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Em menos de um mês, as tarifas dos EUA impactaram exportações brasileiras, e o levantamento da Scanntech Brasil mostra queda nos preços de carne bovina, suína, frango e café. Thomaz Machado, CEO da Scanntech Brasil, comenta efeitos de curto e longo prazo sobre o mercado e consumo.

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Transcrição
00:00E menos de um mês após as tarifas dos Estados Unidos entrarem em vigor, os reflexos sobre as exportações brasileiras já começaram a aparecer.
00:10A empresa de software Scantec divulgou um levantamento que mostra que o varejo alimentar teve categorias diretamente atingidas pela sanção, como carnes e café, e já registram quedas importantes nos preços médios em agosto.
00:23Tomás Machado, que é CEO da Scantec Brasil, está aqui ao vivo no Fast Money, comenta mais sobre esse levantamento, o que a gente pode esperar para os próximos meses.
00:33Tudo bem, Tomás? Boa tarde, bem-vindo.
00:36Olá, Natália. Boa tarde. Boa tarde, Felipe. É um prazer estar com vocês aqui hoje.
00:40Ah, é prazer o nosso. Bom, já adiantei aqui, Tomás, que esse levantamento mostrou uma queda bem expressiva em preço de carne bovina, suína e café no varejo.
00:48E isso, claro, não coincidentemente, acontece após as tarifas dos Estados Unidos.
00:55Traz pra gente do que a gente está falando, de qual o impacto, o tamanho dessa redução.
01:01Perfeito, Natália. A gente notou uma redução expressiva dos preços em agosto.
01:06Café, 4,6%, quase 5%.
01:09Frango, quase 6%.
01:12Bovino, carne, um pouco menos, 1%.
01:14Mas a gente já nota uma redução nos preços desses importantes produtos da cesta do brasileiro.
01:21E são produtos diretamente ligados à tarifa.
01:24Então, a gente já nota que a tarifa desequilibra essa exportação e essa cadeia.
01:31E a consequência, no curto prazo aqui para o mercado nacional, é uma redução de preços.
01:36Visto que a gente tem uma oferta maior de produtos com uma demanda menor dada exportação.
01:41Perfeito. Felipe, sua pergunta.
01:43Legal. Tomás, boa tarde para você. Tomás Machado, meu...
01:47É, eu ia perguntar, seu parente, Felipe Machado?
01:49Parente aqui.
01:51Grande Tomás, boa tarde para você.
01:54Tomás, eu queria que você falasse um pouquinho mais do levantamento.
01:56Que outras informações saíram dele?
01:58Quer dizer, vocês estão pesquisando apenas preços?
02:01Ou vocês estão pesquisando algumas outras ligações que a tarifa tem provocado no Brasil?
02:06Perfeito, Felipe.
02:08A gente pesquisa, na realidade, a gente coleta mais de 13 bilhões de tickets por ano no check-out dos supermercados.
02:16Então, a gente tem mais de 60 mil varejos conectados.
02:19Isso é cerca de 85% de todo o faturamento do varejo alimentar brasileiro.
02:23Então, é quase censitário os dados que a gente recebe.
02:27É uma amostra muito, muito grande.
02:28E a gente acompanha os preços, principalmente pelo monitoramento, a gente passa tanto para a indústria quanto para o varejo,
02:35para acompanhar os preços e, com isso, conseguir reagir e se preparar nessas mudanças.
02:40E a gente veio, obviamente, quando aconteceu o tarifaço, tanto o varejo quanto a indústria nos procuraram para a gente monitorar isso diariamente
02:50para entender quais seriam os impactos, pois são produtos muito importantes dentro dessa cadeia,
02:55tanto para os produtores quanto para o varejo e para os consumidores.
02:59E a gente notou claramente, no momento que houve a tarifa e houve realmente a efetivação da tarifa,
03:07essa redução imediata de preços desses produtos, principalmente nesses produtos que são produtos
03:13onde você tem um percentual significativo de exportação para os Estados Unidos.
03:18Tomás, então a gente está falando, na prática, de um redirecionamento de produtos que antes iam
03:24para os Estados Unidos, acabam ficando por aqui.
03:27Como que isso está afetando o equilíbrio da cadeia produtiva, os estoques internos e esse efeito,
03:33que quando a gente escuta assim, parece até uma coisa boa para a gente que está aqui no Brasil.
03:38É esperado que isso dure por quanto tempo?
03:41Ótimo ponto, Natália.
03:43Sim, realmente, quando acontece um fator muito atípico, como foram as tarifas,
03:49você tem um desequilíbrio da cadeia.
03:51Nesse caso, acaba tendo uma exportação menor, ou seja, no mercado interno,
03:57a gente olhando o mercado interno nacional, a gente tem uma oferta muito maior desses produtos.
