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Donald Trump anunciou tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros, movimentando o setor audiovisual e levantando dúvidas sobre impacto em Hollywood, streamings e produções internacionais. A presidente da Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais, Marianna Souza, comentou os desafios e perspectivas para o mercado global.

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Transcrição
00:00Para quem imaginava que o longa-metragem que se tornou o tarifácio dos Estados Unidos
00:05para o resto do mundo pudesse estar perto do fim, o presidente americano Donald Trump
00:09parece que ainda aguarda algumas surpresas para o roteiro dessa guerra comercial.
00:15Pois bem, hoje Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre filmes estrangeiros.
00:20A justificativa? Proteger a indústria cinematográfica americana.
00:25Eu vou conversar com a Luiz Maiana mais uma vez lá em Washington.
00:28Luiz, e como é que essa notícia foi recebida pelo mercado de cinema dos Estados Unidos?
00:36Cris, foi recebida com muita expectativa.
00:40A gente sabe como a produção cinematográfica norte-americana é potente
00:45e muita gente se perguntando como assim uma tarifa para bens tão intangíveis
00:51como é a questão da produção cinematográfica dos filmes.
00:55Eu cheguei a conversar com alguns especialistas da área que estão acompanhando todo esse burburinho
01:01causado pelo próprio presidente Donald Trump e eles levantaram algumas questões.
01:06Primeiro eles falaram, Luiz, o que a gente tem é apenas uma postagem.
01:09Ainda não temos uma assinatura de uma ordem executiva que formaliza essa tarifa.
01:14Não temos data para aplicação também dessa alíquota tarifária.
01:18E eles levantaram também, Cris, outros dois pontos que são cruciais para a gente manter sob o radar.
01:23Eles falaram como que a gente vai conseguir aplicar preço justamente num produto de propriedade intelectual.
01:31Como que a gente vai conseguir precificar isso.
01:34É diferente de uma tarifa para os móveis, de uma tarifa para os produtos farmacêuticos, para o petróleo, enfim.
01:40Como que a gente vai conseguir precificar?
01:42E além disso, eles também falaram sobre como que a gente vai colocar uma tarifa para um filme, por exemplo,
01:48que tem parte dele gravado nos Estados Unidos, outra parte no Canadá, outra parte em países da Europa, outra parte no Japão.
01:56Fica difícil a gente conseguir administrar e até pensar como que essa tarifa vai ser aplicada.
02:02Mas vale lembrar que sim, o presidente Donald Trump tem essa intenção.
02:05Essa não foi, inclusive, a primeira vez que ele fala sobre essa taxação.
02:09Ele já falou isso lá no mês de maio e, dessa vez, ele fez questão de postar nas redes sociais,
02:15dizendo que a produção cinematográfica foi roubada dos Estados Unidos, assim como roubam doce de uma criança.
02:21E que, por isso, ele ia aplicar essa tarifa de 100%.
02:25A gente vai ver como que vai ser o desfecho dessa história, como você bem começou falando aí.
02:30É um roteiro complicado, mas a gente está acompanhando, Cris.
02:34É isso aí. Qualquer novidade, claro, você nos traga aqui.
02:37Obrigada, Luize.
02:39Sobre essa tarifa em cima de filmes de fora dos Estados Unidos, eu vou conversar agora com Mariana Souza.
02:45Ela é presidente da Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais e gerente executiva da Film Brasil.
02:52Mariana, boa noite para você. Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
02:56Queria começar entendendo se essa nova tarifa já era esperada pelo mercado
03:00ou foi algo surpreendente, quase como um plot twist, como vocês falam no cinema.
03:07Olha, Cris, boa noite. Boa noite a todo mundo que está acompanhando a gente de casa.
03:12A gente acompanhou, no início do ano, esse post que o presidente Trump fez.
03:20Isso ficou adormecido ao longo dos últimos meses e daí retomamos agora com o novo post.
03:29Estamos aguardando, né, Cris?
03:31Porque por hora o que a gente tem é um post muito evasivo, né?
03:35Não diz, não dá muito detalhes.
03:37E vale lembrar que essa política, né, de cash rebate e tax rebate, que são esses incentivos no qual, enfim, ele menciona brevemente ali no post,
03:49pelo que a gente conseguiu interpretar ali no que ele quis dizer, enfim, faz parte, né, eu acho que da planilha de muitos desses executivos dos grandes estúdios, né?
04:01Esse é um benefício que ajuda a fechar a conta no fim do dia de muitos deles.
04:07Mariana, a gente sempre tem a ideia de que o livre mercado impera na indústria cinematográfica norte-americana,
04:14ao contrário, por exemplo, do cinema europeu.
04:16É algo que condiz com a realidade ou não?
04:18Ah, eu, com certeza, eu acho que se a gente for olhar a indústria norte-americana, ela é muito forte, né?
04:27Boa parte das salas de cinema, majoritariamente, é composta por produções americanas, se a gente ligar a nossa TV, os streamings, enfim,
04:35todos os dias a gente recebe uma enxurrada de conteúdo norte-americano, inclusive se fosse ao contrário,
04:43certamente seria muito mais danoso, né, para o mercado norte-americano do que ao contrário.
