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O consultor em comércio exterior Welber Barral analisou a viagem do vice-presidente Geraldo Alckmin ao México, destacando setores estratégicos como automotivo, químicos e agro. O México é a segunda maior economia da América Latina e busca reduzir dependência dos EUA, abrindo espaço para negócios bilaterais.

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Transcrição
00:00Sobre a viagem do vice-presidente Alckmin ao México, a gente conversa agora com o Velber Barral, que é consultor em comércio exterior.
00:07Boa noite para você, Barral, seja muito bem-vindo.
00:10Muito obrigado, obrigado pelo convite.
00:12O Barral, a gente sempre ouviu que o Brasil e o México são mais concorrentes do que complementares aí no comércio global.
00:18Mesmo assim, você enxerga que tipo de oportunidades potenciais aí para aumentar o comércio entre esses dois países?
00:24Bom, vamos lembrar que o México é a segunda economia da América Latina, atrás do Brasil.
00:30É um país que tem uma população grande também, uma população consumidora, e é um país que está mais ou menos no mesmo nível de desenvolvimento do Brasil.
00:37Então, tem toda a justificativa para que o Brasil aumente os acordos com o México.
00:44O Brasil hoje tem dois acordos, um que abrange o setor automotivo, que hoje é um ponto principal na relação bilateral com o México,
00:52e o outro no que se refere a alguns setores químicos, os produtos químicos.
00:56Então, há muita possibilidade de abrangência, principalmente de redução de alíquotas para exportação de produtos agrícolas brasileiros,
01:04que hoje enfrentam tarifas muito altas no México.
01:07O México é um grande importador de alimentos.
01:10Importa quase tudo dos Estados Unidos, competindo com o Brasil, e como o Brasil paga tarifas, o Brasil perde competitividade.
01:16Então, eu acho que é uma grande oportunidade, e seria uma grande oportunidade também expandir os acordos hoje existentes.
01:23O México tem uma dependência muito maior dos Estados Unidos do que o Brasil tem, né?
01:27Mesmo que eles tenham uma tarifa de importação mais baixa do que a nossa durante esse tarifaço,
01:32o estrago do tarifaço na economia do México tende a ser maior que no Brasil, não?
01:37Tanto o México quanto o Canadá têm praticamente 80% de sua exportação para os Estados Unidos.
01:42É uma dependência muito grande do mercado americano e é uma das razões pelas quais tanto o Canadá, como você falou há pouco,
01:49está retomando a negociação com o Mercosul, como o México, que é uma relação maior com o Brasil.
01:54Porque querem tentar diminuir a grande dependência que eles têm do mercado americano.
02:00O Alberto Ozental tem uma pergunta para você agora, Barral.
02:03Barral, boa noite.
02:04Com relação ao comércio internacional, Brasil e Estados Unidos, no que diz respeito ao escopo e às tarifas,
02:14a gente pode entender que o que existe até agora está dado ou você entende, imagina, que pode melhorar ou até piorar?
02:24É uma boa definição, Alberto.
02:26Pode piorar e provavelmente vai piorar antes de melhorar.
02:30Ou seja, a negociação entre o Brasil e os Estados Unidos deve ser uma negociação muito longa.
02:35O Brasil não quis mostrar fragilidade na negociação com os Estados Unidos.
02:39O Brasil está adotando medidas de compensação para os setores que foram mais afetados,
02:44justamente porque está se preparando para uma negociação muito longa com os Estados Unidos,
02:48onde não tem que fazer tantas concessões, como aconteceu com a Indonésia, com o Vietnã,
02:53com outros países que negociaram bilateralmente e sofreram uma pressão muito grande nos Estados Unidos.
02:59Então, muito provavelmente, até porque envolve também temas políticos,
03:03nós vamos ver um agravamento da relação antes de haver uma distensão e uma negociação pontual.
03:10Vinícius Torres Freire.
