O aumento das tarifas sobre aço e alumínio para 50% imposto pelos EUA gerou reação imediata do Canadá e ameaça as exportações brasileiras. Daniel Teles, da Valor Investimentos, analisou os impactos para mineradoras como CSN e Vale, e a necessidade urgente de novas estratégias comerciais.
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00:00E o governo canadense também reagiu ao aumento das tarifas sobre o aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos,
00:07qualificando as medidas como ilegais e injustificadas.
00:12O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, qualificou nesta quarta-feira como ilegais e injustificadas
00:19as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o aço e o alumínio.
00:25O Canadá é o principal fornecedor desses produtos para os Estados Unidos.
00:30Estamos mantendo discussões intensas com o governo Trump, afirmou Carney a jornalistas, e prometeu responder a essas tarifas.
00:37Ao mesmo tempo, Carney lembrou que as negociações com o governo dos Estados Unidos para reformular as relações comerciais e bilaterais continuam.
00:45O primeiro-ministro da província de Ontário, Doug Ford, acusou a gestão de Trump de romper um acordo verbal
00:52de não escalar as tarifas sobre os metais canadenses.
00:55Esta região concentra um grande número de produtores de aço.
00:58Também nesta quarta, o governo americano afirmou que as negociações tarifárias com a China são complexas,
01:05enquanto as com a União Europeia avançam rapidamente.
01:10Desde que retornou à presidência em janeiro, Donald Trump impôs tarifas alfandegares que provocaram tensão
01:15nas relações com os aliados comerciais de Washington e desencadearam uma onda de negociações.
01:21Como vimos aí, a medida que entrou em vigor nesta quarta-feira pode afetar diretamente países que exportam metais para os Estados Unidos,
01:31como o Brasil, e reforça a tensão comercial.
01:35Para entender os impactos e os possíveis desdobramentos, eu converso agora com o Daniel Telles, especialista da Valor Investimentos.
01:43Daniel, boa noite para você. Obrigado pela gentileza aqui da sua participação.
01:46Então, Daniel, qual foi o impacto dessa primeira fase de 25% de tarifas sobre o ácido alumínio, impacto aqui para o Brasil?
01:55E o que a gente pode esperar agora com isso dobrando para 50% de tarifa?
02:00Turcio, boa noite. Eu gostaria de destacar que, uma vez que o Canadá é o primeiro, a gente estava vendo um pouco agora sobre o Canadá, as reações,
02:11o Brasil é o segundo. Então, a gente tem um peso de exportação muito grande, é o segundo maior fornecedor lá para o mercado norte-americano.
02:18A gente já via uma tensão, eu gostaria de dizer assim, o fator China já estava ali complicando a vida das mineradoras a certo período.
02:30O mercado americano servia como um certo desafogo, uma vez que a China e a construção civil dependem de muito estímulo do governo.
02:38E a gente vê, já faz alguns balanços, alguns trimestres, mineradoras e siderurgia sofrendo bastante.
02:45Quando vem essa primeira tarifa de 25%, a gente tem uma reação mais de desconfiança e aquela esperança de negociação.
02:56Sem dúvida, quando ele dobra a mão e joga essas tarifas agora para 50%, acaba impactando.
03:02Principalmente porque, além do nosso peso de exportação para o mercado norte-americano,
03:08a falta de uma estratégia para todas essas empresas e como que elas vão conseguir suprir e não depreciar as suas margens de lucro.
03:18Qual será o caminho ali a ser adotado?
03:20Será que você fortalece o comércio interno?
03:24Então, você estimula mais vendas aqui para dentro de casa, para o Brasil?
03:28A construção civil poderia ser beneficiada nesse sentido?
03:32E você conseguiria escoar parte da produção?
03:34Você poderia olhar para alguns países ali que também têm um...
03:41Mas só que essa falta de clareza e planejamento acaba pressionando qual será a estimativa futura
03:50para principalmente algumas ações específicas como CSR, como Vale, que tendem a ficar mais pressionadas.
03:58Então, a gente já via esse primeiro movimento e agora isso se consolida com essa tarifa aí que vem agora a partir de hoje,
04:07a gente tarifando aí em 50% e o Brasil nessa leva.
04:10Então, são cena dos próximos capítulos, mas o principal ponto, na minha opinião,
04:16acaba pressionando mais e exigindo uma estratégia mais clara das empresas brasileiras,
04:22principalmente aquelas que não estão dimensionadas para poder operar lá nos Estados Unidos.
