O tarifaço dos Estados Unidos provocou mudanças na logística e abriu portas para novos mercados. Em entrevista ao Real Time, Fernando Balbino, diretor da IBL World, explicou como exportadores e importadores estão se adaptando e destacando oportunidades para investidores estrangeiros no Brasil.
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00:00E o tarifácio dos Estados Unidos não mexeu apenas com empresas e o campo que são de exportadores.
00:07Provocou mudanças também na logística, o setor que se encarrega de levar as mercadorias até o seu destino.
00:13A gente vai conversar agora sobre esse cenário com Fernando Balbino, que é diretor da IBL World,
00:19uma empresa especializada em logística de importação e exportação.
00:24Olá, seja muito bem-vindo. Bom dia, Real Time.
00:27Bom dia, Paula. Tudo certo por aí?
00:32Tudo certinho, graças a Deus.
00:34Vamos lá, então. Que mudanças, ao seu ver, ocorreram aí no setor de logística depois da adoção do tarifácio dos Estados Unidos?
00:44Paula, para nós aqui na área da logística, para nós aí, quando começou os anúncios, para nós foi uma turbulência muito grande.
00:55Então, no primeiro momento, a gente teve um pico muito alto dos embarques, principalmente marítimo.
01:03Depois, ali para finalzinho de julho, a gente teve um pico muito alto dos embarques aéreos.
01:10E agora, durante o mês de agosto, a gente notou uma queda dos nossos embarques.
01:16Então, assim, dentro da nossa casa aqui, aproximadamente de 15% a 16%, a gente teve uma diminuição dos volumes direcionados para os Estados Unidos.
01:25Agora, Fernando, apesar da queda de 18% das exportações para os Estados Unidos em agosto, no mês passado,
01:35a balança comercial teve um superávit de 6 bilhões de dólares.
01:39E aí, as vendas ao exterior esse ano bateram recorde também.
01:43Isso, para você, é um sinal de que está havendo aí um redirecionamento?
01:47Como que está o setor de logística se tratando dessa nova realidade?
01:54É, para nós, nós atuamos assim como uma balança, né?
01:58Então, nós estamos aí sempre na...
02:00A gente olha sempre os dois cenários, a importação e exportação.
02:04Na exportação, exclusivamente para os Estados Unidos, a gente sentiu essa queda.
02:09Mas, quando a gente avalia a importação, aí a gente viu um pequeno aumento aí durante o mês de agosto.
02:16Então, para nós aqui, a gente observa que os nossos clientes dentro da nossa carteira
02:23têm uma busca muito alta por novos mercados.
02:27Então, muitas rodadas estão acontecendo, muitas missões empresariais também estão acontecendo.
02:33Nós também estamos sendo envolvidos por se tratar de logística.
02:37Então, a gente percebe que há, sim, no mercado uma movimentação muito grande, assim, por novos mercados.
02:43Agora, quais são os maiores desafios que as companhias de logística têm enfrentado depois do tarifácio?
02:51Como é que elas estão se movimentando nesse tabuleiro que é o transporte de cargas?
02:56Paula, para nós, o desafio é justamente a incerteza.
03:05Então, nós, assim, com logística, para nós, assim, quanto mais informações a gente conseguir ter
03:12e a gente conseguir ter previsibilidade, para nós é melhor.
03:16Então, o desafio hoje, quando veio o tarifácio, então, a princípio era para 100% dos produtos.
03:25Então, isso deixou, assim, todo nós, assim, o mercado empavoroso.
03:30Depois, no final, a gente viu que saiu aquela lista de exceção dos produtos que ajudaram bastante.
03:37A gente viu que a gente estava estimando que a gente teria uma queda de 30% a 40%.
03:42E depois que saiu aquela lista de exceção, a gente viu que a queda foi um pouco menor.
03:47A gente está vendo aí na casa de 15% a 18%.
03:50Então, nesse momento, para nós, o difícil é a gente saber para onde que vai as negociações.
03:58Então, a gente sempre trabalha com aquela incerteza de a tarifa vai permanecer nesse mesmo patamar,
04:05novos produtos vão ser incluídos nessa lista.
04:09Então, para nós, o desafio é essa incerteza.
04:12Porque qualquer movimentação que aconteça, para nós aqui, a gente sabe que o impacto é direto.
04:18É, e como você bem disse, até pegando esse finalzinho da sua resposta,
04:23o tarifaço impõe desafios, óbvio, para vários setores e para o de logística não seria diferente.
