No Visão Crítica, os economistas Ricardo Balistiero e Nelson Marconi discutem o pacote de auxílio anunciado pelo governo para combater o tarifaço imposto pelo governo de Donald Trump.
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NotíciasTranscrição
00:00Olá, tudo bem com você? Seja bem-vindo, começando mais uma edição do Visão Crítica, que hoje debate e analisa esse plano de contingência apresentado pelo governo federal,
00:11que tem o objetivo de mitigar os efeitos do tarifácio anunciado pelo governo de Donald Trump.
00:18Participam do programa de hoje os nossos convidados muito especiais, Ricardo Balistieiro, economista e professor do Instituto Mauá de Tecnologia.
00:27Lado esquerdo, do Ricardo, o Nelson Marconi, economista e professor da Fundação Getúlio Vargas.
00:35E participará, de forma online, remotamente, o Antônio Corrêa de Lacerda, professor doutor do programa de pós-graduação em Economia da PUC,
00:44aqui de São Paulo, e também conselheiro e ex-presidente do COFECOM, que é o Conselho Federal de Economia.
00:51Ricardo, já participamos de outros programas juntos, né?
00:54Muito obrigado pela gentileza de todos aqui nesta edição.
00:59Plano Brasil Soberano, né?
01:01Esse pacotão de medidas que inclui linha de crédito de até 30 bilhões de reais para ajudar essas empresas,
01:07essas companhias, produtores, adiamento de pagamento de impostos federais,
01:13ressarcimento de créditos tributários, reforma nas garantias,
01:17a exportação para facilitar e buscar novos mercados.
01:21Ricardo, em linha geral, o que achou desse pacote?
01:24Bom, primeiro, prazer aí, Daniel, prazer aqui estar com o professor Marconi, professor Lacerda,
01:31cumprimentar não só os professores, mas a todos os economistas pelo Dia do Economista.
01:36É uma satisfação estarmos aqui.
01:39No geral, gostei do pacote.
01:42Eu acho que nós temos uma situação muito complicada do ponto de vista da pressão
01:49que o governo norte-americano tem feito.
01:53É muito difícil negociar porque os canais estão bastante comprometidos.
01:58Há um componente político alegado pelo governo norte-americano para sancionar o Brasil
02:07e sancionar algumas autoridades brasileiras.
02:10De modo que, me parece que a estratégia do governo vai na direção correta
02:14no sentido de deixar as questões políticas de lado e tentar focar nas questões econômicas.
02:20Então, por mais que pareça muito pontual,
02:24esses setores que foram sobretaxados pelo governo norte-americano,
02:29eles terão muita dificuldade de conseguir manter o seu volume de comércio com aquela economia.
02:36Isso certamente pode gerar redução da produção, redução de vendas,
02:39consequentemente desemprego.
02:41Então, esse ajuste pontual que o governo propõe nesse momento
02:45tem exatamente como objetivo utilizar uma das funções do governo.
02:50O governo existe exatamente para situações como essa.
02:54vide o que aconteceu durante a Covid.
02:57Quer dizer, naquele período, o governo chegou a gastar mais do que um bilhão de reais
03:01fora da meta, exatamente para a gente poder socorrer,
03:05principalmente quem estava na economia informal.
03:07Então, é o momento, novamente, do Estado auxiliar os setores que estão em dificuldade,
03:13tentando, de alguma maneira, mitigar as sanções impostas pelo governo norte-americano,
03:19enquanto não se consegue abrir um canal efetivo de negociações.
03:24Pois é, mas justamente em relação a esse ponto destacado pelo professor Ricardo,
03:28muitos criticam que o governo não teria margem para lidar com uma emergência como essa.
03:34A gente vai analisar também a situação fiscal do país.
03:37Mas eu quero pedir a saudação inicial do professor Nelson Marconi.
03:41Ele leciona na Fundação Getúlio Vargas.
03:44Professor, seja bem-vindo.
03:45Viu, ótima noite a você.
03:47Queria também uma reflexão, uma análise sobre esse plano Brasil Soberano.
03:52Hoje eu acompanhei muitos elogios e algumas críticas em relação a esse pacote que foi anunciado pelo governo federal.
03:58De maneira geral, o que achou pontos positivos, negativos?
04:04O que é preciso destacar aqui?
04:06Bom, boa noite, Daniel.
04:07Boa noite, Ricardo.
04:08Boa noite para o Lacerda.
04:08Boa noite para todo mundo que está nos assistindo.
04:10Também é um prazer.
04:13E dar os parabéns aqui para todos os economistas como a gente, né?
04:16No nosso dia.
04:17Bom, eu diria o seguinte, que o plano veio no momento adequado.
04:22Ele é um plano importante porque realmente o país sofreu um tarifácio que tem razões de ordem política,
04:30tem razões de ordem econômica por trás, a gente pode até discutir isso depois.
04:33Mas realmente tentou se negociar, até o momento não se mostrou.
04:37Quer dizer, teve todo um regime de produtos que estão fora, os produtos que estão na lista de exceção.
04:42Mas você tem aí um impacto muito grande numa série de empresas.
