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No Visão Crítica, o cientista político Fábio Pina avalia a agenda, afirmando ser uma "baita oportunidade" para o país.

O especialista ressalta a lógica pragmática da política externa, lembrando que "países não têm amigos, têm interesses", o que exige uma estratégia focada no benefício nacional.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/pBeLKDqpW0s

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Transcrição
00:00Fábio Pina, agora os encontros que o presidente Lula vai ter.
00:05Na sua opinião, o que isso significa tanto, principalmente em termos econômicos, para o Brasil?
00:11Bom, é uma baita oportunidade.
00:12Na realidade, o Brasil tem que contar com o bom senso do Itamaraty e do presidente representando o país,
00:20porque há uma disputa.
00:22Os Estados Unidos não estão sabendo lidar muito bem com a ascensão da China em termos econômicos,
00:27militares e ainda não culturais, mas a China se desponta como um polo disputando o espaço dos Estados Unidos.
00:36E isso faz com que abrem oportunidades para outros países que são importantes nessa relação com o Brasil.
00:41Então, se a gente tirar a ideologia da mesa, se o presidente Lula tirar a ideologia da mesa,
00:46ele tem muito a ganhar fazendo negócios com os dois lados e vendo qual é o melhor negócio para o Brasil.
00:52Até porque é uma máxima, países não têm amigos, têm interesses.
00:56É uma ótima oportunidade, como foi dito aqui, o eixo de crescimento econômico do mundo se deslocou da Europa,
01:03em especial da Europa, o resto dos Estados Unidos ainda com muito crescimento,
01:07mas se deslocou da Europa para a Ásia.
01:09É muito interessante quem acompanha alguns sites de voos, o Flight,
01:14tem um sitezinho que você mostra o fluxo de aviões.
01:17Esse fluxo de aviões, ao longo das últimas décadas, ele saiu do eixo Estados Unidos-Europa,
01:22quer dizer, tem muito ainda, mas você vê essa migração para a China.
01:25Se você olha os navios também, o fluxo de navios, você vê como o mundo,
01:29como os canais, os caminhos migraram para aquela região.
01:32Então, não dá para um país de 210 mil, 212 milhões de habitantes como o Brasil
01:36esquecer um outro país de mais de 200 milhões de habitantes, que é a Indonésia.
01:40E, como você mesmo falou, numa posição extremamente estratégica,
01:44naquele sudeste, naquele ponto do mundo que está crescendo.
01:49Então, eu acho que o Brasil não pode ser hostil aos Estados Unidos, evidentemente,
01:54não deve ser hostil, e também não deve ser hostil à China.
01:57E aí há um espaço enorme para quem tiver condições diplomáticas, estratégia,
02:05para quem for estadista, para fazer ótimos negócios e convencer ambos
02:09de que o Brasil é aliado dos dois, em termos econômicos, aliás,
02:14é aliado dos dois, dos Estados Unidos e da China.
02:18Recentemente, o Trump é uma figura aí de contaminação,
02:22porque ele é muito errático, evidentemente,
02:26e ele tem complicado a relação dos Estados Unidos, não só com o Brasil,
02:28mas com o Brasil em especial, por todos os motivos que a gente já sabe,
02:32misturou política, etc.
02:33O Lula tem que ter, o presidente Lula tem que ter muita calma
02:37para conseguir fazer o melhor negócio e não o negócio com o fígado.
02:41Então, eu acho que é uma ótima oportunidade.
02:44Até agora, eu só vejo um problema em tudo o que eu ouvi até agora,
02:48que é falar novamente do dólar, que é um assunto muito delicado,
02:52às vésperas de uma conversa com o Trump.
02:54Esse é um assunto, certamente, o Marco Rubio será,
02:57a gente até sabe por quem, será pautado sobre esse assunto,
03:01que é muito, muito delicado para o Trump.
03:03Perfeito. Professor Vinícius Vieira, primeiro, muito obrigado
03:08por ter aceito o nosso convite.