03:12Barral, é um tema de conversa desde o tarifato.
03:15O que vai acontecer com os produtos brasileiros em terceiros mercados, não com os Estados Unidos?
03:22Tem gente que achava que tinha possibilidade, tem gente que vê risco.
03:26Agora, a gente ouviu nos últimos dias boatos sobre, as últimas semanas, aliás,
03:29boatos sobre os Estados Unidos venderem mais soja, voltarem a vender mais soja para a China,
03:36até baseado num acordo possível com a China.
03:39Além disso, tem outro risco de Estados Unidos, por estarem abrindo mercados à pancada,
03:44ocuparem espaço brasileiro, especialmente no agro?
03:48Vinícius, essa é uma pergunta muito importante e é justamente a percepção de um risco que o Brasil tem que acompanhar.
03:55Porque os Estados Unidos, ao adotar essas medidas, acabam afetando o comércio no mundo inteiro.
04:00É um mercado tão grande, apesar de ser, hoje, 20% do mercado do comércio internacional,
04:05que ele afeta o mundo inteiro, é inevitável.
04:06E aí, quais são alguns riscos?
04:09O primeiro deles, claro, vocês mencionaram há pouco, é que o Brasil vai ter que desviar a exportação de grandes commodities,
04:15como é o caso de café, carne, para outros mercados.
04:18E outros mercados, apesar de absorverem commodities, porque são preços mundiais,
04:24eles não são, não tem a estrutura de distribuição dos Estados Unidos,
04:28não tem o transporte, o preço de logística dos Estados Unidos,
04:31e nem o preço dos Estados Unidos.
04:33Então, provavelmente, esses setores vão perder rentabilidade, mesmo que consigam vender.
04:40Um outro risco que você apontou muito bem, é que nesses acordos que os Estados Unidos estão fechando,
04:45por exemplo, com a Indonésia, com o Vietnã, com a Malásia, com a própria Coreia,
04:51há uma obrigação de comprar produtos agrícolas norte-americanos.
04:56E muitos desses produtos competem com a exportação brasileira.
04:59E o Brasil, aí nós temos a situação contrária, o Brasil pode ter que enfrentar tarifas
05:05nesses mercados e os Estados Unidos não, o que eventualmente diminuiria a competitividade
05:10do produto brasileiro.
05:12Então, essa é uma preocupação que tem que ser acompanhada, os produtores brasileiros
05:16têm que acompanhar essas negociações americanas com terceiros mercados e principalmente com a China.
05:23Lembrando que a China hoje importa 30% de todas as exportações brasileiras.
05:27O Bahá, os Estados Unidos, desde o começo do governo Trump, têm tido uma abordagem
05:32um pouco mais agressiva em relação à América Latina, inclusive recentemente agora com movimentos
05:36militares no Caribe, que deixam os países da região pouco confortáveis.
05:41Agora, esse tipo de aproximação entre Brasil e México, inclusive se houver acordos para que
05:47o México compre mais produtos agrícolas do Brasil, prejudicando produtores americanos,
05:51isso daí é algo que, na sua opinião, tem potencial para irritar Washington?
05:56Bom, vamos lá.
05:57Primeiro, você tem toda a razão, os Estados Unidos têm visto a América Latina de uma
06:01visão bastante geopolítica.
06:03E não só a América Latina.
06:05Começaram a falar do Canadá como 51º estado americano, começaram a falar em ocupar a Groenlândia,
06:11em retomar o canal do Panamá.
06:13Então, há vários movimentos americanos que misturam o tema de geopolítica com o tema comercial.
06:19E isso deve piorar, inclusive, eu acredito.
06:22Isso de um ponto.
06:23De outro lado, o grande temor dos Estados Unidos é a influência da China na América Latina.
06:30Então, provavelmente, a proximidade com o México pode até irritar alguns setores pontuais dos
06:37Estados Unidos, que vão perder para a competitividade brasileira, que é muito maior.
