Após reação negativa do mercado, o governo estuda alternativas ao aumento do IOF. A repórter Fernanda Sette, de Brasília, detalhou os bastidores da reunião entre Lula, Haddad e líderes do Congresso. Entre as propostas estão mudanças no Fundeb, corte de benefícios e foco nos super salários.
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00:00Estamos de volta com Agora para falar novamente sobre o IOF, porque mudanças ou alternativas à elevação do imposto sobre operações financeiras
00:10devem ser anunciadas domingo após uma reunião de líderes do Congresso, por isso eu vou voltar à Brasília com a repórter Fernanda Sete,
00:18que está aqui em frente, está lá na verdade em frente ao Ministério da Fazenda.
00:22Oi Fernanda Sete, depois de uma reunião grande ontem entre o presidente Lula, também o ministro Haddad, os líderes do governo na Câmara e no Senado,
00:34Jacques Wagner e José Guimarães, também os presidentes das duas casas, o Davi Alcolumbre e também o Gumota,
00:41e quem participou também foi o vice-presidente da República Geraldo Alckmin, domingo eles vão levar as propostas para os líderes no Congresso
00:48e aí sim anunciar essas mudanças, não é isso Fernanda?
00:55Exatamente, Eric Clay, bom dia para você e para todos que nos acompanham, expectativa grande para essa reunião de líderes,
01:01que vai acontecer num dia típico, no domingo, mas diante da magnitude da pauta, o aumento do IOF, os líderes vão se reunir,
01:09já está confirmado neste domingo agora, dia 8 de junho, para de fato bater o martelo nas propostas que foram ali discutidas
01:17entre o executivo e o legislativo no Palácio da Alvorada, em um almoço ali, como você falou,
01:23que contou com a presença do presidente Lula, da cúpula do Congresso Nacional, de alguns ministros,
01:29então foi uma reunião bastante longa, demorou mais de três horas, mas sim, foi apresentado,
01:35o governo federal apresentou a cúpula do Congresso Nacional, uma alternativa ao aumento do IOF,
01:42imposto sobre operações financeiras, após, claro, uma forte reação negativa do mercado financeiro e também do setor produtivo.
01:50Mas o ministro da Fazenda falou em uma declaração ontem, assim que saiu da reunião,
01:56que houve de fato um alinhamento entre o executivo e o legislativo em relação às propostas que foram ali colocadas na mesa,
02:04apresentadas ali, mas Haddad evitou falar de qualquer ação antes dessa reunião de líderes que vai ocorrer no domingo.
02:13Tanto que eu estou aqui na frente do Ministério da Fazenda, a gente acreditava que poderia ali tirar alguma informação
02:20do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quando ele chegasse aqui, mas ele passou reto,
02:24não quis falar com a imprensa nessa quarta-feira, mas já era esperado.
02:28Ele falou que não vai dar nenhuma declaração sobre o que foi decidido ontem, as propostas ali de fato apresentadas
02:35antes dessa reunião de domingo, com os líderes partidários e, claro, toda a cúpula do Congresso Nacional.
02:42Mas, de acordo com integrantes do governo, está em debate, até porque Fernando Haddad já tinha pincelado
02:48alguns assuntos que ele achava viável colocar ali na mesa como alternativa ao aumento do IOF.
02:55Então, de acordo com os integrantes do governo, estão em debates alguns assuntos, como, por exemplo,
03:00mudanças no Fundeb, o Fundo de Financiamento da Educação Básica.
03:05Uma das propostas ali que devem ser discutidas neste domingo na reunião de líderes é adiar a alta da complementação
03:12da União no ano que vem, já que a União iria aumentar ali o recurso de 21% para 23% no fundo.
03:21Mas, essa alta deve ser adiada.
03:25Outra questão que foi discutida, colocada ali na mesa e também será realmente decidido no domingo
03:31é com relação à redução dos benefícios tributários.
03:34Uma medida está sendo citada ali como parte das alternativas com efeitos a partir do ano que vem,
03:40a partir de 2026.
03:43Outra questão também é com relação à reforma administrativa.
03:46O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que a discussão sobre a reforma administrativa
03:52deve, sim, ser iniciada principalmente com relação ao limite do supersalários do funcionalismo público.
04:01Haddad já tinha falado na última entrevista coletiva de imprensa, que falou aqui com todos nós,
04:07que ele falou que sim, que a reforma administrativa é, sim, uma saída ao aumento do IOF,
04:12mas que a discussão deveria ser iniciada ali com o tema dos supersalários.
04:17Outra questão que está na mesa de discussão é com relação às receitas de petróleo.
04:22O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu com autoridades do setor de petróleo
04:28e há uma grande expectativa de arrecadar cerca de R$ 35 bilhões neste ano e no próximo.
04:36Claro, não é uma medida a longo prazo, seria uma medida ali paliativa para resolver o problema da arrecadação neste ano.
04:44Mas é uma das propostas que estão sendo discutidas e que será, de fato, também debatida ali neste domingo na reunião de líderes.
