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A nova tarifa de 50% nos EUA já impacta o setor logístico brasileiro. Fernando Balbino, diretor da IBL World, revela que embarques cresceram 30% nas últimas semanas, mas agora vivem paralisia. Exportações para os EUA representam 40% do faturamento e já há demissões no setor.

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Transcrição
00:00E há uma semana para entrar em vigor a nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros,
00:05o setor logístico já sente os impactos e projeta prejuízos.
00:10Empresas brasileiras têm corrido contra o tempo para antecipar embarques para os Estados Unidos.
00:16Uma das empresas, a IBL World, por exemplo, aponta uma alta de 30% na movimentação,
00:24mas também já enfrenta cancelamentos de contratos, especialmente no setor alimentício.
00:28Para entender melhor os efeitos do tarifaço no setor de logística e nas exportações brasileiras,
00:34eu converso agora com o Fernando Balbino, diretor da IBL World, do grupo IBL.
00:40Fernando, boa tarde para você, obrigado pela sua participação.
00:43Fernando, quais setores já se movimentaram para antecipar embarques, então?
00:49Boa tarde, Fabio, tudo bem contigo com a audiência?
00:52Atualmente, aqui na nossa carteira, a gente vê, assim, os setores que mais têm movimentação tem sido o setor de alimentos,
01:03a gente vê muito, principalmente alimentos processados, os grandes contratos ali de carnes.
01:10Tem um outro setor que a gente vê também muito grande, que é o setor de laminados,
01:14então, que tem um mercado muito grande americano.
01:18Para esses dois setores aqui dentro de casa, da nossa carteira,
01:23a gente vê que veio uma movimentação muito grande nos últimos 15 dias,
01:28então, veio uma antecipação dos embarques bem grandes,
01:32e agora a gente está num momento muito crucial,
01:36porque a gente não está conseguindo novos bookings direcionados para os Estados Unidos,
01:41porque, justamente, o comprador americano não quer liberar o embarque no Brasil
01:46porque não sabe como será a chegada desse produto lá na aduana americana.
01:52Quer dizer, tem essa questão também, se depende do americano liberar,
01:56e agora, a essa altura, para antecipar o embarque já está mais complicado, é isso?
02:03A antecipação dos embarques, até 15 dias atrás ali, a gente até conseguia.
02:09Nesse momento, essa ação já não é mais eficaz,
02:13porque hoje, um transit time para os Estados Unidos,
02:16nós estamos falando em 18, 20 dias,
02:18então, todo um novo embarque que acontece nesse momento,
02:22quando chegar lá, já vai chegar após o dia 1º de agosto.
02:26Então, nesse momento agora, está tendo muita discussão
02:29entre o vendedor brasileiro e o vendedor americano,
02:33justamente para ter esse alinhamento.
02:34Mas é uma insegurança, porque, do lado americano,
02:40eles também não sabem se a tarifa vai se concretizar ou não.
02:44E aí fica essa grande dúvida.
02:47Se for entrar com essa tarifa, inviabiliza, inviabiliza o projeto,
02:52inviabiliza o custo.
02:53Então, eles não conseguem absorver esse aumento tão rápido das tarifas.
03:00Quer dizer, vocês tiveram, depois de um período de uma movimentação maior,
03:05vocês tiveram que correr para antecipar esses embarques,
03:08e agora entra um período de uma certa paralisia para alguns setores, é isso?
03:12Nesse momento, a gente teve, uns 15 atrás, mais ou menos,
03:18um aumento aproximado de 30% nos embarques.
03:22E agora, nesse momento, a gente está tendo contenção.
03:26Então, o que a gente tem visto é,
03:29os fabricantes estão aguardando,
03:32e os importadores americanos também estão aguardando.
03:35Então, nesse momento, os dois lados estão aguardando.
03:37No nosso caso, a gente tem alguns bookings já com reservas,
03:42mas nenhum deles estão acontecendo.
03:44Então, nesse caso, a gente está sempre fazendo a rolagem,
03:47sempre para a semana seguinte,
03:49e tentando ver qual vai ser a grande decisão,
03:52que a gente não sabe até o momento.
03:55Quanto é que os embarques para os Estados Unidos
03:58representam para o negócio de vocês?
