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O governo brasileiro firmou novos acordos com o México em áreas como agropecuária, biocombustíveis e investimentos. Mas a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, descartou um acordo de livre comércio. Para analisar o cenário e os impactos dessa relação bilateral, conversamos com Alexandre Pires, professor de economia e relações internacionais do Ibmec-SP.

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Transcrição
00:00O governo brasileiro firmou acordos com o México nesta semana em áreas como agropecuária, biocombustíveis e investimentos.
00:07Segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin, nos próximos 12 meses, os países vão se debruçar sobre a proposta de ampliação dos acordos vigentes de comércio exterior e investimentos recíprocos.
00:18Apesar da avaliação positiva por parte do governo brasileiro, a presidente do México, Cláudia Sheinbaum, disse que está descartado um acordo de livre comércio com o Brasil.
00:26Para entender a relação entre os dois países, eu converso agora com o Alexandre Pires, que é professor de Economia e Relações Internacionais do IBMEX São Paulo.
00:35Boa noite, professor. Seja muito bem-vindo.
00:38Boa noite, Marcelo. Uma satisfação.
00:40Professor, essa discussão sobre o suposto mercado comum parece ter dominado um pouco do debate.
00:46Na volta, o vice-presidente Alckmin deu uma entrevista dizendo que o mercado comum nunca foi o objetivo dessa viagem para o México.
00:53Por que essa hipótese, aparentemente, não é a preferência de nenhum dos dois países?
01:00Existe já, desde os acordos de 2002, um dos acordos, que é o acordo de complementação 54, que ele já visa a criação de uma área de livre comércio entre o México e o Mercosul.
01:14Mas, obviamente, no momento atual, Marcelo, é muito mais difícil.
01:20Existe uma guerra comercial no mundo.
01:23Todo mundo quer reservar, digamos, um pouco de combustível para negociações.
01:31Então, não tem como abrir o mercado mexicano nem de nenhuma maneira completamente para o Brasil ou para o Mercosul.
01:39Eles precisam ter espaço para negociação, uma negociação dura com os Estados Unidos.
01:46Então, fica...
01:47Hoje é o pior momento no mundo para você tentar abrir mercado.
01:52E nós temos que considerar que o México, Marcelo, não é um mercado novo.
01:56Como eu falei, nós temos já um acordo ali em curso há 20 anos.
02:01E, praticamente, tudo que nós temos como produtos exportáveis, desde carne, inclusive com presença da Embraer no país, tudo isso já existe.
02:12É difícil você ter um grande salto.
02:15Agora, entre as parcerias firmadas em áreas como vacinas, como regulação sanitária, agropecuária, transição energética também,
02:24que área dessas você considera mais promissora?
02:27Eu considero que é a carne, né?
02:30Ou seja, o México parece que já estava aí com uma visita e isso vai se acelerar para certificar mais alguns frigoríficos brasileiros.
02:37Ou seja, é o setor que mais cresceu aí no último ano.
02:41Números impressionantes.
02:43Chega até duas, três vezes mais de exportação de carne brasileira para o México.
02:49Ou seja, já vinha em curso ali um crescimento considerável.
02:55E, claro, a Embraer sempre seria ali algo interessante, né?
02:59Tem vendas já firmadas, parece que vai ter uma entrada no mercado, o Brasil tem que fazer de tudo para consolidar essa posição.
03:06Mas o mercado que foi aberto e anunciado pelo governo é pequeno, né?
03:11Do lado do México para o Brasil, algumas frutas e do lado do Brasil para o México, o setor ali de ração animal.
03:18Então, isso é muito pequeno. O que nós temos que intensificar é aquilo que já é o grosso e produtos de valor agregado alto.
03:26Felipe.
03:28Bom, Alexandre, boa noite para você.
03:30Alexandre, a presidente Cláudia Schenbaum, ela foi uma das primeiras líderes mundiais aí a contestar um pouquinho, né?
03:36A bater um pouco de frente com o presidente Donald Trump.
03:38O Trump, na época, até falou que ela era muito dura e tal.
03:41Até respeitou um pouco mais.
03:43A gente vê isso acontecendo também com o presidente Lula, jogando um pouco para o público interno, jogando a questão da soberania.
03:50Queria que você fizesse um paralelo.
03:51Como é que você vê a posição desses dois presidentes, ao mesmo tempo tentando negociar para os seus países de forma comercial, mas também jogando para o seu público interno?
03:59Boa noite, Felipe.
04:00No caso da Schenbaum, ela tem uma saída um pouco mais tranquila, porque a pauta extraeconômica dela, nessas negociações com os americanos,
04:10é a pauta da imigração e, em segundo lugar, a questão lá do fentanil.
