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O governo Trump comprou 10% da Intel em um movimento de US$ 8,9 bilhões. A jogada estratégica busca reduzir a dependência de chips estrangeiros e fortalecer os EUA na disputa tecnológica com a China. Entenda como essa decisão pode redefinir o mercado global de IA e semicondutores.

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Transcrição
00:00São vários assuntos para a gente conversar com o Marcel Nobre, que é especialista em tecnologia e inovação.
00:06A gente vai começar então pela compra de 10% da Intel pelo governo americano.
00:11Marcel, boa noite para você, seja muito bem-vindo.
00:14A gente viveu para ver o governo americano comprando parte de empresas privadas.
00:19Isso parecia inacreditável, inimaginável, pouco tempo atrás.
00:22O que você acredita que esteja por trás desse movimento aí do Trump?
00:26Boa noite. Boa noite a todos que estão nos ouvindo.
00:32Vivemos esse tempo de protecionismo e essa não deixa de ser também uma jogada estratégica.
00:38O Trump é um grande estrategista e um homem de negócios.
00:42Então ele está levando isso de uma forma pública.
00:46Ele percebeu que os Estados Unidos ficou para trás, principalmente na corrida de desenvolvimento de chips para a inteligência artificial,
00:54com uma dependência muito de fornecedores externos.
00:59Ele, uma semana antes de anunciar isso, ele pediu a renúncia do presidente da Intel,
01:06dizendo que ele tinha laços, ou que a Intel estava criando laços com empresas chinesas.
01:10Então, claramente, esse também é um movimento estratégico de trazer para dentro dos Estados Unidos,
01:16ou de proteger tanto propriedade intelectual dos Estados Unidos, quanto do mercado,
01:21tentar trazer isso para dentro de casa.
01:23Assim como na inteligência artificial, apesar da OpenAI ser uma empresa americana e dominar o uso de inteligência artificial no mundo
01:30por pessoas físicas e por pessoas jurídicas através da Microsoft, que embutiu isso dentro de seus pacotes office e tudo mais,
01:39a gente vê um movimento de empresas chinesas indo para um outro caminho,
01:43não da proteção do capital intelectual, mas sim de fazer o open source.
01:49Então, aparentemente, o governo americano tenta fazer um movimento de tentar trazer para dentro de casa o que é mais estratégico no movimento atual,
01:59no momento atual, que é a inteligência artificial, então, proteger tanto o software quanto a parte de chips.
02:04E a Intel ficou atrasada nesse movimento, ela nem está jogando quase esse jogo,
02:10ela passou um pouquinho desse tempo e a NVIDIA e outros grandes players começaram a ocupar esse espaço.
02:19Percebendo isso, percebendo essa dependência de desenvolver essa tecnologia através de chips que não são prioritariamente norte-americanos,
02:26o governo americano tenta, de alguma forma, achar uma justificativa para entrar nesse mercado.
02:32Então, essa entrada na Intel, esse investimento na Intel, que ele diz ali que não pagou nada no fim do dia,
02:39teve ali um investimento de quase 8,9 bi de dólares por 10% da Intel, independente se isso é grana, se é desconto do imposto, da dívida, seja lá o que for.
02:47E a partir do momento que você tem um governo americano dentro de uma empresa como essa,
02:51com certeza ele vai influenciar isso nos bastidores, apesar da gente ver uma entrevista agora deles falando que não vão fazer isso,
02:59é difícil de acreditar que isso não vai acontecer, quem não vai querer fazer negócio ou quem não vai ser interferido
03:04por uma política governamental dentro de uma empresa grande como a Intel.
03:08Então, é mais uma jogada estratégica do Trump de tentar trazer para dentro de casa uma tecnologia
03:14que está sendo dominada por empresas de fora de casa.
03:17Uma coisa é você fomentar a indústria nacional, e isso todos os governos fazem de alguma maneira.
03:21Outra coisa bem diferente é o país que simboliza o liberalismo econômico começar a comprar a empresa,
03:28virar sócio das empresas.
03:30Isso também mimetiza, até certo ponto, as parcerias público-privadas que a China aprendeu a fazer muito bem
03:36nas últimas décadas e que ajudaram a impulsionar a economia chinesa.
03:40Você acha que nesse gesto tem algum tipo de reconhecimento de que, pelo menos na cabeça do Trump,
03:45esse modelo chinês funciona?
03:46Eu acho que sim, Marcelo.
03:49Ele viu que funciona.
03:51A China deixou em menos de 30 anos de ser um país que faz, replica a tecnologia barata
03:57para ser um dos principais polos tecnológicos do mundo.
04:01Eles aprenderam.
04:02O governo americano hoje reclama da China, mas talvez tenha sido um dos principais financiadores
04:09desse crescimento da China.
04:10E não foi porque foi altruísta, mas foi atrás de mão de obra barata, através de produção barata.