06:41E só não alcança tanto o mercado mexicano por conta das tarifas que eles têm hoje.
06:46Mas isso pode irritar pontualmente alguns setores produtivos dos Estados Unidos.
06:52Mas, do ponto de vista do governo americano, o que incomoda mesmo é a proximidade com a China.
06:57Azental, do ponto de vista mundo agora, em função dessa turbulência de tarifas, aí é curiosidade minha.
07:05Tem alguma commodity que você percebeu que subiu muito ou caiu muito em função de toda essa
07:11anomalia?
07:12Rosenthal, ainda não houve esse efeito.
07:17O que nós tivemos nos últimos dois...
07:19Bom, vamos lá.
07:20Nos últimos quatro anos, as commodities subiram muito por conta da guerra da Ucrânia.
07:25E depois começaram a decrescer, principalmente milho e soja, começaram a perder preço nos
07:32últimos um ano e meio, por conta de ter se ajustado o mercado com a falta de oferta
07:37ucraniano.
07:38Foi isso que aconteceu.
07:39Por outro lado, alguns produtos, como é o caso do café, o ministro até falou há pouco,
07:43o café subiu 70% em dois anos.
07:46É um valor histórico do preço do café, por conta de fenômenos climáticos, por conta da
07:51demanda chinesa.
07:52Tem algumas razões que explicam aí.
07:54Então, ainda não vimos do preço internacional um efeito dessa distorção das tarifas americanas.
08:01Isso talvez comece a ocorrer, principalmente ao longo do segundo semestre, na medida em
08:06que cair a demanda americana, por conta das tarifas, e esses produtos forem afetados
08:11no mercado internacional.
08:12Vinícius.
08:14Rau, você falou agora há pouco, deu uma resposta dizendo que a situação da relação
08:19comercial com os Estados Unidos pode piorar antes de começar a melhorar.
08:25E a gente sabe que, até agora, pelo menos eu sei, que não tem nenhum canal de interlocução
08:29oficial, governo, governo.
08:31Agora, você tem informação de que haveria progressos por meio de lobbies, no bom sentido,
08:36empresariados?
08:37Eles estão conseguindo achar portas e algum caminho nesse labirinto aí nos Estados Unidos
08:43para conseguir algum efeito positivo para o negócio deles?
08:47Vinícius, não só eu tenho informação, mas eu estou diretamente envolvido, porque a
08:51gente está representando vários setores brasileiros.
08:55eu estou na Argentina agora, saio da Argentina para o Washington, justamente porque semana
08:59que vem a gente vai passar uma semana lá com a CNI e temos, inclusive, uma audiência
09:05da investigação da sessão 301, no dia 3.
09:09Então, o setor privado brasileiro, durante muito tempo, ficou ausente dessa relação bilateral.
09:14Era uma relação muito equilibrada, uma relação muito estável, o Brasil não crescia
09:18muitas pontações desde os Estados Unidos e um pouco a gente esqueceu de manter a presença
09:23em Washington, acho que vários setores agora estão mais atuantes, estão contratando
09:29escritórios, estão fazendo-se representar em Washington de um lado e, claro, é muito
09:34importante nesse momento a pressão dos importadores americanos sobre o governo americano e, por
09:40isso, a interlocução empresarial é tão relevante.
09:42é importante que, principalmente no momento que houver repasse de custos, que os importadores
09:49americanos façam pressão, seja para diminuir a tarifa, seja para incluir produtos na lista
09:57de a sessão, seja para que a sessão 301 não afete novos setores.
10:01Então, eu acho que, para te responder, sim, é extremamente relevante e eu acho que o setor
10:06privado brasileiro acordou para esse ponto agora.
10:08Albert Barral, consultor em comércio exterior, muito obrigado pela sua participação hoje
10:13aqui no Jornal Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC, boa noite.
10:19Boa noite, muito obrigado pelo convite.
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