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Fernanda Sette conversou com Rodolpho Tobler, economista do Movimento Brasil Competitivo, sobre a primeira recuperação de eficiência no spread bancário desde 2021. Open Finance, Cadastro Positivo e garantias públicas ajudaram a reduzir custos para empresas mesmo com Selic em 15%.

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Transcrição
00:00E o Brasil apresentou a primeira recuperação de eficiência no spread bancário em 2024.
00:05Isso não acontecia, gente, desde 2021.
00:08É o que mostra o novo estudo do Observatório do Custo Brasil.
00:12Mesmo com a Selic elevada, a melhora na eficiência do crédito freou em R$ 19,6 bilhões o aumento de custos para as empresas em 2024.
00:22Esse resultado foi impulsionado pelo avanço do Open Finance, do Cadastro Positivo e das Garantias Públicas.
00:28Vamos entender melhor essa história?
00:30Entrevista ao vivo agora aqui no Fast Money.
00:32Felipe Machado se juntou a nós para isso.
00:33Boa tarde, Felipe.
00:34Boa tarde, Natália, a todos.
00:36E juntos vamos falar com o economista do Movimento Brasil Competitivo, Rodolfo Tobler, que já está aqui conectado,
00:42para falar com a gente mais sobre o estudo, o que ele significa para a nossa economia.
00:46Bem-vindo, Rodolfo. Boa tarde.
00:48Muito boa tarde. Muito obrigado pelo convite.
00:51A gente que agradece a sua disponibilidade.
00:53Bom, esse levantamento então mostra que mesmo com a Selic ali em 15%,
00:57houve uma freada importante no custo do crédito, né, Rodolfo?
01:00Quase R$ 20 bilhões a menos de impacto para as empresas, falando de 2024.
01:06O que explica essa virada de eficiência depois de três anos de altas de custos?
01:11Então, o que a gente acabou observando nesse estudo é que mesmo com uma Selic realmente em um patamar bastante elevado,
01:17como a gente tem visto agora, já acima de 10% há bastante tempo, agora em 15%,
01:22é que o spread bancário acabou tendo uma redução nos últimos anos.
01:26Em 2024 a gente viu que a média do spread bancário acabou reduzindo em relação aos outros anos.
01:31E isso tem fatores que ajudam a explicar isso, são justamente esses fatores que você até mencionou por alto,
01:36que é justamente o Open Finance, o Cadastro Positivo, esses também programas de créditos direcionados
01:41que acabam tendo uma taxa, um spread bancário menor.
01:45Então, tudo isso que a gente está observando de aumentar a transparência, mitigar os riscos,
01:51ou seja, todos esses movimentos que vêm sendo feitos ao longo dos últimos anos ajudam nesse sentido
01:57para que a gente conviva com uma taxa Selic muito alta, mas que isso não se transforme também
02:02no crescimento do spread bancário, porque aí sim a situação poderia ser até pior,
02:05e aí a gente teria visto esse custo de quase 20 bilhões a mais no bolso das pessoas, dos empresários.
02:12Certo, Felipe.
02:13Oi, Rodolfo, boa tarde mais uma vez.
02:15Rodolfo, esses dados são positivos, e a gente sempre que fala aqui, por exemplo, de inflação,
02:19e de juros altos também, a gente sempre acaba caindo naquela palavrinha
02:24que o Brasil ainda tem muito baixa, que é a produtividade.
02:27Você acha que esses números significam que a gente está melhorando um pouquinho nessa área?
02:32Exatamente.
02:32Acho que os números mostram que a gente poderia estar em uma situação até pior,
02:35porque, de fato, a gente vê que o impacto dos juros mais altos, da inflação,
02:39sempre acima da meta, como a gente tem tido esses problemas nos últimos anos,
02:42e o Banco Central sobe os juros justamente para conter essa inflação,
02:46isso tudo acaba sendo um freio muito grande para essa competitividade,
02:49para essa produtividade das empresas aqui no país.
