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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou a revisão de item do decreto que causou reação no mercado. Ele afirmou que a medida corrigida não afetará o rumo fiscal do governo e destacou que 97% do pacote de R$ 54 bilhões segue mantido. Acompanhe a análise de Mariana Almeida. 

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00:00Ou seja, parte...
00:01Nós interrompemos a reportagem porque vamos direto ouvir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
00:06...transfere recurso para outra, isso que é o bloqueio, o remanejamento para cobrir despesas obrigatórias,
00:14o contingenciamento de mais de 20 bilhões e a parte das receitas, um pouco mais de 20 bilhões também.
00:23Então, ontem, o conjunto de medidas é em torno de 50 bilhões de reais para fechar o ano com a tranquilidade que nós tivemos o ano passado.
00:33Então, é uma medida dura, mas, na nossa opinião, na direção correta.
00:38Esse item é um item muito residual desse acervo, desse conjunto de medidas.
00:44E nós entendemos que, pelas informações recebidas, valia a pena fazer uma revisão desse item
00:52para evitar especulações sobre objetivos que não são próprios da Fazenda nem do governo.
01:00De inibir investimento fora, não tinha nada a ver com isso.
01:05Então, nós entendemos que era correto fazer uma revisão disso.
01:08Ontem, eu conversei com a equipe ao longo da noite, virtualmente,
01:17o Tesouro e as secretarias envolvidas, a Receita e o Tesouro, sobretudo.
01:23Comuniquei às oito da noite para o Bruno Moretti, da Casa Civil,
01:28que muito provavelmente nós estávamos analisando a possibilidade de rever um item do decreto
01:34para deixar a Casa Civil a postos, caso fosse necessário.
01:38Mas, para o fim da noite, nós entendemos que a revisão era justa, era correta.
01:47Mandamos para a Casa Civil a redação e o decreto de revisão foi processado
01:52e já está publicado no Diário Oficial, numa edição extraordinária de hoje pela manhã.
01:58Então, só para dizer que já está publicado no jornal,
02:01o secretário do Tesouro vai manter contato com as pessoas que entraram em contato conosco,
02:10a quem, inclusive, nós agradecemos, porque nosso diálogo com o mercado tem sido constante.
02:17Não temos nenhum problema em corrigir rota, desde que o rumo traçado pelo governo seja mantido,
02:24não é de reforçar o arcabouço fiscal, cumprir as metas para a saúde financeira do Brasil.
02:31Vamos continuar abertos ao diálogo sem nenhum tipo de problema
02:34e contamos com a colaboração dos parceiros tradicionais nossos para ir corrigindo rota,
02:41mas para atingir o objetivo declarado ontem, que é o mais importante.
02:45Então, no conjunto do que foi anunciado, está tudo mantido, mas esse item foi revisto
02:52e eu penso que vai fazer bem revê-lo antes mesmo da abertura do mercado
02:56para evitar um tipo de boataria ou especulação em torno de objetivos que o governo não tem efetivamente
03:04e que poderia, eventualmente, passar uma mensagem equivocada que não foi intenção ontem.
03:12Então, foram pertinentes os apontamentos feitos e nós promovemos primeiro uma revisão do decreto
03:22e vamos manter o diálogo com o setor produtivo, setor financeiro, trabalhadores
03:29para ir buscando equacionar os problemas da economia brasileira.
03:34Em relação aos outros itens, ministro, as transações, as operações de câmbio, os cartões internacionais,
03:41tudo está mantido?
03:42Está tudo mantido porque é uma questão de equalizar.
03:46Havia muita discrepância entre tratamentos diferentes, quem tinha uma brecha, a gente fechou as brechas.
03:54Lembrando que esse governo provavelmente é o que tem as alíquotas mais baixas de IOF.
04:01Se você considerar as alíquotas praticadas ao longo de quatro anos do governo anterior,
04:06elas eram muito mais elevadas.
04:08Então, nós entendemos como um movimento correto a fazer essa adequação de redução,
04:13mas corrigindo as distorções.
04:15Ministro, licença, essa mudança de posição tem a ver com o retorno que o mercado deu em relação a a comunicação do IOF?
04:23E eu gostaria de saber se o presidente do Banco Central havia sido encarnado.
