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Transcrição
00:00Agora a gente volta a falar sobre o encontro dos presidentes da China e dos Estados Unidos, Xi Jinping e Donald Trump.
00:06Sobre isso eu converso com Marcos Vinícius de Freitas, ele é professor de Direito e Relações Internacionais e está em Pequim, na China.
00:15Professor, boa noite ou bom dia para você, já que o senhor está na China.
00:19Bom, ao que tudo parece, essa tensão comercial entre os dois países tende a diminuir a partir de agora.
00:25Qual é o impacto e a dimensão desse encontro, professor?
00:30O que a gente nota, e bom dia, é um prazer conversar com você,
00:35o que a gente nota nesse processo todo é que era necessário algum tipo de trégua entre Estados Unidos e China.
00:43Os chineses manipularam bem, utilizaram bem, esta questão dos minerais raros,
00:52para forçar ainda mais que os Estados Unidos se colocassem em uma posição de menos superioridade
00:58neste processo de negociação.
01:01Então, o que você notou ali, foi um presidente Trump muito mais calmo,
01:06muito mais aberto à negociação, justamente por ele entender que era necessário que se chegasse a um acordo com Pequim,
01:14justamente pelo fato de que a China é, hoje em dia, a grande fábrica do mundo,
01:19detém esse conhecimento e esta questão do refino de minerais críticos,
01:24como foi abordado na reportagem anterior, e com isso a conversa era importante para que os Estados Unidos e a China
01:33avançassem naquilo que ambos os lados precisavam.
01:35A China queria ali uma redução dos impostos, conseguiu, os Estados Unidos queriam o contínuo acesso aos minerais críticos,
01:44que a China é o grande refinador do mundo, e com isso a conversa continuou e se deu aí uma entrega,
01:51hoje em dia, pelo menos um ano.
01:52O grande problema é que toda vez, e este é o comentário que sempre gera aqui em Pequim,
01:58com relação àquilo que acontece no governo americano, é que o presidente Trump acerta de um lado,
02:03e um mês depois, ou duas semanas depois, começa a se comportar de uma maneira completamente diferente.
02:10Então, o que os chineses têm afirmado é que sim, se espera que seja aí o início de um bom período de trego
02:18entre os dois países nesta questão da guerra comercial, mas que, por outro lado,
02:22se chegue a uma continuidade disso para que se possa planejar a longo prazo,
02:28coisa que foi perdida nesses últimos dez anos do governo Trump.
02:31Professor, essa retomada do fornecimento de terras raras acaba sendo um alívio não só para os Estados Unidos,
02:39mas para o mundo como um todo também.
02:42Só dando um exemplo, a Anfávia vem alertando que a falta de chips pode levar à interrupção
02:47na produção de automóveis aqui no Brasil.
02:49Só um exemplo.
02:52Nós tivemos isso também durante a pandemia.
02:54Você lembra que houve ali uma redução na produção global de chips e afetou também todo o mercado automobilístico,
03:01que nós vimos até o valor do carro usado subiu na ocasião.
03:05Então, são importantes porque a China refina 90% dos minerais críticos, como nós falamos,
03:14e controla com isso toda uma demanda global.
03:18E o que os chineses fizeram foi colocar o cabelo dentro da tenda, aquela expressão popular que você tem,
03:25e eles sabiam exatamente o momento de colocar e de retirá-lo.
03:29Então, foi uma importante encenação neste processo todo que foi colocado.
03:36e eles fizeram uma alegação também muito importante, viu, Cristina, nesse processo todo,
03:42que foi justamente dizer que não venderiam mais os minerais críticos
03:51para que os norte-americanos fizessem armas que pudessem eventualmente ser usadas contra a China.
03:59Então, o elemento principal, o pano de fundo de toda essa discussão também
04:04estava ali na questão de Taiwan e a forma como os norte-americanos vão tratar Taiwan de agora em diante.
04:10Então, você vê muitos pontos na geopolítica desse processo todo,
04:15mas que é importante enfatizar que os chineses utilizaram bem essa questão dos minerais de terras raras
04:21e o fizeram de uma maneira que o mundo se preocupou,
04:25mas principalmente que a indústria armamentista dos Estados Unidos também se sentisse prejudicada
04:30e voltasse à mesa de negociação.
04:32Eu vou passar para a pergunta do nosso analista, Vinícius Torres Freire.
04:37Professor, boa noite.
04:39Tem um problema nesse acordo, antes de mais nada,
04:42é que a gente não tem nenhuma descrição oficial do que foi realmente acertado.
04:48Os Estados Unidos dizem que as restrições impostas pela China
04:53naquele documento do Ministério do Comércio de Outubro caíram,
04:56os chineses não foram claros, a gente só tem manifestação via agência Xinhua,
05:01não tem nenhum documento, não tem nenhuma especificação.
05:03Até da soja, a quantidade de soja que os Estados Unidos poderiam vender para a China,
05:0825 milhões de toneladas, foi divulgada pelos Estados Unidos
05:13e a China não deu nenhum indício de qual vai ser a quantidade exata se é que isso foi fixado.
05:19E no caso das terras raras, as restrições de abril continuam
05:22e mesmo antes de ter outubro, ter o documento de outubro, de restrições maiores,
05:28a exportação estava de terra rara da China para os Estados Unidos,
05:33de imã de terra rara estava caindo.
05:34Então, a gente não sabe nem o que foi esse acordo
05:37e no que ele parece ter de menos contestável, menos duvidoso,
05:43é que a situação volta para onde ela estava em setembro, entre os dois países.
05:47Não teve uma grande mudança, a não ser a redução de 10 pontos percentuais.
05:52Então, assim, não teve grande avanço.
05:55O que a gente pode esperar de um acordo de verdade entre a China?
05:58Ou simplesmente isso vão ser conversas a fim de evitar uma guerra comercial,
06:03econômica aberta?
06:05Ou a gente pode esperar que tenha algum acordo mais estratégico entre elas?
06:09Porque os Estados Unidos querem, no fundo, uma mudança de política comercial da China,
06:13econômica da China.
06:14E a China quer o fim de um monte de restrições de exportação de tecnologia
06:17em empresas chinesas.
06:19Quer dizer, onde pode ter acordo de verdade mais fundamental entre os dois países?
06:23Ou que algum que possa ser negociado até abril,
06:27quando os dois presidentes se encontram de novo?
06:28Veja, é difícil, não é?
06:33Porque os dois são competidores na questão da hegemonia global.
06:39A China vem com uma postura diferente, dizendo que não quer ter esta prevalência hegemônica,
06:46mas os Estados Unidos têm uma desconfiança
06:49e temem justamente perder a sua posição global nesse sentido.
06:54E a gente sabe que a guerra da tecnologia é muito importante,
06:59porque para a China representa uma disrupção econômica,
07:03em que a China consegue mudar a armadilha da renda média em que está agora de 14 mil dólares
07:10e avançar para 20, 25 mil dólares até 2049,
07:14quando a República Popular da China completa 100 anos.
07:17Então, eles esperam que, através da tecnologia,
07:20eles consigam dar este salto qualitativo.
07:22E o fizeram numa série de coisas que os Estados Unidos achavam
07:26que, por meio do controle da questão de chips,
07:29os chineses teriam aí uma involução no seu processo econômico nos últimos anos,
07:35o que não aconteceu.
07:37E o grande fato é de que, segundo as previsões,
07:41em 2030, a China será responsável por 45% da manufatura global
07:47e os Estados Unidos somente 11%.
07:49Então, você tem aí um gigante na questão do setor de fabricação global,
07:57do setor manufatureiro global, com a China crescendo ainda mais.
08:01E, claro, ela precisa ainda de algumas coisas dos Estados Unidos,
08:05dentre elas, um pouco da tecnologia dos chips.
08:08Mas, toda vez que Washington toma medidas no sentido de conter a China,
08:14os chineses investem uma quantidade enorme de dinheiro
08:18para desenvolver estes setores.
08:21Há uma frase muito interessante do presidente da Huawei,
08:24dizendo que se 10 mil engenheiros chineses não resolverem um problema,
08:28serão contratados 100 mil para resolver esse problema.
08:32E a China tem esta abundância de mão de obra,
08:35tem esta abundância de recursos humanos,
08:38que lhe permite, justamente, fazer esse tipo de coisa.
08:40Então, o que a gente observa é que estas tréguas deverão acontecer
08:48para que os dois países continuem conversando,
08:51mas a gente nota muito claramente que uma postura de confronto
08:56não é bom para os Estados Unidos, não é bom para o mundo inteiro,
09:00e os chineses têm, nesta situação, conseguido levar uma melhor vantagem
09:07com relação àquilo que os norte-americanos podem fazer
09:10no sentido de criar problemas para o desenvolvimento chinês.
09:14Então, a política de contenção que os chineses notaram
09:18desde o primeiro mandato de Trump,
09:21que é uma política do Estado americano,
09:23não é uma política do governo americano,
09:25ficou muito claro isso para Pequim.
09:27E, claro, eles entendem que, com isso,
09:29tem que tomar todas as medidas,
09:31no sentido de poder colocar na mesa de negociação
09:33aquilo que é uma pedra de tropeço
09:38ou que seria prejudicial para os Estados Unidos,
09:41até mesmo na sua retomada de crescimento e de reindustrialização.
09:45Professor Marcos Vinícius, muito obrigada,
09:47te agradeço muito por ter nos recebido aí direto de Pequim, na China.
09:53Um bom dia, porque aí já é dia. Obrigada.
09:57Muito obrigado, Cristiane.
09:58Obrigada.
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