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  • há 2 dias
CEO da DPZ relembra como a aptidão para as exatas e o amor pelo mundo das artes o fizeram, num primeiro momento, a trabalhar no mercado financeiro e, mais tarde, a se tornar um profissional de criação em agências.
Transcrição
00:00Meu convidado de hoje é publicitário, mais especificamente um profissional de criação.
00:05Hoje ele é CEO de agência, mas dizem que uma vez criativo, sempre criativo.
00:10Ele comanda hoje uma das marcas de agência mais icônicas da publicidade brasileira, a DPZ.
00:16Só que muitos anos antes, ele quase enveredou pelo mercado financeiro,
00:20que é uma das coisas que ele vai me contar na conversa de hoje.
00:23Eu sou Isabela Lesse e esse é o A Ideia, podcast do Meio Mensagem,
00:26em que eu converso com pessoas de diversas áreas sobre as ideias que regem seus negócios e suas trajetórias.
00:33Hoje eu tenho o prazer de conversar com o Benjamin Jung, também conhecido como BJ.
00:38Seja muito bem-vindo.
00:39Obrigado, é um prazer estar aqui com vocês.
00:48Qual que é a história por trás do BJ?
00:49DJ, quem me deu esse apelido até foi o Carlão Fonseca.
00:56Foi no meu primeiro estágio numa agência de publicidade.
01:00Eu cheguei e aí ele me perguntou, qual o seu nome?
01:04Eu falei, é Benjamin, ele.
01:06Benjamin? Não, Benjamin não dá.
01:08Benjamin é muito comprido.
01:09Como é que a gente vai te chamar, Benjamin?
01:11Vamos ter que inventar um apelido pra você.
01:15E aí começou com BJ, BJ.
01:18Eu falei, não, BJ é muito esquisito.
01:20Não, BJ, em português mesmo.
01:22E aí isso foi ficando.
01:25E pra todos os lugares que eu fui, acabaram me chamando de BJ.
01:29Ficou até hoje.
01:31E você tem uma ascendência chinesa.
01:35O seu sobrenome é Jung.
01:37Isso.
01:38Essa é a pronúncia, né?
01:39É, é isso mesmo.
01:41O meu pai, ele é chinês, nascido nos Estados Unidos.
01:47Tem até uma história interessante sobre a família do meu pai.
01:52Porque o sobrenome é Jung aqui no Brasil,
01:57mas quando você vê o caractere em chinês,
01:59mostra pra um chinês, ele vai ler como Rong.
02:02E se você for procurar The Red Capitalist no Google,
02:13você vai encontrar o meu tio-avô,
02:16o irmão do avô do meu pai.
02:20O meu tio-avô, ele foi o responsável pela abertura da China pro capitalismo.
02:27Então, ele foi, se tornou primeiro-ministro da China e ajudou a China a abrir pro capitalismo.
02:35Então, é uma história até interessante, no final das contas.
02:39Porque você assistiu o Império do Sol,
02:42aquela história de quando o Partido Comunista assumiu,
02:46sai todo mundo correndo, pegando o que tinha,
02:48saiu voando pra todos os lugares do mundo.
02:49Exatamente essa história.
02:52Só que meus bisavós quiseram ficar.
02:59Aí os filhos sortearam no palitinho qual é o filho que ia ter que ficar lá cuidando dos avós.
03:04E esse meu tio-avô acabou tirando o palitinho menor,
03:07ficou lá cuidando dos avós,
03:09comeu o pão que o diabo almoçou ali nas mãos do Partido Comunista,
03:13ali na época.
03:14Mas, um belo dia, quando o Partido Comunista falou,
03:17putz, nós temos um terço da população do mundo,
03:20fica plantando arroz, não está dando certo,
03:22a gente precisa começar a modernizar esse país.
03:26Mas a gente não sabe muito bem como.
03:29Peraí, não tinha sobrado um filho lá daquela família dos Rong,
03:32que era uma família industrial?
03:34Traz ele aqui, fizeram ele filiar o Partido Comunista
03:38e ajudou a abrir a China pro capitalismo.
03:41Então, é uma história interessante da família.
03:43Mal sabia ele que décadas depois ele teria um sobrinho neto publicitário.
03:50Publicitário, na raiz do capitalismo.
03:52Na raiz do capitalismo.
03:54E o seu pai, então, nasceu nos Estados Unidos
03:59e você tem algum vínculo com os Estados Unidos?
04:03Tenho parte da minha família, ainda mora lá.
04:06Tios, tias, primos moram lá.
04:12Meus irmãos nasceram no Brasil, depois foram para lá.
04:18Então, tem um pouco da família espalhada aqui e ali.
04:22E que parte dos Estados Unidos que são?
04:23Como bons chineses, São Francisco é onde era minha avó, morava.
04:29Então, minha tia ainda mora lá, meus primos moram lá.
04:36Minha irmã, coincidentemente, agora se mudou para Nova York.
04:39Enfim, a gente tem um pouco ainda de relação.
04:42E aí, a gente estava conversando um pouco antes de entrar ao ar
04:45que você é, tipicamente, de uma família brasileira.
04:49Tem essa ascendência chinesa, mas a parte da sua mãe
04:51é toda misturada de várias partes do Brasil, né?
04:55É.
04:56E o seu pai é do mercado financeiro
04:59e aí você quase que seguiu essa carreira.
05:03Seus irmãos seguiram por esse caminho, trabalham em consultoria.
05:08Me conta um pouco o que que te quase fez
05:12e o que que te fez estudar administração.
05:15Como que você parou depois no mercado de agências?
05:19Bom, é isso.
05:21Meu pai, sendo americano,
05:24ele sempre quis que eu fosse fazer faculdade nos Estados Unidos.
05:27E aí, por conta disso, por exemplo, lá,
05:30o vestibular era focado em inglês e matemática.
05:33Então, por conta disso, desde criança,
05:36ele sempre falou, não, vocês têm que ir muito bem de matemática.
05:40Então, lá em casa, a gente nunca podia tirar nota baixa
05:45na prova de matemática.
05:46Nos outros, ele não estava muito preocupado,
05:47mas matemática sempre foi a exigência máxima.
05:52Então, por conta disso, eu acabei fazendo
05:54toda a minha formação mais para Exatas, né?
05:57Eu fui estudar no Colégio Bandeirantes Exatas,
05:59que era o colégio, na época, mais forte em Exatas,
06:02só para poder fazer esse vestibular
06:05para uma faculdade americana.
06:06Mas eu acabei, no final das contas,
06:12me enveredando um pouco mais para o caminho das artes e tal.
06:16A minha mãe, na época, era marchã,
06:19ela representava diversos artistas.
06:21Então, desde criança, eu sempre gostei também
06:23desse lado da pintura,
06:25ia visitar estúdios de pintores e tal.
06:28Eu sempre gostei de desenhar, pintar,
06:32esculpir, fotografar.
06:33E aí eu fiquei meio nesse híbrido.
06:38Desculpa te interromper,
06:39mas você gostava de matemática?
06:41Você criou uma aversão porque o seu pai encorajava tanto?
06:44Não, eu sempre gostava.
06:47Era uma coisa muito natural para a gente.
06:50A gente foi sempre relativamente bom de matemática,
06:54bom de conta.
06:54Herdou os genes das exatas um pouco.
06:57Era uma coisa que era fácil.
07:00Não era uma coisa que criou um trauma.
07:04Mas, ao mesmo tempo,
07:05acho que internamente tinha essa paixão pelas artes.
07:10Então, acabei desenvolvendo os dois lados por conta disso.
07:14E aí, na hora de escolher a faculdade,
07:23então, eu acabei falando,
07:24não quero ficar mais perto aqui das famílias,
07:26amigos, tal.
07:27Fiquei no Brasil e decidi precisar duas faculdades ao mesmo tempo.
07:31Prestei GV e SPM,
07:33passei nas duas,
07:34e meu plano era fazer as duas,
07:35continuar com essa dualidade.
07:37Só que, na época,
07:41a GV, bem no meu ano,
07:43mudou o currículo para o período integral.
07:46E aí, eu tive que escolher
07:48entre uma ou outra.
07:49E aí, por livre e espancada vontade,
07:52eu acabei fazendo GV.
07:54E, no final das contas,
07:59na GV, você tinha que fazer estágios obrigatórios,
08:01que tinham que ser dentro da área.
08:04Então, num desses estágios obrigatórios,
08:07também, eu acabei caindo
08:08numa consultoria financeira,
08:10no mercado financeiro.
08:12Estava lá fazendo do diligence
08:14de uma empresa, tal.
08:17Era um lado que eu tinha uma afinidade ali,
08:21matemática,
08:22mas eu achava, no final das contas,
08:23muito chato.
08:24Não se via seguindo aquilo
08:26como uma carreira
08:28que não ia ser feliz naquela área.
08:30Não ia ser feliz fazendo isso.
08:32Então, no final das contas,
08:34eu acabei pivotando a minha carreira
08:36e aí, no meio do curso,
08:38acabei pivotando todas as minhas eletivas,
08:40tal, mesmo dentro da GV,
08:42não para o mercado financeiro,
08:44mas sim para o lado de marketing.
08:48Então, foi assim um pouco que eu fui pivotando,
08:51fui mudando.