04:25Qual é a relação que a Fazenda tem com o Banco Central, para deixar claro?
04:31Cada um tem um mandato.
04:33No que é mandato exclusivo de um e de outro, governo de um lado, Banco Central autônomo de outro,
04:39não há uma revisão, não revejo decisões do Banco Central,
04:44e o Banco Central não tem um procedimento de passar as medidas do governo.
04:50Que há uma troca de...
04:53Que há um diálogo sobre a economia, sobre a necessidade de corrigir despesa, corrigir receita,
04:59ordem de grandeza das...
05:02Mas não há uma abertura na minúcia, não há um decreto, não passa a redação pelo Banco Central, nunca passou.
05:11É o que eu estou te falando.
05:16Nós mantemos conversas sobre o rumo traçado, aonde buscar os objetivos comuns,
05:25tentar harmonizar as políticas.
05:27Eu entendo que a decisão de ontem busca harmonizar a política monetária e fiscal.
05:31Eu estou falando que 96, 97% das medidas anunciadas estão mantidas, vão na direção correta.
05:43Então, sempre buscando harmonizar, mas o procedimento é esse.
05:48E há coisas comuns que são tratadas no Conselho Monetário Nacional,
05:51quando a prerrogativa é do Conselho Monetário Nacional.
05:54Bom, ministro, mas ontem o Duridão disse que o Galípolo tinha sido avisado
06:01e depois o senhor disse que não, que não tinha estado em contato.
06:05Eu vou ser bem...
06:06Isso ficou bem explicado para a gente.
06:07Eu faço questão de explicar.
06:09Eu converso com o Galípolo frequentemente.
06:12E eu disse a ele que nós íamos tomar medidas em relação à despesa, em relação à receita.
06:17Mas, conforme eu respondi, a minúcia do decreto não passa pelo Banco Central.
06:26Então, não há uma análise criteriosa, medida a medida, de decisões do Presidente da República no Banco Central.
06:33Não é esse o procedimento.
06:35Mas uma medida de oerdo, do jeito que foi colocado, não poderia arranhar a credibilidade do Banco Central?
06:41Não, porque quando o Banco Central, no gozo da sua autonomia, toma medidas do seu mandato,
06:50isso também não passa pelo governo.
06:52Então, é natural que seja assim.
06:54Agora, troca de informações, houve.
06:56Nós conversamos, eu e o Galípolo.
06:59Toda semana nós conversamos, não é essa semana.
07:02Troca impressões.
07:03Então, é só qualificar o nível da conversa que houve com ele,
07:09para evitar também que ele tenha que responder por uma coisa que é a atribuição da fazenda.
07:14E responsabilidade da fazenda.
07:16Temos que evitar esse tipo de confusão.
07:18Como uma espécie de proteção pelo Presidente do Banco Central?
07:23Não, não é.
07:24Ninguém está protegendo ninguém.
07:26Ao contrário.
07:27É um decreto de responsabilidade da fazenda nacional.
07:31Então, não vamos confundir as atribuições de cada um.
07:34Por gentileza, para me explicar, claro, porque é um pouco nebuloso.
07:38O homem, durante a coletiva, o senhor falou exatamente que eu já me explicava um boato
07:43que teria chegado em relação a esse IOF, exatamente em relação a esses investimentos do exterior.
07:48O que me chegou por escrito era o IOF sobre dividendos, sobre remessa de dividendos.
07:56Para o exterior.
07:57Para o exterior.
07:58Isso nunca esteve em pauta.
08:01Certo.
08:02Então, em relação ao que foi reajustado agora?
08:04O que chegou...
08:05O que que estava...
08:06O que que...
08:07O que que...
08:08Então, a boataria ontem, ao longo da coletiva,
08:12era sobre JCP, dividendos e remessa de dividendos para o exterior.
08:19Não tinha nada a ver com investimento.
08:21Entendeu?
08:22Que foi o objeto dessa revisão.
08:24Bom dia, Guilherme Oliveira da Bandeirantes.
08:27Dois pontos.
08:28Esse recuo foi muito voltado ao mercado financeiro.
08:31É uma medida voltada ao mercado financeiro.
08:33Eu queria que o senhor pudesse explicar quanto o governo vai deixar de arrecadar com esse recuo
08:37neste ano, com essa medida voltada ao mercado financeiro.
