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A Câmara deu o primeiro passo para derrubar o aumento do IOF, revelando um Congresso mais hostil ao governo e um alerta sobre o risco fiscal. A analista Julia Lindner detalha o impacto político, enquanto Alberto Ajzental e Vinicius Torres Freire detalham o rombo previsto nas contas públicas a partir de 2026.

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Transcrição
00:00A gente vai conversar agora com o nosso repórter Eduardo Geyer, que está lá em Brasília acompanhando tudo muito de perto.
00:06Geyer, boa noite para você. Qual é a situação por aí nesse momento?
00:12Oi Cris, boa noite para você, boa noite a todos que acompanham o Jornal Times Brasil.
00:17A Câmara dos Deputados analisa neste momento o projeto de decreto legislativo que pode derrubar a alta do IOF,
00:24anunciada pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
00:27Neste momento, os deputados fazem a discussão do mérito da matéria para que depois ela entre em votação.
00:33Mas a expectativa é de uma aprovação em alto quórum para a oposição, ou seja, a derrubada desse texto que ainda segue para a apreciação dos senadores.
00:42Eu vou ficar aqui acompanhando tudo de perto e volto a qualquer momento com as atualizações aqui na nossa programação. Cris.
00:48Obrigada, viu Geyer, pelas suas informações. Então eu vou agora com a nossa analista de política, Júlia Lindner.
00:54Júlia, boa noite para você. O que você nos traz aí até esse momento de apurações e análises sobre esse assunto?
01:03Cris, boa noite para você, boa noite a todos que nos acompanham.
01:06Tem sido um dia de muitas emoções para o governo, porque vale lembrar, o governo foi pego de surpresa
01:12por essa iniciativa de pautar esse projeto de decreto legislativo hoje e não deve ficar só por aí.
01:18Além da Câmara decidir votar esse PDL hoje, o Senado, caso seja confirmada a votação na Câmara
01:24e o texto seja aprovado com a derrubada do decreto do governo, esse texto deve seguir para o Senado ainda hoje.
01:31Ou seja, um alinhamento completo entre as cúpulas da Câmara e do Senado,
01:35demonstrando uma insatisfação muito grande com o governo, que envolve várias frentes.
01:40Nós já vínhamos antecipando isso aqui, aquela insatisfação com as emendas parlamentares,
01:44com o próprio texto do IOF e tem também uma insatisfação muito grande com alguns ministros do governo.
01:50Parlamentares falam principalmente da atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
01:55que tem feito algumas críticas ao Congresso, especialmente nessa questão do corte de gastos, do ajuste fiscal.
02:01Tem também a atuação de Rui Costa, que tem sido muito criticada e ele é visto como alguém que tem dificultado
02:06o acesso às emendas parlamentares, à distribuição e também alguém que estaria supostamente atrapalhando a articulação política.
02:12E aí, do lado de Alcolumbre, presidente do Senado, tem também uma insatisfação muito grande
02:17com o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia.
02:21E aí, por isso, Alcolumbre decidiu também entrar nessa articulação,
02:24pegando o governo não só desprevenido, mas também possivelmente impondo uma derrota muito amarga.
02:30Até porque o governo só tinha expectativa de ter que lidar novamente com esse assunto a partir do mês de julho.
02:36Havia um acordo ali, né, entre os líderes e o governo,
02:39de que o ministro Fernando Haddad, principalmente, teria um prazo de cerca de duas semanas
02:44para poder apresentar um novo texto ou pensar em alguma questão de ajuste fiscal.
02:49Isso não teve nenhuma sinalização até o momento,
02:51então os parlamentares decidiram, inclusive, se antecipar ao final desse prazo
02:56e já votar esses PDLs.
02:58Além disso, como nós já falamos aqui também,
03:00essa semana vai ter uma discussão com o Supremo Tribunal Federal
03:03sobre a questão das emendas parlamentares impositivas,
03:07que são aquelas de pagamento obrigatório,
03:09e o Congresso também dá o seu recado de que, da forma que está,
03:13o governo não vai ter vida fácil, vai ter derrotas duras como essa
03:17e não deve parar por aí.
