O CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, falou em entrevista exclusiva à CNBC Ásia sobre desafios na cadeia de suprimentos e perspectivas de crescimento. Ele destacou o Z2 para conectar pequenas cidades e o C-390 como líder em defesa, além de novas oportunidades no mercado aéreo comercial.
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00:00O CEO da Embraer admitiu dificuldades na cadeia de suprimentos, mas disse estar confiante numa virada até 2027.
00:07Em entrevista exclusiva à CNBC da Ásia, o executivo afirmou que o investimento em aeronaves para defesa e novos modelos comerciais podem ampliar as operações da empresa.
00:19Temos muitas oportunidades, especialmente se você se concentrar nos setores comercial e de defesa.
00:26Com o Z2, acreditamos que é a aeronave certa para ajudar a melhorar a conectividade entre pequenas cidades, além dos principais hubs, com eficiência, conforto e sustentabilidade.
00:40Na defesa, o C390 é uma combinação imbatível de desempenho superior e baixos custos operacionais.
00:50É por isso que acreditamos que estamos no momento certo para crescer na região.
00:54Eu pergunto sobre defesa, pelo que está acontecendo no mundo, a incerteza geopolítica e há uma crença de que os gastos com defesa vão aumentar.
01:04Isso é algo que a Embraer começou a ver nos últimos meses.
01:06Na verdade, mais interesse das forças armadas, especialmente na Ásia, que estão tentando pelo menos reforçar suas capacidades neste momento?
01:13Certamente. Quero dizer, o C390 é a aeronave escolhida pelos membros da OTAN e os aliados na Europa.
01:25Portanto, temos agora 11 países que escolheram o C390.
01:30Um deles é a Coreia do Sul na região, e estamos conversando com outros países.
01:36Realmente acreditamos que a aeronave para esse segmento, como um levantador multimissão de até 26 toneladas, é a melhor alternativa no mercado no momento.
01:46E estamos conversando com diferentes países para substituir aeronaves mais antigas.
01:53E vemos muitas boas oportunidades para a Embraer na região.
01:58E isso me leva à minha próxima pergunta, porque muitas companhias aéreas estão levantando questões sobre a cadeia de suprimentos.
02:05Não conseguem obter aviões suficientes.
02:07E parece que isso cria uma oportunidade para empresas como a Embraer ou a Comac, por mais participação no mercado.
02:13Você acha que existe uma janela especial neste momento?
02:17E o que você acha que precisa fazer para conseguir isso?
02:21Com certeza. Acho que é uma combinação de dois fatores.
02:27Um deles é a maior disponibilidade de aeronaves no curto prazo.
02:31E o outro é que as companhias aéreas estão entendendo melhor os benefícios de ter uma aeronave pequena de fuselagem estreita em suas frotas
02:40para complementar as aeronaves de fuselagem estreita maiores.
02:44Veja a região aqui.
02:46Temos muitos turboélices com até 70, 80 assentos.
02:49E o próximo é uma aeronave grande de fuselagem estreita com 108.
02:54Portanto, nada no meio.
02:56Então agora vemos a Scut, vemos a Avello nos Estados Unidos,
03:00vemos a SAS, vemos a ANA,
03:03vemos a LATAM na América do Sul.
03:04Todas elas estão trazendo o pequeno corpo estreito para complementar suas frotas.
03:11E com isso, abrir novas rotas, aumentar a frequência dos voos de forma lucrativa.
03:16Então vemos a combinação dos dois fatores.
03:19Acho que isso está abrindo oportunidades para nós.
03:22Mas anunciamos vários novos acordos este ano.
03:25O que torna mais fácil para a Embraer defender a ideia de que também pode ser uma terceira opção?
03:41Bem, não é mais fácil porque também estamos sofrendo com a cadeia de suprimentos.
03:50Além disso, poderíamos fabricar mais aeronaves do que estamos fabricando devido à escassez de peças.
03:56Mas eu diria que, em média, o desempenho da cadeia de suprimentos está melhorando.
04:01Acreditamos que ainda teremos alguns problemas em 2026.
04:04Mas vejo 2027 muito melhor em termos de cadeia de suprimentos.
04:08Há algumas semanas, conversamos com o pessoal da Thai Airways.
04:12E, na verdade, perguntamos a eles porque disseram que também estavam tendo problemas
04:17para atender as demandas de expansão devido a problemas com os outros dois fabricantes.
04:21E eu perguntei a ele, há espaço para um Comac ou um Embraer?
04:25E ele disse que o problema são os custos de manutenção e os custos de troca.
04:30E eles dizem que isso pode dificultar a entrada de alguém como a Embraer.
04:33Para as companhias aéreas que possam ter esse tipo de hesitação em aceitar a Embraer,
04:37como você aborda essas questões?
04:39Porque parece que é uma questão de mentalidade para os clientes em potencial.
04:43Como vocês abordam esse desafio?
04:45Estamos mostrando a eles todos os cálculos,
04:47todos os benefícios que eles podem ter operando nossas aeronaves,
04:51que compensarão esse tipo de operação, que eles dizem ser mais complexa.
04:55Realmente acreditamos que a combinação de nossas aeronaves com fuselagens grandes e estreitas
04:59é a fórmula perfeita para uma companhia aérea crescer de forma lucrativa.
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