08:41E a outra parte, que é voltada mais para a grande massa, que é a compra com cartão de crédito internacional,
08:47ou, então, a compra de moedas estrangeiras em espécie.
08:51Essas alíquotas permanecem, né?
08:53E a grande massa que será atingida.
08:56Então, esses dois pontos...
08:57Não, não, não, não considero que é uma medida voltada para a grande massa,
09:03até porque o que foi, foi equalizadas as taxas.
09:07As taxas foram equalizadas, né?
09:09Para que não houvesse brechas para fugir da legislação.
09:16Isso é que foi feito, né?
09:17Não tem nada a ver com grande massa, muito pelo contrário.
09:22Tanto é...
09:23Não, tanto é que o AF de crédito de pessoa física está completamente excluído da medida.
09:27E quanto o contrário vai deixar de arrecadar esse ano?
09:30Deixa eu te responder completamente.
09:33Obrigado.
09:35Crédito de pessoa física está totalmente excluído da medida.
09:39Então, consignado, cheque especial, cartão de crédito, está tudo excluído da medida.
09:45Não tem nada que afete o CPF das pessoas.
09:49O cartão de crédito não foi afetado.
09:52Compras exterior?
09:53Não.
09:54Não, foi equalizado, porque sempre foi...
09:57Sempre...
09:58Não, sempre...
09:59A alíquota sempre foi superior a 3%.
10:01Sempre foi.
10:03Mas tinha uma queda, né, ministro?
10:04Uma queda e agora você vai voltar a subir, correto?
10:07Não teve uma queda.
10:08Nós estamos praticando o IOF menor do que o governo anterior.
10:13Pode checar.
10:14Na compra de moedas estrangeiras em espécie também.
10:18Nós estamos praticando o IOF menor do que o do governo anterior.
10:22Então, quando alguém da oposição falar disso, tem que perguntar quanto que eles cobravam.
10:26E quanto que o atual governo está cobrando.
10:28É menor do que o governo anterior.
10:29Mas equalizar ela?
10:30Porque havia brechas de escapar.
10:36Essas brechas foram fechadas.
10:38Fechadas é algo?
10:39Oi?
10:40Fechar significa o que é feito.
10:42Que você não vai permitir o abuso da forma.
10:45Você não vai permitir a sonegação.
10:48Então, houve a meta desse caso?
10:51Impedir a sonegação não é aumento.
10:53Mas houve um reajuste de 1% para 3,5% na compra do cartão internacional e a decisão também de moedas estrangeiras.
11:00A taxa é a mesma.
11:02A taxa é a mesma.
11:05Não houve alteração.
11:06É que, às vezes, as pessoas usavam expedientes que não estavam contemplados na legislação.
11:12Sobre o impacto, é um impacto muito baixo.
11:15Estou falando aqui que as medidas somadas são da ordem de 54 bilhões.
11:20Nós estamos falando de menos de 2 em relação ao que foi revisto hoje.
11:25E, em função de ser tão pouco diante do que foi anunciado,
11:29com a repercussão que teve em função dos subsídios que nós recebemos ontem,
11:37nós decidimos rever.
11:39Foi exatamente disso que se trata.
11:41Entendeu?
11:41Tem uma medida, perdão, dentro dessa revisão, se vocês também anunciaram esse incidenciamento de gastos.
11:48Sim.
11:49E essa revisão, de alguma forma, ela afeta o tempo de gastos, se ela vai afetar a arrecadação...
11:54Nesse patamar, pode sim.
11:56E nós podemos ter que...
11:58Fazer novas medidas no futuro para compensar isso?
12:01É, ou ampliar o condigenciamento, alguma coisa desse tipo.
12:04Podemos ter que fazer, ao longo da semana, um ajuste nessa faixa.
12:09E aí, por que você já tem alguma coisa em mente para...
12:13Não, não. Somou uma decisão ontem, 11 horas da noite.
12:15Eu virei noite, redigindo o decreto para autorizar a publicação imediata.
12:21Você tem um tempo para escrever a sua matéria, eu tenho que ter um tempo para escrever a minha.
12:25O importante é que foi revisto e nós temos uma semana para divulgar o decreto de execução orçamentária.
12:35Esse recurso, ele significa um desalinhamento dentro do governo?
