Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, analisou o impacto do possível fim do shutdown americano nos mercados globais. A medida pode redirecionar até US$ 10 bilhões para emergentes, impulsionar o apetite por risco e dar novo fôlego às ações de tecnologia.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00A notícia de um possível fim do shutdown nos Estados Unidos tende a trazer um alívio geral para os mercados financeiros, aumentando o apetite por risco.
00:09A solução política pode dar um novo impulso aos mercados e ajudar na recuperação exatamente delas, das ações de tecnologia.
00:17Sobre as perspectivas para o fim da paralisia do governo americano, eu converso agora com o Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
00:26Gustavo, boa tarde para você, tudo bem?
00:27Tudo bem e você? Boa tarde para toda a equipe.
00:31Tudo certo e muito obrigado pela sua participação aqui, Gustavo.
00:34Dá para dizer que a Bolsa Brasileira tende a ganhar com o fim do shutdown nos Estados Unidos?
00:39Eu acredito que sim, porque a leitura é que um fim do shutdown, ele volta a normalizar não só a atividade econômica nos Estados Unidos,
00:47mas o retrato dela com os indicadores sendo apresentados para a sociedade, principalmente para o Banco Central americano.
00:54Existe no mercado financeiro uma percepção em geral de que com os indicadores sendo apontados corretamente,
01:00o Banco Central vai voltar a colocar em teoria a possibilidade mais forte de juros.
01:07E o que a gente faz de cálculo é que a cada 0,25% de corte de juros, você tem uma migração de cerca de 30 bilhões de dólares da renda fixa americana
01:16para outros mercados, metade disso obviamente fica nos Estados Unidos, mas cerca de 8 a 10 bilhões de dólares migra para mercados emergentes,
01:24segundo estudos do Banco Central da Europa, do FMI, sobre o que acontece nos juros americanos.
01:30Então, quando você tira o shutdown de cena, você tem sim uma perspectiva melhor para o Brasil e para outros mercados emergentes.
01:36Quer dizer, basicamente, então, aumenta o apetite por risco com o fim da incerteza lá e retomando o ciclo de queda nos juros americanos,
01:45o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos fica mais atraente e traz mais capital estrangeiro para cá.
01:52São basicamente esses dois caminhos.
01:53Perfeito, é claro que tem muitos elementos juntos para a gente colocar na mesa e o alocador de decisão internacional levar em conta
02:03se ele vai para o Brasil, se ele vai para outros países, mas, por enquanto, a tendência realmente é essa,
02:10é você ter essa discussão agora se o Banco Central americano vai reavaliar, pensar de novo em mais cortes de juros.
02:18Eles tinham colocado que tinha chance de cortar em dezembro, aí depois voltaram um pouco atrás,
02:22aí para o ano que vem eles já colocavam mais um corte de juros.
02:25Toda essa possibilidade é vista de forma mais positiva e, claro, quanto mais positiva for a performance da economia americana,
02:34melhor para o Brasil, que, como a gente viu agora na questão das tarifas, os Estados Unidos compram bastante produtos do Brasil.
02:40Eles indo melhor, eles compram mais de nós, é bom que as coisas caminhem de forma relevante para eles também.
02:47Você se arriscaria a dizer quais setores aqui, pelas suas características, pelo preço em que estão,
02:54seriam vistos pelos estrangeiros como as maiores oportunidades?
02:59Olha, de maiores oportunidades, quando a gente tem juros menores aqui no Brasil,
03:05que podem ser destravados com menores juros no mundo como um todo,
03:09isso a gente vai no nosso BXSG também esse caminho,
03:12você tem setores que são considerados um pouco mais alavancados,
03:14como o varejo, como o setor de alocação de veículos,
03:18como algumas empresas do setor de frigoríficos.
03:22Esses setores, por terem um endividamento maior,
03:24eles estão sofrendo ao longo de 2024, 2025,
03:27porque eles até melhoram operacionalmente, como a gente está vendo agora na temporada de resultados.
03:31Mas eles estão tendo que pagar uma despesa financeira, ou seja, juros,
03:34tão maiores porque a taxa básica subiu,
03:37que isso acaba comendo parte dessa rentabilidade
03:40e o lucro acaba não evoluindo tanto assim, trimestre após trimestre.
03:44Então, esses setores, eles têm sido apontados como alguns dos mais descontados,
03:49justamente pela falta de perspectiva de queda de juros aqui.
03:52Mas como você até colocou na outra pergunta,
03:54o diferencial de juros baixando,
03:56você dá uma segurança ou um impulso até maior
04:00para o nosso Banco Central avaliar se eles já não poderiam
04:03se sentir mais confortáveis em cortar juros por cá também.