04:01Hoje, a movimentação na exportação,
04:08a gente está tratando de exportação hoje,
04:10os embarques para os Estados Unidos
04:11representam na casa de 40%.
04:13É um volume bem alto.
04:16É um volume bem alto.
04:17Dentro da nossa carteira de clientes,
04:19é um volume bem alto.
04:21Nós aqui estamos bem preocupados,
04:23porque isso é queda de faturamento direto.
04:28Então, a gente vem discutindo diariamente,
04:30porém, a gente depende muito do governo.
04:36É uma coisa que tem vários fóruns de discussão nesse momento,
04:40mas sempre a última palavra vai ser do governo.
04:44Então, nesse momento, é uma grande expectativa para todos nós.
04:48E vocês estão em contato com autoridades do governo também?
04:50Estão participando dessas conversas?
04:53Estamos, tem alguns fóruns que nós participamos,
04:57principalmente aqui em São Paulo,
04:59onde a gente coloca as nossas preocupações,
05:03a gente coloca as demandas,
05:06e as equipes que têm integração direta com o governo,
05:11esses grupos de discussão,
05:13estão levando, estão levando essas nossas demandas.
05:16A gente não participa diretamente da discussão governamental,
05:19mas a gente coloca na mesa as nossas preocupações.
05:22E quais são as demandas de vocês, Fernando?
05:27Nesse momento, Fábio, a nossa preocupação é que nós não conseguimos,
05:36o Brasil como um todo, a gente não consegue suportar esse nível de tarifa.
05:41Então, assim, em qualquer tipo de negociação, a gente não consegue.
05:46O que a gente vem pedindo às autoridades é que eles consigam sentar à mesa e fazer essa negociação,
05:55porque quanto mais tempo demora para ter uma definição,
05:59para o nosso negócio é extremamente ruim,
06:02a gente fica numa incerteza.
06:03E quando a gente se trata 40% de um faturamento,
06:08é muito considerável.
06:10E a gente não sabe onde isso vai dar.
06:13Então, se é uma coisa momentânea,
06:15ou se isso vai se arrastar nos próximos meses, para o final do ano.
06:20Então, o que a gente pede às autoridades,
06:22a nossa solicitação é que
06:24exista uma negociação para que
06:27todos possam sentar à mesa
06:29e que haja uma negociação.
06:31que até nesse momento a gente não vê de nenhum dos lados
06:34essa negociação real acontecendo.
06:37Mas nós que estamos aqui no dia a dia da operação,
06:40a gente não consegue aguentar tanto.
06:45É isso que é a grande preocupação nossa no momento.
06:49Por exemplo, a gente tem carteira de cliente nosso
06:51que hoje mesmo anunciou que
06:53já tomou a decisão de fazer demissão de 100 funcionários
06:56para os próximos dois meses.
06:58Então, é algo que é muito sério,
07:03envolve muito dinheiro
07:05e envolve muitos empregos.
07:08Então, a gente está bem nesse momento, nesse momento.
07:12E vocês, Fernando, já tiveram que tomar alguma medida,
07:17se preparar de alguma forma,
07:19adotar alguma mudança
07:20para enfrentar esse momento
07:22que, como você lembrou,
07:23não se sabe exatamente se vem e o quanto dura?
07:25Fábio, nesse momento, dentro da nossa casa aqui,
07:30nós estamos mapeando outras regiões.
07:35Então, a gente vem discutindo com a nossa carteira de clientes,
07:40que é uma movimentação de mercado.
07:42Então, tem alguns clientes que eles são muito concentrados
07:45no mercado americano.
07:47e nós aqui, internamente com a nossa equipe,
07:50a gente vem tentando sinalizar novos mercados.
07:54Nessa semana, a gente está definindo algumas agendas de viagens
07:58para outros mercados,
08:00para tentar fazer rodadas de negociações.
08:02Ontem mesmo, eu estive envolvido numa negociação
08:06de uma demanda que é destinada para os Estados Unidos.
08:11Essa demanda ser absorvida pela Arábia Saudita,
08:14isso na venda de carnes e proteína animal,
08:18carnes de bovinos.
08:19Então, isso é o que a gente vem fazendo dentro de casa.