12:40Porque na comunicação, de trazer isso primeiro é anunciado, depois se volta atrás.
12:45Como é que está sendo realizado?
12:47Nem sempre há um acompanhamento na minúcia.
12:51Há muitas decisões do Conselho Monetário Nacional, por exemplo, de um ano para cá, foram revistas.
12:58Muitas.
12:59Se você conversar com o mercado imobiliário, com o agro, você vai ver que várias medidas que nós tomamos,
13:08sobre LCA, LCI, CRI, CRA, nós aprovamos determinadas medidas no Conselho Monetário Nacional
13:15e recebendo do mercado a repercussão, as consequências, o detalhe, nós fizemos alterações pontuais.
13:24Isso é a prática do Conselho Monetário Nacional e tende a ser assim com esse tipo de questão regulatória,
13:32que é a atribuição ou do CMN ou da Fazenda.
13:34As questões regulatórias, elas nem passam pelo Congresso porque elas são de fácil correção.
13:40Então, muitas, se você pegar, pedir para a Fazenda, nós podemos encaminhar para vocês
13:49várias decisões que foram corrigidas pontualmente ao longo dos meses,
13:55justamente no sentido de propiciar o melhor entendimento do que se espera.
14:01Ministro, só que a questão da equalização que o senhor colocou, só para entender melhor.
14:05O senhor está querendo dizer que o governo anterior reduziu demais a alíquota,
14:10que o senhor colocou em um patalá histórico mais presente.
14:13O governo anterior não reduziu a alíquota, ele baixou um decreto para que nós reduzíssemos,
14:19mas ele cobrou o tempo todo alíquotas superiores às praticadas hoje.
14:24Se você comparar as alíquotas praticadas ao longo dos quatro anos do governo anterior,
14:29todas elas bem superiores às que são praticadas hoje.
14:32Então, se você fizer a comparação, você vai concluir que não é isso que está acontecendo.
14:38Ministro, os R$ 100 bilhões, eles estavam contemplados no relatório?
14:44Sim.
14:45Estavam contemplados?
14:47Sim.
14:48Está bom?
14:49Mais uma última pergunta que eu estou com bastante trabalho aqui.
14:52Sem problema.
14:53A revisão desse decreto, o senhor disse agora que pode ter um impacto de algo em torno de menos de R$ 2 bilhões.
14:59Sim.
15:00Eu queria saber, se a revisão, o senhor está falando de 2025, e se já tem uma estimativa para 2026,
15:06que a arrecadação era praticamente o dobro, R$ 41 bilhões, que era estimativa, tem esse número também para 2026?
15:12É, exatamente a mesma proporção.
15:14A mesma proporção.
15:14Sim.
15:15Pode ser algo em torno de quatro?
15:17Sim, exatamente.
15:18Está bom?
15:19O que você achou da criação do mercado, você acha que foi exagerada?
15:23Qual que é a sua opinião?
15:24Não, eu não considero exagerado.
15:27Bastante diferente do que aconteceu em dezembro.
15:29Em dezembro teve aquela reação exagerada que depois acomodou.
15:33Depois que foram explicadas as medidas de novembro, tinha um grande preconceito contra o PL do Imposto de Renda,
15:41que isenta as pessoas que ganham até R$ 5 mil.
15:44teve um grande balbúrdio em torno da coisa, quando foi explicado, atenuou.
15:50Então, ali havia desinformação.
15:52Nesse caso, não.
15:54Não houve desinformação.
15:56Houve, ao contrário, uma reação informando corretamente as implicações, o que ensejou a revisão.
16:04Não tivesse a questão técnica, não seria revisto.
16:07Havia uma questão técnica a ser discutida.
16:10E eu repito, a Fazenda faz isso rotineiramente.
16:15O Conselho Monetário Nacional, a todo momento, está revendo normas regulatórias para melhorar o ambiente de negócio.
16:23Essas quatro instrumentos financeiros que nós temos, LCI, LCA, CRI e CRA, semana passada passaram por uma revisão.
16:34E, a todo momento, nós estamos corrigindo e observando como é que o mercado se comporta para calibrar qual o objetivo que nós queremos.
16:45É o que está acontecendo hoje.
