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No Visão Crítica, o professor Vinicius Vieira, da FGV, alerta sobre a necessidade de "estratégia" para o Brasil não cair no "neocolonialismo do século XXI" imposto por Pequim.

Na entrevista, ele discute os legados imperiais da China, mesmo com o regime comunista, e a urgência de defender os interesses nacionais.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/pBeLKDqpW0s

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Transcrição
00:00Bem, que era um Estado socialista, só vou lembrar que deixou de existir em dezembro de 1991.
00:06Mas eu passo ao professor Vinícius, como é que a gente tem evitado de a gente cair no neocolonialismo do século XXI?
00:15O que nós temos de fazer na sua leitura?
00:17Nós precisamos de estratégia, de um projeto que se sobreponha a questões partidárias.
00:24Pode parecer um lugar comum falar isso, mas é quando o que o Marcos Vinícius falou sobre a China,
00:30aqui um pouco de ironia, mais do que talvez um socialismo com características chinesas,
00:35nós temos o que? Um capitalismo com características chinesas.
00:38E numa outra leitura, respeito muito à literatura que descreve dessa forma o sistema chinês,
00:44pensar que a China é um capitalismo de Estado que de alguma maneira deu certo.
00:48Em grande parte em função dos seus legados imperiais, que são muito anteriores ao surgimento da China comunista.
00:57É a China de 5 mil anos, de 5 milênios, que está ressurgindo depois do chamado século de humilhação,
01:05em que ela foi ali loteada pelas potências ocidentais, Hong Kong ficou com os britânicos,
01:10todas essas questões que ainda não foram inteiramente resolvidas sob a perspectiva de Pequim,
01:15só serão resolvidas quando Taiwan for reincorporada,
01:18que é outra questão aí muito delicada que pode desencadear um conflito em escala mundial.
01:23Mas especificamente sobre o Brasil, precisamos de estratégia justamente para agregar mais valor.
01:29E isso passa justamente por identificarmos o que?
01:32Nichos de mercado em que ainda é possível competirmos.
01:36Não é possível nós pensarmos, estava vindo aqui no caminho, estava ouvindo rádio,
01:40uma outra emissora em que alguém ali falava a questão dos semicondutores, por exemplo.
01:45E foi feita uma pergunta, mas por que a gente não entra em semicondutores?
01:48Talvez a gente esteja muito atrasado em termos de know-how, de formação de mão de obra para entrar nisso.
01:54Mas por que não aperfeiçoar ainda mais, por exemplo, a nossa indústria aeronáutica?
02:00Ela é tão forte que ela ficou de fora do tarifácio, porque ela também está integrada,
02:05e o que é raro no Brasil, a cadeias globais de valor que não estão se encerrando,
02:10não estão sendo fechadas, mas estão sendo reconfiguradas,
02:13não mais sob regras multilaterais, a OMC me parece que é game over, infelizmente.
02:19Mas nós temos o que?
02:21Temos ali acordos bilaterais, que é justamente isso que o Brasil demorou a despertar para eles,
02:28mas que agora está correndo atrás.
02:29Mercosul, União Europeia, ampliação do acordo com a Índia.
02:33A Índia também é um outro mercado, não é Sudeste Asiático, mas é Sul da Ásia, né?
02:37Tem ali uma classe média, hoje cresce mais do que a China.
02:40Então, pensar para onde a gente pode vender e o que a gente pode vender com maior agregação de valor,
02:47se não de fato.
02:48Nós ficaremos numa relação neocolonial, concordo plenamente.
02:51O Brasil, acho que ali no começo dos anos 2010, principalmente o governo Dilma,
02:57isso continuou no Temer e no Bolsonaro com uma visão muito, vamos apenas ser pragmáticos,
03:03aproveitar o momento inicial, interessante que isso começou num governo à esquerda, né?
03:07A Dilma mais à esquerda do que o Lula e uma visão ali em que nós fomos feitos de periferia da China.
