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Fabrizio Panzini, diretor da Amcham Brasil, comenta o crescimento de 4,2% nas exportações brasileiras e o déficit de US$ 2,2 bilhões na balança com os EUA até julho. Apesar do tarifaço americano, o comércio bilateral registra o maior valor já visto para o período, com destaque para carne, aviões e café.

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Transcrição
00:00E falando sobre as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos,
00:03entre janeiro e julho desse ano, a balança comercial com os americanos
00:07teve um déficit de 2 bilhões 260 milhões de dólares,
00:13com aumento de 4,2% para as exportações e crescimento de 12,6% para as importações.
00:21Segundo a Ancha Brasil, o valor exportado no período superior a 23 bilhões e 700 milhões de reais
00:28é o maior valor já registrado para esse período.
00:32Também de acordo com a organização, nos primeiros sete meses do ano,
00:36o superávit dos Estados Unidos com o Brasil aumentou mais de 600%
00:42em comparação com o igual período de 2024.
00:46E é sobre esse assunto que eu vou conversar com o Fabrício Panzini,
00:50ele é diretor de Políticas Públicas e Relações Governamentais da Ancha Brasil.
00:54Fabrício, boa noite para você, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:57O que é que explica esse salto no superávit americano em relação ao Brasil?
01:03Boa noite, Cris.
01:05Pois é, parece que a gente está vivendo em dois mundos distintos,
01:08o do presente e o futuro, que a gente está preocupado com o tarifácio,
01:14que traz bastante apreensão,
01:16e o do passado, neste ano de 2025 até julho,
01:20que demonstra uma força ainda muito grande do comércio bilateral.
01:25Mas, basicamente, Cris, a gente tem visto um crescimento muito forte
01:30das importações brasileiras provenientes dos Estados Unidos,
01:36assim como estamos vendo também um vigor importante das nossas exportações ao país.
01:42provavelmente, se a gente não tivesse esses 10% aplicado,
01:48já até julho,
01:51talvez o comércio brasileiro pudesse estar crescendo a uma velocidade até mais rápida,
01:58e esse superávit com os Estados Unidos pudesse estar sendo até um pouco menor.
02:03Mas, de fato, a gente tem importado dos Estados Unidos os bens que, geralmente,
02:07o Brasil importa, e isso tem crescido,
02:10e estão aí nessa lista, né?
02:12Petróleo, aeronaves,
02:14partes de aeronaves, que muitas delas são confeccionadas aqui,
02:19usadas para fazer as aeronaves que voltam para os Estados Unidos,
02:24máquinas e equipamentos, produtos farmacêuticos,
02:26esses são todos produtos da nossa pauta importadora dos Estados Unidos.
02:32E como é que o tarifácio impactou o comércio entre os dois países,
02:37desde o anúncio de Trump das tarifas recíprocas em abril?
02:42Pois é, a gente, né,
02:44o bom dessa análise que a gente está comentando aqui,
02:47é que ela é o último mês, Cris, que a gente tem, né,
02:51ainda não tem o tarifácio aplicado, né?
02:53Ou seja, agora, a partir de agosto,
02:55a gente já vai começar a sentir.
02:58A nossa percepção, isso aconteceu ao longo de vários momentos do ano, né?
03:04Você vai lembrar bem que em alguns momentos a gente só se falava de aço e alumínio,
03:08depois a gente começou a falar dos 10%,
03:10agora a gente está falando desses 50% que tem razões que vão além do econômico.
03:17Mas em todos esses momentos, o que a gente percebe é o comportamento das empresas
03:22de tentar se antecipar a essas medidas, né?
03:26Ou seja, as medidas, elas são anunciadas, elas têm um tempo para entrar em vigor,
03:32e nesse tempo para entrar em vigor,
03:34a gente consegue analisar um crescimento forte
03:37de alguns produtos exportados pelo Brasil, né?
03:40Então, por exemplo, se a gente pegar produtos que a gente talvez tenha tido em julho
03:46um crescimento muito acima da média,
03:48vão estar, por exemplo, aeronaves, ferro-usa,
03:52cal e materiais para construção, pedras, né?
03:55Então, parece que as empresas, elas vão mostrando,
03:59tentando se adaptar a esse contexto
04:01e tentar exportar com tamanha imprevisibilidade, né?
04:05Tentar exportar aproveitando o momento em que a tarifa ainda não está em vigor.
04:11No mês passado, quando já estava em vigor a sobretate de 10%,
04:15aí depois foi anunciado o aumento para 50%,
04:17as exportações brasileiras para os Estados Unidos atingiram um recorde para o mês.
04:22Quais os principais destaques de julho e qual a influência do tarifaço?
04:28Pois é, na julho a gente continua com uma forte alta
04:32daqueles mesmos produtos que a gente comentou aqui no mês passado, né?
04:37O grande destaque tem sido a carne bovina.
04:39Ela tem tido alta tanto no valor exportado quanto na quantidade,
04:45e ironia que é um produto que ficou, né?
