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A CVM tornou réus o governo do DF e a chefe de gabinete de Ibaneis Rocha em processo ligado ao BRB e ao caso Master. Juliana Inhasz analisa o impacto do uso de um terço do FGC e o risco de contágio no sistema financeiro

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Transcrição
00:00Seis horas, cinquenta e um minutos, a Comissão de Valores Mobiliários da CVM tornou réus em processo administrativo, o governo do Distrito Federal e Juliana Munice, chefe de gabinete do governador Ibanez Rocha, em um processo ligado ao Banco de Brasília e o caso do Banco Master.
00:22Munice é acusada na condição de conselheira fiscal do BRB. A ação ocorre no momento em que a Polícia Federal aprofunda a apuração sobre o caso Master, que levou ao afastamento do presidente do Banco Estatal, o BRB.
00:39Investigações apontam que o Master teria vendido carteiras de crédito inexistentes ao BRB, com documentos enviados ao Banco Central para justificar as operações.
00:49São seis e cinquenta e dois e a liquidação do Banco Master deve consumir cerca de um terço do FGC para ressarcir os investidores que tinham dinheiro aplicado na instituição.
01:02Sobre esse impacto da crise no banco, vamos conversar agora com a professora de Economia do INSPER e Head de Economia da ANEFAC, Juliana Inhas.
01:10E de Brasília, o nosso analista Eduardo Geyer também participa dessa entrevista.
01:15Juliana, boa noite para você, muito obrigado pela gentileza aqui da sua participação.
01:20Eu queria saber primeiro o seu olhar sobre esse desfalque no FGC.
01:25Sai um terço para ressarcir os investidores do Master, ficam dois terços dos recursos atuais.
01:31Esse montante deve nos preocupar?
01:35Oi, Fábio, boa noite. É um prazer estar aqui com vocês na CNBC.
01:39Um abraço e meu cumprimento a todos que estão conosco assistindo o programa.
01:43Olha, de fato, tem uma saída de recursos aí que é significativa, né?
01:49O FGC serve para isso, né?
01:51Então, acho que o primeiro ponto é importante a gente ressaltar de que o FGC, ele serve para essa finalidade,
01:58ele tem para garantir a liquidez dentro do sistema financeiro em casos como esse.
02:03Então, já é uma provisão que é feita, é como se fosse um seguro.
02:07A gente faz para não usar, mas de fato, quando ele é necessário, ele é utilizado,
02:11o recurso está ali justamente para isso.
02:14A questão, e é isso que tem preocupado todo mundo, é que é um valor, é um volume considerável.
02:19Como você mencionou aí, quase um terço do valor do fundo garantidor vai ser utilizado
02:25para cobrir as pessoas físicas.
02:28É importante a gente lembrar que tem uma parte dos recursos, uma parte aí de pessoas,
02:33uma quantia considerável de pessoas, fundos de pensão, enfim,
02:36de inúmeros agentes que investiram nesse banco e não vão conseguir esse ressarcimento pelo FGC.
02:43Agora, está todo mundo um pouco apreensivo, porque a gente está falando de uma redução aí,
02:47primeiro, considerável no recurso do FGC.
02:50E, além disso, eu acho que existe também uma percepção de que outras instituições
02:54podem ter práticas parecidas.
02:57E existe um medo de que isso acabe criando um eventual contágio,
03:01um aumento de risco para outras instituições.
03:03E se a gente começar a ver casos assim daqui para frente, num período curto de tempo,
03:08isso vai comprometer ainda mais o recurso do FGC.
03:11Torçamos para que isso não aconteça, mas, de fato, essa redução hoje
03:16coloca a gente numa situação menos confortável.
03:19Hoje ainda não é um sinal de grande perigo, mas, sem dúvida, liga uma luz de alerta.
03:24O nosso analista Eduardo Gair tem uma pergunta para você também, Juliana.
03:28Gair, por favor.
03:30Oi, Juliana, boa tarde.
03:32O COMEF, que é o Comitê de Estabilidade Financeira do Banco Central,
03:36acabou de divulgar o comunicado da reunião de hoje e citou o caso do Master.
03:41Disse que a liquidação do banco não traz risco sistêmico.
03:45Gostaria de saber se a senhora concorda com essa avaliação do COMEF
03:48ou se é cedo para dizer algo dessa natureza.