04:03E com isso, com uma demanda relativamente estável do mercado nacional,
04:07você acaba tendo uma queda de preços, especialmente em produtos, Natália,
04:11que são de cadeia viva, que a gente chama, que é o frango, os bovinos,
04:15porque ele tem um custo de estocagem muito alto.
04:18Então, no fundo, quando você tem essa oferta maior no mercado interno,
04:22há uma necessidade de redução de preço para você conseguir escolher esse produto
04:26até que você consiga equilibrar essa cadeia.
04:29Então, no curto prazo, o efeito é positivo,
04:32entendendo que uma das grandes preocupações do brasileiro é a inflação de alimentos,
04:36o efeito é positivo no curto prazo.
04:39No médio e longo prazo, isso tende a se amenizar com efeitos neutros negativos.
04:43Se continuar, se a gente continuar tendo essa realidade das tarifas,
04:47porque, na realidade, você tem um volume menor de exportação,
04:51a produção acaba se adequando a isso com uma menor quantidade,
04:54um menor volume e, com isso, uma menor eficiência.
04:56Então, no curto prazo, o impacto é positivo.
04:59A permanecer essa realidade, no médio e longo prazo,
05:02principalmente para a cadeia viva, o impacto tende a ser negativo.
05:05Entendi. Felipe.
05:07Toma essa questão do prazo, acho que é meio importante.
05:10Você acha que os brasileiros, produtores brasileiros,
05:14enquanto isso, estão buscando novos mercados?
05:17Claro, o café, por exemplo, a China já abriu um pouco mais de possibilidades
05:22para exportação para a China.
05:23Você imagina que, daqui a pouco, quando a gente conseguir,
05:26se for possível encontrar novos mercados,
05:28daí esse valor começa a voltar de novo para o preço anterior?
05:31A gente estava com um preço muito alto do café.
05:33Já estava sendo falado que o café estava com um preço acima da sua média histórica.
05:38Você acha que isso vai voltar para esses valores assim que forem encontrados
05:41novos mercados, por exemplo?
05:43Felipe, a gente acredita que sim, quando a gente observa os dados,
05:49justamente por isso.
05:50Porque, na realidade, essa redução de preço no curto prazo
05:53foi um aumento da oferta do produto,
05:57dada essa redução de exportação.
05:59À medida que esses produtores forem encontrando novos canais
06:02e reestabelecendo as exportações no mesmo patamar
06:06que eles tinham anteriormente, o preço tende a se equilibrar.
06:10O café é um fato curioso, diferente dos outros,
06:13ele não é uma cadeia viva.
06:14Então, ele tem um poder maior de estocagem,
06:17o produtor tem um poder maior de estocagem,
06:19e ele acaba tendo uma relação maior, inclusive, com o cenário macro.
06:23A gente sabe que o café teve uma oferta menor global
06:27e isso acabou aumentando bastante o preço.
06:28Então, acabou que a tarifa acabou compensando esse preço,
06:33esse aumento de preço internacional no Brasil.
06:35E, por isso, a gente foi beneficiado no curto prazo.
06:37Mas, à medida que essas exportações foram se estabilizando,
06:41o preço tende a voltar aos patamares que a gente via antigamente,
06:45em equilíbrio.
06:46E, Tomás, bom, a gente está falando aqui de café bastante,
06:49falamos de carne.
06:50E aí, eu estava vendo no levantamento que o setor de pescados,
06:53que a gente também está falando aí de uma carga perecível,
06:56eu vivo, etc., ele teve um movimento contrário ali,
07:00teve alta, é isso mesmo?
07:02E o que explica esse movimento?
07:04É excelente, Natália.
07:05Quando a gente observa todos esses itens que sofreram a tarifa,
07:08o pescado foi o único que teve uma alta de preços
07:10e ele está muito mais relacionado a uma demanda sazonal.
07:14É um período onde a produção de pescado é muito mais baixa,
07:18a gente observou isso, a gente viu se era uma mudança de demanda,
07:21mas não, ela, na realidade, é um período de produção mais baixo
07:25e de demanda mais baixo no Brasil.
07:27Esse período agora de julho e agosto
07:29são meses de demanda menor de pescado.
07:32Então, no fundo, foi uma coincidência
07:35no momento que o pescado tem uma demanda e uma oferta menor,
07:40então acabou que ele não teve esse impacto de preço agora no curto prazo.
07:44A se seguir essas tarifas e aumentando,
07:47voltando para o período de maior sazonalidade do pescado,
07:50a gente pode ver alguma alteração.
07:52Certo. Felipe.
07:53Tomás, eu fico vendo esse seu levantamento,
07:56os preços caindo aqui,
07:58e a gente fica meio que, às vezes, comemorando um pouco,
08:01porque esses preços vão ter um impacto na inflação,
08:03para baixar a inflação,
08:05vai ter um impacto para a gente ter números menores.