08:51Aí, no marketing,
08:53depois do meu segundo estágio,
08:55já foi na Unilever,
08:58que na época até chamava Gessilever,
09:00na área de marketing ali de Omo,
09:05que para mim foi uma baita escola,
09:07porque Omo, na época,
09:08era o maior anunciante do país.
09:10Então, fazia todos os tipos de pesquisa,
09:12tudo que você pode imaginar
09:13que um marqueteiro faz,
09:14a gente fazia a exaustão.
09:17Então, foi muito legal,
09:18foi uma baita escola,
09:20mas eu ainda não estava 100% feliz.
09:24Acho que era aquele estagiário chato
09:26que fica tentando fazer o trabalho
09:28da agência de propaganda,
09:29metendo o VD e tal.
09:31Eu falei, nossa,
09:31quando você foi lá,
09:32quer saber?
09:33Mudei de lado mesmo.
09:34Aí, eu fui trabalhar,
09:37arrumei um estágio
09:37dentro de uma agência de propaganda
09:39e aí caí direto
09:41no universo das agências.
09:42E aí, sempre como diretor de arte,
09:46que você comentou,
09:47pela profissão da sua mãe como marchã,
09:49você tinha essa afinidade com pintura,
09:52com artes plásticas no geral.
09:54Aí, você sempre trabalhou nessa área.
09:57Eu sempre gostei de pintar, desenhar,
10:01esse lado mais de ficar tentando
10:04ter ideias diferentes.
10:07Então, quando eu percebi
10:10que eu queria ir mesmo para esse lado,
10:12aí, junto com a AGV,
10:13como não pude fazer SPM,
10:15eu comecei a fazer
10:16a Escola Pan-Americana de Arte.
10:18E aí, fui aprendendo, então,
10:20na época, as ferramentas
10:21que precisava ali
10:22para estar trabalhando
10:22na área de criação.
10:23Photoshop,
10:28os programas de paginação,
10:30Quark Express, na época, era.
10:33Então, eu acabei tendo acesso
10:36às ferramentas
10:37e aí, consegui entrar
10:39e migrar para a criação
10:41por conta disso.
10:42Tinha um portfólio bem ruim,
10:45na época,
10:46mas tinha um portfólio
10:46que me deram um estágio ali
10:48numa agência pequenininha
10:50de propaganda.
10:51E o mercado publicitário brasileiro
10:52é muito reconhecido
10:54pela direção de arte, né?
10:56Você tinha referências
10:59no começo da sua carreira?
11:00Você olhava bastante
11:01para esses trabalhos
11:03ou ficava mais orientado
11:04às artes plásticas
11:05como referência?
11:07Olha, eu olhava
11:08um pouco para tudo, né?
11:09Porque, além de comunicação
11:12na Pan-Americana,
11:13eu também me formei
11:14em fotografia na Pan-Americana.
11:16Então, a fotografia
11:17sempre foi uma paixão para mim,
11:18sempre olhei para as referências
11:20de fotógrafos,
11:21trabalhos fotográficos
11:22incríveis ali,
11:24que eu adorava.
11:28E, por conta das artes,
11:32eu também tentava trazer
11:33um pouco isso
11:34para o meu universo
11:36ali do dia a dia.
11:38Mas, além disso,
11:39eu lembro que na AGV
11:40tinha até umas palestras
11:42do meio mensagem e tal,
11:44na época,
11:44e quando eu comecei
11:45a querer mudar minha carreira,
11:47eu comecei a assinar
11:49o meio mensagem
11:51para ter acesso
11:51à revista da criação.
11:53Não sei se você lembra,
11:53na época tinha a revista
11:54da criação
11:55que saía ali,
11:57eu não lembro se era
11:58todo mês
11:58ou duas por mês,
11:59não me lembro exatamente,
12:01mas, quando eu estava lá,
12:02eu consumia ali
12:03a revista da criação,
12:04eu assinava o meio mensagem
12:05mais pela revista da criação
12:06e eu ficava lendo
12:08e lendo o que os publicitários
12:09estavam fazendo e tal.
12:11Então,
12:12tinha os meus ídolos ali,
12:13que eram os diretores de arte,
12:15que faziam trabalhos incríveis
12:19e tal,
12:20que eu adorava,
12:20e eu tive a sorte
12:21de trabalhar com muitos deles,
12:23com o Delbu,
12:25com o Tomás Lorente,
12:27com o Marcelo Serpa,
12:28o Luiz Sanches,
12:29que foi um grande mentor
12:30ao longo da minha carreira.
12:32Enfim,
12:32então,
12:32acho que fui muito feliz
12:33de trabalhar
12:33com excelentes chefes
12:37que foram excelentes
12:38diretores de artes
12:39que me inspiraram muito.
12:41E como eu falei no começo,
12:42apesar de você ser CEO hoje,
12:46nunca deixa de ser criativo,
12:49como é que você enxerga hoje
12:52essa parte especificamente
12:54da criatividade publicitária,
12:55que é a direção de arte,
12:57com tantas ferramentas
12:59de inteligência artificial generativa,
13:01transformando o modo
13:02como se faz um trabalho.
13:04Hoje,
13:05a gente não é incomum
13:06ouvir marcas e agências
13:08falando,
13:09você fala,
13:09dá um comando ali
13:10para o mid-journey,
13:11você chega com uma imagem
13:13super sofisticada,
13:15como é que você lida com isso?
13:17Você orienta a equipe
13:19nesse sentido?
13:20Isso falando especificamente
13:22da direção de arte.
13:24Olha,
13:24eu acho fantástico,
13:27porque no final das contas,
13:29no começo ali da carreira,
13:31a parte de direção de arte,
13:33de você realmente
13:34lealtar,
13:35fazer imagens,
13:36era algo super sofrido.
13:38quando eu comecei,
13:44não tinha que fazer letra 7
13:45ainda na mão,
13:47já tinha evoluído um pouco,
13:49mas a gente tinha que ficar
13:51pegando livros
13:53de referência,
13:54escaneando
13:55horas e horas,
13:57dias,
13:57às vezes no Photoshop,
13:58para conseguir
13:59arrumar e ajustar
14:01uma imagem
14:02que ficava mais ou menos
14:04para passar a ideia
14:05que você tinha tido,
14:06e hoje em dia,
14:07isso,
14:08você vai lá
14:08com um prompt,
14:09você tem diversas alternativas,
14:11tal,
14:11então,
14:12o que você imagina
14:14é muito mais fácil
14:15e rápido
14:16de você
14:16materializar
14:19de uma maneira
14:19que você consegue
14:20mostrar o que está
14:22dentro da sua cabeça
14:23ali para um cliente,
14:24então acho que isso
14:26ajuda muito
14:27porque você consegue
14:29passar mais tempo
14:30criando,
14:30então acho que
14:31essa que é a maior
14:32das vantagens,
14:33antes tinha um trabalho
14:35que era muito braçal
14:36e hoje esse trabalho,
14:38esse tempo todo braçal,
14:39você consegue
14:40gastar
14:41para ter a ideia
14:43para depois
14:44materializá-la
14:45muito mais rápido,
14:46antes a gente tinha que
14:46às vezes passar
14:47muito pouco tempo
14:48criando,
14:49essa está boa,
14:50vamos correr,
14:51vamos materializar,
14:52senão vai dar tempo
14:52de lealtar,
14:53agora não,
14:54agora lealtar é fácil,
14:56agora a gente ganha
14:57mais tempo
14:57para ter a ideia,
14:58então eu acho
14:59uma ferramenta ótima,
15:00eu estimulo todo mundo
15:02a usar,
15:03a experimentar,
15:05a gente fica trocando
15:05qual ferramenta
15:06está performando melhor,
15:08às vezes testa
15:09o mesmo prompt
15:09em diferentes ferramentas
15:11para ver qual
15:12que entrega melhor,
15:14então acho que tem sido
15:14um aprendizado contínuo
15:17e eu acho que
15:19eu sou mais otimista
15:22nesse sentido,
15:23eu não acho
15:23que a inteligência artificial
15:26como toda tecnologia
15:31disruptiva,
15:32ela acaba sim
15:34deixando,
15:37acaba sim
15:41deixando,
15:45como eu diria isso,
15:47acho que vou ter que cortar aqui,
15:49e depois vocês...
15:49Está bom,
15:50tranquilo.
15:50Acho que assim,
15:51como toda tecnologia
15:53disruptiva,
15:55algumas pessoas
15:55não acompanham,
15:57mas eu acho que
15:58hoje é uma ferramenta
16:00que no final das contas
16:02vai permitir
16:04com que mais pessoas
16:05possam ser diretores
16:07de arte,
16:08antigamente não era
16:09qualquer um
16:09que podia ser,
16:10hoje em dia
16:10qualquer um
16:12pode ter uma ideia
16:13incrível
16:13e materializar aquilo,
16:14óbvio,
16:15que o trabalho
16:16de diretor de arte
16:17envolve
16:17ter muito repertório,
16:21olhar muito
16:22para o mundo,
16:23poder dirigir
16:24e dar o ponto certo,
16:25mas antes dependia,
16:27geralmente seria alguém
16:28que sabia desenhar,
16:29que sabia fazer isso,
16:30senão a pessoa
16:31virava um criativo
16:32que ia para a redação,
16:34hoje não,
16:35você pode ser um criativo
16:35que pode ter ideia,
16:37não saber desenhar,
16:38o que antes era um limitador
16:40e hoje
16:40seria o diretor de arte,
16:42por que não?
