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Direto de Brasília, Julia Lindner explica como o Brasil planeja adotar medidas de reciprocidade diante das tarifas de 50% impostas pelos EUA a produtos brasileiros. A análise detalha possíveis impactos para exportadores, setores afetados e estratégias do governo para enfrentar o tarifaço estadunidense.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00O governo Lula publica na segunda-feira o decreto que regulamenta a lei de reciprocidade econômica
00:08que poderá ser usada na reação brasileira à tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump
00:16prevista para entrar em vigor em 1º de agosto.
00:21Também na segunda-feira, um grupo de trabalho liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin
00:26vai se reunir para discutir respostas aos Estados Unidos.
00:31Vamos direto à Brasília com a repórter Fernanda Sete, que tem mais informações e nos esclarece sobre esses assuntos.
00:41Boa noite mais uma vez. Te passo a palavra, Fernanda.
00:46Muito boa noite, Marcelo. Boa noite a todos que nos acompanham.
00:49A segunda-feira aqui em Brasília promete ser de muito trabalho.
00:52A previsão é que a regulamentação, o decreto que regulamenta a lei da reciprocidade econômica
00:59seja publicada nesta segunda-feira, agora, dia 14 de julho.
01:04Ela autoriza o governo a retaliar países ou blocos que tentam impor barreiras econômicas a produtos brasileiros.
01:13O dia 1º de agosto foi a data estipulada pelo presidente norte-americano Donald Trump
01:18para que a tarifa de 50% entre em vigor.
01:22Ou seja, a proposta de Trump é taxar em 50% todos os produtos brasileiros que entrem nos Estados Unidos.
01:30Além disso, também está marcada para esta segunda-feira a primeira reunião do grupo de trabalho
01:37que vai contar com a presença de empresários e integrantes do governo
01:42para tratar não apenas das negociações, das estratégias de negociações com os Estados Unidos,
01:48mas também para buscar novos mercados como alternativas às exportações brasileiras.
01:55Esse comitê será comandado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin,
02:00que afirmou que já está conversando com os setores que poderão ser mais impactados com as tarifas.
02:07Além disso, o ministro da Agricultura, Carlos Fávoro, também afirmou que já vem conversando
02:13com as entidades representativas desses setores, que poderão ser mais prejudicados
02:18caso a tarifa entre de fato em vigor dia 1º de agosto.
02:23O ministro Carlos Fávoro afirmou também que vai buscar novos mercados em países do Oriente Médio,
02:29do Sul Asiático e também do Sul Global como alternativa às exportações brasileiras.
02:35Mas o vice-presidente, que vai coordenar esse grupo de trabalho, esse comitê,
02:40afirmou que atualmente os Estados Unidos têm um superávit comercial com o Brasil.
02:46E lembrando que esse superávit ao longo dos 15 anos, o superávit dos Estados Unidos com o Brasil,
02:52ao longo de 15 anos superou a margem dos 400 bilhões de dólares.
02:57Além disso, a Alckmin afirmou também que os 10 principais produtos exportados para os americanos,
03:03oito têm tarifa zero. Por isso, a Alckmin afirma que essa taxação de 50% é injusta.
03:10Além disso, essa lista de empresários que vai fazer parte desse grupo de trabalho,
03:15desse comitê, ainda está sendo definida pelo governo federal.
03:20Mas, de fato, a ideia é reunir representantes desses setores que serão mais impactados.
03:26Quais são eles? O setor voltado para a carne bovina, suco de laranja, café, a Embraer,
03:33fabricante de aeronaves e também setores metalúrgico e siderúrgico.
03:38A princípio, esses são os setores que serão mais impactados.
03:42Mas, após essa reunião que acontece nesta próxima segunda-feira,
03:46o grupo vai definir quais outros setores que poderão ser impactados
03:51e que deverão fazer parte desse grupo de trabalho.
03:54Só para a gente encerrar, Marcelo, vale a gente ressaltar
03:57que o presidente Lula fez uma publicação neste sábado na rede social X,
04:02onde ele afirma que a justiça brasileira precisa ser respeitada.
04:06Além disso, Lula falou que o Brasil é grande, soberano e de tradições diplomáticas.
04:12Além disso, Lula afirmou que vai adotar as medidas necessárias
04:16para proteger o Brasil e também os empresários, as empresas.
04:21Eu volto com você, Marcelo.
04:23Queria agradecer as primeiras informações da Fernanda Sete.
04:26A gente ainda volta a se conectar com Brasília ao longo aqui do jornal Times Brasil.
04:31Mas só para lembrar todo mundo, estamos falando de uma corrida
04:35que tem várias raias em que diferentes personagens estão avançando.
04:41O Palácio do Planalto, representado pelo presidente Lula,
04:43tem diferentes ministros que também se manifestaram,
04:48o governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas,
04:51e organizações e entidades privadas que vão sentir essa taxação
04:56se ela realmente for colocada a cabo pelo governo americano.
05:00Eu queria continuar nesse assunto agora um pouco mais aprofundadamente
05:05falando com a nossa analista de política, a Júlia Linder,
05:09que também está em Brasília.
05:11Júlia, boa noite mais uma vez.
