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Polícias e Receita Federal deflagraram a operação Carbono Oculto em 10 estados contra fraude em combustíveis e lavagem de dinheiro, atingindo fundos de investimento com patrimônio de R$ 50 bilhões. Especialistas analisam os impactos econômicos, políticos e de mercado, e o papel da coordenação entre órgãos no combate ao crime organizado.

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Transcrição
00:00São 4h22, a gente fala agora dessa mega operação deflagrada hoje pelas polícias federal, civil, militar,
00:08Receita Federal, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual,
00:13em mais de 50 cidades de 10 estados brasileiros contra um grande esquema de crime organizado
00:19envolvendo fraude, envolvendo adulteração de combustíveis, lavagem de dinheiro.
00:25Agora há pouco, o presidente Lula se manifestou sobre essa operação nas redes sociais.
00:31A gente vai ver aqui o post que o presidente colocou no X, o antigo Twitter.
00:37Lula escreveu o seguinte, a população em todo o país assistiu hoje a maior resposta do Estado brasileiro
00:42ao crime organizado de nossa história até aqui.
00:44Em atuações coordenadas que envolveram Polícia Federal, Receita Federal e Ministérios Públicos Estaduais,
00:51foram deflagradas três operações simultâneas nos setores financeiro e de combustíveis, envolvendo dez estados.
00:59O trabalho integrado, iniciado com a criação no Ministério da Justiça do Núcleo de Combate ao Crime Organizado,
01:06permitiu acompanhar toda a cadeia e atingir o núcleo financeiro que sustenta essas práticas.
01:12Vamos seguir aqui porque tem mais um trecho daquilo que o presidente escreveu.
01:18Ele segue.
01:18Nosso compromisso é proteger cidadãos e consumidores, cortar o fluxo de dinheiro ilícito,
01:24recuperar recursos para os cofres públicos e garantir um mercado de combustíveis justo e transparente,
01:30com qualidade e concorrência leal.
01:32Seguiremos atuando com coordenação e seriedade para dar segurança às pessoas e estabilidade à economia.
01:39Aqui, portanto, a manifestação do presidente Lula sobre essa grande operação.
01:45E agora a gente traz mais informações.
01:47A Receita Federal revelou que essa organização criminosa controlava pelo menos 40 fundos de investimentos
01:55com um patrimônio de mais de 50 bilhões de reais.
01:59Esses fundos, inclusive operados a partir da Faria Lima,
02:03foram usados para financiar usinas de álcool, caminhões e imóveis de alto valor.
02:08O esquema que envolvia fintechs e empresas de combustíveis foi alvo da mega-operação chamada Carbono Oculto.
02:16O nosso repórter, Léo Valente, acompanhou essa operação e traz mais informações agora.
02:22O Ministério Público e a Receita Federal já adiantaram, anteciparam que haverá desdobramentos
02:27depois da operação feita nesta quinta-feira contra diversos endereços no Estado de São Paulo
02:34para identificar essas movimentações financeiras fraudulentas e que envolviam não só as instituições financeiras,
02:42mas também um esquema que levava o PCC a ter o domínio de toda a cadeia de produção e comercialização de combustíveis,
02:50não só no Estado de São Paulo, mas, de acordo com os promotores que estavam aqui,
02:55apresentaram os resultados dessa operação também no Estado de Goiás.
03:00Além disso, foi identificado que havia a importação de metanol,
03:04uma substância que era usada para adulteração de combustíveis.
03:08Era aplicado na gasolina, por exemplo, para que a quantidade de combustível vendida fosse menor
03:13e os postos tivessem um resultado financeiro maior,
03:18lesando, dessa forma, os consumidores que abasteciam nesses estabelecimentos
03:22sem saber se eram vítimas de algum golpe ou não.
03:27De acordo com as revelações, ainda aqui, da Receita Federal e do Ministério Público,
03:32o porto de Paranaguá, no Estado do Paraná, era usado para fazer a importação desse metanol
03:38e as notas fiscais dessa compra não indicavam realmente quem era o destinatário desse produto.
03:44Ou seja, havia uma fraude também nessa importação e depois na destinação dessa substância
03:51para adulteração de combustíveis.
03:53No caso do domínio da cadeia de produção dos combustíveis,
03:57o Ministério Público explicou que esses fundos de investimento
04:01em que eram depositados os valores movimentados pela facção criminosa
04:05eram usados para fazer investimentos, por exemplo, em usinas de produção de etanol.