16:48Ocorre que, dada a repercussão, nós tivemos que ser rápidos na revisão,
16:53porque, ao contrário das outras decisões que nós tomamos, nós tínhamos um tempo maior para rever.
17:00Esse caso foi detectado, essa questão técnica, a equipe técnica processou e julgou pertinente as objeções.
17:09Tá bom?
17:11Foi feita a revisão.
17:13Você quer estampar alguma coisa?
17:16Passa a mensagem, o IOF, não passa a mensagem, e o mercado se estressa com isso,
17:20de que o ajuste sempre está sendo feito pela arrecadação?
17:24Você não é somente isso.
17:2530 contra 20, está sempre...
17:27Faz a conta, 30 é maior que 20?
17:30O mercado reage a isso, né?
17:31Não, mas 30 é maior que 20 ou menor que 20?
17:34Maior.
17:34Maior.
17:35Então, não está.
17:36Então, não é verdade.
17:36O recuo do governo não pode causar um novo ruído para o mercado financeiro de não cumprimento
17:42da meta fiscal?
17:44Não, porque, conforme eu estou te falando, dos 54 bilhões anunciados ontem, nós estamos
17:48falando de dois.
17:50É disso que nós estamos falando.
17:53Tá bem?
17:53Obrigado, gente.
17:54Obrigado, minha doutora.
17:55Bom, então, nós ouvimos o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ele falou com jornalistas
18:00na sede do Ministério da Fazenda em São Paulo, na Avenida Paulista, explicando um pouquinho
18:06desse recuo que o governo fez em relação a algumas alterações no IOF.
18:11Eu vou conversar, então, com a Mariana Almeida agora.
18:14Mariana Almeida, então, ele falou especificamente dos recuos, que nas remessas de recursos para
18:20a conta do contribuinte brasileiro no exterior para investimento e também na transferência
18:24relativas a aplicações de fundos no exterior.
18:27Eu notei algumas coisinhas que me chamaram a atenção na fala do ministro Haddad.
18:32Uma delas é que ele chamou a medida de dura.
18:34Qual medida de dura?
18:35A medida do IOF de uma forma geral.
18:38Ah, sim.
18:39Que é uma medida, ele sabe que foi uma medida dura, mas ele acha que está na direção
18:43correta e que para fechar o ano precisava tomar essa medida dura.
18:48Foi dura?
18:48Eu acho que ela é dura porque ela tem imposto, em geral, é recebido como dura e eu acho
18:55que a intencionalidade não é essa, não é uma ampliação do ponto de vista de ampliação
18:59de imposto.
19:00Mas eu acho que ele também se ressaltou, aí só dialogando com você, Klein, que dentro
19:04dessa medida, ele colocou como sendo necessário para fechar brechas também de legislação.
19:09Ele foi tentando acomodar no campo técnico e não exclusivamente como necessidade de receita
19:13adicional, porque eu acho que essa é uma disputa de narrativa, quer dizer, por que veio a medida?
19:19Foi para fechar uma questão fiscal ou foi também para ajustar tecnicamente a forma
19:23como vinha sendo cobrada o IOF em diferentes tipos de aplicação, em diferentes tipos de
19:29crédito?
19:31E aí, porque o que ele estava dizendo era, olha, como tinham diferenças, aí você
19:35acaba tendo brechas que a pessoa procura uma forma diferente de fazer para pagar menos
19:39imposto, embora a finalidade no limite seja a mesma.
19:42Então, essa é a brecha, né?
19:43Então, quando eles falam de equalizar, por exemplo, as tarifas, no caso do cartão
19:47de crédito, do acesso ao cartão de crédito, importante dizer, nas compras no exterior,
19:54e aí o acesso à moeda em espécie para compra no exterior, equalizando tudo isso, você
19:58tenta reduzir essa busca por fazer da maneira que paga menos imposto.
20:03Então, acho que ele está tentando pesar nisso e, em contrapartida, diminuindo o peso
20:08da importância desse efeito para fechar as contas, né?
20:11Então, acho que essa foi um pouco a briga de narrativa e é o efeito lá que também
20:14deixa o ministro, parece irritado ali quando as pessoas insistem em perguntar, ah, mas
20:19é sempre o aumento do imposto, é sempre a receita, porque do ponto de vista, me parece,
20:24da narrativa que o ministro da Fazenda quer passar, é que eles não estão num caminho
20:28de ficar ampliando mais a receita, não é essa a intenção.