02:51Então, quando a gente começa a ver algumas ações como Open Fines, Cadastro Positivo,
02:55créditos selecionados que ajudam a reduzir ali o custo, esse spread bancário,
03:00isso tudo caminha numa direção para a gente conseguir aumentar nossa competitividade,
03:04conseguir aumentar nossa produtividade.
03:05Ainda é um caminho muito longo, o crédito no Brasil ainda é muito caro,
03:08a distância do spread do Brasil para a média de países como o do CDE também ainda é muito distante,
03:13mas o que a gente viu nessa passagem de 2023 e 2024 especialmente,
03:17é que já começou a ter um passo nessa direção,
03:19e a gente acredita que continuar nesse rumo, diminuir esse spread bancário,
03:23trazer realmente mais possibilidades, mais acesso a crédito para as empresas,
03:28a gente consegue evoluir mais ainda nessa competitividade, na produtividade.
03:31Rodolfo, na abertura aqui, eu falei que isso foi impulsionado pelo avanço do Open Finance,
03:36do Cadastro Positivo e das Garantias Públicas,
03:39e eu queria que você ajudasse a gente a entender o impacto de cada um desses fatores
03:43no resultado que a gente teve.
03:44Acho que o principal fator, quando a gente fala dessas ferramentas,
03:49dessas medidas, é justamente a gente trazer mais transparência,
03:52porque quando a gente fala que o crédito no Brasil é caro,
03:54e a gente tem um spread bancário mais alto que outros países,
03:57é justamente por essa questão de assimetria de informação.
04:02Quando um banco empresta um dinheiro, você tem uma certa...
04:04Ele não tem certeza, não tem clareza do quanto você devolver,
04:08então ele acaba botando ali um spread para poder receber aquele dinheiro.
04:12Um spread nada mais é do que o custo do crédito.
04:14Quando a gente faz medidas, como é o caso do Cadastro Positivo,
04:17como é o caso do Open Finance e também desses créditos direcionados,
04:20a gente está reduzindo essa assimetria, a gente está reduzindo esse potencial risco
04:25e aumentando a transparência, tanto para os tomadores de crédito,
04:29quanto também para aqueles que estão oferecendo o crédito.
04:31Então, faz com que eles possam reduzir o spread,
04:33possam reduzir o risco daquele dinheiro não voltar.
04:36Então, isso faz com que eles consigam diminuir o spread
04:38e aí a gente aumenta a nossa possibilidade,
04:40aumenta a nossa competitividade e produtividade.
04:42Rodolfo, essas medidas que você citou, que a Natália também comentou aqui,
04:48são medidas, em grande parte, tomadas pelo governo,
04:50mas também assimiladas, de certa forma, pela sociedade,
04:53pela iniciativa privada.
04:55Quais outras medidas você acha que a gente pode tomar,
04:57tanto o governo quanto a iniciativa privada,
04:59para a gente seguir nesse caminho positivo, vamos dizer assim?
05:03É, acho que hoje a gente tem, quando a gente olha da questão estrutural,
05:06é a gente seguir com políticas públicas que nos tragam cada vez mais transparência,
05:10que reduza essa simetria de informação, que a gente possa, de fato,
05:13trazer realmente um ambiente de negócios mais favorável para o Brasil.
05:16Mas quando a gente olha conjunturalmente no Brasil,
05:19acho que os principais fatores que hoje têm atrapalhado
05:22é uma questão de inadimplência muito elevada ainda,
05:24a gente ainda tem uma dificuldade, tanto de pessoa física quanto de pessoa jurídica,
05:27realmente de reduzir essa inadimplência,
05:29e também a continuidade de conviver com esses juros altos.
05:31Quando a gente vê que o nosso juros estrutural, ele de fato é mais alto,
05:35há uma tendência de que esses créditos bancários sejam mais altos.
05:38Por mais que isso venha caindo, essa relação tenha perdido um pouco de força nos últimos anos,
05:42quando a gente vive por muito tempo um ambiente de juros alto,
05:46isso naturalmente também faz com que os créditos bancários sejam mais altos,
05:49porque o custo do crédito está mais caro,
05:51e há uma certa tendência de ter também uma certa inadimplência mais elevada.