04:11Então, além disso, havia também o controle de investimento,
04:15a integração, digamos assim, a infiltração da organização criminosa
04:20na produção e também na comercialização.
04:24Já a Receita Federal informou que foi identificado o uso também de maquininhas,
04:30essas que a gente tem o hábito de usar para passar cartão de crédito,
04:34até mesmo fazer operações, outras operações de pagamento que também não envolvam
04:38o cartão de crédito nesses postos de combustíveis,
04:42indicando também que já se tinha uma outra forma de agir dessa organização criminosa
04:49para movimentação de dinheiro, sem que fosse necessário o depósito desses valores numa conta.
04:55Para a gente analisar o impacto dessas operações que envolveram vários órgãos estaduais e federais hoje,
05:03Vinícius Torres Freire já está aqui no estúdio.
05:05Tudo bem, Vinícius? Boa tarde.
05:06Tudo bem, boa tarde, Fábio. Boa tarde para todo mundo.
05:08É impressionante o tamanho da organização, Vinícius,
05:11e também o quanto ela espraiou os tentáculos aí sobre a economia formal, né?
05:16Pois é, Fábio, essa história é cumprida.
05:22Aliás, começa com o PCC nos anos 90, que os governos de São Paulo negavam,
05:26mas faz anos que a gente sabe que o PCC está se institucionalizando.
05:31Indo para a política, financiando campanha, impedindo o César Cândido de Adácio de fazer campanha
05:36e está formalizando seus negócios.
05:38A gente sabia que tinha coisa nos imobiliários e principalmente em postos de combustível.
05:43De postos de combustível, passou por uma rede financeira e essa rede financeira
05:47permite que eles apliquem os recursos em ainda mais outras empresas,
05:52quer dizer, multipliquem os negócios.
05:54Para você ver, eles tinham um terminal portuário, quer dizer, um pedaço de um porto
05:57onde eles podem receber mercadorias que, no caso, eram combustíveis.
06:01Que, aliás, tem que ser autorizadas, importação que tem que ser autorizada
06:04pela Agência Nacional do Petróleo.
06:06Dali, eles misturavam combustível, falsificavam combustível,
06:09distribuíam para postos de gasolina que vendia, que punha dinheiro
06:13nesses fundos de investimento que aplicavam em outros negócios.
06:16Quer dizer, eles estavam virando um império econômico, em parte legal, com fachada legal.
06:23Faz dois anos, mais ou menos dois anos e meio, que o governo de São Paulo,
06:26o governo federal, desde o começo do governo Tarsísio, desde o começo do governo Lula,
06:29se falava que era necessário fazer uma operação.
06:32Os empresários do setor diziam, especialmente na área de combustíveis
06:35e plantadores de cana e o pessoal da usina de cana.
06:38Falando assim, olha, está tudo dominado, é preciso fazer alguma coisa.
06:41Inclusive, esses empresários passavam listas de postos para os governos,
06:46São Paulo e federal, dizendo, isso aqui é crime, esse pessoal aqui é crime.
06:50Claro que o governo pode chegar lá e fazer qualquer coisa, tinha que investigar,
06:53e essa investigação demorou dois anos.
06:56Mas é a primeira grande boa notícia contra o crime que a gente ouve
06:59em muitos e muitos anos no Brasil.
07:02Agora, para falar, não só falar do que é, que está muito bom.
07:07Primeira coisa, essas operações com fintechs foram facilitadas pelo fato
07:14de a Receita Federal não poder saber de transações de clientes,
07:19operações de clientes, como ela sabe de bancos.
07:21Quer dizer, as operações criminosas foram facilitadas.
07:23Operações criminosas, mas operações em geral.
07:25Os bancos são obrigados a prestar informações sobre transações financeiras.
07:30As fintechs, não.
07:32No começo do ano, o governo tentou fazer isso, baixou uma norma comum, ingenuamente,
07:38e, por uma campanha de partidos e parlamentares até de direita,
07:42começaram a dizer que aquilo era uma tentativa de espionar o cidadão
07:45e cobrar imposto sobre o PIX.
07:47Não era isso.
07:48Esse tipo de operação opaca facilita a vida do crime.
07:53Os bancos são obrigados.
07:55A maioria das pessoas está nos bancos.
07:58Por que as fintechs?
07:59Não.
08:00Isso foi campanha de fake news e ajudou a dar no que deu.