04:16A China cresceu muito e trouxe muita tecnologia para dentro do país através de mão de obra barata
04:21e através desse modelo do governo ter participação em empresas privadas
04:25e proteger as principais tecnologias, de certa forma, dentro de casa, tendo participação dessas empresas.
04:35Então, não deixa de ser também uma confissão de que estão copiando o modelo que deu certo lá fora.
04:42Apesar desse protecionismo todo, você começa a ver que não é tanto liberal assim.
04:49Duvido que isso tenha sido opcional por parte da Intel ou que tenha sido algo amplamente aceito pelos investidores.
04:57Talvez pelo lado econômico sim, mas pelo lado estratégico você perde um pouco de liberdade.
05:02Por exemplo, se a Intel quiser produzir chips na China ou quiser vender grandes quantidades para a China
05:07ou descobrir um chip muito mais rápido, muito mais veloz ou muito mais barato,
05:12com certeza o governo americano não vai permitir que isso seja exportado para a China.
05:15Então, acho que sim, Marcelo.
05:16Eu acho que é uma certa cópia do que vamos...
05:20E aí é interessante observar essa mudança no cenário da inovação e geopolítica global.
05:25Se antigamente os Estados Unidos enxergavam a China como um local para produzir produtos baratos
05:30e entregar sua tecnologia, agora eles estão copiando o modelo que na China deu muito certo nos últimos anos,
05:35como bem colocado em sua leitura.
05:38E o que você espera do balanço da NVIDIA que vai ser divulgado na quarta-feira?
05:43Marcelo, essa é uma incógnita muito grande.
05:46A NVIDIA tem o maior share, a empresa mais valiosa do mundo.
05:49Ela ainda tem uma capacidade de inovar muito grande.
05:52Eu acho que a grande charada que a gente tem para resolver aí é
05:57ainda estamos numa época de investimentos muito pesados em CAPEX, de tecnologia e de chips.
06:05Porque em algum momento essa curva desacelera.
06:08Depois de um determinado momento que você já supriu toda a sua necessidade computacional de treinamento dos modelos,
06:14você já não precisa de novos investimentos.
06:16O seu investimento possa ser mais OPEX do que CAPEX.
06:18Passa a ser mais em mão de obra ou em tecnologia, mas não em hardware.
06:23Então, há uma nuvem aí por cima.
06:26Tem alguns analistas que acreditam que sim, que ainda vai ter uma demanda grande por CAPEX.
06:32Eu também acredito que sim.
06:33Mas o mais interessante de observar é que a NVIDIA, a gente fala muito dos chips,
06:36mas ela é uma indústria que está criando, por exemplo, um ecossistema para robôs humanoides enormes.
06:42Obviamente que isso ainda não vai ser em escala industrial ou em escala global no curto prazo,
06:48mas o mercado já está precificando isso, além de carros autônomos, além de data centers.
06:52Então, a NVIDIA ainda tem muito pulmão tecnológico, muito pulmão de inovação para usar nesses próximos anos.
07:00Vai entender, a gente precisa entender como é que o mercado vai precificar isso.
07:04Eu tenho um viés não econômico, porque eu tenho um conhecimento limitado de economia,
07:08mas um viés de tecnologia é de entender que ainda sim, a gente ainda tem mais uns dois anos de consumo de chips
07:15em bastante quantidade, mas é um mercado muito volátil.
07:20A qualquer momento aparece uma empresa, que pode ser de fundo de quintal ou não,
07:23que criou um chip 10 vezes mais barato, 10 vezes mais rápido ou 10 vezes melhor.
07:27Entendendo que a NVIDIA também adaptou um GPU que era para um processamento de vídeo
07:34para que fizesse a inteligência artificial e agora não.
07:37Agora estão fazendo chips específicos para isso.
07:39Então, eu não tenho uma resposta muito assertiva.
07:42Minha bola de cristal aqui, Marcelo, não anda funcionando com muita acuracidade,
07:46porque a qualquer momento esse jogo vira, qualquer novo anúncio,
07:49mesmo que falta pouco tempo, aí faltou dois dias para o anúncio da NVIDIA,
07:53eu tenho uma tendência a ser de neutro positivo, de entender que ainda assim
07:58há espaço para vender muito mais chips e tudo mais, mas pensando no médio e longo prazo,
08:03existem outros caminhos que a NVIDIA já está traçando, principalmente o da robótica,
08:07de robôs humanoides e de veículos autônomos e de data centers,
08:12que ainda é um negócio muito relevante para a NVIDIA.
08:15Então, dito isso, eu tenho uma, talvez uma preferência por acreditar
08:23num resultado de neutro positivo, mas vai saber como que o mercado vai enxergar isso
08:27e se eles têm mais informações que eu não tenho.
08:29Bola de cristal ninguém tem, Marcelo, mas é muito interessante acompanhar
08:33suas perspectivas aqui, viu? Obrigado pela participação.
08:36Marcel Nobre, especialista em tecnologia e inovação.
08:40Obrigado, Marcelo. Boa noite.
08:41Boa noite.
08:41Boa noite.
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