04:06E em que medida esse fim do shutdown nos Estados Unidos
04:11poderia ajudar aí os papéis de tecnologia que vêm sofrendo há semanas,
04:17alguns dias mais, outros menos,
04:18mas vêm sofrendo com essa preocupação dos investidores
04:21sobre os valores desses papéis?
04:25Bom, quando a gente tem a regularização da economia americana,
04:28do bom funcionamento da economia,
04:30você tira incertezas da frente.
04:33E quando você tem uma perspectiva de juros menores
04:37para a frente nos Estados Unidos,
04:38ou seja, ainda voltando nesse argumento,
04:41a gente sabe que hoje boa parte das empresas de tecnologia
04:43estão fazendo grandes investimentos bilionários mesmo,
04:47no caso de dezenas de bilhões, em data centers,
04:49que são projetos longos,
04:51que necessitam financiamento bem prolongado,
04:55e são sensíveis, claro, à taxa de juros,
04:57dos Estados Unidos nesse caso.
04:59Para você fazer um data center de dezenas de bilhões de dólares,
05:03você muitas vezes vai financiar isso a mercado,
05:05vai pegar um banco,
05:06e quanto menor a taxa,
05:08mais você consegue evoluir rapidamente nesse setor,
05:11mais você consegue fazer de investimento no seu próprio negócio,
05:15por isso é positivo.
05:16E claro, quando a gente está falando de tecnologia,
05:18existem as empresas que são muito consolidadas,
05:21mas existem aquelas empresas que elas são startups,
05:23que ficaram tão famosas nos Estados Unidos nas últimas décadas,
05:27como boa parte dessas consolidadas hoje já foram no passado.
05:31E quando você tem juros mais altos,
05:33você tira o incentivo daqueles investidores anjos,
05:36dos bancos, de apostarem nelas,
05:38porque você tem 4%, quase 5% de juros,
05:42que para um americano,
05:43pensando no histórico dos últimos 15, 20 anos,
05:45é relevante, é atrativo.
05:47Claro que para um brasileiro parece pouco,
05:49mas para eles que tiveram quase 2% ou menos
05:52de boa parte desse período dos últimos 20 anos de taxa de juros,
05:55ficou um pouco atrativo investir em renda fixa.
05:58Por isso, eles competem, claro,
06:00com o financiamento de potenciais empresas
06:02do setor de tecnologias às startups.
06:05Você acredita que exista uma bolha no mercado de IA?
06:10Olha, eu entendo que a bolha do mercado de IA,
06:13ela foi colocada muito porque aconteceu algo
06:16no setor de internet, há 25 anos atrás,
06:21e muitos estão encontrando similaridades.
06:23Mas também tem diferenças,
06:24como o próprio presidente do Banco Central
06:26expressou há duas semanas atrás
06:28na sua reunião trimestral.
06:32Ele colocou que, diferente de 25 anos atrás,
06:35a gente está falando de empresas com balanço,
06:37empresas que já dão lucro,
06:38que já estão no mercado há muitos anos.
06:42Essas empresas, elas podem estar supervalorizadas,
06:46isso é um ponto.
06:47Mas, de qualquer forma, isso não exclui o fato
06:49de que elas são lucrativas,
06:52de que elas operam,
06:53de que elas passam, trimestre após trimestre,
06:56mostrando uma evolução.
06:58A NVIDIA saiu de menos de um bilhão de dólares em 2014
07:01para 10 anos depois,
07:02ela fazer mais de 30, quase 40 bilhões de dólares
07:05em um trimestre.
07:06Isso vendendo produtos mesmo,
07:08fabricando e vendendo,
07:10para falar uma empresa que hoje é tida
07:12como a mais valorizada do mundo.
07:14Não é que ela saiu como há 25 anos atrás
07:17na questão da bolha da internet,
07:18de uma ideia no papel e continua sendo uma ideia,
07:21começando a colocar em prática.
07:23Então, são momentos que eu acredito
07:25que são um pouco mais diferentes.
07:26Isso não exclui, claro,
07:27para finalizar a minha resposta,
07:29a possibilidade de você ter uma ou outra empresa
07:32que vão ascender com valorização superestimada
07:35e depois vai se ver que ela teria
07:37uma concorrência mais fácil do que se imaginava.
07:40Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.
07:45Obrigado, Gustavo, pela sua análise aqui com a gente.
07:47Uma boa tarde para você.
07:49Boa tarde para você e toda a equipe.
07:50Muito obrigado.
07:51Valeu.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado