Em entrevista, Lula reafirmou a intenção de criar uma moeda própria para o Brics. Ele destacou o protagonismo do bloco, defendeu o multilateralismo e comentou sobre a relação com Donald Trump e a desdolarização do comércio internacional. Acompanhe a análise de Mariana Almeida.
Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/
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00:00O presidente Lula reafirmou que mantém a proposta de criação de uma moeda comum para os países dos BRICS.
00:07Ele destacou que o bloco representa um êxito para o Brasil e sugeriu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
00:15possa estar um pouco com ciúmes da atuação brasileira no grupo.
00:19Para falar sobre esse assunto, eu converso novamente com a repórter Fernanda Sete, ao vivo de Brasília.
00:23Fernanda, o presidente Lula batendo nessa tecla da desdolarização dos BRICS, isso causou um desconforto, uma irritação em Donald Trump
00:34e até por isso o Trump também vem atuando contra alguns países do BRICS, especialmente Brasil e Índia,
00:42os dois países que receberam o tarifácio, a maior tarifa de todos os países, com 50%.
00:50Então o presidente Lula aí continua mexendo ali no vespeiro Trump, né Fernanda Sete?
00:57Exatamente isso, Cláudio. O presidente Lula afirmou ontem que não recuou da ideia de criar uma moeda própria para os países que integram o BRICS.
01:06Ele defendeu o bloco sobre a necessidade de unificar os interesses de países do sul global para que pudessem discutir e dialogar sem depender do dólar.
01:17Lula defendeu também que os BRICS representam metade da humanidade e um terço do PIB mundial.
01:24Lembrando que o BRICS é formado por 11 países membros, dentre eles Brasil, Índia, China, África do Sul, dentre outros.
01:33Além disso, Lula afirmou que não sabe dizer ao certo se o governo norte-americano taxou os produtos brasileiros,
01:41se isso aí tem alguma relação direta com os BRICS.
01:45Mas voltou a defender o multilateralismo na relação entre os países.
01:51Além disso, o presidente Lula lembrou que vai ser o responsável por fazer a abertura da Assembleia Geral da ONU,
01:58que acontece no dia 23 de setembro deste ano.
02:02E ele falou que, na ocasião, ele vai defender o multilateralismo, vai defender a soberania nacional
02:08e também a questão voltada ao meio ambiente.
02:13E falou que não sabe se até lá vai ter uma conversa direta com Donald Trump.
02:18Mas a gente percebe, né, Klein, nos últimos discursos,
02:21sempre que o presidente Lula tem uma oportunidade de falar,
02:25ele vem batendo nessa tecla de criar uma moeda própria,
02:29principalmente para ser usada entre os países do BRICS.
02:35Não quer ter essa dependência do dólar nas transações comerciais.
02:40E ele vem falando isso.
02:42Acredito que isso já deve ser um assunto que está sendo discutido aí
02:46entre os países que integram o BRICS.
02:49Esses que eu falei, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul,
02:53Emirados, Árabes Unidos, dentre outros.
02:56Eu volto com você, Klein.
02:57Obrigado, Fernanda Sete, mais uma vez pelas suas informações.
03:00Bom trabalho aí na capital federal.
03:03Agora, 8 horas e 50 minutos.
03:05Mariana Almeida, a gente está vendo aí o presidente Lula, né,
03:08desafiando um pouco o Donald Trump,
03:11que já avisou que se houver a desdolarização dos BRICS,
03:15de uma moeda em comum, poderia até taxar o bloco em 100%, né,
03:20nessa guerra comercial.
03:22E o Lula, num momento já delicado, acaba reforçando que,
03:26ah, estuda que estamos pensando aí numa moeda comum.
03:30Talvez não fosse um momento adequado, né,
03:32e até porque o bloco está realmente ganhando um protagonismo
03:38e Trump tem agido justamente para arrefecer.
03:41A gente trazia ontem, né, conversando com alguns analistas de relação
03:45ou de relações internacionais, os analistas dizem
03:48que Trump está agindo pontualmente em alguns países do BRICS
03:51porque ele sabe que se esses países agirem em conjunto,
03:56pode ser muito prejudicial para o protagonismo norte-americano
04:02no comércio global.
04:03Pois é, Klein.
04:04E aí acho que você traz uma coisa interessante
04:06que é a gente separar um pouquinho o que é o momento político
04:09e a parte que move as atitudes, seja do presidente Lula,
04:13seja do Donald Trump, no ganho mais imediato de apoio em suas bases,
04:17no posicionamento político, que é essa parte aí das narrativas, né.
04:21E aí o presidente Lula sabe que tem ganho aí, algum apoio
04:24quando fala se posiciona mais forte aí pela soberania nacional
04:27contra os ataques de Donald Trump.
04:29Isso melhorou um pouquinho a reação aí e o apoio aqui no Brasil
04:34ao presidente Lula e talvez ele vá navegando por esse lado.
04:38Mas isso é um pedaço, porque o outro que tem a ver com essa camada
04:41do desenvolvimento econômico e do futuro da economia internacional,
04:45aí a situação dos BRICS e o que disse, inclusive, o presidente Lula
04:48é muito mais importante, mas demora muito mais.
04:51Por quê?
04:51Porque a questão da centralidade do dólar e o poder que o uso do dólar
04:56nas transações internacionais dá aos Estados Unidos,
04:59isso é mais do que conhecido entre os analistas.
05:01É um poder, é uma diferenciação muito significativa,
05:04um poder grande que acaba impactando nas taxas de juros locais,
05:08na força que o país tem internacionalmente,
05:10e Donald Trump sabe disso, sabe disso,
05:12mas nesse ponto está, de alguma maneira, com problema,
05:15porque ele não pode apostar também na força do dólar
05:19enquanto valorização da moeda. Por quê?
05:22Porque isso significaria um dólar forte que, para ele,
05:24apoiaria importações. Essa foi a história do dólar.
05:27Ele é a moeda internacional porque ele é forte
05:29e porque os Estados Unidos importam.
05:31Ele quer fazer o contrário.
05:33Então tem um risco aí de como é que ele vai sustentar
05:35essa situação do dólar como moeda internacional.
05:37E aí a entrada dos BRICS, o fortalecimento,
05:40a possibilidade de alterar essa relação,
05:43de colocar e criar alternativas,
05:44inclusive usando novas tecnologias para isso,
05:48por exemplo, tecnologias de blockchain ou de moedas digitais,
05:51isso é um risco real, mas é um risco que não é no curto prazo.
05:54Não vai afetar as eleições de 2026,
05:57não no concreto, porque não se desdolariza rápido.
06:00O processo monetário é muito mais complexo,
06:02leva tempo, leva uma questão de capacidade social,
06:05de compreensão dos novos métodos de pagamento
06:07e, como eu disse, é algo que pode demorar.
06:10Mas é sério, os BRICS têm poder econômico para isso,
06:12tem que ser dialogado e conversado
06:14com uma sustentabilidade de projeto de Estado,
06:17não só de governo, e isso está um pouco na fala.
06:19Mas a fala está bem aqui na superfície
06:21e tentando atrair mais apoio ou mais bagunça,
06:24mais confusão do que propriamente entrando nesse debate
06:27que é sério do ponto de vista monetário
06:29e que pode alterar substancialmente
06:31as relações de poder na geopolítica no futuro.
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