03:19Além disso, tem também aí uma avaliação de integrantes do governo
03:23e também de membros do Congresso,
03:25de que essa pode ser já uma prévia do que a gente vai ver para a disputa de 2026.
03:28Então, os partidos como União Brasil, PP,
03:32que até então ficam na base do governo,
03:34tem ministérios na esplanada,
03:36já começam a se articular junto com o Hugo Mota
03:38e também com a Columbre, que é do União Brasil, inclusive,
03:42para impor essas derrotas para o governo,
03:44para desestabilizar a gestão Lula,
03:47e isso já poderia ser um indicativo
03:48dessa base muito fragilizada da gestão Lula.
03:51Então, tem vários fatores aí acontecendo,
03:54mas fato é que o governo deve encerrar essa noite,
03:57no mínimo, com uma grande lição,
03:59essa derrota, e aí vai ficar a dúvida, né,
04:02de como que o governo vai solucionar,
04:03porque sem esse decreto do IOF,
04:05o ministro Fernando Haddad vai ter que achar mais recursos
04:08para cumprir a meta fiscal.
04:10E aí a ministra das Relações Institucionais,
04:12Glaze Hoffman,
04:13ameaça um contingenciamento ainda maior
04:15de emendas parlamentares,
04:17então poderia ter um congelamento desses recursos.
04:20Só que aí, do lado do Congresso,
04:22tem uma expectativa de que isso vai azedar o clima ainda mais
04:25e matérias do governo vão seguir tendo essa dificuldade,
04:28possivelmente levando o governo Lula
04:30a um último ano muito difícil.
04:32Cris.
04:33Júlia, obrigada, viu,
04:34pelas suas apurações e análises.
04:36Bom, isso tudo que a Júlia trouxe para a gente,
04:38o que está sendo votado, claro,
04:40tem impacto fiscal.
04:41Então, eu vou conversar com Vinícius Torres Freire,
04:43nosso analista de política e economia.
04:45Vinícius, boa noite para você.
04:47Vinícius, a agência de classificação de risco FIT
04:50reiterou o rating do Brasil em BB com perspectiva estável.
04:55Na justificativa da FIT para a manutenção dessa nota,
04:58ela cita exatamente essas incertezas fiscais do nosso país.
05:03Dá para dizer que o cenário fiscal é o principal entrave do Brasil
05:06para alcançar o grau de investimento
05:08pelas agências de classificação de risco?
05:11Boa noite, Cris.
05:12Boa noite para todo mundo.
05:13Na verdade, é quase o único no momento.
05:16É o central, é quase o único.
05:18E, na verdade, essa nota da FIT diz,
05:22até que mantém a perspectiva para a nota brasileira,
05:25quer dizer, que não vai nem reduzir,
05:27nem vai rebaixar a nota do Brasil, nem vai aumentar.
05:30Ela é até otimista, porque você poderia dizer,
05:33bom, essa nota da FIT diz,
05:35o que está ruim continua ruim,
05:37mas o que está ruim está piorando.
05:39Existem perspectivas de várias instituições,
05:42do setor privado, da IFE,
05:43que é a instituição fiscal independente,
05:45e do próprio governo,
05:46inclusive do próprio governo do Ministério da Fazenda,
05:49e do Ministério do Planejamento,
05:51que as contas do Brasil estouro,
05:53do governo federal do Brasil estouro em 2027.
05:56Só que agora a gente está vendo,
05:57faz algum tempo, pelo menos desde maio,
06:00que elas podem estourar em 2026.
06:02Por isso que o governo quis um remendão aumentando o IOF.
06:06Depois viu que o IOF não viria todo como queria
06:09e fez outro remendão,
06:10querendo cobrar imposto sobre juros de capital próprio,
06:15investimentos como a LSA, a LCI,
06:18e outras debêntures incentivadas, etc.
06:20Então a situação é ruim,
06:22a perspectiva é de que ela piore,
06:24mesmo o remendão não ia dar jeito nessa situação,
06:27e essa discussão toda hoje de Brasília,
06:29no mundo encantado de Brasília,
06:32da surpresa e tudo mais,
06:33é espuma ou, no máximo, sintoma de um problema muito maior.
