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Sanae Takahichi assumiu como a primeira mulher a liderar o Japão, prometendo fortalecer a economia e enfrentar a dívida pública que já ultrapassa 250% do PIB. Em meio à visita de Donald Trump e tensões regionais, ela busca reposicionar o país no cenário global. Marcelo Favalli, apresentador do Conexão, trouxe sua visão em mais uma edição do Análise Exclusiva.

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Transcrição
00:00O parlamento japonês elegeu a nova primeira-ministra.
00:04Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo e comandar o país.
00:09A escolha de Sanai Takahichi, líder do Partido Liberal Democrata,
00:15aconteceu depois de um acordo de coalizão firmado na véspera,
00:19o que encerrou semanas de impasse político.
00:22A nova premier é conhecida por suas posições conservadoras e nacionalistas
00:26e costuma citar Margaret Thatcher, a ex-primeira-ministra britânica de direita, como inspiração.
00:34Ela prometeu fortalecer a economia e tornar o Japão um país responsável com as futuras gerações.
00:41Aos 63 anos, ela é a quinta pessoa a comandar o Japão em apenas cinco anos.
00:47Takahichi assume um governo minoritário e já enfrenta uma agenda intensa,
00:51que inclui a visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a Tóquio na próxima semana.
00:58Ela vai assumir oficialmente o cargo após encontro com o imperador Naruhito.
01:06A nova primeira-ministra do Japão assume no momento de crise econômica
01:10e instabilidade nas relações com outras potências.
01:14Sobre esse assunto, eu converso agora com o Marcelo Favalli, apresentador do Conexão,
01:18que vai explicar os desafios que ela terá pela frente.
01:22Favalli, boa noite e são muitos desafios.
01:25Nossa, muitos desafios.
01:28Eu não queria ser a primeira-ministra Takahichi.
01:31Quando a gente fala de Japão, Cris Pelagio,
01:34vem à nossa cabeça o conceito de longevidade.
01:38Até porque quando a gente fala de governo japonês,
01:41ele existe desde o ano 660 antes de Cristo.
01:46A organização política japonesa.
01:49Claro, esse parlamento e tal, e a Constituição,
01:51é depois da Segunda Guerra Mundial, em 1947.
01:54Mas a Sanai Takahichi é a primeira mulher a chegar num cargo de liderança do Japão.
02:01Vamos olhar mais para a história contemporânea,
02:03depois do chamado Japão da Paz, de 1947.
02:06Só que longevidade não tem combinado muito com os diets,
02:10como eles chamam o parlamento japonês.
02:13E eu já te explico.
02:14Boa noite, Cris Pelagio.
02:15Boa noite para você que nos assiste.
02:18Cinco governos japoneses em cinco anos.
02:21Vamos dar uma olhada aqui, fazendo uma média ponderada, é muito simples, né?
02:26Cada primeiro-ministro fica, então, ou ficou em média, um ano no poder.
02:31Sanai Takahichi, que agora assume, cita Margaret Thatcher como um exemplo.
02:39A Thatcher é a pessoa que mais tempo governou o Reino Unido na história contemporânea.
02:46Uma década no poder.
02:48Será que a Takahichi vai ficar mais parecida com a sua referência britânica, Thatcher,
02:55ou com os seus colegas que ficam em cerca de 12 meses no poder.
03:00Mas vamos dar aqui a presunção de sucesso para ela.
03:04Ela vai... tem três grandes desafios.
03:08Economia, dívida pública.
03:10Parece a mesma coisa, mas não é o dividir, eu explico o porquê.
03:14E desafios geopolíticos.
03:16A próxima arte a gente vai fatiar olhando para a economia.
03:21Pô, economia no Japão, o problema?
03:23Nós temos China, Alemanha, Japão, a terceira maior economia do mundo.
03:29O Japão, inclusive, já foi a segunda...
03:32Então, peraí, desculpa, eu errei aqui.
03:33Estados Unidos, China, Alemanha e Japão, a quarta maior economia do mundo,
03:37já foi à frente da Alemanha e o Japão já esteve, inclusive, à frente da China,
03:43sendo a segunda maior economia.
03:45houve uma decadência por vários motivos.
03:49A questão é que, vamos olhar inflação.
03:54O Japão, no 2024, com 2,74% de inflação.
03:59Se você olhar para a nossa inflação, poxa, eles estão perto da metade.
04:03É que, historicamente, para o Japão, isso é alto.
04:07Em 2024, essa subida inflacionária começa ali pós-Covid.
04:12Em 2021, a inflação chegou a ser negativa.
04:16Houve uma deflação.
04:18Os preços diminuíram.
04:20Então, olhando para isso, é algo preocupante para a população japonesa,
04:25principalmente porque existe uma estagnação dos salários.
04:29Quando eu falo aqui de uma inflação, é uma média de vários produtos.
04:35A alimentação tem ficado muito caro no Japão.
04:38E a estagnação do salário significa que os japoneses têm perdido poder de compra,
04:44principalmente para alimentos.
04:47Envelhecimento populacional.
04:49Não que isso não aconteça em outros países.
04:52É que no Japão tem acontecido numa velocidade, numa escala maior.
04:56Baixa taxa de natalidade.
04:59Os novos casais não querem ter filhos.