16:42se você tem boas referências,
16:44boas ideias,
16:46bons direcionamentos
16:48para dar para a máquina
16:48executar,
16:50você pode ir
16:51para essa função,
16:52né?
16:52É,
16:53você tocou
16:54num ponto importante,
16:55que é buscar
16:55ter boas referências,
16:57não ficar refém
16:57só do passivo ali,
16:59do que você está
17:01consumindo ali,
17:02do que vende
17:03conteúdos,
17:05enfim,
17:06nas telas todas,
17:08redes sociais,
17:09é uma questão também
17:10de saber
17:11como usar
17:12a ferramenta
17:12ao seu favor
17:13e não ficar restrito
17:14ao que ela pode
17:15te oferecer.
17:17É,
17:17eu acho que assim,
17:18esse é um ponto fundamental,
17:20porque no final das contas,
17:21a ferramenta,
17:22ela já vai utilizar
17:24todas as referências
17:26que existem na rede,
17:28né?
17:28Então,
17:29é melhor que você
17:29traga para ela
17:30as referências do mundo,
17:32né?
17:32De fora,
17:33né?
17:33Porque essa coisa
17:35que às vezes hoje
17:36a publicidade faz
17:38que ser muito
17:39auto-referenciada
17:40é ruim,
17:42né?
17:42Você vai acabar
17:43se auto-alimentando
17:45de referências publicitárias
17:46e nenhum prompt
17:48vai sair bom
17:48se auto-alimentando,
17:51né?
17:52Então,
17:53eu acho que
17:53é fundamental
17:55para o profissional
17:56hoje em dia
17:57estar olhando
17:58para fora,
17:58olhando para fora
17:59do mercado,
17:59olhando para fora
18:00das redes
18:01para buscar
18:02outros tipos
18:03de referências
18:04e ideias
18:06para poder
18:07usar a ferramenta
18:09só para
18:09materializar
18:11o que está
18:11na cabeça.
18:12E, BJ,
18:13sua carreira
18:14é marcada
18:15por pelo menos
18:16dois momentos
18:16muito...
18:19Duas reviravoltas,
18:21duas mudanças
18:22muito grandes,
18:22né?
18:23A primeira delas
18:24é você ter
18:25ido para a Suno,
18:26quase um empreendimento
18:28ali, né?
18:29Foi, foi.
18:30Foi um empreendimento,
18:31você fundou, né?
18:32Uma agência
18:32nova,
18:34independente,
18:35com um modelo
18:35bastante diferente
18:36das agências
18:36nas quais você
18:38tinha trabalhado
18:38antes.
18:40O que que te atraiu
18:41naquele momento?
18:42O que que te fez
18:43trocar?
18:44Um lugar que eu imagino
18:45que fosse confortável.
18:46Super, né?
18:47É.
18:48Não, eu acho que
18:49na época, né?
18:53Já estava na UMAP
18:55há quase cinco anos,
18:56né?
18:57E a UMAP
18:57é um lugar incrível, né?
18:59Que eu tenho
18:59ótimos amigos,
19:00admiro até hoje, né?
19:03Que um padrão
19:04de excelência máximo
19:05e sempre buscando
19:06fazer um excelente
19:07trabalho criativo.
19:08Mas eu já estava
19:09nessa roda
19:09já há uns cinco anos, né?
19:12A gente tinha acabado
19:13de ser
19:13Agents of the Year
19:14em Cannes, né?
19:16Tinha batido
19:17o recorde de leões
19:18ali da história
19:20da UMAP
19:20em um ano só, né?
19:22Então,
19:23é...
19:24É...
19:25A proposta
19:27para abrir a Suno
19:28veio bem nesse momento, né?
19:29De tipo, tá,
19:30a gente acabou
19:30de fazer tudo isso
19:31e agora?
19:32Vamos fazer isso
19:33de novo, né?
19:34E vamos ficar
19:35nessa roda?
19:37Putz,
19:38tá aqui uma chance
19:39de tentar colocar
19:40agora um pouco
19:41em prática
19:41tudo que eu venho
19:43estudando e fazendo
19:44ao longo da minha vida
19:45até aqui, né?
19:46Não só a criatividade, né?
19:48O lado de empreender,
19:49o lado da gestão
19:50de equipes,
19:51o lado de olhar
19:51para um negócio, né?
19:53Eu sempre
19:53por ter essa
19:57experiência híbrida, né?
19:59Por ter sido, né?
20:00Por ter passado
20:00para o mercado financeiro
20:01um pouquinho, né?
20:02Ter sido cliente
20:03um pouquinho,
20:04sempre acho que
20:07fui uma pessoa
20:08que sabia muito bem
20:09traduzir
20:10os problemas
20:11do cliente
20:14para o ambiente criativo, né?
20:16Como a criatividade...
20:17Porque muitas vezes
20:17acho que o cliente
20:18tem dificuldade
20:19em expressar exatamente
20:21o que ele precisa.
20:22Ou ele está
20:22olhando para um problema
20:24num olhar
20:24que você olha
20:25que ele está deixando
20:26escapar uma coisinha
20:27aqui que ele falou
20:27amparçã, mas ali
20:29é que está a chave
20:31para a gente destravar
20:32essa criatividade, sabe?
20:33Então, eu acho que
20:33esse foi um papel
20:34que eu sempre fiz bem, né?
20:36E aí, empreendendo,
20:38acho que esse era um papel
20:39que eu ia poder fazer melhor
20:40porque eu ia estar
20:40diretamente ligado
20:42e próximo ali ao cliente
20:43para poder fazer isso.
20:45Então, é...
20:46E também não é toda hora
20:47que bate na sua porta
20:49a chance de começar
20:51um negócio do zero
20:51que já começa
20:52com o Santander
20:53com o cliente, né?
20:54Então, começar
20:55com um grande banco assim...
20:57A gente teve a felicidade
20:58ali na época, né?
20:59Do Guga, né?
21:00Que é o grande mentor
21:01do Assuno, o fundador, né?
21:03Que me chamou
21:05para entrar nesse projeto
21:05com ele, né?
21:07De ter uma ótima relação
21:08com o Real na época.
21:10O Real está chegando
21:11no Santander
21:12querendo disruptar
21:13o mercado financeiro,
21:14fazer coisas incríveis,
21:14trazendo o Igor Pulga
21:16que também super ousado
21:18querendo fazer coisas legais.
21:19Então, acho que foi
21:20uma junção ali
21:20de fatores
21:21muito bacana, né?
21:23Porque aí juntou
21:23o que o Real queria
21:25com o Igor
21:26puxando,
21:27com o Guga, né?
21:29Que também é um cara
21:30que tem uma visão
21:31super empreendedora.
21:33Comigo,
21:33com essa mistura
21:34de ferramentas
21:35e toda essa experiência.
21:36Com a Lika
21:37vindo da meta, né?
21:39O Ronaldo
21:41que era o nosso
21:41sócio financeiro
21:43e esse conjunto,
21:45essa união,
21:46esse time
21:46acho que foi muito feliz
21:47e acho que a gente teve
21:48a Assuno
21:50em pouco tempo
21:51acho que decolou
21:52e foi um negócio
21:53super legal
21:55de participar
21:56e eu tenho orgulho
21:57de ver a Assuno
21:57indo bem até hoje.
22:00E aí, no entanto,
22:01você resolveu
22:02depois,
22:02anos mais tarde,
22:03fazer um movimento
22:04que também era...
22:07chamou bastante
22:08atenção do mercado
22:08que era para assumir
22:10a DPZ
22:10não no momento
22:11mais favorável,
22:12pelo contrário, né?
22:13Um momento difícil
22:15da DPZ,
22:18na época ainda
22:18DPZ e T, né?
22:19Daí, depois vocês
22:21tiraram de novo
22:22o T.
22:24O que que te fez
22:26aceitar esse desafio?
22:28Esse baita desafio, né?
22:30Porque tinham saído
22:31as lideranças na época,
22:33as principais,
22:34três das principais contas.
22:36Como é que foi
22:37para você
22:37tomar essa decisão?
22:40Olha, foi...
22:42Foi uma decisão
22:43meio inesperada.
22:46Aconteceu
22:46meio rápido assim até, né?
22:49Porque
22:49quando o grupo
22:51Publicis me procurou,
22:52eu não estava nem
22:52pensando nisso, né?
22:54Estava lá
22:55como sócio da Assuno,
22:56a Assuno indo super bem, né?
22:57A gente tinha começado
22:58com 12 pessoas
23:00numa salinha,
23:01em quatro anos
23:02a gente tinha 400,
23:03um negócio gigante.
23:04e aí o grupo...
23:07Tinha um francês
23:08do grupo Publicis
23:09na época,
23:09o Guilherme Epstein,
23:11acho que você chegou
23:11a entrevistar ele.
23:12Estava aqui no Brasil,
23:13ele me chamou
23:14para bater um café
23:15e na época eu lembro
23:16que até fui tomar
23:17um café com ele
23:17e falei,
23:17putz,
23:18do caralho, né?
23:19O grupo Publicis
23:20está interessado
23:20em comprar a Assuno.
