Mais de 56 milhões de brasileiros caem em golpes online; maioria é de baixa renda

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Mais de 56 milhões de brasileiros caíram em golpes online no último ano, segundo o projeto BRIF. A investigação aponta a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, como o principal canal de fraudes financeiras. A repórter Fernanda Câmara traz os detalhes.

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00:00Mais de 56 milhões de brasileiros foram vítimas de golpes online nos últimos 12 meses,

00:06com prejuízos que superam a cifra de 40 bilhões de reais.

00:10Uma investigação do projeto Brief, uma ONG voltada para inteligência e comunicação,

00:15mostra que a meta, dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp,

00:19é o principal canal de fraudes financeiras no Brasil.

00:23Quem tem mais detalhes é a repórter Fernanda Câmara,

00:25é com ela que nós vamos falar agora ao vivo.

00:28Fernanda, bom dia para você.

00:30Quais são os maiores alvos?

00:32Quem são os alvos desses golpistas, de acordo com essa investigação?

00:38Oi, Gair. Muito bom dia para você.

00:41Bom dia a todos.

00:42Gair, olha, principalmente famílias de baixa renda e beneficiários de programas sociais.

00:48Esses são os principais alvos desses golpistas, viu?

00:51O levantamento analisou milhares de anúncios ativos e identificou uma rede de golpes financeiros

00:57e publicidades enganosas que operam de forma visível nas plataformas.

01:02Nos últimos 12 meses, foram 56 milhões de brasileiros, o equivalente a um terço da população adulta,

01:09vítimas de golpes financeiros online com prejuízos estimados em mais de 40 bilhões de reais.

01:16Parte significativa dessas fraudes circula no próprio ecossistema da meta,

01:20com anúncios falsos de créditos, benefícios sociais e bancos.

01:26Entre os casos analisados, o projeto Brief mapeou 16 mil anúncios ativos em setembro de 2025

01:33que mencionavam a palavra empréstimo.

01:36Desses, 52% apresentavam indícios de fraude e 9% foram confirmados como golpes.

01:43Os anúncios simulavam campanhas de bancos reais, usando logos oficiais, imagens geradas por inteligência artificial

01:52e prometiam crédito liberado sem consulta ao SPC ou Serasa.

01:58Nos comentários, muitas vítimas acreditavam estar em contato com instituições legítimas.

02:03A semelhança com a publicidade oficial é tamanha que, para quem vê o conteúdo nas redes,

02:10é quase impossível distinguir o anúncio falso do real.

02:14A investigação também identificou uma série de anúncios falsos direcionados a beneficiários do Bolsa Família

02:22e do BPC, o Benefício de Prestação Continuada.

02:25Essas campanhas usavam linguagens emocional e promessas de facilitação,

02:30oferecendo revisões, complementos ou resgates de valores atrasados.

02:36Ao clicar nos links, as vítimas eram redirecionadas a páginas falsas ou grupos de WhatsApp,

02:43onde dados pessoais e pagamentos antecipados eram solicitados.

02:48O discurso é adaptado à realidade de quem depende de programas públicos,

02:53oferecendo uma solução rápida em troca de taxas e dados sensíveis.

02:57O relatório afirma que os anúncios fraudulentos não driblam o sistema,

03:02eles se aproveitam do modo como o sistema foi desenhado,

03:06transformando as redes sociais da meta em infraestrutura para fraudes financeiras em massa.

03:13Agora, apesar da sofisticação das fraudes, infelizmente,

03:17é possível analisar padrões recorrentes que ajudam a identificar anúncios suspeitos.

03:23Por exemplo, desconfie de urgência.

03:26Promessas de liberação imediata, última chance ou pics na hora servem para pressionar decisões impulsivas.

03:35E verifique o remetente.

03:37Golpistas criam logotipos, mas não conseguem reproduzir histórico ou verificação de conta.

03:43E nunca envie dados pessoais ou bancários.

03:46Nenhuma instituição séria solicita informações por mensagem.

03:51E busque fontes oficiais.

03:53Programas como Bolsa Família ou BPC só operam por canais do Gov.br.

03:59E, por último e não menos importante, denuncie.

04:03Mesmo com resposta lenta, as ferramentas de denúncia ajudam a reduzir o alcance de golpes

04:09e alertar outras vítimas.

04:12Gayer.

04:12Obrigado, Fernanda, pelas suas informações.

04:16Até mais.

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