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A operação mais letal da história do Rio deixou 64 mortos e paralisou a economia local. Além do impacto humano, o caos revelou o peso financeiro do crime organizado, que já afeta setores como transporte, energia e mercado imobiliário. Especialistas alertam: o Brasil precisa de uma reforma profunda em segurança pública.

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Transcrição
00:00O Rio de Janeiro viveu um dia de caos durante a operação mais letal da história do Estado.
00:06Dados mais recentes apontam que ao menos 64 pessoas morreram.
00:12Além dessas vidas perdidas, milhares de pessoas foram afetadas, escolas fechadas, vias interditadas e o comércio paralisado.
00:22As forças de segurança começou ainda de madrugada nos complexos do Alemão e da Penha, que juntos abrigam 26 comunidades.
00:34O objetivo era combater a expansão territorial do Comando Vermelho, a maior organização criminosa do Estado.
00:42A mega-operação policial contou com a participação de mais de 2 mil policiais civis e militares que cumpriram 69 mandados de prisão em 180 endereços.
00:55Em balanço, no meio da tarde, Cláudio Castro, governador do Rio, criticou o governo federal e disse que o momento exige união e maturidade nacional no enfrentamento ao crime organizado.
01:09Castro também ressaltou a magnitude da operação.
01:13Hoje está acontecendo no Rio de Janeiro a maior operação da história das nossas forças de segurança.
01:21São 2.500 homens escalados, trabalhando nos complexos do Alemão e da Penha, com uma área de 9 milhões de metros quadrados.
01:34Infelizmente, as mortes também atingiram as nossas polícias.
01:38Temos casos de policiais infelizmente mortos e alguns sendo já atendidos.
01:44Essas instituições já são transestaduais e transnacionais, que isso está virando um caso de defesa nacional.
01:52Em reação, o Comando Vermelho ordenou o fechamento de ruas e o roubo de mais de 50 ônibus.
01:59Bloqueou diversas vias e paralisou parte da cidade, levando, além de pânico, muito prejuízo aos moradores.
02:09Essa mega-operação no Rio teve desdobramento em Brasília.
02:14A Casa Civil convocou uma reunião de emergência com ministros.
02:18Quem acompanha tudo por lá é a repórter Marina Demori.
02:22Marina, boa noite para você.
02:23Se é que a gente pode dar boa noite diante dessas informações, dessas notícias,
02:27o que você tem de atualização para a gente, por favor?
02:29Oi, Cris. Boa noite para você e para todos.
02:34Olha, diante dessa escalada de tensão no Rio de Janeiro, o governo federal convocou essa reunião de emergência
02:40com alguns ministros aqui no Palácio do Planalto.
02:44Segundo fontes do governo, essa reunião acabou agora há pouco.
02:48Participaram o vice-presidente, presidente em exercício, Geraldo Alckmin,
02:52também o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a ministra das Relações Institucionais, Glaise Hoffman,
02:58com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira,
03:03e técnicos do Ministério da Defesa e do Ministério da Justiça.
03:07É uma reunião que acontece na ausência do presidente Lula.
03:10Isso porque ele está num voo voltando ao Brasil.
03:15Ele deve desembarcar aqui em Brasília por volta das oito e meia da noite.
03:18Então o objetivo dessa conversa foi alinhar as ações do Poder Executivo
03:24que poderão ser adotadas diante desse aumento de tensão
03:28fazer uma avaliação do cenário e, portanto, avaliar quais são essas medidas que podem ser adotadas.
03:35Mas, segundo as fontes com quem eu conversei,
03:37nada deve ser anunciado sem anuência do presidente Lula.
03:41Então a equipe do presidente está aguardando o seu desembarque
03:45aqui na capital federal para que ações possam, de fato,
03:49ser anunciadas pelo governo federal.
03:51Sobretudo, essa reunião serviu para discutir duas crises que foram instaladas.