04:27Seja para comprar alguma operação lá, seja para diversificar os seus negócios.
04:32Quem depende 100% de exportação vai ter um grande desafio pela frente.
04:3750% de tarifa de importação.
04:40Dá para vender ainda aço e alumínio para os Estados Unidos com essa sobretaxa?
04:44O produto lá tende a ficar muito mais caro.
04:48O mercado americano, ele vai demandar.
04:52O fato é que ele vai demandar.
04:55Mas, de forma...
04:57O grande objetivo do Trump de proteger a indústria,
05:00ou no mínimo atrair para que essas empresas produzam lá,
05:04ele vai conseguir.
05:05Pelo menos se isso se provar e se for sustentável no longo prazo.
05:10Sobre a sua pergunta, vai apertar muito o mercado e a construção civil lá como um todo.
05:16Estados Unidos, ele não é autossuficiente.
05:18Muito pelo contrário.
05:20Demanda muita coisa de Canadá e Brasil.
05:22Dá para vender?
05:23Dá para vender.
05:24Tudo se é vendido quando a demanda é muito maior.
05:28Quando você tem necessidade.
05:29Ou você compra por desejo, ou você compra por necessidade.
05:32No caso de aço e alumínio, você tem que comprar por necessidade.
05:37Então, pode ser que sim.
05:38A gente ainda tenha empresas tendo um aperto na sua balança de exportação.
05:45Mas, principalmente, empresas que estão já sediadas lá, mais bem estruturadas.
05:52A gente tem alguns casos aí de empresas brasileiras com operações consistentes no mercado norte-americano.
05:58Essas aí, eu acho que passam até de uma forma um pouco mais tranquila.
06:01O restante, as outras que não estão tão preparadas, que vão sofrer um impacto na sua margem de forma direta.
06:09Essas aí podem sofrer um pouco mais.
06:11Principalmente, se virar um grande leilão de preços.
06:14Então, pode ter balanço comprometido, pode ter lucro comprometido.
06:18Enfim, vender caro não é bom.
06:22Pressiona margem, mas a demanda existe e continuará existindo.
06:27Agora, você falava há pouco de estratégias, ou às vezes até falta de estratégias.
06:32Num momento como esse, com essa tarifa de importação sendo dobrada,
06:36torna-se imperativo para as empresas brasileiras buscarem outros mercados para tentar absorver essa parte da produção?
06:43Sem dúvida.
06:46Principalmente aquelas que já são extremamente condicionadas à exportação.
06:50A gente precisa fazer ali um planejamento e entender quais são os países que mais estão demandando construção civil.
06:57Você tem ali alguns países, a China, que é uma grande compradora, mas esbarra em concorrência.
07:04O player brasileiro sempre vai esbarrar em concorrência.
07:07O leste europeu e a União Europeia como um todo.
07:10Eu digo isso porque a Rússia também sufre o mercado com esse tipo de metal, com aço, com alívio.
07:18E alguns países da União Europeia estão aplicando algumas sanções à Rússia.
07:21Então, o mercado europeu é uma porta que pode se abrir.
07:26Singapura, falando um pouco mais desses países que demandam muito,
07:29e como eu disse novamente, batendo na tecla,
07:31sempre que houver demanda, a gente vai ter oportunidade de mercado.
07:35Eu acho que, falando de estratégia, é nessa linha que as empresas brasileiras devem concentrar as suas atenções.
07:44Alguns países aqui, pela facilidade logística, estamos falando de América do Sul.
07:50Facilidade logística e acordo convencial do Mercosul abre mais mercado, mais prospecção na América do Sul.
07:57Reforço novamente as sanções que estão sendo realizadas ali pela Rússia, pelo bloco europeu.
08:04Alguns mercados asiáticos que podem ter acesso a negociações que antes estavam mais difíceis de acontecer.
08:13Existe mercado para desancorar principalmente esse peso do mercado norte-americano.
08:18Isso pode levar tempo, mas por curto prazo pode ser uma estratégia.
08:22No longo prazo, a gente não sabe o que vai ser sustentável, porque o lado bom da moeda é que se tem mercado.
08:29Isso é a parte boa que todo mundo fala.
08:31Agora, a concorrência, ela também existe.
08:34E como que a gente vai conseguir, como que as empresas brasileiras vão conseguir negociar com esses mercados,
08:41que eu acho que é o grande X da questão daqui pra frente.
08:45Daniel Telles, especialista da Valor Investimentos.
08:48Obrigado, Daniel, pela sua análise aqui. Boa noite pra você.
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