23:21Vamos vender a Assuno.
23:22Vou lá conversar
23:23com esse cara,
23:24vou entender
23:24o que ele quer
23:25e a gente vai vender a Assuno.
23:26Pô, do caralho.
23:27Aí fui conversar
23:29com o cara
23:29e em dois segundos
23:32já percebi
23:32que ele não queria
23:33saber da Assuno,
23:34ele queria me conhecer
23:36e tal,
23:37estava interessado em mim.
23:38Eu falei,
23:38putz,
23:38essa conversa
23:39não vai dar em nada, né?
23:40Vai querer me chamar
23:41para ser Chief Career Officer
23:43em alguma agência.
23:44Putz, já...
23:45Não é o que eu quero, né?
23:47Eu quero outra coisa,
23:48outro modelo de negócio.
23:49A gente já trabalha
23:50num esquema de trabalho
23:51muito mais ágil, rápido.
23:54Não quero isso.
23:55mas aí
23:57ele foi me chamando
24:00para diversos outros cafés
24:01e aí fui entendendo
24:03o que ele tinha
24:04de interesse
24:05nessa história inteira,
24:06que era
24:07como buscar
24:09alguém que tinha
24:10uma cabeça criativa
24:12e um histórico criativo,
24:14mas uma visão empreendedora
24:15para olhar para a DPZ
24:17como uma startup,
24:19que era o que a gente
24:19tinha feito com a Assuno, né?
24:20Então,
24:21olhar para uma marca icônica
24:23como essa
24:24e pensar
24:25como que a gente
24:25pode começar ela
24:27do zero, né?
24:30Usando todo
24:30o Power of Fun do grupo,
24:32todos os capabilities
24:34e ferramentas
24:35que o grupo
24:35vem desenvolvendo
24:36para plugar, né?
24:40E fazer com que
24:42essa marca icônica
24:43se transformasse,
24:45se modernizasse,
24:46vivesse por criatividade,
24:47mas agora
24:47com outro esquema de trabalho.
24:49Que era um pouco
24:50o esquema de trabalho
24:51que a gente vinha fazendo
24:52ali na Assuno, né?
24:53Então,
24:54no final das contas,
24:56na hora que ele começou
24:57a me contar
24:57o plano dele,
24:59o que ele queria,
25:00como que o grupo
25:01publicista
25:02daria suporte
25:03para isso
25:04com todos os investimentos
25:06que ele faz
25:07globalmente, né?
25:10Ele até usava a expressão
25:11safety net everywhere,
25:12é o que ele falava.
25:16E resgatar uma marca
25:18icônica como essa, né?
25:20Isso acho que mexeu
25:22no final com...
25:24Não só com a cabeça,
25:25mas com o meu coração,
25:26assim, sabe?
25:26Puta, pegar uma marca
25:28como essa,
25:29que eu sempre admirei,
25:30transformar ela,
25:32ressignificar,
25:33modernizar
25:34e fazer ela
25:36continuar representando
25:37o que ela sempre representou,
25:40foi o que me mexeu,
25:43que eu até
25:44acabei decidindo
25:46vender minha participação
25:47ali para os meus sócios
25:48ali na época
25:49e encarar esse desafio, né?
25:51Até por isso que
25:52a gente tirou o T
25:54para poder voltar
25:55às origens,
25:56para poder voltar
25:57o que essas três letras
25:58sempre significaram aí
26:00para o nosso mercado.
26:01E a gente até conversou
26:03numa outra entrevista
26:04em decorrência da morte, né?
26:06Do Dué e Lib,
26:07meses atrás,
26:08sobre
26:09como...
26:11As trocas que vocês tiveram
26:13ao longo dos anos, né?
26:15Desde que você assumiu
26:17a DPZ
26:18e você contou uma história,
26:21que você conheceu ele
26:22ainda quando você era
26:23estudante da GV.
26:25É.
26:26E eu lembro que você
26:27comentou que aquilo
26:28te brilhou um pouco
26:29com os olhos, né?
26:30É, foi isso mesmo,
26:31porque o Dué e Lib
26:31era um cara fascinante, né?
26:33Ele era um cara
26:34extremamente observador
26:36e que sempre tinha
26:37um comentário esperto,
26:39uma sacada,
26:40uma frase
26:41inteligente para colocar, né?
26:43Não à toa ele tinha
26:44o Facebook, né?
26:45Ele colecionava
26:45diversas frases, tal.
26:47E eu me lembro
26:48que
26:49quando eu ainda
26:51era aluno da GV,
26:52uma vez teve um cruzeiro
26:54de ex-alunos da GV
26:55e tinha um professor lá
26:57que sabia que eu
26:57queria, então,
26:58ir para esse lado
26:59do...
27:00da propaganda, tal.
27:03Eu falei,
27:03puta, o Dué Lib
27:04vai estar lá no cruzeiro, né?
27:07O Dué Lib nem era
27:08ex-aluno da GV,
27:08mas ele vai estar lá
27:09nesse cruzeiro, tal.
27:11Você não quer ir trabalhar
27:12lá no cruzeiro?
27:13Aí você trabalha lá
27:14e, né,
27:16te conecto ali,
27:17você conhece o Dué Lib.
27:18Falei, porra,
27:18lógico que eu quero,
27:19vai ser incrível, tal.
27:21Então, eu fui, né,
27:22como um ex-aluno ali,
27:24quer dizer,
27:25fui como aluno
27:26trabalhando
27:26no cruzeiro dos ex-alunos,
27:28né?
27:29E aí,
27:30eu lembro que teve um passeio
27:32uma vez na praia,
27:33ali, do cruzeiro, tal,
27:34que foi o Dué Lib,
27:36né,
27:36esse professor,
27:37estava a mulher do Dué Lib,
27:39a gente andando ali
27:40pela praia, tal,
27:41e aí o Dué Lib olhando,
27:43observando aquelas coisas,
27:44aí ele, de repente,
27:44olhou uma lancha gigantesca,
27:47assim,
27:47ele tem uns 40 pés, tal,
27:49aquela lancha maravilhosa,
27:51e o dono da lancha
27:52estava ali no deckzinho,
27:54no final,
27:55assim,
27:55numa churrasqueirinha
27:56desse tamanho,
27:56aquela churrasqueirinha
27:57de lancha desse tamanho,
27:59fazendo um churrasquinho,
28:00assim, na lancha,
28:01e aí o Dué Lib olhou
28:02para aquilo e falou assim,
28:03olha só,
28:04o cara pode ter
28:05tudo no mundo,
28:06a maior lancha,
28:07mas o que ele gosta mesmo
28:08é o churrasquinho
28:10de final de semana,
28:10né,
28:11e eu falei,
28:11puta,
28:12esse jeito de observar
28:14o mundo sagaz,
28:15criativo,
28:17é algo que deve ser legal,
28:18né,
28:18então,
28:19acho que ser publicitário,
28:20se ser publicitário
28:21é isso,
28:22e esse é um bom exemplo
28:23do que é ser publicitário,
28:25está aí uma profissão melhor
28:26do que ficar fazendo
28:27do diligence
28:28de empresa,
28:30né,
28:30então,
28:31pelo menos,
28:32me motivou mais,
28:33né,
28:33então,
28:34foi esse meu primeiro
28:34contato do Dué Lib.
28:36E depois que eu entrei
28:38na DPZ,
28:40o Dué Lib já não estava
28:41mais lá,
28:42ele já era só,
28:43a gente,
28:43tinha ele mais como
28:45um conselheiro,
28:46assim,
28:46mas a gente tentava
28:48almoçar pelo menos
28:49uma vez por mês,
28:51uma vez por dois meses,
28:52tal,
28:52para trocar ideias,
28:53e ele sempre,
28:55até o final,
28:55era um cara
28:56voltado para o negócio,
28:57vinha com artigos
28:58que ele recortava
28:59de empresas,
29:02me trazia,
29:03comentava,
29:04até,
29:06até,
29:07né,
29:07pouco antes de falecer,
29:09ele estava lá
29:09conectando a gente
29:10com empresas,
29:11apresentando a DPZ,
29:13então,
29:13era um cara fascinante.
29:15E voltando a falar
29:16um pouco de agências,
29:18depois de ter passado
29:19pouco mais de quatro anos
29:21na Suno,
29:22e voltado para uma agência
29:24de grupo,
29:26né,
29:27do grupo Publicis,
29:29que tem uma abordagem
29:31muito específica,
29:32né,
29:32nos negócios,
29:33investiu muito em dados,
29:35em tecnologia,
29:35em inteligência artificial,
29:37como é que você vê
29:38esse momento?
29:39Porque depois da Suno
29:40surgiram várias outras
29:42agências independentes,
29:44algumas mais focadas
29:45em criatividade,
29:47não em mídia,
29:48muitos executivos,
29:50né,
29:50deixando agências de holding
29:52para fazer esse movimento,
29:54e temos essas agências
29:55de grupo,
29:57que,
29:58por sua vez,
29:58estão fazendo movimentos
30:00para se reinventar.
30:01A Publicis Group
30:02está numa condição melhor
30:03financeira
30:04do que os seus pares,
30:06né,
30:06do que WPP,
30:06a Omnicom está fazendo
30:08essa fusão
30:09com o IPG,
30:11que ainda vai,
30:12né,
30:12ser concluída
30:13até o final do ano.