08:22Eu acredito que,
08:24nos próximos 10 dias, 12 dias,
08:26a gente vai ter uma agenda de viagem
08:28muito alta,
08:29viagem internacional para outros mercados,
08:31justamente tentando ajudar nossos clientes
08:35na busca de novos compradores de outros mercados.
08:38Isso é um movimento que está acontecendo
08:39nesse momento dentro de casa.
08:42E você citou aí o exemplo de carne,
08:44quer dizer, a gente entra numa outra esfera
08:46que é de produtos perecíveis.
08:48Aconteceu nesse período de produtos perecíveis
08:50já saírem para embarque e terem que parar
08:53e ter que correr ali para alguma alternativa
08:56de ampliar o período de refrigeração,
08:58enfim, dar alguma outra destinação
09:00para esses perecíveis?
09:03A gente tem um lote que saiu na semana passada
09:06de frutas,
09:07principalmente mamão e morango,
09:11que estão previstos para estar chegando ali
09:14na próxima semana,
09:15ele vai estar chegando ali no dia 3, dia 4.
09:18Para esse lote específico,
09:21tem uma preocupação muito grande dentro de casa,
09:22que a gente não sabe como vai ser tratado.
09:25É um lote que a gente já tinha o embarque programado,
09:30a saída do navio atrasou
09:31e acabou que a gente está vendo
09:33que quando chegar nos Estados Unidos
09:35já vai chegar com 2, 3 dias das tarifas.
09:38Então, esse é um caso
09:39que a gente ainda não sabe como será.
09:42Se chegando lá,
09:44se vai realmente ser taxado,
09:46se a gente vai ter que redirecionar a mercadoria,
09:49se o cliente vai ter que dar desconto,
09:51porque voltar para o produto não consegue.
09:54Então, às vezes,
09:55numa situação dessa,
09:57às vezes é melhor você dar desconto,
10:00absorver o prejuízo
10:01e tentar rentabilizar numa próxima operação.
10:04Mas isso é uma situação real
10:06que nós temos dentro de casa hoje.
10:08Essa manobra de buscar um outro mercado,
10:11você citou aí da Arábia Saudita para a carne,
10:14é uma manobra que pode ser feita em quanto tempo?
10:17Pensando que são mercadorias perecíveis,
10:19essa de frutas, por exemplo,
10:21qual o prazo que vocês têm
10:23para tentar encontrar um outro mercado?
10:25E é um prazo executável na prática?
10:29Não.
10:30Qualquer movimento que nós fizermos hoje,
10:33ele vai começar a ter reflexo daqui 90, 120 dias.
10:38Qualquer ação tomada agora de negociação,
10:41a gente não consegue ter um efeito imediato.
10:46Primeiro é, tem alguns produtos que eles já estão embalados
10:50para o mercado americano.
10:53Então, se eles tiverem que a gente fazer um reprocessamento
10:56dentro de casa,
10:58os nossos clientes estão sinalizando aí
11:00no mínimo de 15, 20 dias mais ou menos para fazer isso.
11:03Depois, quando você conta o tempo de trânsito
11:07até o destino final,
11:09então nós estamos falando aí de uma movimentação
11:11que se refletir a partir de 90 dias.
11:14Então, é algo assim que nós estamos imaginando ali,
11:16a partir de outubro, novembro.
11:18Então, é algo que, com certeza,
11:21perdas já existirão.
11:24A gente só não consegue calcular ainda
11:27qual é esse montante.
11:29Mas a gente tem, sim, uns três meses aí
11:31que é uma faixa cinzenta de negociação.
11:38Está aí, setor de logística em alerta
11:41acompanhando esse momento,
11:42vivendo uma incerteza muito grande,
11:45incerteza que, evidentemente,
11:46está presente nos clientes e no próprio setor.
11:49Fernando Balbino, diretor da IBL World,
11:51do grupo IBL.
11:52Muito obrigado, Fernando,
11:53por compartilhar com a gente
11:55as histórias que vocês estão vivendo por esses dias.
11:58A gente segue acompanhando
11:59e vamos torcer para que alguma coisa
12:02aconteça nesse processo de negociações
12:05que possa amenizar os prejuízos
12:08aqui para os negócios brasileiros.
12:09Muito obrigado pela sua participação.
12:12Obrigado, Fabio.
12:13Forte abraço.
12:13Tchau, tchau.
12:14Um abraço.
12:14Tchau, tchau.
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