04:46Então é importante o governo, de alguma forma, tentar compensar, né?
04:50O que ele fez?
04:51Eu acho que está correto.
04:52A medida de maior impacto e mais correta, eu acho que é a questão que a gente chama do drawback,
04:57que é tentar, vamos dizer, postergar, fazer com que as empresas possam mais para frente, né?
05:05Recompensar aquilo que elas usaram de importação, né?
05:09No que elas exportaram, quer dizer, a tributação sobre importação.
05:12Por quê?
05:12Porque elas não vão conseguir exportar isso de cara, né?
05:15Também essa postergação que tem em termos tributários é pensar que as empresas não vão conseguir vender nesse momento lá.
05:21Elas vão ter que buscar outros mercados, tentar vender de outra forma.
05:25Então, o que você tem que fazer?
05:26Primeiro, dar um alívio para essas empresas, deixar elas venderem, elas conseguirem, né?
05:32Tentarem vender isso em outros mercados.
05:35E com isso, né?
05:36O governo está dando um alívio e está dando um crédito também, né?
05:39Linha gerais, o crédito deveria ser para inovação, deveria ser para investimento, deveria ser para várias coisas.
05:48Provavelmente, as empresas vão usar para financiar capital de giro, para cobrir aquela receita que elas não estão tendo agora.
05:54É importante nesse momento, mas mantido esse crédito, é importante que ele esteja ligado.
05:59Aí, eu acho que é um ponto importante que a gente tem que falar.
06:02A gente já viu outros programas, né?
06:04Que esses créditos, depois, eles não são eliminados, não são reduzidos.
06:08Então, é importante que haja metas.
06:10O que as empresas devem fazer a médio prazo?
06:13O que o governo deve fazer para ajudá-las a conquistar mais mercados?
06:16A gente tem que...
06:18Isso realmente tem que estar melhor desenhado, né?
06:21Eu acho como é que esse crédito vai ser utilizado e quais são as condicionalidades para manter.
06:25Por enquanto, o governo falou que é emprego, que é uma coisa importante.
06:28Mas eu acho que não pode ser só isso, né?
06:31A questão das compras públicas, eu acho adequada também, principalmente,
06:34se tratando de produtos alimentícios, produtos do setor de alimentação, né?
06:39Porque eles vão deixar de exportar para os Estados Unidos.
06:41De qualquer forma, o governo ia comprar isso para distribuir entre escolas, merendas, tal, etc.
06:46Eu acho boa ideia também.
06:48Eu acho que a questão é que o governo pecou lá atrás em não fazer uma política mais adequada de exportações
06:53e agora está tendo que correr atrás do prejuízo, né?
06:57É muito forte que está tendo com esse tarifácio.
07:00Pois é, no início do programa eu anunciei a participação do Antônio Corrêa de Lacerda,
07:04ele que é professor da PUC de São Paulo,
07:07integrante do COFECOM, Conselho Federal de Economia,
07:10e infelizmente não vai poder participar por uma questão técnica de conexão.
07:14Ele participaria de maneira remota, mas infelizmente não houve condição.
07:18Não há qualidade técnica na imagem para nós recebermos ele, ainda que seja de forma online.
07:25Então, o Antônio já está convidado para uma próxima edição.
07:29Agora, professor Ricardo, o Nelson menciona a questão dos empregos que foi amplamente divulgada pelo governo, né?
07:37Que seria quase uma condicionante, né?
07:40O lançamento desse programa, desse plano, a adesão por parte das empresas,
07:44mas se não a garantia, pelo menos a convicção de que era importante tentar brigar pela manutenção da maior parte dos empregos.
07:56Enfim, queria sua reflexão sobre essa situação, porque eu vi uma frase de efeito de uma colunista do Estadão,
08:03não vou me lembrar o nome, mas ela disse que
08:05Temos um band-aid para um ferimento à bala, no que tange o pacote do governo,
08:10com o objetivo de garantir todos os empregos desses setores impactados.
08:15Eu acho que, Daniel, tem...
08:19Na nossa ciência, nós temos pontos de vista, né?
08:23Nós temos, por exemplo, alguns colegas que estão afirmando aí, parece que é um coro agora,
08:28dizendo que o governo não tinha que fazer nada, tinha que deixar os setores se virarem sozinhos,
08:32que o mercado cuidasse disso, né?
08:33Quer dizer, nada mais errado, né?
08:35Enfim, não é possível o negócio desse.
08:37Quer dizer, nós sofremos um ataque de um Estado,
08:41ou seja, o ataque não veio de nenhuma empresa norte-americana,
08:43veio do governo norte-americano, né?
08:45Então, o governo brasileiro que tem que fazer é reagir do ponto de vista econômico, né?
08:49Então, é legal, a colunista disse que é um band-aid.
08:53Talvez seja um band-aid, é verdade, né?
08:56Mas, de qualquer maneira, é um começo, né?
08:59E eu acho que, pegando uma carona no que o professor Marconi falou,
09:01talvez seja uma oportunidade para nós refletirmos sobre algumas coisas, né?
09:06Por exemplo, a abertura de novos mercados.