08:08Mas você acredita que esses números são artificiais?
08:10Quer dizer, a gente não pode olhar para a inflação,
08:12é um fenômeno muito específico desse momento,
08:15é um retrato desse momento,
08:16mas não podemos olhar para isso como um dado de inflação
08:19correto para ser analisado?
08:22É, Felipe, o dado é correto,
08:24porque realmente a gente vai ter uma redução.
08:26A permanecer esses preços,
08:27a gente vai ter efetivamente um impacto na inflação
08:30e um alívio no bolso do brasileiro.
08:33Então, o impacto é real e é correto,
08:36a gente vai ter esse impacto positivo.
08:38Ele provavelmente não será perene,
08:41porque a gente vai ter um dos dois fatores se ajustando.
08:43Ou a gente provavelmente verá um aumento da exportação
08:48quando os produtores encontrarem outros mercados
08:51para atender essa demanda,
08:52ou provavelmente vai ter uma adequação da produção,
08:56porque a gente não teve uma redução dos custos de produção.
08:59Então, assim, os custos...
09:00Hoje, essa redução de preço,
09:02ela acaba impactando diretamente o produtor,
09:04porque ele mantém os mesmos custos de produção,
09:07porém, ele, dado a demanda,
09:10ele vai ter que reduzir seus preços para o mercado nacional.
09:13Em permanecer nesse cenário,
09:14ele provavelmente não é perene,
09:16porque ou ele vai encontrar outros mercados
09:18para fazer a exportação,
09:19ou ele vai reduzir a produção
09:21e, com isso, adequar os preços
09:23num custo possivelmente, inclusive, um pouco maior,
09:25porque você tem uma queda de produtividade
09:28com a redução dos volumes.
09:30Então, o efeito é positivo no curto prazo
09:32e a gente vai sentir isso no bolso,
09:34ele é um impacto real,
09:36porém, no médio e longo prazo,
09:38ele tende a não ser perene,
09:40porque é um fator muito específico
09:42e que, no final, as cadeias vão se adequar.
09:44São cadeias que não se adequam imediatamente,
09:48principalmente a cadeia viva,
09:50a cadeia de frangos demoram 45 ou mais dias
09:52para se adequar à produção,
09:54e a de bovinos ainda mais,
09:56então, essa adequação não é imediata,
09:58mas, ao longo do tempo,
10:00o produtor tende a adequar a sua oferta
10:03a essa nova demanda.
10:04E, Tomás, vocês monitoram,
10:06eu imagino, um volume enorme diário,
10:09são transações mesmo,
10:10você disse que é a venda ali,
10:12a saída do produto.
10:14O que vocês já captaram de insights importantes
10:16sobre mudança de consumo
10:19nessas categorias afetadas pelo tarifácio aqui no Brasil?
10:23Isso foi super curioso, Natália,
10:24porque a gente vinha observando
10:26uma mudança muito grande de comportamento,
10:29principalmente nas proteínas,
10:30porque as proteínas, na realidade,
10:32o consumo migra,
10:35dependendo do aumento de preço.
10:36Então, a gente tinha visto,
10:37até ficou famoso no ano passado o ovo,
10:40que, poxa, onde é que está o ovo,
10:42o preço e etc.
10:43E, no fundo, o ovo foi uma consequência
10:45do aumento da carne bovina e suína,
10:47porque você tem uma proteína mais barata
10:50e você tem a migração do consumidor
10:52para esse tipo de proteína.
10:55Agora, a gente está vendo o inverso,
10:57porque você está vendo que, no fundo,
10:59as tarifas estão vendo esse...
11:02estão reduzindo os preços dessas proteínas,
11:05como bovinos, suínos e frangos.
11:08Então, provavelmente,
11:10quando a gente olha as outras proteínas,
11:11o ovo e outras proteínas,
11:12a gente vai ver esse impacto inverso também,
11:15que é a redução da demanda
11:17e do preço dessas proteínas,
11:18que a gente ainda não viu,
11:19mas a gente aprende a ver
11:21em se mantendo essas tarifas
11:23para os próximos meses.
11:24Então, provavelmente,
11:25outras proteínas que foram beneficiadas
11:28do aumento da carne bovina
11:30e da carne suína no ano passado,
11:32provavelmente sofrerão mais esse ano,
11:34dada essa maior oferta dessas proteínas.
11:37Interessante demais.
11:38Tomás Machado, CEO da Scantac Brasil,
11:41participando ao vivo aqui do Fast Money
11:42e tendo novos insights,
11:43novas pesquisas,
11:44volta aqui,
11:45que a gente adora acompanhar
11:46essas movimentações do mercado.
11:49Obrigada, viu, Tomás?
11:50Boa tarde.
11:52Obrigado, Natália.
11:52Obrigado, Felipe.
11:53Uma boa tarde para vocês.
11:54Até a próxima.
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