30:14Então,
30:15como que você vê
30:15esses diferentes modelos
30:16aqui no mercado brasileiro,
30:18tendo passado,
30:19né,
30:19pelos dois lados?
30:21Olha,
30:22eu acho que o mercado
30:23é grande
30:24para todo mundo,
30:26eu acho que não tem
30:27um modelo
30:28melhor que o outro,
30:29eu acho que depende muito
30:31da necessidade do cliente,
30:33eu acho que tem cliente
30:34que
30:34o melhor modelo
30:37para ele
30:38é ser atendido
30:38por uma agência
30:39independente mesmo,
30:41menor,
30:42mais dedicada,
30:43e tal,
30:43tem outros clientes
30:44que não,
30:45que precisam ter
30:46agências de rede
30:48com acesso
30:49a um stack
30:53de ferramentas
30:54e investimentos
30:56em dados maior,
30:57enfim,
30:57então,
30:58eu acho que
30:58o mercado
30:59é grande,
31:00tem clientes
31:01de todos os tamanhos,
31:02tem todos os tipos
31:02de necessidade,
31:04né,
31:04não só por tamanho,
31:05às vezes é muito
31:06pela necessidade
31:07do cliente mesmo.
31:09Eu acho que
31:10o grupo Publicis,
31:12né,
31:13de fato,
31:14e isso fez parte
31:16da minha decisão também
31:17de ir para o grupo Publicis,
31:19sair de uma ideia
31:20para ir para o grupo,
31:21porque para mim
31:21era o grupo
31:22que melhor estava
31:23preparado para isso,
31:25né,
31:25melhor leu
31:27esses movimentos
31:28do mercado
31:31e de tendências
31:32e de tecnologia
31:33e começou a fazer
31:34os investimentos
31:34muito antes
31:35do que todo mundo,
31:36né,
31:36se eu for pensar,
31:37tipo,
31:38sete, oito anos atrás,
31:40o grupo Publicis
31:42foi motivo
31:43de chacota
31:44pelo mercado financeiro,
31:45porque deixou
31:47de inscrever
31:47em Cannes
31:48para pegar
31:49todo o dinheiro
31:49que o grupo
31:50investia
31:51no mundo inteiro
31:52em inscrição
31:53de Cannes
31:53e desenvolver
31:54a própria
31:55inteligência artificial.
31:56E aí eles,
31:57ah,
31:58puta que pariu,
31:59esses caras
31:59estão saindo
32:00de Cannes
32:01porque não são bons
32:02de criatividade e tal,
32:04foi motivo de chacota.
32:05E no final
32:05dos contos,
32:06agora,
32:06sete anos depois,
32:07a gente vê
32:08quem que estava certo,
32:09né,
32:09acho que foi uma
32:10puta visão
32:10que eles tiveram ali,
32:12né,
32:12de como investir
32:13em tecnologia,
32:14desenvolver,
32:15e hoje,
32:17assim,
32:17o que a gente vê
32:18o grupo aplicando,
32:20né,
32:20de inteligência artificial
32:23no dia a dia,
32:24nos sistemas operacionais,
32:25na forma de organizar,
32:27na forma de conectar
32:28todos os escritórios
32:29e pessoas,
32:30tal,
32:31é muito mais avançado
32:32do que qualquer outro
32:33grupo,
32:34tipo,
32:34num nível que,
32:35é difícil
32:35alcançar agora,
32:37né,
32:37acho que não à toa
32:38a valorização
32:39do grupo
32:40foi exponencial,
32:41né,
32:42enquanto dos outros
32:42grupos não foi,
32:44né,
32:45mas no final
32:47das contas,
32:47eu acho que é isso,
32:48eu acho que entre
32:49agências de rede
32:52e agências
32:52independentes,
32:55tem mercado
32:56para todo mundo,
32:56não sei se essa
32:57era a pergunta
32:57que você queria
32:58responder.
32:58Era essa
32:59pergunta,
33:01mas outra coisa
33:02que eu queria
33:03te perguntar
33:03é justamente,
33:04né,
33:05o Publicis Group
33:05anos atrás
33:06começou a investir
33:08bastante
33:09em inteligência
33:09artificial,
33:10em dados,
33:12você pegou
33:13uma época
33:14no começo
33:14da sua carreira
33:15da publicidade
33:16em que as coisas
33:17eram menos complexas,
33:19bastava
33:20uma direção
33:21de arte
33:22muito boa
33:23com uma frase,
33:24um texto
33:25muito bom,
33:26um filme legal,
33:27um anúncio na veja
33:28e um aurofone,
33:29tá bom,
33:29os spots rádio
33:31de vez em quando.
33:32Você vê
33:33que existe
33:34uma luta
33:35das agências
33:36para que
33:37a criatividade
33:38continue
33:39tendo sua
33:40relevância
33:41no meio
33:41de tantas
33:42outras disciplinas,
33:43tantos outros
33:44elementos?
33:45Olha,
33:46no final das contas,
33:47eu acho
33:47que a criatividade
33:48é o grande diferencial,
33:49acho que,
33:50não sei se a palavra
33:51certa é uma luta
33:52para a criatividade
33:52ter relevância,
33:53eu acho que,
33:54no final das contas,
33:55é mostrar o valor
33:58que a criatividade
33:59tem, né,
34:00até teve um estudo
34:02recente,
34:03até que foi mostrado,
34:04que mostra que
34:04as marcas
34:05que estão investindo
34:06e fazendo um trabalho
34:07criativo
34:07conseguem ter
34:09um EBIT
34:112,7% maior
34:13até do que as
34:14que não investem
34:15em criatividade
34:15e valorização em bolsa
34:174,7% maior
34:18do que as que não
34:18estão investindo
34:19em criatividade.
34:20Então, assim,
34:20é provado que a criatividade
34:21de fato
34:23traz resultados, né,
34:25então, eu acho que
34:28não é sobre
34:30dados ou criatividade,
34:34é como a criatividade
34:35usa dados
34:37e usa todas
34:38as ferramentas
34:40novas que tem
34:41para conseguir
34:41atingir mais pessoas
34:42e de jeitos
34:44mais específicos, né,
34:45eu acho que isso é
34:46a grande vantagem
34:48que a gente tem
34:49hoje em dia,
34:49porque, no final das contas,
34:50a gente está vivendo
34:51num mundo que é
34:52multi-plataformas, né,
34:55está muito mais pulverizado
34:56do que esse mundo
34:57que a gente
34:59tinha lá atrás,
35:00onde a atenção
35:01era concentrada mesmo
35:02nesses quatro meios,
35:03sei lá,
35:03quatro, cinco meios
35:04e olhe lá,
35:05hoje em dia realmente
35:06é multi-plataformas,
35:07multi-canais,
35:08você conversa
35:10com o consumidor
35:10de diversas maneiras
35:12completamente diferentes,
35:14às vezes até
35:14no WhatsApp mesmo, né,
35:16que é onde ele já está, né,
35:18mas você consegue
35:22hoje ter ferramentas
35:24que permitam
35:24com que você
35:25consiga ter
35:26essa criatividade
35:26muito mais personalizada, né,
35:29antes era uma criatividade
35:30mais massiva, né,
35:31hoje você consegue
35:32ter ela mais personalizada,
35:34mas é tudo
35:34sobre criatividade, né,
35:36é como que a criatividade
35:38de fato
35:38chega no coração
35:40daquela pessoa
35:41ou na cabeça
35:42daquela pessoa
35:43de um jeito interessante.
35:44E é um desafio,
35:45imagino,
35:46ter tanto dado,
35:47tanta informação
35:48para criar
35:50uma mensagem personalizada
35:51e daí
35:52não cair
35:53numa coisa
35:54no que a criatividade
35:56não quer,
35:57que é
35:57fugir do risco,
35:59fugir da coisa
35:59que surpreende,
36:01como é que você vê
36:01essa questão?
36:03É,
36:03no final das contas,
36:04a gente está vendo
36:06cada vez mais até,
36:08e acho que a gente
36:10está passando
36:10nessa fase mesmo,
36:11mas a gente está vendo
36:12cada vez mais
36:13que
36:13não adianta
36:17você também
36:17ficar investindo
36:19em dados,
36:21em mapear
36:23toda a audiência
36:25e aí entregar
36:26para aquela pessoa
36:27uma mensagem
36:28que não conecta
36:28com ela, né,
36:29você pode
36:30customizar
36:31essa mensagem,
36:32mas de uma maneira
36:33chata,
36:34que não conecta
36:35com ela,
36:35também vai passar
36:36batido, né,
36:37então eu acho
36:38que no final das contas
36:39o diferencial
36:41da criatividade
36:42é esse, né,
36:43tem diversos estudos
36:46já que mostram
36:47que também
36:48não adianta
36:49você tirar
36:50o seu investimento
36:51de marca,
36:52vou migrar tudo
36:53para a performance,
36:55vou encontrar
36:58esse consumidor,
36:59mas se você
37:00não encontrar
37:00ele com uma marca
37:02que seja interessante
37:03para ele,
37:03com uma mensagem
37:04que chame atenção,
37:06tal,
37:06também vai passar
37:07batido, né,
37:08então acho que
37:08a gente passou
37:10um pouco
37:10por esse período,
37:14né,
37:15onde as pessoas
37:17não estavam
37:17muito entendendo
37:18o valor
37:20que o dado
37:21tinha,
37:21eu quis trair
37:22de lá
37:22e acabou
37:23achando que
37:25era mais,
37:26ah, beleza,
37:26agora eu já sei
37:27onde essa pessoa
37:27está,
37:28encontro ela lá
37:29e acho que agora
37:31as pessoas já estão
37:31percebendo
37:32quanto o valor
37:33da criatividade
37:34é o que faz
37:35a diferença,
37:36quanto no mundo
37:37onde a tecnologia
37:40está deixando
37:40as coisas
37:41cada vez
37:42mais
37:42comoditizadas,
37:44né,
37:45marca
37:46vai ser o diferencial,
37:48né,
37:48e o que você,
37:50a mensagem
37:51criativa
37:52é o que vai
37:52diferenciar
37:53uma commodity
37:54de outra commodity,
37:55né.