09:08Isso é algo fundamental, né?
09:10Embora, do ponto de vista da dependência norte-americana,
09:13se nós pegarmos, por exemplo, o Brasil há 20 anos atrás,
09:15ele era muito mais dependente do que é hoje da economia norte-americana, né?
09:19Quer dizer, hoje, os Estados Unidos sequer é o nosso principal parceiro, né?
09:22Quer dizer, nós temos a China, temos a União Europeia, aí vem os Estados Unidos, né?
09:26Então, assim, é um parceiro bastante importante, compra produtos com maior valor agregado,
09:33compra máquina, compra avião, compra equipamentos, né?
09:38Mas, se nós conseguirmos, deste problema, criarmos a oportunidade de abrir um pouco mais a nossa economia
09:46e, principalmente, buscarmos novos mercados,
09:50talvez esse tipo de decisão, daqui a alguns anos, tenha um impacto menor do que teria nesse momento.
09:57Preservar empregos é bastante importante,
10:00mas eu concordo plenamente que nós temos que fazer, agora,
10:05exatamente aquilo que foi feito durante o período da Covid.
10:08Há necessidade de se fazer um controle efetivo e evitar que alguns programas tenham continuidade, né?
10:15Então, por exemplo, sempre se fala do PERSI, né?
10:17Quer dizer, que surgiu lá durante a pandemia e continua até hoje.
10:20Então, esse tipo de monitoramento é um monitoramento importante
10:24para que a gestão pública possa, efetivamente, ajudar as empresas e não prejudicar o país.
10:31Porque tudo que nós não precisamos, nesse momento, é mais compromissos fiscais,
10:36é mais despesas obrigatórias,
10:38uma vez que nós sabemos que buscar o equilíbrio fiscal
10:42deve ser um objetivo deste e de outros governos,
10:46mas nós sabemos também o quanto é difícil que isso aconteça.
10:49Então, num momento como esse, é necessário ajuda,
10:53mas é importante que nós tenhamos data marcada
10:56para que essas políticas possam ser revertidas em algum momento.
11:00Bons apontamentos.
11:01Daqui a pouco a gente vai falar em soluções, alternativas,
11:04a possibilidade do governo brasileiro identificar,
11:08inclusive, em uma situação como essa, oportunidades.
11:10A gente vai se aprofundar, inclusive, nesse capítulo,
11:14mas queria perguntar para o professor Nelson Marconi a respeito
11:17se as medidas são suficientes para garantir os empregos
11:21desses setores que devem ser atingidos.
11:23Você entende que atenua um pouco o impacto previsto?
11:28Fala-se que dificilmente as empresas, os grandes players,
11:32conseguirão manter todos os empregos.
11:34Mas talvez seja um início, um caminho, né?
11:37Exato.
11:38Eu entendo que pode ser que o choque que a gente sofreu é tão grande,
11:43quer dizer, você colocar uma tarifa de 50% num produto importado
11:47é praticamente inviabilizar aquele mercado, né?
11:50Certo?
11:51Quer dizer, você vai lá, como é que eu vou fazer?
11:52Eu vou vender 50% mais caro,
11:54ou eu teria que reduzir 50% da minha margem,
11:57ou eu teria que reduzir 50% dos meus custos.
11:59De uma hora para outra, você não faz isso.
12:01Então, você está inviabilizando o mercado para vários produtos.
12:04Isso tem um impacto.
12:06O que o governo está fazendo, a gente não, né?
12:09O governo está fazendo, a gente, eu quero dizer, o país,
12:12a gente está tentando diminuir esse impacto com essas medidas.
12:17Quer dizer, elas vão realmente remediar, como você falou,
12:20vão atenuar o problema, certo?
12:22Existe um compromisso no próprio programa que o governo anunciou
12:25de que as empresas devem manter o emprego, né?
12:28Tá certo?
12:29Agora, eu acho que se elas estiverem com a corda no pescoço,
12:31continuarem com a corda no pescoço,
12:32não vai ter como elas manterem todos os empregos.
12:35Agora, com certeza, é uma tentativa de amenizar.
12:38O fato de você emprestar dinheiro para a capital de giro,
12:41o fato de você postergar a cobrança de imposto,
12:45o fato de você postergar a possibilidade de retorno, né?
12:49De, vamos dizer, de esse drawback, que é você não cobrar os impostos,
12:53é fazer as compras públicas, ameniza o problema.
12:56Seria pior o governo não fazer nada, né?
12:59Então, eu acho que ele realmente foi na direção correta,
13:03pensando no curto prazo.
13:04A média e longo prazo, como a gente falou,
13:05a gente pode falar depois um pouco mais,
13:07são outras medidas, né?
13:09Sim, sem dúvida.
13:10Inclusive, eu anotei aqui a reflexão feita pelo professor Nelson Marconi
13:15a respeito desse diagnóstico que também vários economistas e analistas fazem,
13:20que o governo pecou lá atrás.
13:22Há um problema que precisa ser destacado em relação a,
13:26talvez, um equívoco no diagnóstico,
13:29nas medidas tomadas lá atrás.
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