04:52E com relação ao BNDES também, também está em debate a antecipação de dividendos do BNDES
04:58e como uma medida também de curto prazo, assim como essa receita do petróleo, essa arrecadação de R$ 35 bilhões para este ano.
05:08Mas é isso, até o domingo, toda a equipe econômica do governo federal, inclusive o próprio ministro Fernando Haddad,
05:15falou que não vai dar nenhuma declaração e que durante esses dias, durante esta semana,
05:22ele deve trabalhar junto com a sua equipe com relação aos ajustes técnicos e, claro, os impactos dessas medidas,
05:30dessas alternativas ao aumento do IOF.
05:33Então, serão dias de muito trabalho, de muito alinhamento para que tudo seja apresentado da forma mais clara e objetiva possível
05:41neste domingo na reunião de líderes.
05:44O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também não falou de fato se o decreto do IOF será revogado
05:50ou se terá apenas alguns ajustes.
05:52Mas, de acordo com as palavras dele, caso esse plano que foi apresentado ontem no Palácio da Alvorada
05:58siga avançando, siga em frente, vai sim ter espaços para calibragens.
06:04Não será preciso revogar, de fato, o decreto.
06:08Então, não há nenhuma confirmação, nenhum compromisso do ministro da Fazenda
06:12a falar com a imprensa durante esses dias.
06:15Realmente, ele vai trabalhar, como eu falei, nessas questões dos ajustes técnicos
06:18e nos impactos que essas possíveis medidas poderão causar aí nas contas públicas.
06:24De acordo com o Haddad, a expectativa é de apresentar essa proposta
06:29para toda a população brasileira na próxima semana.
06:33Claro, a gente espera que isso seja divulgado para todo mundo
06:35entre domingo e segunda-feira da próxima semana.
06:40E o presidente da FEBRABAN, Isaac Sidney, também deu uma declaração,
06:45falando que espera que há uma boa expectativa com o resultado dessa reunião de líderes
06:49que ocorre no domingo.
06:52Falou que espera com bons olhos que tudo ocorra da melhor forma.
06:56E ele pontuou também essa questão que, com esse decreto do IOF,
07:01a expectativa anterior do governo era, de fato, arrecadar cerca de 60 bilhões de reais
07:07em cima de uma taxação de crédito para as empresas.
07:10Ele criticou bastante isso, o presidente da FEBRABAN falou que essa não seria a melhor forma
07:16de resolver a arrecadação.
07:18Então, ele falou que acredita que há uma boa expectativa com relação a essas propostas
07:23apresentadas ontem no Palácio da Alvorada.
07:26E ele destacou essa questão desse aumento do IOF, que pretendia inicialmente arrecadar
07:3260 bilhões de reais, uma taxação de crédito sobre as empresas,
07:37que resultaria, de fato, no aumento significativo no custo da atividade econômica
07:43e também na produtiva.
07:44Mas, é, hoje tentamos aqui uma palavrinha com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
07:49mas não foi possível, ele não quis falar com a imprensa.
07:51E, como eu falei, esses dias até domingo serão de muito trabalho para a equipe econômica
07:56para fazer todos os ajustes técnicos e, claro, mensurar os impactos dessas medidas
08:01nas contas públicas.
08:03Eu volto com você, Clay.
08:04Muito obrigado pelas suas informações, Fernanda Sete.
08:07Bom trabalho aí na Capital Federal.
08:10Mariana Almeida, a gente está vendo aí a informação da Fernanda Sete,
08:13que o Haddad não quer falar, né?
08:15Ou antecipar alguma medida.
08:16Na verdade, há uma blindagem, há um cuidado agora para que não precise voltar atrás
08:22ou recuar novamente, né?
08:24Então, eles alinharam esse discurso ontem também, para deixar tudo certinho,
08:28conversar com os líderes do Congresso, porque são eles que vão orientar a bancada
08:32para a votação lá, para que ocorra tudo bem e aí sim caminhe essas alternativas
08:37para que o governo consiga fechar a meta fiscal deste ano.
08:42Um dos destaques que a Fernanda também trouxe, que está sendo estudado,
08:46é a reforma administrativa.
08:47Mas o Fernando Haddad já disse, olha, tem pontos da reforma administrativa
08:51que podem até aumentar o custo do governo, né, Romário?
08:55Isso. Então, primeiro assim, qual que é o contexto?
08:58Não vamos esquecer do que a gente trouxe mais cedo aqui no Agora,
09:01que é a desaprovação do governo, que está bastante alta.
09:0557%.
09:0557%. Então, é um cenário delicado, onde o governo está tentando tomar cuidado
09:10com o aspecto comunicação, né?
09:12Que a gente, inclusive, já comentou isso, todo mundo fala bastante, né?
09:16A ideia de que o governo erra bastante ainda nesse processo.
09:18E aí, tem esse combinado, depois de uma semana de muitos afagos,
09:21aí a Hugo Mota, né, ao Congresso Comutão, falou, olha, vamos combinar
09:25e só sai domingo a notícia.
09:27Então, nesse sentido, acho que é um caminho para tentar amenizar esse fator.