03:10Qual é a sua análise, justamente, sobre essa viagem,
03:14quer dizer, a viagem em si, no processo, nesse processo,
03:18que o mundo está passando, de uma transformação,
03:20provavelmente, a mais profunda e a mais radical,
03:23num curto espaço de tempo, que nós estamos assistindo agora no século XXI.
03:27Eu até lembrei, outro dia, nós estamos voltando ao comecinho do século XIX,
03:31quando as grandes potências eram a Índia e a China, né?
03:34Lembrei de uma passagem, é um economista polêmico franceso,
03:39o Piketty, mas numa breve história da igualdade,
03:41lá no capítulo 5, 6, mais ou menos,
03:44ele mostra como eram as grandes potências no início do século XIX,
03:49no momento que está chegando o expansionismo europeu mais forte na região,
03:52que chegou, como nós sabemos, no final do século XV, com os portugueses,
03:57mas não vou também contar toda a história,
03:59a história do Urtencipe é a mania das origens,
04:01mas para não voltar muito atrás,
04:03professor Vinícius, qual é a sua análise, então,
04:05e dentro da sua interpretação,
04:09quais são as perspectivas para o Brasil,
04:11especialmente no campo econômico?
04:13Bem, em primeiro lugar, muito boa noite,
04:14muito obrigado pelo convite, Vila.
04:16Nós temos aqui o Brasil explorando, ao meu ver,
04:18as oportunidades mais adequadas.
04:21De fato, a Ásia, e não apenas a China,
04:24é o grande polo de crescimento do quê?
04:26De uma classe média.
04:27O que a classe média faz?
04:29Ela consome mais.
04:30E o que nós temos a oferecer na atual conjuntura política
04:34e econômica do nosso país?
04:36Produtos agrícolas.
04:38Então, a gente tem que ser pragmático nesse sentido.
04:40Mas também é interessante pensar em parcerias,
04:43não só com a Indonésia, mas Malásia,
04:46Singapura tem essa aproximação via Mercosul,
04:48que eu acho que é muito importante,
04:49e continuou entre governos distintos,
04:53que ressalta o papel fundamental da diplomacia,
04:57da burocracia, que é aquela história.
04:59Países têm interesses de longo prazo,
05:02não têm necessariamente amigos,
05:04pode até ter uma afinidade ou outra,
05:06mas nós temos que buscar aquilo que é melhor para nós,
05:09à luz dos constrangimentos que são dados aí
05:11por uma era com grandes desafios.
05:13E eu estive recentemente, em maio passado,
05:16numa conferência lá na Tailândia,
05:17só com acadêmicos ali daquele campo,
05:21da Tailândia, da Indonésia.
05:24E todos eles, o que me surpreendeu, sabe, Vila,
05:26eles são muito mais preocupados com a China
05:29do que com os Estados Unidos.
05:31Mas eles querem justamente isso,
05:33fazer aquilo que a gente chama em relações internacionais
05:35de hedging, ou seja, ganhar espaço
05:38para que eles não se alinhem nem a um lado,
05:41nem a um outro, e continuem,
05:42como os colegas já falaram aqui,
05:44fazer bons negócios com ambos os lados.
05:46Então, se o Brasil também não apenas olhar
05:49para esses países como mercados relevantes,
05:52mas como parceiros políticos,
05:54porque falamos de potências regionais,
05:56países semi-industrializados, como o Brasil,
05:59e que vão enfrentar os mesmos desafios
06:01numa era de grande instabilidade,
06:04já que temos sempre aí o retorno à história,
06:07e você, historiador, Vila,
06:08é um retorno, ao meu ver, ao século XIX,
06:10mas não mais ao mundo de potências ocidentais,
06:14mas de potências regionais em que o Brasil
06:16tem um grande lugar a ocupar.
06:19É, essa é uma boa discussão.
06:23Aqui no Visão Crítica, eu sempre repito,
06:25e faço questão de repetir,
06:27nós sempre discutimos, e daí os nossos convidados
06:31são escolhidos com cuidado
06:34para elevar, qualificar a reflexão
06:36sobre a política brasileira.
06:37Nós vemos um momento,
06:39o pior da história republicana
06:40em termos de debate político.
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