06:38Governo, Congresso e boa parte da elite econômica,
06:41não, com o que tem poder,
06:43não querem resolver a questão fiscal,
06:46que depende de medidas duras, amargas,
06:49e que mexe no interesse político do Congresso,
06:52do governo Lula,
06:53e no interesse econômico de muita empresa e empresário.
06:57Então tem quase uma conspiração para tudo dar errado.
07:00E aí, com esses fios encapados,
07:02dar, de vez em quando, esse curto-circuito,
07:05essa surpresa, essa briga,
07:07que tem a ver com outros motivos,
07:09o Congresso quer dinheiro de emendas,
07:11o Congresso está nervoso porque o governo culpou
07:13o Congresso de fazer uma mudança no setor elétrico,
07:17que vai piorar muito o setor elétrico,
07:19porque o governo está dizendo que o Congresso
07:21é a favor dos ricos e não da agenda social do governo,
07:24e tudo mais.
07:25Isso piora a coisa,
07:26mas o problema de fundo é que o dinheiro está acabando
07:29e a gente vai entrar numa crise fiscal muito feia em 2027,
07:32para nos ver já em 2026.
07:34Essa é a questão.
07:37Vinícius, muito obrigada pela sua análise.
07:40Bom, e no relatório mensal,
07:41a Instituição Fiscal Independente do Senado
07:43afirmou que medidas recentes,
07:46como o aumento do IOF e o corte de despesas,
07:49demonstram conscientização do governo federal
07:51em torno da gravidade fiscal.
07:53No entanto, o órgão fez um novo alerta
07:56sobre a insustentabilidade das contas públicas
07:59no longo prazo.
08:00Sobre isso, eu vou conversar com o nosso analista
08:02de economia, Alberto Azental.
08:04Alberto, boa noite para você.
08:06A instituição diz que mesmo que o governo
08:08consiga cumprir a meta fiscal estipulada
08:11para esse ano, a situação vai continuar crítica.
08:15Cris, boa noite.
08:16Boa noite a todos.
08:17E eu vou começar com a última linha
08:19da conclusão do relatório.
08:21Eles falam em gargalos econômicos
08:24precisam de soluções políticas
08:26e um diálogo entre governo,
08:29congresso e sociedade.
08:30Por quê?
08:31Para achar uma saída
08:33para a grave situação do quadro fiscal.
08:38Esse é o final do relatório
08:39e agora a gente vai aos números.
08:41Para 2025, a meta fiscal deverá ser cumprida.
08:46Tem um déficit de R$ 83 bilhões,
08:49de reais, mas com alguns abatimentos legais,
08:52algumas manobras possíveis,
08:55pode ser que o limite inferior
08:57de R$ 30,9 bilhões
09:00vai ser respeitado com uma margem
09:02de até R$ 2,8 bilhões.
09:05Ou seja, vai bater na trave,
09:07mas vão conseguir atingir a meta.
09:10O problema começa em 2026,
09:13o grave problema.
09:15Porque pela PLDO,
09:16de 2026 até 2029,
09:20eles colocam que as metas
09:22são inatingíveis.
09:25Que para o ano que vem,
09:26de cara, já vão ter que
09:28contingenciar R$ 76 bilhões.
09:32de cara e que reduz
09:35ou vai reduzir as despesas discricionárias,
09:38que são aquelas não obrigatórias,
09:41a um nível insustentável.
09:44Eu estou dando ênfase justamente
09:45para as palavras que constam do relatório.
09:49Para terminar,
09:50a relação dívida bruta sobre PIB,
09:53esse ano deve fechar em 78%,
09:56para o ano que vem,
09:58acima de 82%.
10:00Mas para 2030,
10:03no andar da carroça,
10:04porque não é carruagem,
10:06deve chegar em 100%.
10:08E para 2035,
10:09pode bater do jeito que as coisas vão,
10:12em 125%, Cris.
10:15Obrigada, Alberto.
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