37:57E quando você
37:58se tornou CEO,
38:00portanto tem que olhar
38:02mais para o lado
38:03dos negócios,
38:04o seu background
38:05no mercado financeiro
38:06te ajudou,
38:07te ajuda
38:08no dia a dia?
38:10Acho que ajuda,
38:12assim,
38:12no final das contas,
38:14né,
38:15no final das contas
38:18acaba exigindo
38:19uma visão
38:21de longo prazo,
38:23né,
38:23isso é gozado,
38:24né,
38:25porque como criativo,
38:26como criativo
38:28você trabalha
38:29no curto prazo,
38:31né,
38:31você vai lá,
38:33como criativo,
38:33início de carreira,
38:34você recebe
38:35um job,
38:36você tem
38:37um dia,
38:38dois dias,
38:39três dias,
38:39sei lá,
38:40uma semana
38:41pra resolver
38:41aquele job,
38:42tem um prazo
38:42longo pra caramba,
38:44né,
38:45então você
38:46tá acostumado
38:47a se cobrar
38:48pra entregar
38:50algo muito
38:50incrível
38:51num prazo curto,
38:52aí você
38:53vai galgando
38:55e vai crescendo,
38:55que na verdade
38:56vai crescendo
38:57sua responsabilidade
38:58e os prazos
38:58também vão crescendo,
38:59né,
38:59porque aí você
38:59vira diretor
39:00de criação,
39:01aí você não tem
39:01que mais gerir
39:02o seu prazo criativo,
39:03você tem que gerir
39:03o prazo
39:04de duplas
39:05de criação,
39:06então você já
39:06sabe quando você
39:07tem que entregar
39:08a campanha,
39:10como que você vai estar,
39:10aí você vira
39:11diretor executivo,
39:12você já começa a gerir
39:13então a relação
39:14com aquele cliente
39:15que é feita
39:16por um conjunto
39:17de campanhas
39:18ao longo,
39:19talvez não mais
39:20de um mês,
39:21mas de um ano inteiro,
39:23aí,
39:23né,
39:24quando você vira,
39:26né,
39:26quando a gente
39:28fez a Suno,
39:29por exemplo,
39:29uma startup,
39:29aí geria
39:30mês a mês,
39:31todo mês,
39:32a gente tem que estar
39:32bem,
39:33saudável,
39:34no ano,
39:35estou saudável,
39:35vai crescendo,
39:37aí agora sentei
39:38nessa cadeira
39:38de CEO
39:39com um desafio
39:40enorme
39:40de recuperar
39:41uma agência,
39:42aí o plano
39:43que eu apresentei
39:44para o grupo
39:44Publicis
39:45era um plano
39:46de cinco anos,
39:47né,
39:47então você sai
39:48de uma cadeira
39:50de criativo
39:51onde você está
39:52lá com cinco dias
39:54para resolver um job
39:55e agora cinco anos
39:56para entregar
39:57o que eu prometi
39:58para o grupo
39:59Publicis
39:59do que eu tinha
40:01de visão para DPZ,
40:02né,
40:02então acho que
40:03esse shift,
40:05acho que é o shift
40:06maior,
40:07assim,
40:07né,
40:08e aí nisso
40:09a experiência
40:10aí,
40:11né,
40:12do mercado financeiro
40:13de olhar para
40:13longo prazo,
40:15como investir
40:16e aplicar
40:17sempre visando
40:18no longo prazo,
40:18porque no longo prazo
40:19as finanças sempre,
40:22o mercado financeiro
40:22é uma máxima,
40:23no longo prazo
40:24o mercado financeiro
40:25sempre ganha,
40:26no curto prazo
40:26nem sempre,
40:27né,
40:28então acho que isso,
40:29essa resiliência,
40:31essa calma,
40:33essa visão de olhar
40:35e saber esperar
40:36e saber que vai ter baixa,
40:38vai ter momento ruim,
40:40mas tudo bem,
40:40calma,
40:41aperta o cinto,
40:42vamos continuar seguindo
40:43que no longo prazo
40:44a gente vai chegar lá,
40:45acho que ajudou bastante.
40:47E esse plano de cinco anos
40:48ainda não deu cinco anos,
40:50né,
40:50vai dar no ano que vem?
40:52Vai dar no ano que vem,
40:53vai dar no ano que vem,
40:54mas nós estamos
40:55on track,
40:56né,
40:57eu sempre sento
40:58com o nosso CFO global
41:00todo mês,
41:01né,
41:01ele já tira sarro disso,
41:03porque todo mês
41:04eu sento com ele
41:05e falo,
41:05we are on track,
41:07we are on track,
41:07you already know
41:08what I'm gonna say,
41:09we are on track,
41:10né,
41:11então assim,
41:12é isso,
41:12é constância e consistência
41:15no longo prazo,
41:16mas a gente conseguiu,
41:18né,
41:19acho que isso,
41:20nisso a gente foi muito feliz,
41:21acho que a gente conseguiu
41:22de fato
41:23botar a DPZ
41:27no trilho,
41:28recuperar
41:29e por isso estamos
41:30numa fase
41:31muito boa,
41:32né,
41:32o primeiro ano,
41:33né,
41:33resumidamente esse plano
41:35de cinco anos
41:35era no primeiro ano,
41:37nós vamos entrar
41:37e entender
41:39o que foi o estrago
41:40que aconteceu aqui,
41:41entender a situação,
41:42porque nem bem vocês
41:44estão sabendo
41:45exatamente como é que está.
41:47No segundo ano
41:48nós já vamos
41:48arrumar a casa,
41:51né,
41:52no terceiro ano
41:53então nós vamos
41:54voltar a crescer,
41:56no quarto ano
41:57a gente já vai ter
41:58crescido o suficiente
41:59para pegar
42:00e voltar
42:01a reinvestir
42:02na agência,
42:05desenvolver
42:05outros capabilidades
42:06que eu acho
42:07que são necessários
42:08para no quinto ano
42:09aí sim
42:10a gente está
42:10voando
42:12a DPZ
42:12voltar a ser
42:13a referência
42:14que todo mundo
42:16tinha na cabeça
42:17lá atrás.
42:17Então eu acho
42:18que a gente está
42:18agora nesse quarto
42:19para o quinto ano,
42:19então nós estamos
42:20realmente
42:20numa fase muito boa,
42:22porque tudo
42:22deu certo até agora,
42:24nós estamos
42:24reinvestindo, né,
42:26nesse momento
42:26na agência,
42:27então
42:27acho que uma agência
42:29é feita de pessoas,
42:31é feita de talentos,
42:32né,
42:33é sobre o time
42:34que está lá,
42:35né,
42:35levando a DPZ
42:36para onde a gente
42:37quer que ela vá,
42:39né,
42:39e acho que hoje
42:40a gente está
42:41compondo um board
42:42que eu me orgulho
42:43muito
42:43de estar conseguindo
42:46juntar,
42:47pessoas incríveis
42:48todas elas, né,
42:48então a gente tem
42:49a Flávia Cortes
42:50como nossa
42:51COO,
42:52olhando para a operação,
42:53é uma pessoa
42:54super voltada em dados,
42:55desde o começo
42:56implantou um Power BI
42:57para a gente olhar,
42:58né,
42:58porque toda a gente
42:59fala de dados,
43:00mas aplica dados
43:03para ela mesmo
43:03muito pouco, né,
43:04e a Flávia sempre
43:05teve essa visão
43:06desde o começo,
43:08a gente trouxe
43:08a Luísa
43:09como VP de mídia,
43:11a gente trouxe
43:12a MC, né,
43:15Maria Cláudia Conde,
43:17mas a gente chama
43:17ela de MC
43:18como a nossa
43:19Chief Strategic Officer,
43:21né,
43:22que também está fazendo
43:24um trabalho incrível,
43:25né,
43:25que ajudou a DPZ
43:27a crescer, né,
43:28das últimas
43:29oito concorrências
43:30que ela participou,
43:32ela ganhou oito,
43:33né,
43:33e sempre
43:34muito elogiada
43:35por todos os clientes,
43:36você fala,
43:37puta,
43:37o trabalho de estratégia
43:38que vocês apresentaram
43:39foi fenomenal, né,
43:40então acho que isso mostra
43:41como atrair os talentos
43:42certos dá certo, né,
43:45trouxemos agora
43:46o Pedro Araújo,
43:48né,
43:48da GUT,
43:50né,
43:50que é um criativo
43:52que tem um trabalho
43:54que por onde ele passou
43:56sempre
43:56é muito voltado
43:58à inovação, né,
43:59então,
44:00por todas as agências
44:02que ele passou,
44:03desde lá atrás
44:04da DQQA,
44:05né,
44:05até agências
44:06que trabalham
44:07para a DDB de Chicago,
44:09tal,
44:09ele sempre fez trabalhos
44:11muito conectados
44:12com inovação
44:13e como a inovação
44:14era usada
44:15para gerar conversa,
44:17para gerar
44:18earned media,
44:19para conectar
44:20todas as mídias,
44:21né,
44:21então,
44:22né,
44:22eu fiquei muito tempo
44:23procurando, né,
44:24quem que seria
44:25a pessoa
44:26para ocupar essa cadeira
44:27de Chief Career Officer
44:28na DPZ,
44:29conversei com muita gente
44:30no mercado
44:31e eu achei ele fantástico
44:33justamente por causa
44:33dessa visão
44:34de inovação
44:35que ele traz.