04:49Enfim, eu acho que a grande questão é realmente entender o quão, qual vai ser a amplitude, né, dessa política que ele está imaginando.
05:02Enfim, se é só para os filmes que vão para as telas de cinema, se é uma coisa mais ampla, que inclui os streamings também,
05:10estamos falando só de séries, estamos falando de longas metragens, enfim.
05:16Então, eu acho que antes de qualquer especulação, eu acho que a gente precisa entender exatamente baseado em que essa tarifa vai ser implementada.
05:26Sem dúvida nenhuma, a gente precisa de mais detalhes ainda.
05:29Mas vamos supor, para a gente trazer para um exemplo real, uma medida como essa, se de fato valer para um filme,
05:37teria impactado, por exemplo, o êxito internacional do nosso Ainda Estou Aqui?
05:44Ah, eu acho que, enfim, Cris, vai depender de novo do que vem, né, de tarifa.
05:51Porque pelo post, de novo, né, tudo que é uma interpretação, ele está tentando retomar a indústria para ser filmada lá, né,
06:01os filmes serem filmados em Hollywood, né, em Los Angeles especificamente,
06:06tanto é que esse segundo post, ele é mais, ele pressiona ali um pouco o governador da Califórnia.
06:14Então, é muito em torno disso.
06:16Por que que acontece hoje, Cris, o mercado, principalmente norte-americano,
06:19ele é o principal produtor de conteúdo audiovisual, sem dúvida nenhuma,
06:25mas pouco se produz, e quando eu falo se produz, se abre câmeras em Los Angeles, né,
06:33se filma em outros países.
06:35Então, se filma no Canadá, se filma muito no México, se filma aqui no Brasil também,
06:40a gente recebe muito production service.
06:42Então, você vê essas filmagens, elas indo para outros países,
06:47porque existe um mercado, que é o que a gente chama de cash rebate e tax rebate,
06:53onde as cidades, né, os países, eles oferecem um incentivo fiscal para essas produções serem filmadas lá.
07:02Então, a Europa recebe muitas produções também, enfim.
07:05Então, a gente não sabe se a taxação vai ser em cima desses filmes que estão sendo feitos fora,
07:12que ele quer que sejam filmados nos Estados Unidos, especificamente em Los Angeles, né,
07:17porque ele dá essa puxada de orelha no governador da Califórnia,
07:22ou se a gente está falando dos filmes que são exibidos no cinema, nos streamings, enfim.
07:30Se a gente estiver falando dos filmes que são exibidos no cinema,
07:34aí sim, talvez, tivesse algum impacto, ainda estou aqui, enfim.
07:38Por isso que eu estou dizendo, é muito especulação, né?
07:40A gente tem que entender o que exatamente motivou essa publicação dele.
07:47Quer dizer, dependendo de como for, dos detalhes que a gente ainda vai ter,
07:53porque realmente, como você disse, a gente está trabalhando aí em cima de posts,
07:57mas, dependendo disso, o próprio cinema norte-americano pode sofrer?
08:02Uma vez que, como você bem trouxe aqui, seria até minha próxima pergunta,
08:06eles filmam muito fora dos Estados Unidos?
08:10Sim, eles filmam muito fora e, como eu mencionei logo no início,
08:15enfim, faz parte, inclusive, da planilha de muitos desses executivos, né,
08:21para fazer a conta fechar no fim do dia.
08:23Eles contam com esses incentivos para poder viabilizar as filmagens, né?
08:30Então, enfim.
08:31Fora isso, tem a questão, obviamente, criativa, né, Cris?
08:34Que eu acho que é importante a gente trazer aqui para essa discussão.
08:37Existem filmes que realmente dependem de uma locação específica,
08:42de um casting específico, enfim.
08:45Criativamente falando, você acaba limitando também, né,
08:49os produtores norte-americanos nesse sentido.
08:52Então, eu preciso entender o que vem por aí.
08:55Aí, pensando em Oscar, qual deve ser o efeito para as produções estrangeiras
09:00exibidas nos Estados Unidos, caso, de fato, essa tarifa seja mantida em vigor?
09:07Desafiador, né, para a gente pensar, porque, como você falou,
09:11a gente vê o mercado americano tão expressivo, né,
09:16Inclusive, outros países têm políticas para poder garantir que o seu próprio conteúdo
09:21vai ter espaço de tela no seu cinema, na sua TV por assinatura, no seu streaming, enfim.
09:27Então, ele já existe, né, já é tão grandiosa essa indústria, enfim.
09:33Então, vai ser curioso ver como é que o Oscar vai responder a essa quase provocação, né,
09:42do mercado, do presidente, sendo que a gente está vendo que a academia,
09:47ao longo dos últimos anos, ela vem abrindo, né, para o cinema independente,
09:51vem abrindo aos poucos para outros países, enfim,
09:55vem no movimento exatamente o contrário desse movimento trumpista, vamos dizer assim, né.
10:02Mariana, muito obrigada, muito bom te ouvir, boa noite, boa semana.
10:07Boa noite.
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