09:33Além do que, tem, de fato, essa outra questão, que é como equilibrar os estudos
09:37para saber se, seja lá o que for ser apresentado, se vai se sustentar ou não, né?
09:42Se é viável cobrir o buraco.
09:43Se é viável cobrir o buraco, e aí são dois buracos, ou são dois estudos.
09:47Um que é o fechamento do ano, e aí são medidas que tem que, basicamente,
09:51compensar os tais dos 20 bilhões que ficaram em jogo em relação ao IOF.
09:56E, do outro lado, são as medidas estruturais, pensando não só em fechar o buraco hoje,
10:00mas pensar em caminhar de maneira mais organizada para o futuro.
10:04É nesse lugar do estrutural que entra a reforma administrativa,
10:07para entender o que é que você consegue fazer que vale a pena para a máquina,
10:10porque dá mais força para ela fazer a gestão, e o que é que tem custo.
10:14Agora, quando entra nessas coisas mais estruturais,
10:16é aí que o Congresso, de novo, é importantíssimo,
10:18porque é uma correlação de forças importante,
10:20para saber o que dá ou não dá para mudar de fato.
10:23E aí não é mais a viabilidade só econômica, se fecha ou não fecha a conta.
10:26É também a viabilidade política de fazer a transformação.
10:29Um dos casos que o Fernando Haddad tem citado,
10:31e que está na reforma administrativa,
10:33e que tem um ganho de valor, embora não tão significativo,
10:36são os super salários.
10:38Por que eu digo não tão significativo?
10:39Porque não é o super salário que vai acabar com o problema fiscal.
10:42Mas ele dá um sinal, Eric Klein,
10:44um sinal de que as questões de privilégios,
10:47que não estão ali na linha, dentro da regra do jogo,
10:51porque tem um teto salarial para o servidor público.
10:54E o que acontece?
10:54Você cria dentro da administração vários penduricalhos,
10:57formas das pessoas quererem evadir esse teto,
11:00de não cumprir com esse teto.
11:01Isso é que são os super salários.
11:03Que é esse mal que a gente tem,
11:05de muitas vezes se acomodar com busca de privilégio,
11:08com busca de não trabalhar de maneira transparente,
11:10não fazer o esforço real de organizar as contas públicas
11:15de uma maneira mais transparente e consistente para o futuro.
11:19Então, se o governo conseguir dar alguns desses sinais
11:21de que é para valer, combinado com o Congresso,
11:24e atacar o que é difícil,
11:25porque o que é fácil, eles fazem.
11:27Mas e o que é difícil?
11:28E o que é difícil de maneira estrutural?
11:30Isso é que seria um sinal interessante,
11:31talvez fosse uma mudança mais profunda, de fato, nas contas.
11:34Mas, Maria Almeida, dentro disso que você estava falando,
11:37super salários, corte de gastos,
11:39inclusive o presidente da Câmara, Hugo Motto,
11:42falou que precisa cortar gastos.
11:44O presidente Lula assinou o reajuste para os servidores federais
11:48e esse reajuste vai impactar, nos próximos três anos,
11:52R$ 74 bilhões.
11:55Não é que não tenha que ter reajuste,
11:57mas neste momento em que se discute meta fiscal,
12:00corte de gastos,
12:01você onerar os cofres da União em R$ 74 bilhões nos próximos três anos,
12:07fica um pouco contraditório.
12:10A aproximação do assunto sobre servidores,
12:13sobre como é que você faz a gestão de pessoas na máquina pública,
12:16certamente é um tema mais complexo até do que só aumentar ou diminuir o gasto com eles,
12:21porque falta dentro da máquina pública uma capacidade de gestão das pessoas,
12:25gestão de pessoas,
12:25para que o servidor esteja engajado em melhorias de processo
12:29e que você consiga pensar,
12:30não com um volume de servidores fixo e uma entrega fixa,
12:34porque daí é só custo,
12:35mas na verdade professor, médico,
12:38todos os enfermeiros, todos os servidores de máquina trabalhando bem,
12:41eles não são só custo, eles são o serviço público.
12:44Então tem que tentar ter métricas,
12:45e isso realmente falta muito,
12:47métricas de no gasto com o pessoal,
12:49o que está entregando a máquina pública,
12:51que qualidade é essa de retorno do trabalho,
12:54como várias empresas fazem,
12:55você consegue analisar desempenho,
12:57desempenho inclusive de pessoal.
12:59Então a gente ainda, infelizmente,
13:01ainda bloca o assunto entre o custo do servidor
13:03e o problema dos impostos relacionados a isso.
13:06E aí o fator que poderia fazer o link propositivo,
13:10onde tivesse um ganha-ganha nisso tudo,
13:11é a entrega, o resultado final para a sociedade.
13:13E isso fica muito perdido,
13:15e a gente só na verdade segue de maneira quase inercial
13:17no reposição de inflação, ganhos para trás,
13:20e não avaliação de fato do que se ganha.
13:22Que entra exatamente no que a gente estava falando,
13:24da reforma administrativa.
13:26Aí o timing do governo talvez está fora do momento de discutir isso.
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