04:48Que não entrou como isenção, né?
04:51Não entrou como exceção agora na lista do tarifaço,
04:54então vai estar sujeito a 50%.
04:56Suco de frutas também com crescimento muito forte.
05:00Aviões, café e ferro.
05:02São esses produtos, né?
05:04Esses cinco produtos que têm sido responsáveis por um crescimento muito forte.
05:08Agora, mesmo ali no primeiro semestre, onde só tínhamos aí, né?
05:14E até julho, só tínhamos o 10%, a gente já consegue ver que alguns produtos estão tendo menos fôlego.
05:21Ou seja, mesmo com a tarifa de 10%, não tão elevada quanto a de 50% que vai vigorar aí para quase metade da nossa pauta,
05:31a gente já via, por exemplo, celulose tendo queda, equipamento de engenharia, açúcar, madeira,
05:39autopeças em geral que estão sujeito a uma alíquota de 25%.
05:42Então, você já via aí algumas empresas com dificuldade de serem competitivas no mercado americano com esses 10%.
05:51Fabrício, tendo em vista a sazonalidade do período, a entrada em vigor da taxação dos Estados Unidos,
05:58qual é a perspectiva para a balança comercial entre os dois países nos próximos meses?
06:04Pois é, se a gente estivesse num cenário normal, eu diria que a gente chegaria ao final desse ano, Cris,
06:10com provavelmente um segundo maior valor histórico da corrente de comércio Brasil-Estados Unidos.
06:18Diante do tarifaço, é possível que a gente fique aí com um terceiro maior valor histórico,
06:26abaixo talvez do ano passado e abaixo daquele ano de 2022, que foi muito forte na época do início da guerra na Ucrânia,
06:35em que os preços aumentaram muito e o comércio de petróleo entre os dois países teve um destaque.
06:43Então, eu me arriscaria dizer que pelo menos pelo lado das exportações,
06:47talvez a gente chegue perto do valor do ano passado, até porque a gente já está em agosto,
06:53já teve uma exportação acumulada no ano importante,
06:58mas eu não vejo a gente atingindo um valor recorde por conta dessa tarifa.
07:05Agora, se a gente tiver um cenário de melhora das relações políticas,
07:11de início de conversa, um adiamento dessas tarifas,
07:15eu acho que a gente caminha para esse cenário mais positivo
07:19de ter o segundo maior corrente de comércio na história de Brasil e dos Estados Unidos.
07:24Pois é, quero pegar um gancho aí nessa sua última resposta.
07:27Como é que a Anchan tem trabalhado ou observado as tentativas de negociações comerciais entre os dois países?
07:35Bom, a Anchan tem tentado ali desde o primeiro trimestre deste ano,
07:41fazer essa aproximação entre os dois governos,
07:45entregar aos dois governos informações de qualidade sobre essa relação.
07:51O Brasil e os Estados Unidos tem uma relação cujo comércio,
07:54comércio, ele tem uma intensidade tecnológica muito alta,
07:58então ele gera empregos de qualidade dos dois lados,
08:01a gente tem feito esse tipo de defesa.
08:05Nós também temos, Cris, uma integração muito importante das nossas empresas,
08:10que é o que a gente chama de comércio intrafirma,
08:13ou seja, compra que empresas do mesmo grupo, fazem com empresas do mesmo grupo,
08:19compra e venda, eu compro peça, vendo o produto acabado,
08:23vendo a peça, compro o produto acabado,
08:25isso é um terço do nosso comércio bilateral.
08:29E temos conversado também com os dois governos
08:33sobre a importância da relação de investimentos que nós temos nos dois países.
08:38Então, tanto com os nossos ministérios aqui no Brasil,
08:42quanto com os Estados Unidos.
08:44É óbvio que nesse meio tema, nesse meio tempo,
08:47entraram questões políticas, acho que ficou evidente para todo mundo,
08:52mas o trabalho empresarial, ele vai continuar na direção de continuar
08:56demonstrando para os Estados Unidos e para o governo brasileiro,
09:02esse benefício.
09:03O que muda com esse cenário um pouco mais amarrado,
09:08com essa apreensão de se os países vão ou não começar a negociar,
09:12muda que eu acho que a gente tem que fazer mais um trabalho
09:16nos Estados Unidos, com o setor privado americano e com o governo americano,
09:21porque eu acho que é ali que eles vão escutar mais.
09:24Aquilo que beneficiar os Estados Unidos,
09:27e eu acho que essa relação, ela beneficia muito os Estados Unidos,
09:30é que eles vão ouvir, vão tomar uma decisão.
09:34Então, a Enxã está aí, provendo muita informação para os dois governos,
09:38para nossas empresas também,
09:40e trabalhando para aproximar os governos,
09:42para que esse canal consistente de diálogo se restabeleça logo.
09:48Fabrício, muito obrigada.
09:49É um prazer te ouvir.
09:50Boa noite para você.
09:52Prazer, muito obrigado.
09:53Obrigado.
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