03:53Oi, Eduardo.
03:54Olha, eu acho que...
03:55Eu confio muito nos procedimentos do Banco Central.
03:58Acho que eles têm uma equipe muito comprometida, mas, particularmente,
04:03eu acho que ainda é um pouco precipitado a gente falar que não existe nenhum tipo de risco sistêmico.
04:09Eu acho que, na verdade, e entendo que, nesse momento, o Banco Central e os demais órgãos competentes
04:15estão, claro, olhando para essa questão e vendo, inclusive, como é que o sistema financeiro,
04:20como um todo, está reagindo a isso, certamente estão olhando para outras instituições
04:25que têm, eventualmente, sinais parecidos com o que o Master estava dando já há algum tempo.
04:32Então, certamente, essas instituições vão ser analisadas muito mais de perto,
04:37mas eu acho que ainda é um pouco cedo para a gente falar que não tem esse risco sistêmico.
04:40Eu acho que ele pode existir.
04:41Talvez o que o Banco Central faz agora, é óbvio, é tentar reduzir um pouco qualquer tipo de pressão
04:49ou qualquer tipo de incerteza faz parte, até da própria atribuição do Banco Central,
04:54nesse momento, acalmar os ânimos, mas eu acho que, realmente, a gente pode ver, sim,
05:00casos parecidos com esse ou até um determinado contágio dentro do sistema acontecendo.
05:06É pouco provável? Provavelmente, sim, mas eu acho que a gente não pode descartar essa possibilidade.
05:13Juliana, dentro dessa sua análise, como é que poderia se dar um contágio do sistema?
05:20Por que mecanismos e com que grau de espalhamento?
05:25Turcio, eu acho que o primeiro ponto é, assim como o Banco Master teve condutas que não foram adequadas,
05:31inclusive, aí já com percepções claras de fraude, outras instituições podem, eventualmente,
05:38ter caminhado pela mesma trilha, não sei se na mesma proporção, mas, sem dúvida,
05:44nesse momento, essa dúvida também surge.
05:48Porque a gente tem outras instituições que também oferecem papéis interessantes
05:53com retornos mais altos que o mercado e podem estar, sim, se arriscando,
05:58tomando mais risco para conseguir pagar retornos maiores.
06:01Então, nesse aspecto, eu acho que a gente pode ter outros casos parecidos,
06:06mas, além disso, a gente viu ali, e é muito comum que essas instituições financeiras
06:11troquem ativos, troquem papéis.
06:14A gente ainda hoje não tem informações adequadas e talvez tão abrangentes
06:18que digam se realmente outras instituições financeiras eram credoras do Banco Master
06:24e que agora não vão receber esse recurso.
06:27Então, se isso acontecer, se a gente começar a ver outras instituições
06:31que estão ali, credoras do Banco Master, a gente pode, sim, ver esse contágio acontecendo,
06:37no sentido de que esse não pagamento, nesse momento, esse não recebimento
06:43por parte desses credores pode comprometer uma parte das ações e da solidez do sistema.
06:50Novamente, eu acho que esse é um cenário pouco provável.
06:54Eu só acho que a gente não deveria descartá-lo, porque me parece que ainda tem bastante coisa,
06:59bastante informação que ainda vai surgir dentro dessa história.
07:02Eu só queria complementar, Fábio, com o fato de que, ainda que nós não tenhamos esse contágio,
07:08é importante deixar claro que, no final do dia, o Banco Master partilhou o risco
07:12com inúmeras instituições, porque o simples fato dele colocar dentro do sistema financeiro
07:18títulos, fazer essas operações como estava fazendo, pagando muito alto pelos investimentos,
07:25pelos credores que ali estavam financiando o banco, comprando títulos arriscados
07:32e contando com o FGC, porque, no final das contas, é essa percepção clara que o banco
07:38contava com o FGC para cobrir uma situação como essa, fez, no final do dia, com que todos
07:44os bancos e todas as instituições ajudassem e partilhassem esse risco.
07:48No final do dia, houve aí uma partilha dessa situação.
07:52Juliana Inhás, professora de Economia do INSPER e Red de Economia da ANEFAC.
07:56Muito obrigado, Juliana, pela sua análise aqui.
07:58Obrigado, Eduardo Gair, também pela participação.
08:02Obrigado.
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