03:57Claro, a primeira que diz respeito à segurança pública,
04:00afinal de contas o governo está diante de uma situação,
04:03de uma mega-operação que envolveu mais de 64 mortes no Rio de Janeiro,
04:08mas também sobre a questão política que acabou sendo desencadeada.
04:14Uma crise política que acabou sendo desencadeada
04:17depois de declarações do governador Cláudio Castro, do Rio de Janeiro,
04:21que afirmou que o Estado estaria sozinho na guerra contra o crime,
04:25acusando o governo do presidente Lula de manter uma política de não ceder ajuda.
04:31Diante disso, o Ministério da Justiça reagiu às críticas,
04:35divulgou uma nota extensa, listando todas as ações dos últimos anos
04:41que foram feitas em parceria com o governo do Rio de Janeiro no Estado.
04:47Castro, o governador do Rio de Janeiro,
04:49depois disso também ligou para a ministra da Secretaria de Relações Institucionais,
04:54Glaze Hoffman, para se desculpar sobre essa fala.
04:57Ele se retratou alegando que não teve intenção de responsabilizar o governo federal
05:01e que apenas respondeu a uma pergunta de um jornalista sobre o episódio.
05:06E mais cedo, o próprio ministro da Justiça e Segurança Pública,
05:10Ricardo Lewandowski, também se manifestou respondendo às acusações de Cláudio Castro.
05:16Ele concedeu uma entrevista coletiva em que afirmou que todos os pedidos do governo do Rio
05:22foram atendidos e que o executivo, o governo federal, não participou da operação de hoje.
05:29Vamos acompanhar, então, um trecho da fala do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
05:35O governo federal tem atuado intensamente,
05:39seja com investimentos na área da segurança pública,
05:43com fornecimento de armas, de equipamentos,
05:45seja na parte prisional também, onde temos investido muitos milhões.
05:51Nós propusemos ao Congresso Nacional uma PEC da segurança pública,
05:56que visa exatamente a coordenação das forças federais com as forças estaduais
06:02e também com as forças municipais.
06:05O compartilhamento de inteligência, ações coordenadas, planejadas antecipadamente,
06:12é isso que nós estamos precisando.
06:14O crime organizado hoje é um fenômeno, ou é uma patologia extremamente preocupante,
06:21não é mais um fenômeno só local, é nacional e até global.
06:25Então, é por isso, inclusive, que o Brasil tem uma série de acordos e tratados internacionais,
06:32dos quais participa, de combate à criminalidade organizada.
06:36Eu queria enfatizar que o combate à criminalidade, seja ela comum, seja ela organizada,
06:42se faz com planejamento, com inteligência, com coordenação das forças.
06:47Enfim, não posso julgar porque não estou sentado na cadeira do governador,
06:52mas quero apresentar a minha solidariedade às famílias dos policiais mortos,
06:58minha solidariedade às famílias dos inocentes que também pereceram nesta operação,
07:04me colocar à disposição das autoridades do Rio para qualquer auxílio que for necessário.
07:09Não recebi nenhum pedido do governador do Rio de Janeiro,
07:14enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública, para esta operação.
07:19Nem ontem, nem hoje, absolutamente nada.
07:22Além desse projeto mais amplo, que é o projeto da PEC,
07:27nós estamos apresentando também, e já apresentamos alguns projetos
07:31para atacar certas questões de natureza pontual.
07:36Recentemente, mandamos para o Congresso Nacional um projeto de lei
07:40que já foi aprovado por unanimidade e aclamação na Câmara dos Deputados,
07:44que é o aumento das penas do crime de receptação.
07:47No caso de roubo de cargas de fios e cabos elétricos, combustíveis, fertilizantes,
07:56lubrificantes e combustíveis.
07:58De maneira que, e agora, preparamos um projeto de lei anti-facção,
08:03que é um projeto de lei bastante completo, que vai alterar o Código Penal,
08:08o Código de Processo Penal, a lei que trata das organizações criminosas,
08:13dos crimes hediondos, da prisão temporária, da lei de execução penal.