44:37Trouxemos a
44:38Ana Marta
44:40como VP de conteúdo,
44:42porque acho que
44:42hoje em dia
44:43não tem como
44:43as marcas
44:44não estarem inseridas
44:45na cultura,
44:46não estarem gerando
44:47conversa,
44:48e a gente precisava
44:48de uma pessoa
44:49que fosse realmente
44:50100% nativa disso,
44:52e a gente criou
44:52uma área de conteúdo
44:53realmente independente,
44:55né,
44:56para ela poder
44:56exercer isso
44:57com outros processos,
44:59outras formas
45:00de trabalhar,
45:01mas a felicidade
45:02é que ela e o Pedro
45:03já trabalharam juntos
45:04e trabalham muito bem juntos,
45:06né,
45:06então,
45:07hoje a gente tem clientes
45:08na DPZ
45:09que são clientes
45:09só de conteúdo,
45:10né,
45:11quando você diria,
45:13né,
45:13há 50 anos atrás
45:16que a DPZ
45:16seria uma agência
45:17de conteúdo,
45:18hoje ela é uma agência
45:19de conteúdo
45:19para muitos clientes,
45:20então,
45:22eu acho que
45:23tem sido,
45:26estamos numa fase
45:27muito boa
45:28justamente porque
45:28a gente conseguiu
45:29atrair um grupo
45:30de talentos
45:31muito bons
45:32que atraem outros
45:32talentos muito bons
45:34e é sobre isso,
45:34é sobre o time
45:36que a gente faz,
45:37né.
45:38Muito mais sobre
45:39o coletivo,
45:39a gente está até
45:40falando sobre isso
45:41que já houve
45:43um passado,
45:44uma época
45:45em que brilhavam
45:47estrelas
45:48únicas,
45:50em cada agência
45:51e hoje é muito
45:51mais sobre
45:52essa liderança
45:53compartilhada.
45:54Eu acredito
45:55muito nisso,
45:55sabe,
45:56eu acho que,
45:56eu até entendo,
45:59né,
45:59que eu ouço
46:01as pessoas falando,
46:02ah,
46:03o mercado está
46:03carente de ídolos,
46:05né,
46:05você vê lá atrás,
46:07cadê os
46:08Washington's
46:09da vida,
46:10né,
46:11Duolib,
46:12Zaragoza,
46:12Petit,
46:13cadê essas pessoas
46:13incríveis,
46:14né,
46:15que apontavam
46:16para onde ia
46:16a indústria,
46:17tal,
46:18mas eu acho
46:20que hoje
46:21o Zeitgeist
46:22mudou,
46:22né,
46:22a gente não tem
46:23mais aquele
46:24estilo de trabalho
46:28onde o dono
46:29fala com o dono,
46:31eles decidem
46:31top-down,
46:32sai todo mundo
46:33executando,
46:34né,
46:34até as referências
46:35de gestão
46:36moderna
46:37mudaram,
46:38né,
46:38evoluíram,
46:39não é mais o
46:40command and control
46:41que já foi,
46:42né,
46:42o modelo vigente
46:44em décadas passadas,
46:45não é mais o maestro,
46:47que está tocando
46:48uma orquestra,
46:49é muito mais
46:49sobre o jazz,
46:50né,
46:51sobre talentos
46:51coletivos que brilham
46:52juntos,
46:53cada um no seu
46:53momento,
46:54né,
46:55então,
46:56né,
46:56esse modelo mental
46:58de administração
47:00mudou,
47:01o Zeitgeist
47:02do consumidor
47:03mudou,
47:03é um consumidor
47:04muito mais
47:04voltado para o
47:06coletivo,
47:08né,
47:08pelo bem do mundo,
47:10tal,
47:10então,
47:11eu acho que não
47:12existe mais esses
47:13espaços,
47:13assim,
47:14para
47:14esse individualismo,
47:18esse ego
47:18ultra exacerbado,
47:20eu acho que agora
47:20é muito mais
47:21sobre o coletivo,
47:22eu acho que
47:22os próprios clientes
47:24também querem mais
47:25isso,
47:25mais essa troca
47:26de times,
47:26trocas coletivas,
47:28né,
47:28ontem eu mesmo
47:29estava num processo
47:30coletivo,
47:31né,
47:31de concorrência
47:33que era
47:34tocado pela Scoping
47:35que o processo
47:37final é isso,
47:37é uma química,
47:38é um trabalho
47:38coletivo onde tem
47:40o time da agência
47:41trabalhando num problema
47:43com o time do cliente
47:44e é sobre como
47:45esses times
47:45se dão bem,
47:47né,
47:47e não sobre como
47:47um talento
47:48individual
47:49se sobressai,
47:50sabe,
47:51então,
47:52eu hoje
47:53olho
47:54e,
47:55né,
47:56admiro,
47:57por exemplo,
47:58né,
47:58continuo admirando
47:59o time coletivo
48:00que tem ali na UMAP,
48:02né,
48:02com o Felipe liderando,
48:03mas tem o Pernil,
48:05né,
48:05tem a Rafa,
48:06tem um time incrível
48:07ali do atendimento,
48:08tá todo mundo lá,
48:09há muitos anos juntos
48:10construindo a UMAP
48:11pra UMAP
48:12tá onde tá,
48:13não é o talento
48:13individual do Felipe,
48:14né,
48:15vejo o trabalho
48:16que o Felipe Cime
48:18tá fazendo
48:18na Droga Five,
48:20né,
48:20com a Brisa,
48:21com a Gabi,
48:22ali,
48:22trabalho de um coletivo
48:24incrível,
48:25sabe,
48:25então,
48:26eu olho muito
48:26pra coletivos
48:28e como isso
48:29tem brilhado,
48:31né,
48:32não só o individual,
48:34né.
48:34BJ,
48:35a gente vai chegando
48:36naquela parte do programa
48:37em que a gente faz
48:38brincadeira com o nome
48:40do programa,
48:42vou te perguntar
48:43qual que é a ideia,
48:45grande ideia
48:46que mudou a sua vida
48:47pra melhor?
48:50Olha,
48:50eu acho que
48:51talvez a grande ideia
48:55foi de fato
48:56ter tido a ideia
48:58de viver de ideias,
49:00né,
49:00acho que quando eu mudei
49:01a minha carreira,
49:03né,
49:03do mercado financeiro,
49:05pra publicidade,
49:08né,
49:09eu acabei sendo
49:10uma pessoa
49:11muito mais feliz,
49:12né,
49:13e conseguindo,
49:14acho que,
49:15influenciar outras pessoas
49:17que fossem,
49:18a serem felizes
49:19ao meu redor,
49:21né,
49:21então,
49:21eu diria que acho que
49:22foi essa.
49:23E a pior?
49:26A pior é difícil,
49:27sabe,
49:28eu até ouvi os podcasts,
49:29eu vi que muita gente
49:30foge da pior
49:33pra não se comprometer,
49:34né,
49:35mas eu vou,
49:36eu não vou fazer isso,
49:37eu vou te dar,
49:38eu vou te dar uma ideia ruim,
49:39vou te dar uma ideia ruim,
49:40né,
49:41ainda mais sendo criativo,
49:42acho que eu tenho que te dar
49:43uma ideia criativa,
49:44muito.