04:29Mas você diria que também dá para abrir alguma porta de oportunidade?
04:33O que você diria?
04:36Sim, isso sim, isso a gente tem notado muito.
04:40Porque, às vezes, quando existe uma certa calmaria no mercado,
04:46então, os mercados ficam acomodados e essa visão para um novo mercado,
04:53novas carteiras de clientes, às vezes, dentro do empresariado, se acomoda um pouco.
04:59Então, com toda essa movimentação, a gente viu que todos estão fazendo a lição de casa agora,
05:05buscando novos mercados, tentando desenvolver novas linhas de produtos também.
05:11Então, isso, assim, de um modo geral, é bom, porque nos desafia,
05:16e tudo aquilo que desafia pode colocar nós em outros patamares.
05:21Então, a gente vê uma movimentação grande em novas feiras,
05:25novas rodadas de negociações, novos mercados.
05:29Então, a curto prazo, a gente vê que é um desafio grande,
05:33porque a gente tem essa redução de demanda.
05:35Mas a gente vê que, a médio e longo prazo, isso pode ser benéfico para nós.
05:41A gente vê uma movimentação muito grande aí para outros mercados,
05:46como o Oriente Médio, a própria China também.
05:49Então, isso, nós acreditamos que, no médio e longo prazo,
05:52isso vai ser benéfico para nós.
05:54Claro que ninguém estava esperando por tarifas, né, Fernando?
05:57Mas é o que você comentou.
05:59Acaba saindo um pouco da zona de conforto,
06:01você tem que se movimentar,
06:02senão você acaba perdendo mais do que já estaria acontecendo, né?
06:07Sim, com certeza.
06:09E outra coisa também que nós temos notados é que, assim,
06:14quando nós vamos para novos mercados,
06:17a gente precisa revisitar toda a nossa planilha de custos,
06:21toda a nossa forma de produção.
06:23Então, tem alguns assuntos, assim, que a gente sempre ia postergando
06:28e que agora chegou no momento, assim,
06:30de todos colocarem na mesa de negociação,
06:34a gente conseguir fazer esse dever de casa,
06:38que é ver novas estratégias, ver novas formas de produção,
06:41ver novas matérias-primas.
06:43Então, acho que isso aí dá uma oxigenada.
06:46No primeiro momento agora, realmente,
06:49foi um momento de muita incerteza,
06:50mas agora, já com 30 dias passados,
06:54o mercado, assim, nós, assim, já temos uma noção muito boa, assim,
06:58do que vem acontecendo e do que pode acontecer.
07:02Então, eu acredito que,
07:04num futuro muito breve,
07:07nós teremos boas notícias.
07:09Que legal, Fernando.
07:11E nesse ambiente de mudanças,
07:13você disse que já tem empresas que já estão aí se movimentando,
07:17fazendo coisas diferentes,
07:19a gente tem visto também abrindo novos mercados, né?
07:23Como é que estão os investimentos?
07:25Você tem algum exemplo para dar para a gente
07:29em relação a investimentos que já estão sendo feitos
07:32nesse ambiente de mudanças?
07:34Não, o que nós temos visto, Paula,
07:37é assim,
07:39o investimento por parte do empresariado brasileiro,
07:43ele ainda é um investimento, assim,
07:45incerto, porque, para nós, aqui,
07:48ainda tem muitas dúvidas por parte do empresariado.
07:53Então, do lado do Brasil,
07:55a gente vê que tem um investimento, assim, reprimido.
07:58Porém, o que a gente tem visto
08:00é um apetite muito grande
08:02por outros investidores externos no Brasil.
08:06Então, dentro da nossa casa aqui,
08:08a gente tem um exemplo muito clássico,
08:10que, em função de todos esses embargos,
08:13a gente tem sido procurado muito grande
08:15por grandes grupos chineses
08:17para fazer investimento aqui.
08:19Então, inclusive, semana passada,
08:21a gente participou de uma reunião muito grande
08:22de grupos vindo para cá
08:25querendo investir em armazéns,
08:28em galpões,
08:29outros querendo abrir sedes aqui no Brasil
08:33e nos procura justamente por causa
08:35dessa logística de armazenagem e distribuição.
08:39Então, a gente vê, assim,
08:40que de uns três meses para cá,
08:43o apetite do investidor estrangeiro no Brasil,
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