08:17É um pacote que nós vamos oferecer ao Congresso Nacional para combater as facções
08:23de forma bastante ampla, especialmente tratando de descapitalizá-las.
08:29Vamos continuar nesse assunto agora com o analista de política Eduardo Geyer.
08:33Geyer, boa noite para você.
08:35Como é que você analisa a reação dos poderes a esse caos no Rio de Janeiro?
08:41Houve politização excessiva desse episódio?
08:43Cris, boa noite para você, boa noite a todos.
08:49Que dia difícil, né?
08:50O governador Cláudio Castro hoje deixou provado para o mundo
08:54que o governo do Rio não tem condições mínimas de fazer uma operação
08:58bem-sucedida de combate ao crime organizado.
09:01A população do Rio de Janeiro passou o dia desnorteada,
09:04sem saber o que fazer, porque não havia uma voz de comando
09:08para proteger a população nesse momento.
09:10Em segundo lugar, o governador tentou jogar a culpa no colo do governo federal,
09:14mas os fatos trabalham contra ele.
09:17Ele pediu tanques blindados para enfrentar os policiais,
09:21só que, ou enfrentar o crime organizado, melhor dizendo, para ajudar os policiais,
09:24só que isso é inviável, é ilegal se não há um decreto de GLO,
09:29de garantia de lei da ordem, assinado pelo presidente da República.
09:32Então, se ele desejava isso mesmo, deveria ter pedido GLO
09:36ou intervenção federal no seu governo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
09:41o que não aconteceu.
09:42Em relação às reações aqui em Brasília, também o governo Lula reagiu mal.
09:47Reunião de emergência agora, no fim da tarde, a operação estava acontecendo desde cedo.
09:51O vice-presidente Geraldo Alckmin ainda não se pronunciou.
09:55Ele é o presidente em exercício do Brasil neste momento.
09:58O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, demorou horas para desmentir o governador Cláudio Castro,
10:05não fez a disputa política da narrativa sobre quem tinha responsabilidade sobre isso
10:10e o governo passou horas sangrando nas redes sociais.
10:14Em último lugar, o presidente do Brasil, o presidente Lula,
10:16está incomunicável dentro do avião, voltando da Malásia para o Brasil,
10:21está junto do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues,
10:24que também está incomunicável.
10:26Pelo visto, o avião está sem internet em pleno 2025
10:30e eles não conseguem dar o comando do que vai acontecer aqui para frente
10:34e ninguém tem coragem de tomar uma decisão nessa cidade
10:37sem a presença ou a anuência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
10:41o que demora muito, atrasa a resposta tão necessária e que a população espera tanto.
10:48Então, sim, houve uma politização excessiva desse caso
10:51e quem está pagando por isso é a população.
10:53Em termos de desdobramentos, Cris, eu diria que daqui para frente podemos esperar mais pressão
10:58pela aprovação da PEC da Segurança Pública,
11:01uma pauta do início do governo que está até agora emperrada lá no Congresso
11:05por resistência dos governadores.
11:07Em outro lugar, o Brasil tem um encontro marcado com a discussão da Segurança Pública
11:12nas eleições de 2026.
11:14Isso terá de ser feito, será a principal pauta da disputa política em 2026,
11:19afinal, o crime organizado, para além desses confrontos com a polícia no Rio de Janeiro,
11:24o crime organizado já se infiltrou na economia formal, nós temos visto isso nas recentes operações,
11:29está no setor de combustíveis, está também no setor de transportes, enfim.
11:34Ou o Brasil faz esse debate de radeiro sobre segurança pública nas eleições de 2026,
11:38ou pode fechar todos os palácios daqui de Brasília, entregar a chave para o Comando Vermelho e para o PCC.
11:43Volto com você, Cris.
11:45Agora eu vou conversar com o Vinícius Torres Freire, nosso analista de política e economia.