05:54Então, acho que pensar em políticas públicas que a gente possa fazer
05:58na medida de reduzir essa simetria de informação,
06:01trazer mais transparência, evitar riscos,
06:03mas também pensar em como a gente pode melhorar o nosso ambiente de negócios,
06:07trazer a nossa taxa de juros de equilíbrio para um patamar um pouco mais baixo,
06:11para que a gente não tenha que viver de novo por um período tão elevado,
06:14com juros tão altos, e de fato, controlar a inflação, tudo isso.
06:17Então, tornar o ambiente macroeconômico mais estável,
06:21isso com certeza vai favorecer bastante no médio e longo prazo.
06:24Então, o estudo, Rodolfo, ele mostra que o Brasil começa a se aproximar
06:27dos níveis de eficiência da OCDE,
06:30mas ainda mantém esse spread entre os mais altos do mundo.
06:33Quais são os principais gargalos que impedem a gente de alcançar
06:36esse potencial de redução real, que é de 63 bilhões de reais anuais?
06:44Exatamente. A gente tem uma distância ainda bastante grande,
06:46então quando a gente fala aqui realmente de frear essa distância
06:49que a gente estava tendo para os países da OCDE,
06:51a gente dá o primeiro passo.
06:52Ainda é uma distância muito grande, a gente ainda está distante
06:55dos níveis de spread de países como a OCDE,
06:58a gente vê ali muitos países com média de cerca de 2 pontos percentuais
07:02de 2% de spread bancário, e aqui no Brasil a gente fala
07:05de algo um pouco mais próximo de 9, 10,
07:08mesmo agora com o período de redução.
07:10Então, essa diferença que a gente tem para esses países
07:12é muito significante porque, de fato, quando a gente vê
07:15os países que estão mais desenvolvidos,
07:17que já estão um passo à frente nesse sentido
07:19de competitividade e produtividade, eles têm acesso a um crédito
07:22que a gente não tem, eles têm mais possibilidades de inovação
07:25do que o que a gente tem.
07:26Hoje, quando a gente olha a questão do Brasil,
07:29a gente tem diversos fatores que ajudam a explicar isso.
07:31Acho que, como a gente estava falando aqui agora,
07:33um dos fatores que ajudam a explicar esse spread mais alto
07:36nitidamente é a questão da taxa de juros.
07:39A gente convive muito tempo com uma taxa de juros muito alta
07:42que outros países não convivem.
07:44E isso já é um fator bastante claro que já mostra
07:47que tem esse efeito de relação entre os spread e a taxa de juros.
07:52Quando a gente olha outros fatores, de fato,
07:53quando a gente vê o Brasil hoje tem um custo do Brasil muito elevado,
07:56que é o que a gente ajuda a mensurar ali no nosso observatório,
07:59nosso custo do Brasil muito elevado.
08:01Todas essas ineficiências da economia,
08:03todas essas ineficiências do nosso ambiente macroeconômico
08:05que no Brasil a gente acaba convivendo,
08:07faz com que a gente tenha os spread mais caros
08:10e faz também com que a gente tenha que ter esses juros
08:11mais altos por mais tempo.
08:12Então, a gente conseguir mirar cada vez mais essa redução
08:16do custo do Brasil, enfim, outras frentes também,
08:19redução da complexidade tributária,
08:21melhorar o ambiente de negócios,
08:22começar a conviver num ambiente macroeconômico
08:24onde a inflação não passa muito da meta,
08:26onde os juros possam, de fato, conviver também
08:29num patamar mais baixo.
08:30Isso tudo vai favorecer o ambiente de negócios aqui
08:32e vai fazer com que a gente se aproxime da média ali da OCDE.
08:35Rodolfo Tobler, economista do Movimento Brasil Competitivo,
08:38muito obrigada pela participação.
08:40Boa tarde e bom fim de semana.
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