49:48Quando,
49:49quando eu tava na GV ainda,
49:52mas já tinha pensado
49:53em veredar aí
49:54pro lado
49:55do marketing e tal,
49:57a gente teve uma feira
49:58de negócios ali
50:00onde a gente tinha que
50:01criar um produto,
50:02né,
50:03a ideia do produto
50:04era até boa,
50:05a gente queria fazer
50:06omelete em tetrapaque,
50:09né,
50:09porque era assim,
50:10puta,
50:11tem que ficar todo dia
50:12acordando de manhã,
50:13quebrando o ovo,
50:14juntando,
50:15misturando,
50:15putz,
50:15vamos fazer em omelete
50:17em tetrapaque,
50:18né,
50:18porque nos restaurantes
50:19já era uma realidade,
50:20né,
50:21os restaurantes já compravam,
50:23e você pode fazer
50:24só de clara,
50:25só de gema,
50:26ainda acha que é uma boa ideia
50:27omelete em tetrapaque,
50:28você pode comprar
50:30só de clara,
50:30só de gema,
50:31tal,
50:32separado,
50:33você vai lá,
50:33abre o tetrapaque
50:34e joga na frigideira,
50:35é muito mais prático,
50:36né,
50:36então a gente teve essa ideia
50:37de lançar esse produto,
50:38a ideia do produto
50:39era até boa,
50:40mas a criação
50:41pra lançar
50:41era ruim demais,
50:43a gente tinha tido
50:44uma ideia
50:44que era o seguinte,
50:47era um filme
50:48que era,
50:51mostrava um ninho,
50:53aí,
50:54escurecia,
50:56anoitecia,
50:57a galinha
50:57cacarejava,
50:59aparecia um ovo,
51:01aí passava um dia,
51:02anoitecia,
51:03a galinha cacarejava,
51:05aparecia um ovo no ninho,
51:07aí passava um dia,
51:08escurecia,
51:09aí a galinha fazia uma força
51:11assim,
51:12pra cacarejar,
51:13apareceu a embalagem
51:14de tetrapaque,
51:15o nosso omelete,
51:17então é uma margem
51:18meio nojenta
51:19pra você vender
51:20um produto
51:22pras pessoas comerem,
51:23né,
51:23então a ideia era
51:24realmente muito ruim,
51:26mas não só a ideia
51:26era ruim,
51:27como na época,
51:29sem recurso nenhum,
51:30a gente tentou
51:30executar a ideia,
51:32não,
51:32então a gente filmou
51:33de um jeito
51:34super mambambi,
51:35com uma vídeo 8,
51:36eu lembro que a gente
51:36até mandou
51:37pra um amigo nosso
51:40que trabalhava
51:40numa produtora,
51:41ele olhou
51:41o que a gente
51:42tinha filmado
51:42e falou,
51:43pelo amor de Deus,
51:44não dá,
51:45não dá,
51:45não façam isso,
51:47né,
51:47então era uma ideia
51:48realmente muito ruim,
51:49isso acho que até mostra
51:50o valor do craft,
51:52né,
51:52nas ideias,
51:53né,
51:53o quanto o craft
51:55faz diferença
51:56pra uma ideia
51:56ficar boa,
51:57né,
51:57acho que uma ideia
51:57boa ela realmente
51:58tem que conectar
51:59com o coração
52:00das pessoas,
52:01com a cabeça
52:02das pessoas,
52:03mas o craft
52:03é uma das ferramentas
52:05pra chegar lá,
52:06né,
52:06pra encantar,
52:07é o que faz a diferença
52:08no fim,
52:09né,
52:10de um bom trabalho
52:11publicitário,
52:12e pra gente encerrar,
52:13BJ,
52:13dá uma dica
52:14pra quem
52:16quer trabalhar
52:18como profissional
52:19de criação
52:20e tem que lidar,
52:21vai ter que lidar,
52:22né,
52:23se quiser trabalhar
52:23com isso,
52:24com ideias
52:24que dão errado.
52:28Olha,
52:28eu acho que você
52:29tem que ter
52:30resiliência,
52:35paciência
52:35e não desistir,
52:38acho que você tem
52:38que ser obstinado,
52:40e no final das contas,
52:42ideia,
52:45a maioria das ideias
52:46vai dar errado,
52:47você tem que ter
52:48ideia pra jogar fora,
52:49né,
52:50quando eu era
52:50quando eu era
52:54diretor de arte
52:56no começo da carreira,
52:57até se você
52:57dá um gul,
52:58você vai achar,
52:59às vezes eu cheguei
53:00a escrever uma época
53:00uns artigos,
53:02ah,
53:02como que você
53:02aconselha
53:03quem tá entrando
53:04no mercado,
53:06e eu sempre
53:07fui esse lado
53:08meio,
53:09ok,
53:09criativo e matemático,
53:10eu tinha feito
53:11uma fórmula matemática
53:12pras pessoas
53:13se darem bem
53:14como criativos,
53:18e a fórmula
53:19era o seguinte,
53:20o negócio,
53:21ser criativo,
53:22tem que dar
53:23o tempo da época,
53:24na época era
53:25a época do
53:25anúncio,
53:27TV,
53:28outdoor e rádio,
53:29ser criativo
53:30não é difícil,
53:31se você tiver
53:32uma ideia
53:34do caralho
53:35por mês,
53:37você vai conseguir
53:38ter uma carreira
53:39boa e longeva,
53:40mas tem que ser
53:40uma ideia do caralho
53:41por mês,
53:42só que pra você
53:43ter uma ideia
53:43do caralho
53:44por mês,
53:45então vamos lá,
53:46vamos fazer
53:47uma construção lógica,
53:48um planejamento aqui,
53:50você tem que ter
53:51quatro ideias
53:52ótimas
53:53por mês,
53:54quatro ideias
53:55ótimas por mês,
53:56no final uma delas
53:56vai ser realmente
53:57boa do caralho,
53:58você consegue,
54:00pra você ter
54:00quatro ótimas,
54:04você vai ter que ter
54:05uma boa
54:05por dia,
54:07então vai ser
54:07uma boa por dia,
54:09dar cinco ideias
54:11numa semana,
54:13no final,
54:13e olha,
54:14estão te dando
54:14no final de semana
54:15pra você descansar,
54:16dá uma ótima
54:19por semana,
54:20quatro ótimas
54:20por mês,
54:22dá uma do caralho
54:23pra você poder
54:25chegar lá,
54:26então não é difícil,
54:29só que você tem
54:29que ter disciplina,
54:30se acabou o seu dia
54:32e você está indo embora
54:33sem ter uma boa ideia,
54:35é melhor você repensar,
54:36sentar na cadeira
54:37e continuar lá,
54:39porque na outra agência
54:40vai ter uma pessoa
54:41que está lá fazendo isso,
54:42e aquela é a pessoa
54:43que vai se dar bem,
54:44você não,
54:45então eu acho que
54:45pode ter mudado
54:47as mídias,
54:48pode ter mudado
54:48a plataforma,
54:49mas eu acho que
54:50essa obstinação,
54:52essa disciplina,
54:53essa resiliência,
54:54e saber que você vai
54:55ter que ter ideia
54:56todo dia
54:57pra jogar fora,
54:58você vai ter que ter
54:5830 pra tirar uma boa,
55:01continua,
55:01eu acho que
55:03esse é o conselho
55:04que eu dou,
55:05e hoje em dia,
55:06olha a vantagem
55:06que a gente tem,
55:07com um monte de
55:08inteligência artificial,
55:10você pode passar
55:11o seu tempo
55:13tendo as ideias
55:13e não lealtando,
55:15porque na minha época
55:16a gente tinha que
55:16ainda administrar o tempo
55:18que era ter as ideias
55:19e guardar o tempo
55:20pra poder lealtá-las.
55:21IBJs tem dica
55:23de investimento?
55:27A gente estava
55:28até brincando
55:28mais cedo,
55:31eu diria
55:35pra você
55:35fugir da poupança,
55:38a gente
55:38está numa época
55:40com juros
55:40super altos,
55:42com juros
55:43no patamar
55:44que está,
55:46renda fixa
55:46é uma boa opção
55:48pra você correr
55:49menos riscos
55:49e ter bons rendimentos,
55:51acho que essa é uma
55:51dica básica,
55:53se você está ainda
55:54apostando na poupança,
55:55não faça isso,
55:56procure um assessor
55:57financeiro
55:58se você não quiser
55:59aprender de finanças,
56:00mas invista
56:01seu dinheiro direito,
56:02porque isso
56:03no seu futuro
56:04vai fazer muita diferença.
56:06E também você
56:07recomendou um livro
56:08que inspirou o filme
56:10O Lobo de Wall Street,
56:11quando a gente
56:11estava conversando antes,
56:13você falou que
56:13esse é um livro
56:14inspirador.
56:16Acho que não
56:17pra investir,
56:17mas...
56:18Não pra investir.
56:19Não pra investir,
56:21mas é um livro,
56:24é um ótimo passatempo,
56:25né?
56:25É um...
56:26O filme é incrível,
56:28né?
56:28Acho que o filme
56:29do Scorsese
56:29faz jus
56:31a 30% do livro.
56:33Os outros 70%
56:34que está lá,
56:35tudo que...
56:36Todos os episódios
56:36que às vezes passam
56:37muito rápido no filme
56:38é contado em riqueza
56:39de detalhes,
56:41é muito legal.
56:42Então, assim,
56:42não recomendo
56:43ler o livro
56:44pra investir,
56:45mas recomendo
56:46como investimento
56:47de tempo.
56:49Obrigada, BJ,
56:50pela sua participação
56:51aqui no A Ideia.
56:52Até uma próxima.
56:53Imagina,
56:53eu que agradeço.
56:54Obrigado.
56:55Veja outros episódios
56:57do A Ideia
56:57nas plataformas
56:58do Meio e Mensagem,
56:59na nossa página
57:00do YouTube
57:00ou em qualquer
57:01agregador de podcast.
57:03O programa é gravado
57:04nos estúdios
57:05do Content Club
57:06em São Paulo.
57:07Até mais.
57:07Transcrição
57:09Transcrição
57:11Transcrição
57:11Legenda por Fábio Jr Laboratório Fantasma
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