11:50Vinícius, boa noite para você.
11:52Essa operação e as consequências dela são sintomas de quê?
11:56Boa noite, Cris, se possível.
11:59Boa noite para todo mundo, se possível.
12:02Essa barbaridade que aconteceu hoje no Rio é sintoma, e mais só no Rio que acontece, vamos ressaltar,
12:10é sintoma de uma ideia ignorante e errada para combater um problema enorme.
12:19É a ideia de que com uma guerra civil molecular você vai lidar com o crime.
12:25É claro que sempre que houver operação da polícia, e a gente ainda vai ter que ter operação da polícia,
12:31apesar de serem necessárias outras políticas, vai ter conflito.
12:35Os criminosos estão armados até os dentes, e agora tem até drones que jogam bombas, granadas.
12:41Quer dizer, como dizia a música, o Haiti é aqui, agora a Ucrânia também é.
12:47Por que isso não vai dar certo?
12:50E por que isso vai continuar acontecendo?
12:53Porque a gente se acostumou com um sistema cada vez maior, que é o do crime,
12:59e que afeta pobres e ricos, especialmente os pobres, mas os ricos e a economia inteira e o país inteiro.
13:05O crime foi para o mercado financeiro, para a importação de combustível,
13:10tem redes de hotéis, tem propriedade imobiliária, tem um monte de coisas.
13:15E a gente está deixando isso crescer, e isso causa um prejuízo enorme.
13:21Para começar, vamos falar da coisa mais vulgar nesse dia horrível, que é ineficiência econômica.
13:27E nem assim o país se revolta.
13:28O Brasil, segundo o Anuário da Violência de Segurança Pública, tem 571 mil trabalhadores no setor de segurança, vigilantes.
13:40571 mil, mais de meio milhão.
13:43É mais do que o número de policiais.
13:46Isso é uma ineficiência absurda.
13:48Por quê?
13:48Porque a gente tem um sistema que precisa disso, para tentar conter um monte de outras eficiências
13:55e conexões do crime com a economia real, que tem conexão do crime com a economia legal.
14:02Quem compra gado ilegal, minério ilegal, madeira ilegal, terra ilegal.
14:09Tudo isso faz um sistema que provoca, não vamos dizer, nem precisa dizer, um dano humano gigantesco,
14:15mas está afetando o país inteiro, desorganiza, torna ele ineficiente.
14:19Por que eu estou lembrando de eficiência econômica num dia de horror como hoje?
14:23Porque é um espanto que, mesmo afetando as elites e o funcionamento da economia brasileira,
14:30a gente não toma nenhuma atitude.
14:32E, quando toma uma atitude, é para tentar resolver a coisa por baixo da maneira mais estúpida possível.
14:39Não vai mudar nada, porque o crime se organizou.
14:42A gente fala do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
14:45Mas a gente tem o PCC em São Paulo, que é o Comando Vermelho com o MBA,
14:50que organizou a coisa de outra maneira, causa dano de outra maneira.
14:54Mas tudo isso sustenta um sistema de crime que se acha que se vai combater de maneira tópica,
15:02passando a pomada do tiro.
15:04Não resolve e a gente tem que mudar as estruturas.
15:07O espanto é que o país inteiro, não só os pobres, mas a classe média, a elite e as empresas,
15:12sofre com isso e a gente não está mexendo nisso.
15:16Segurança é uma conversinha que aparece na eleição, de gente dizendo que vai dar tiro,
15:20que vai fazer isso e aquilo contra o bandidinho.
15:23Mas a gente não está pensando em reforma profunda.
15:26E essa é uma daquelas reformas que a gente fala tanto de que o país precisa.
15:30Tiro vai ter porque o crime está organizado com arma pesada.
15:37Agora, não vai resolver nada.
15:39A gente tem um sistema podre e a gente está deixando ele ficar mais podre,
15:42chegando agora ao mercado financeiro e à política também.
15:46Obrigada, Vinícius.
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