03:13Hoje me parece que pelo menos a visão começou a mudar, estamos longe do ideal,
03:20mas iniciativas como, por exemplo, Nova Indústria Brasil.
03:22Não é perfeita, mas é um caminho para pensarmos nisso e, claro, isso depende o quê?
03:27De continuidade, independentemente de quem venha a ser o presidente após 2026.
03:33E só um último ponto, essa continuidade só é possível se tivermos o quê?
03:38Burocracia comprometida com o desenvolvimento do país.
03:41Essa é, segundo vários estudos comparativos, a fórmula não só que levou a China ao sucesso,
03:47mas o Japão, a Coreia do Sul.
03:49A gente adora comparar Brasil e Coreia do Sul, né?
03:51Tem essa obsessão porque faz até sentido, até os anos 80, a gente era ali, lado a lado com a Coreia do Sul.
03:57Aí abriu o quê?
03:58A boca do jacaré, a Coreia do Sul com índices de produtividade, educação estratosféricos
04:03e nós aqui relativamente estagnados.
04:06Só que a Coreia do Sul é minúscula, ela não é um Estado federado.
04:09Nós não temos ali o desafio ainda de lidar, por exemplo, com interesses de oligarcas,
04:14interesses de grupos específicos que acabam, o quê?
04:17Travando o desenvolvimento da nação.
04:20O grande desafio que nós temos nesse processo é fazer esse projeto
04:25de maior inserção e melhor inserção no cenário internacional
04:29num contexto democrático, que gera o quê?
04:32Dissenso e, claro, controvérsia.
04:34Como equilibrar isso, ainda nós não encontramos,
04:36mas devemos encontrar de modo a termos o quê?
04:40Mais chances de sobrevivermos nessa era de grande competição entre China e Estados Unidos.
04:46O professor Vinícius está falando, é bom aqui que a gente,
04:49é um problema que a gente pensa, o que é raro.
04:51Não dá para ter respostas prontas.
04:53Ele levantou algumas questões interessantes para comparações absolutamente indevidas.
04:59Eu estive olhando, estudando rapidamente a Coreia, a Coreia do Sul,
05:03claro, a Coreia do Norte já é mais complicada.
05:05A Península Coreana é muito pequena, né?
05:07E você que nos acompanha tem de lembrar que o Japão foi uma potência expansionista
05:13no começo do século XX, vem sendo a Rússia em 1904, 1905,
05:18depois, em 1910, invade a Península Coreana e fica lá até 1945.
05:23Faz um terror ali, massacra os coreanos, proíbe a língua coreana,
05:28proíbe os nomes coreanos, seu, meu, nosso, nós tivemos de mudar de nome.
05:33200 mil mulheres foram chamadas mulheres de consolo para os soldados do exército japonês.
05:38E depois, quando termina a guerra, você fala, agora vem a paz.
05:42Não, veio a guerra da Coreia até 1953 e muita tensão.
05:47E em seguida, no caso da Coreia do Sul, regimes ditatoriais até mais recentemente
05:52que chegou à democracia.
05:54Então, nós vamos falar de um país que tem uma história muito mais complexa do que a nossa,
05:59num curto espaço de tempo, muito pequeno e que fazer comparações,
06:03é claro que eu gosto de comparar Seul e São Paulo,
06:06o que eles fizeram nos rios de Seul e o rio Tietê.
06:09Mas são coisas um pouco diferentes.
06:11Inclusive, o Seul fica bem na fronteira com a Coreia do Norte.
06:15Imagina o que é viver em Seul, tendo como vizinho ali, tão perto da Coreia do Norte,
06:19e um simpático dirigente que tem lá na Coreia do Norte,
06:22que pode logo, logo mandar um foguete, um míssel na cidade onde você mora.
06:28Então, é necessário ter cuidado nessas comparações.
06:32E para concluir, porque eu falei demais, vou passar para o Sr. Marcos Viní.
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