05:13Dá para estimar qual vai ser essa resposta do governo brasileiro?
05:1750% vai ser um ferimento de uma guerra que tem dois lados aí por enquanto,
05:24Brasil e Estados Unidos.
05:26Claro, houve manifestações das organizações privadas,
05:29o governo se manifesta na instância federal, estadual.
05:34A gente já consegue ter uma ideia e nas suas apurações aí do corredor do poder,
05:40algum sentido do que pode ser essa contrapartida brasileira?
05:45Boa noite mais uma vez, Júlia Linder.
05:47Boa noite, Favale, boa noite para todos que nos acompanham.
05:52Já tem algumas coisas em vista, porque o governo já se preparava para uma reação
05:57em relação aos Estados Unidos desde o início do tarifácio.
06:00Acabou não precisando fazer nada, porque inicialmente a tarifa para o Brasil
06:03ficou no menor patamar possível, então acabou aguardando para ver os próximos desdobramentos.
06:08Mas inicialmente, quando começou a se ventilar a possibilidade de uma tarifa maior,
06:13os diplomatas brasileiros já pensavam em adotar algo que foi feito no início dos anos 2000,
06:18com uma disputa que chegou à Organização Mundial do Comércio, inclusive, envolvendo o algodão.
06:23E naquela ocasião, a OMC funcionava muito melhor, inclusive, com mais eficiência do que funciona atualmente,
06:30e acabou dando uma vitória para o governo brasileiro poder retalhar os Estados Unidos.
06:36E na época, o governo brasileiro escolheu retalhar os Estados Unidos na área de propriedade intelectual.
06:42Então, envolvendo patentes de medicamentos e também direitos autorais de produções culturais,
06:48como filmes americanos, por exemplo.
06:50Essa tinha sido uma saída naquela época e é vista como uma saída possível nesse momento.
06:55Mas, é claro, o governo brasileiro não quer tomar nenhuma decisão ainda.
06:58Isso ainda é só um estudo, é só uma possibilidade,
07:01até porque o governo não quer impactar os setores ainda mais.
07:05Por isso, quer escolher algumas áreas que não vão ter um efeito reverso,
07:09reverso, que possam ainda afetar mais o comércio brasileiro.
07:13Então, essa é uma possibilidade na mesa que seria menos danosa,
07:17mas ainda vai ser discutido.
07:18O governo brasileiro agora corre contra o relógio, digamos assim.
07:21Vai ter que esperar até o dia 1º de agosto.
07:24Enquanto isso, as autoridades brasileiras ainda querem ver
07:27qual vai ser a disposição de diálogo por parte do governo americano,
07:31se vai ter uma abertura para essas negociações de fato,
07:33até porque ainda existe muita dúvida, considerando que a carta enviada para o Brasil
07:38tem um teor político envolvendo decisões judiciais brasileiras
07:41e também o ex-presidente Jair Bolsonaro.
07:45E, por isso, o sentimento ainda é de muita cautela.
07:48Hoje, eu cheguei a falar com o assessor para assuntos jurídicos da presidência da República,
07:52Celso Amorim, sobre a possibilidade de um diálogo mais direto
07:56entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente Lula.
08:00Eu perguntei para ele como fica a situação, considerando que Trump,
08:03mesmo quando falou da possibilidade de falar no futuro com o Lula,
08:07citou novamente Jair Bolsonaro, como ele tem feito na última semana em vários momentos.
08:12Então, o que Celso Amorim me disse é que o diálogo entre eles não fica inviabilizado,
08:17mas realmente fica muito mais difícil com essa questão da equação Bolsonaro,
08:22sendo a todo momento mencionada.
08:24Então, ainda não tem nenhuma perspectiva para isso acontecer.
08:27A ideia é realmente seguir primeiro, retomando as conversas entre os técnicos,
08:32que, inclusive, já vinham tendo conversas.
08:34Quando a tarifa estava ali no patamar de 10% e também sobre a tarifa que foi imposta de 25% para a aça e alumínio,
08:41os negociadores brasileiros já estavam na mesa com os americanos,
08:45mas não tinham dimensão do que viria depois.
08:47Então, agora a ideia é retomar essas conversas,
08:49ver até que ponto vai ter uma abertura para essas negociações.
08:53Também vai ter o comitê que a Fernanda citou, para o governo poder ouvir o empresariado brasileiro
08:58e também ter ideias nesse sentido, poder ter uma dimensão também do impacto,
09:03para só então, a partir de 1º de agosto, ter alguma ação.
09:06Que pode ser tanto a retaliação, que já tem sido muito mencionada pelo presidente Lula,
09:11e também podem ter alguns gestos mais simbólicos, como recorrer novamente à OMC.
09:15Mas, como eu falei, a OMC no momento está muito enfraquecida,
09:19então, seria um gesto simbólico para o Brasil poder se posicionar, levantar suas questões,
09:23inclusive questões técnicas, para argumentar que não faria sentido ter uma tarifa nesse nível,
09:29até porque o Brasil não é superavitário nessa relação comercial,
09:34então, teriam alguns argumentos para serem postos, mas nada ainda decidido.
09:37Favale.
09:38Favale.
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