20:31E aí, a gente vai ter que acompanhar para saber como que isso tem realmente resultado
20:34depois.
20:35Mário, mas um ponto, ou são dois pontos na mesma pergunta que eu vou te fazer aqui.
20:40Ele disse também, Fernando Haddad, não temos problemas em corrigir rota desde que seja
20:45para cumprir o compromisso da meta fiscal para atingir o objetivo.
20:50E também, ele falou um pouquinho desse boato de que Gabriel Galipo, o presidente do Banco
20:56Central, não teria gostado ou não teria dado aval para esse aumento do IOF.
21:02E aí, Haddad até falou o seguinte, o Banco Central não interfere nas decisões do Ministério
21:07da Fazenda, assim como a Fazenda não interfere no Banco Central.
21:10Então, o decreto não passa por Galipo.
21:12É, porque tem essa coisa de não interfere, mas conversou, né, que o pessoal falou, como
21:16assim, interferiu ou não interferiu, teve ou não teve um acirramento.
21:20E ele aproveitou para falar, eu até notei ele sendo bem fácil, me dizer, o Banco Central
21:24independente tem um mandato que é diferente do ministro da Fazenda, né.
21:28Ele quis reforçar que cada um tem um papel e, nesse sentido, até algum grau de tensão
21:34pode facilitar o papel de cada um deles também, né.
21:37Em que sentido que eu estou falando?
21:38Quer dizer, porque você, basicamente, se vale para esse lado o fato de que não foi,
21:44Galipo não deu aval e ele fez mesmo assim.
21:46Então, do outro lado, Galipo pode também mexer na taxa de juros da forma que parecer
21:50adequada do ponto de vista do Banco Central, ainda que a Fazenda ou o governo considerem
21:55que isso não é o ideal. E aí estou falando especificamente para o caso das pressões,
21:58por exemplo, quando a política monetária quer subir juros e o governo não quer.
22:02Então, quando ele traça essa linha falando, ó, independente, ele está dizendo, se ele
22:06achar ruim e a gente achar bom, me cabe ao meu mandato da política fiscal fazer o que
22:12a minha equipe está achando que vale. E aí ele vai caber o que está dentro do campo
22:17do monetário, da política monetária. Ele aproveitou para dar um sinal aí, um recadinho
22:21de que eles são amigos, mas que podem discordar.
22:24Exatamente. Então, vamos ver como que toda essa mudança das regras no IOF, esse recuo
22:32aí do governo vai repercutir, né, ou vão repercutir aí na semana que vem, principalmente,
22:40como o mercado reage, qual que vai ser aí o desdobramento.
22:43Mário?
22:44É, já vai ter o dia de hoje. Vamos ver como a sexta-feira reage, porque é importante dizer
22:48que é isso. A reação rápida do governo, e voltando atrás, lembrando que ontem a Bolsa
22:52começou a cair na hora que saiu o rumor e que foi iniciada a explicação do que tinha
22:56acontecido, permite, eventualmente, que o mercado não tenha uma reação muito forte.
23:01A gente vem acompanhando que a Bolsa brasileira tem tido uma ótima repercussão nessa semana.
23:05Então, seria meio um anticlímax mesmo se a gente terminar a semana muito em baixa.
23:09Então, estou curiosa para saber como vai ser essa abertura, qual vai ser a medida da avaliação
23:14que vai ser feita e se o mercado e os agentes econômicos vão capturar aí o conjunto das
23:19informações, porque é muita coisa que acabou entrando no jogo, né.
23:22Tem análise, de alguma maneira, da capacidade do governo de cumprir a meta, tem os cortes
23:27de despesa e com onde eles vão ser, que efeitos vão ser esses que vão acontecer, além desse
23:32vai e vem do ponto de vista aí do IOF.
23:35Então, são várias medidas e, de novo, num ambiente que, comparativamente com o cenário
23:39internacional, estava vindo com um certo fôlego, esperamos que o fiscal, que é um
23:44pouco o nosso calcanhar de Aquiles e o que deixa o mercado financeiro no Brasil mais
23:48sensível mesmo, não termine a semana empurrando a nossa sensível e ainda não tão grande,
23:55mas significativa alegria para baixo.

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