04:16Então, assim, é mais fácil o México, sem, digamos, se expor a uma crítica com relação à soberania,
04:23mobilizar tropas, mobilizar a Polícia Federal Mexicana para tentar coibir a imigração ilegal e o tráfico pela fronteira.
04:31Então, ela conseguiu, digamos, entregar alguma coisa, teve uma resposta negativa do governo Trump,
04:38de que não tinha feito o suficiente e, claro, o tom ali, bem mais moderado do que o presidente Lula tem usado.
04:46E isso impressiona um pouco, Felipe, porque o México é muito mais dependente dos Estados Unidos.
04:55Então, o Brasil está vociferando, está com uma...
05:01Todo dia, nós temos visto críticas do governo brasileiro, o que é estranho do ponto de vista de um país que abre negociação,
05:09mas o Brasil tem negócios internacionais muito pequenos.
05:13Ou seja, o Brasil ali é 1%, 2% de importação e exportação americana.
05:20Então, representa muito pouco para os Estados Unidos.
05:21Agora, o México já tem uma relevância maior do ponto de vista do México para os Estados Unidos,
05:26uma enormidade, e do ponto de vista dos Estados Unidos para o México, números também consideráveis.
05:32Professor, se o México conseguir negociar um acordo mais vantajoso em breve com os Estados Unidos,
05:37você acha que isso pode minar o esforço de aproximação com o Brasil?
05:41Com certeza, se a gente olhar essa negociação comitiva de agora, o avanço foi pequeno.
05:50Lembrando que o Brasil já tem 20 anos de aproximação, tem uma cadeia automotiva com bastante comércio.
05:59Enfim, esse mercado não é novo, mas o México talvez pudesse ter feito mais,
06:05fechado alguns contratos maiores, sobretudo com relação ao Embraer.
06:10Mas por que não acontece isso?
06:12Porque quando os Estados Unidos disparam no mundo inteiro tarifas,
06:17significa que todos os países vão ter uma tendência a déficit.
06:22Então, se eu já estou vendo que eu vou ter uma tendência a déficit,
06:25e no caso do México com o Brasil, o Brasil tem superávit com o México,
06:29obviamente que eu vou enderecer a negociação para não desequilibrar minhas contas externas.
06:33Então, o Brasil vai ter muita dificuldade de tentar neutralizar o tarifácio por meio de novos mercados.
06:43Enquanto o México sabe que isso não é possível, porque é altamente dependente dos Estados Unidos,
06:48vai negociar, vai ceder e aceitou, sem resmungar muito, a tarifa de em torno de 30% que foi imposta a ele.
06:57Felipe.
06:59Alexandre, o Brasil e o México, de certa forma, têm perfis um pouco parecidos.
07:03Eles exportam commodities, têm uma indústria automobilística forte.
07:09Como é que você vê, na relação dos dois países, quais são os mercados complementares?
07:14Quer dizer, o que a gente pode vender para o México?
07:16O que o México pode vender para a gente?
07:18O que seria complementar nessa relação?
07:21Existe uma lista lá da ACE, no nosso acordo de complementaridade,
07:26tem 800 itens.
07:29Ou seja, então tem muito mercado ali que pode ter trocas,
07:33mas aquilo que, digamos, nos interessa mais é, com certeza, a aviação,
07:39também o setor de proteína animal.
07:42O México não é tão forte nisso como o Brasil.
07:45Nós vamos ter dificuldade, obviamente, nos outros produtos agrícolas típicos,
07:49típicos como grãos, que eles também conseguem ter uma pequena presença nisso.
07:55E também eles têm uma força também no setor de frutas.
07:59E isso pode também ser interessante para o Brasil.
08:02Mas são países que, do ponto de vista da economia primária,
08:06eles não são tão complementares quanto nós gostaríamos.
08:10Ou seja, sobretudo no setor de agricultura.
08:12Agora, na parte industrial, o Brasil vem desenhando há algum tempo para o México
08:17alguma cadeia de produção automotiva mais integrada.
08:22Tanto é que o acordo de complementar 55 é só sobre automóveis.
08:27Então, assim, provavelmente é aí que nós teríamos que tentar manter o que já temos,
08:34fazer com que o México não rife nada disso numa negociação com os americanos
08:39ou com alguma outra economia.
08:41Alexandre Pires, professor de Economia e Relações Internacionais do IBMEC São Paulo.
08:47Muito obrigado pela sua participação hoje aqui no Jornal Times Brasil, exclusivo CNBC.
08:51E boa noite.
08:52Boa noite. Muito obrigado.
08:54Boa noite.
08:55Boa noite.
08:56Boa noite.
08:56Boa noite.
08:56Boa noite.
08:57Boa noite.
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