A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de validar o aumento do IOF com efeito retroativo ao dia 11 de junho gerou preocupação no mercado. O economista e CEO da STAY, Tsai Chi-Yu, analisa o impacto jurídico e econômico da medida, os setores mais afetados e a falta de alternativas para o governo fechar suas contas sem cortes de gastos. Alberto Ajzental também participa do debate no Money Times.
🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!
Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
00:00E a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, sobre o decreto que aumentou o IOF com efeitos retroativos ao dia 11 de junho, tem preocupado o mercado.
00:11Para especialistas, essa medida apresenta um risco jurídico, além de impacto sobre planejamento de investimentos.
00:19E para comentar essas medidas e quais alternativas existem a partir de agora, eu converso com o economista e CEO da STEI, Tsai Shiyu.
00:27Olá, Tsai. Boa tarde para você. Seja bem-vindo ao Money Times.
00:33Oi, Paula. Tudo bem? Boa tarde. Obrigado por me receber.
00:36A gente que agradece a sua participação.
00:38Bom, para a gente começar, o mercado não viu essa decisão com bons olhos.
00:43Quais alternativas, então, existem a partir de agora, hein?
00:48Paula, a verdade é que não temos muitas alternativas.
00:52Então, uma vez que o governo precisa equilibrar fiscalmente suas contas, ela precisa ou aumentar a receita via IOF ou cortar custos.
01:03E cortar custos incorre num dispenso de capital político que o governo atual não tem, infelizmente.
01:10Então, a gente tem tido sucessivos embates entre o governo e o Congresso.
01:15Então, cortar custos e cortar investimentos nesse cenário é praticamente inviável.
01:21Então, a matemática só permite que se aumente a receita.
01:26Então, uma vez que o ministro Moraes optou por dar razão ao governo,
01:32o IOF entra em vigor e eu acredito que não tem muito que o mercado possa buscar de alternativas,
01:41a não ser que o próprio governo reveja essa decisão,
01:44dado que o ministro Moraes foi muito claro e optou por dar razão para o governo.
01:49Não tem muita saída mesmo, né?
01:51É isso que você comentou.
01:52Bom, Tsai, o nosso analista de economia, Alberto Aizental, está aqui conosco.
01:56Já está a postos para poder participar dessa conversa.
02:01Aizental.
02:01Boa tarde, Paula.
02:03Boa tarde a todos que nos acompanham.
02:06Tsai, a minha pergunta para você, no balanço entre IOF ter sido aprovado e não aprovado,
02:14o que é melhor para o mercado?
02:16O governo conseguir fechar as contas e não ficar tão desesperado
02:21e ter que recorrer a uma atitude muito pior?
02:25Ou passa 12 bilhões, 11 bilhões e o governo fecha as contas no final do ano,
02:31e não se desespera tanto?
02:33Então, essa é uma pergunta bastante difícil de responder,
02:41porque a melhor opção, infelizmente, é a que eu comentei que não existe.
02:45Seria de cortar gastos, mas essa é uma opção que o governo vai considerar,
02:52pelo menos a curto, médio prazo.
02:54Então, dentre aumentar o IOF, aumentar a implementação do IOF para acumular essa receita
03:01ou não cumprir as metas fiscais, eu acho que o mercado, infelizmente,
03:06não fica satisfeito nem com um nem com o outro.
03:10O que vai acontecer é que, se não bater as metas fiscais,
03:14você tem um impacto mais geral no mercado.
03:17Então, o mercado como um todo vai precificar mais caro o risco Brasil.
03:21Agora, com o IOF, o governo decide pegar alguns setores e implementar uma tributação extra,
03:30e esses setores, especificamente, vão sofrer um pouco mais.
03:34Então, se você olhar de uma forma geral o IOF,
03:38cada setor absorve esse IOF de uma forma diferente.
03:41Então, para que o setor, por exemplo, de câmbio,
03:45empresas que lidam com o aspecto mais cambial,
03:48tendem a sofrer um pouco mais, crédito também, previdência muito pouco.
03:53Mas o governo fez essa opção de privilegiar o balanço fiscal
03:59e em detrimento de alguns setores que vão sofrer um pouco mais, sim,
04:03por causa desse tributo adicional.
04:06Sai, como que as empresas vão recolher esse novo valor?
04:11Elas recolheriam e depois podem fazer a judicialização dessa cobrança?
04:15Ou vão esperar a decisão plena do STF para ver se há ou não uma mudança?
04:22Paulo, eu acho que, assim, nesse caso,
04:25dificilmente a gente vai ver uma reversão.
04:27Então, diferente das semanas anteriores,
04:31entrevistas com o Noel,
04:32eu era muito mais, digamos,
04:35muito mais cético em relação a uma resolução final.
04:38Nesse momento, eu acho que a gente se aproxima
04:40de uma resolução final de fato.
04:41Então, eu acredito que o mercado vai começar a precificar
04:46já considerando que essa decisão é praticamente definitiva.
04:51Como eu comentei, o governo, ele precisa agora,
04:54dado que o Supremo tomou essa decisão,
04:56precisa vir de uma iniciativa do próprio governo,
04:58o que eu acho, nesse momento, improvável.
05:01Então, as empresas, os setores que foram impactados
05:06vão começar a se ajustar.
05:08E aí, a cobrança é retroativa
05:09e isso cria um pouco de confusão.
05:13Porque nesse processo ficou na dúvida
05:15se cobra, não cobra,
05:17como que cobra,
05:18como que se operacionaliza a cobrança.
05:20Então, eu acho que o mercado vai precisar de um tempo
05:23para tentar olhar de forma retroativa.
05:27Infelizmente, isso cria uma certa insegurança jurídica
05:31em torno de produtos financeiros,
05:34alguns produtos financeiros.
05:35Mas o mercado vai precisar de um tempo.
05:39E aí, tudo que é retroativo, como a gente sabe,
05:41acaba criando um pouco de incerteza,
05:44de insegurança jurídica.
05:46Mas nesse exato momento,
05:48eu acredito que o governo não vai retroceder.
05:51E o mercado, ele já tem uma certa consciência
05:53de que a gente se aproxima de uma decisão final
05:55e que, inicialmente, vai ser invertida.
05:58Então, todo o mercado vai se ajustar
06:00conforme o decreto do IOF,
06:03da forma como ela foi solucionada há meses atrás.
06:08Tsai, a gente sabe que o governo
06:10não consegue fechar suas contas
06:13e que não faz a melhor gestão possível
06:16dos recursos que extrai da sociedade produtiva.
06:20Por isso, está recorrendo a mais
06:23essa transferência de renda
06:24de quase 12 bilhões de reais.
06:28Queria uma análise tua.
06:29Quais os setores que você acha
06:31que vão ser mais impactados
06:34e se faz sentido o discurso do governo
06:39de que esse é um aumento de imposto
06:43que vai atingir necessariamente os mais ricos?
06:47Mas, então, eu acho que, sim,
06:51olhando de uma forma mais holística,
06:54os setores que mais vão sofrer com esse IOF
06:58definitivamente são os setores de câmbio
07:01e de crédito.
07:03Então, esses são os dois setores
07:05onde o IOF tem um impacto mais relevante.
07:09Tem alguns outros setores
07:10que o IOF também foi implementado,
07:12Previdência é uma delas,
07:13mas o impacto do IOF em Previdência
07:16é irrisório, praticamente.
07:18Então, infelizmente,
07:20com o IOF se desincentiva a Previdência,
07:23que é um produto super necessário
07:25para o futuro de milhões e milhões de brasileiros,
Seja a primeira pessoa a comentar