05:02Isso gera um aumento com os gastos com seguridade.
05:06Pesa no bolso do orçamento.
05:09E aí nós vamos entrar daqui a pouco na dívida pública.
05:11E uma sobrecarga na força de trabalho.
05:14Porque cada vez mais envelhecido, os custos do Estado aumentam
05:19e menos pessoas para trabalhar.
05:21E olhando especificamente para a força de trabalho,
05:24existe uma escassez de mão de obra.
05:26Os jovens não querem ter filhos e muitos não querem mais viver no Japão.
05:31Passaram a ter um perfil ocidentalizado e querem vir para a América
05:34ou para a Europa Ocidental.
05:37Sendo que muitos foram pegar oportunidades na China.
05:41retenção da força de trabalho, incluindo mulheres e idosos.
05:45Então os idosos vivem mais, querem curtir a aposentadoria,
05:48vivem de uma maneira saudável, mais longevamente.
05:52E mulheres depois da licença maternidade, que no Japão é de um ano,
05:58não querem voltar.
05:59Então existe um problema de retenção na força de trabalho.
06:02Vamos olhar que aí eu quero entrar numa questão bastante crucial,
06:08que é a dívida pública, a maior dívida pública entre países ricos.
06:14Olha o tamanho da dívida pública japonesa.
06:17250% o PIB.
06:21É duas vezes e meia toda a riqueza do Japão.
06:24Olha, os Estados Unidos, a França, tem esses problemas de altas dívidas,
06:30mas o Japão está disparado na frente.
06:31Agora a questão não é somar a administração, nem é correto eu usar essa expressão.
06:38O Japão abusou aqui de ter uma boa reputação, de ser bom pagador.
06:45Então o Japão emite muitos títulos da dívida, que valem bastante no mercado externo.
06:51Então o Japão usa uma estratégia de antecipação de recebíveis,
06:55mas isso começou a se somar àquilo que eu apontava.
07:00Uma população que vai envelhecendo e o Japão vai criando estímulos de consumo.
07:07Porque além de tudo isso, existe uma mentalidade oriental,
07:11que é muito comum no Japão, na China, de poupar mais do que gastar.
07:16Muito diferente de um perfil ocidental, americano, de alto padrão de consumo.
07:21Então os japoneses não injetam muito isso na economia, no comércio.
07:27Isso vai forçando incentivos do governo,
07:31o que ajuda a explicar essa alta dívida com relação ao próprio PIB.
07:37Isso cria um risco de crise fiscal, uma dívida que pode se tornar impagável,
07:42desconfiança na economia, por enquanto tem um título de bom pagador,
07:46mas o investidor interno fica olhando para esse número e fala,
07:50hum, será que eu vou investir aqui?
07:53Estímulo público força com que o próprio governo ponha dinheiro na máquina
07:57e força uma responsabilidade fiscal de longo prazo.
08:02Porque se aqui em 2020, 2021, 2, 3, 4, 5 está desse tamanho,
08:08imagina o que vai ser 2030, 2040, 2050.
08:12Eu quero seguir para a gente também olhar impactos regionais, tensões regionais.
08:19A nova primeira ministra vai ter que lidar com uma aliança na vizinhança do Japão,
08:24que tem China, Coreia do Norte, que ameaça o Japão porque são inimigos históricos,
08:31e a Rússia, que é uma nova potência, está em guerra alinhada com essa trinca.
08:36E tensões regionais porque tem que ficar no meio do caminho dos seus grandes apoiadores
08:41pós-segunda guerra mundial, Estados Unidos e Coreia do Sul.
08:45O Japão da paz pós-segunda guerra mundial se coloca como uma nação não bélica,
08:52mas diante dessa realidade, será que tem que ficar assim?
08:56E sem contar que o Japão perdeu a coroa de ser um polo tecnológico para a China e para a Coreia do Sul.
09:04E agora, esta fonte nova, que é o Japan First, inclusive a própria, a nova primeira ministra,
09:13usa esse jargão de um nacionalismo.
09:16O Japão, em primeiro lugar, não preciso dizer de quem ela copiou isso.
09:23Então, é uma aliada importante, ideologicamente falando, de Donald Trump.
09:27Eles vão se encontrar, se tudo der certo, nas próximas semanas.
09:31Já tem uma agenda do Trump no Japão.
09:33Agora, esse Japan First pode mexer com a diplomacia.
09:37Será que outros vizinhos regionais, como Coreia do Norte, Rússia, China, Coreia do Sul,
09:43vão gostar desse Japan First copiando o Make America Great Again?
09:49Isso pode mexer na diplomacia e numa política de segurança.
09:53Esse nacionalismo voltando para o Japão imperial não pode empurrar um conflito armado contra a Coreia do Norte,
10:03contra a China, contra a Coreia do Sul, como nós já vimos.
10:07Tudo isso fica com uma margem aberta.
10:10Agora, desejamos sorte à primeira mulher que vai governar o Japão desde 660 antes de Cristo.
10:20Longevidade...
10:21Por si só já é o feito, né?
10:22É, longevidade está na história.
10:24Vamos ver se ela vai durar todo esse tempo aí,
10:27porque os seus antepassados recentes ficaram aí 12 meses e olhe lá no cargo.
10:33Obrigada, te chamo já, já, novamente.
10:35Até já.
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