diria.
02:18Porque alguém que vai tomar um empréstimo para fazer frente a uma série de gastos que ainda vão continuar durante meses
02:30até conseguir acomodar a perda do mercado, a perda dessas vendas,
02:36a mesma empresa só tem direito a esse crédito, a esse juro, se ela garantir a manutenção dos empregos.
02:44Então, é lógico colocar essa condição, mas eu quero dizer que ela é antagônica
02:52no sentido de que uma empresa que não conseguisse se adaptar,
02:57ela vai tomar um empréstimo para manter uma estrutura, pagando uma estrutura,
03:05e sem ter a visibilidade de recomposição da receita.
03:10Então, esses são pontos que a gente ainda precisa entender melhor, talvez,
03:14ou mitigar para que ela realmente surta efeito.
03:19Outros pontos que a gente já teve oportunidade de analisar,
03:25são, no meu entendimento, são bastante benéficos,
03:29como a parte que faz o diferimento do recolhimento de certos tributos.
03:36Eu acho que esse é um ponto que nós tivemos no período da pandemia
03:41e que funcionou muito bem, isso realmente vai auxiliar essas empresas
03:45que estão sendo impactadas.
03:48E medidas como essas de encontrar outros mercados também são bastante positivas.
03:59Já outras, como a de compras do governo,
04:03de produtos de empresas que são relacionados a esse tarifácio,
04:09a gente acredita que elas são muito pouco efetivas no curto prazo,
04:15a não ser para um ou outro produto,
04:18mas para o nosso setor, por exemplo,
04:21é difícil imaginar como o governo vai adquirir produtos cerâmicos
04:24para fazer o que com o produto cerâmico,
04:27numa medida que teria que fazer essas aquisições de maneira imediata
04:34e consumir isso de maneira imediata.
04:36Então, eu diria que o pacote como um todo é elogiável,
04:41nós precisamos reconhecer o esforço que está sendo feito,
04:45mas eu gostaria muito que a gente não deixasse de lado
04:50ou intensificasse, na verdade, a nossa condução deste assunto
04:57para uma solução duradoura,
04:59que é voltar a ter o acesso ao mercado norte-americano.
05:04Sérgio, pelo que eu estou entendendo,
05:07esse tarifácio trouxe à tona, ou trouxe à luz,
05:10uma situação um pouco de dificuldade para esse setor,
05:14Então, eu gostaria de te perguntar,
05:16o que falta hoje, é claro, medida emergencial,
05:19é uma medida necessária neste momento,
05:21mas falta uma política industrial consistente
05:25para a indústria da cerâmica?
05:27Sim, eu entendo que,
05:30quando a gente analisa a indústria como um todo no Brasil,
05:36e especificamente olhando para a indústria cerâmica,
05:40nós estamos pagando um preço por um longo período,
05:44de falta de uma política clara,
05:47de uma política de incentivo, de industrialização.
05:51E isso, no nosso setor,
05:54a gente, para resumir muito,
05:57um tema que eu venho falando abertamente,
06:03é o tema do custo de se consumir gás no Brasil.
06:09gás é o nosso, gás natural,
06:12é o nosso principal componente de custo individual na produção,
06:17representa em torno de 30% da produção da cerâmica,
06:22e esse custo, com esse nível de representatividade,
06:27ele tem uma comparação com os nossos concorrentes da América do Sul,
06:37a gente paga três vezes, 300% mais no valor do gás
06:43do que os nossos concorrentes que têm indústrias nos países da América do Sul.
06:48E quando a gente vai para a América do Norte,
06:51a gente encontra uma diferença ainda maior,
06:53nós estamos falando de 500% é o valor que a gente paga no Brasil,
06:58a mais do que se paga pelo mesmo produto,
07:02pelo mesmo gás natural na América do Norte.
07:04E quando a gente vai para a Europa,
07:07que é um continente que hoje está muito afetado pelos conflitos,
07:13e o gás realmente teve um incremento muito grande nos últimos anos
07:18e vem se mantendo num nível muito alto,
07:21mesmo assim a gente paga uma tarifa no Brasil
07:25que corresponde a praticamente 100% mais do que o mesmo produto comprado na Europa.
07:34Então, fabricantes europeus e fabricantes da América do Sul,
07:39fabricantes da América do Norte,
07:40e mesmo que a gente levasse para a Ásia,
07:43todos pagam tarifas muito menores no gás.
07:48Essa poderia ser uma das alternativas do governo ajudar,
07:54porque essa tarifa está muito relacionada a algumas condições
08:03que estão na mão de quem regula a distribuição,
08:08a venda, a produção desse produto.
08:10E isso vem sendo feito com um esforço que a gente percebe muito grande
08:18do Ministério de Minas e Energias
08:20e que a gente acha que seria um bom momento.
08:25A gente concorda que os momentos de crise são momentos de oportunidade.
08:30E essa seria uma grande oportunidade para dar um salto na questão do custo do gás.
08:37Sérgio Voadem, muito bom tê-lo aqui novamente no Real Time.
08:41Obrigado pela sua participação.
08:43Uma ótima quinta-feira para você. Grande abraço.
08:46Muito obrigado, Eric. Um abraço.
08:47Sempre um prazer falar com você.
08:49Obrigado.
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