08:05E não é claro que só isso.
08:05Tem um monte de outros problemas.
08:07Por que uma empresa criminosa tem um terminal portuário?
08:10Por que essas empresas criminosas, empresas, vamos dizer empresas criminosas,
08:14tem 1.600 caminhões.
08:17Uma usina, ou pelo menos uma, talvez quatro usinas inteiramente dedicadas ao crime.
08:23Como isso foi chegar a esse tamanho?
08:26Bom, segunda coisa.
08:27Apesar de ser uma operação gigantesca, bem sucedida, bem pensada,
08:31feita com inteligência artificial ainda por cima para rastrear contas e tudo mais,
08:36teve conflito entre o pessoal de São Paulo e o pessoal do governo federal,
08:39que eu ainda não descobri por que exatamente, qual é o rolo.
08:42Teve cooperação e algum atrito, alguma inveja, eu não sei o que foi, algum ciúme.
08:47Ainda não consegui descobrir o tamanho da bobagem.
08:49Mas é bobagem.
08:51A gente precisa ter uma coordenação.
08:54Como vai ser essa coordenação?
08:55Não sei, é coisa especialista.
08:56Mas precisa ter uma coordenação nacional, mantendo as autonomias de todos os órgãos.
09:02Mas pessoas inteligentes, que tem tanta gente que estuda crime,
09:04tanta gente da polícia, do Ministério Público,
09:06pode pensar um esquema de cooperação que mantém as autonomias
09:10e todo mundo participe, etc.
09:11Não pode ter briga para brigar no momento que tem que lutar contra um negócio desse tamanho.
09:17É um império financeiro do crime que está se espraindo pela política,
09:21que tem ônibus em São Paulo, imóveis, postos de gasolina, usina de cana, frota de caminhão.
09:27Gente, a gente pode virar um Estado degradado tomado pelo crime.
09:35Então, essa foi uma grande notícia, mas a gente tem que prosseguir na cooperação.
09:40Outra coisa, o ministro Haddad disse que vai baixar uma norma dizendo que as instituições e financeiras,
09:48as chamadas fintechs, vão ter as mesmas obrigações de bancos.
09:51É voltar àquela regra de janeiro, então.
09:53Também.
09:54Então, entre outras.
09:56Porque, entre outros problemas de concorrência econômica,
09:59porque um setor, uma parte do sistema financeiro fica com mais obrigações que o outro,
10:02não é correto, cria um monte de problemas não regulatórios, mas também de concorrência,
10:06mas também para fechar os canais.
10:08É um dos meios de fechar.
10:09E essa briga vai ser muito longa, então é preciso começar por aí, estrangulando.
10:14Então, mais uma coisa boa é que o governo vai baixar essa norma.
10:18E vamos ver agora se vão aparecer aqueles parlamentares e outras pessoas
10:22que diziam que o governo quer espionar e cobrar imposto.
10:25Não diziam isso dos bancos, agora diziam do PIX e das e-financeiras.
10:28Enfim, é uma grande boa notícia, temos ligeiros problemas,
10:33esse conflito entre o pessoal de São Paulo e o pessoal de Brasília é ridículo, é lamentável,
10:37foi uma grande operação, um grande sucesso, é um caminho.
10:40E o pessoal tem que achar um modo de coordenação.
10:42Inclusive, o setor, que a gente acabou de dar aqui a matéria, a reportagem,
10:45você estava citando, o pessoal do setor de combustível e tudo mais,
10:49está sugerindo outras normas para criar um controle nacional de combustível.
10:53porque virou um negócio do crime que vai desde a falsificação do combustível,
10:59e aqui em São Paulo, se você bobear, você vai botar combustível podre no seu carro
11:04e vai perceber isso meia hora depois,
11:07como tem posto que consegue vender combustível dizendo que vendeu 100
11:11e, na verdade, vendeu 90.
11:12Tem um monte de fraude, até a criação de um império financeiro e econômico do PCC.
11:18Agora, tem esse lado bom, vamos enfatizar, primeira grande boa notícia,
11:22tem esses problemas e ainda falta muito para fazer, para começar a estrangular o crime.
11:27Mas foi um grande passo.
11:29Queria reforçar um ponto do que você falou, Vinícius.
11:32O passar do tempo, inclusive sem esse nível de articulação entre os dois lados,
11:37foi deixando a coisa crescer como um câncer, que de fato é,
11:40e adquiriu o tamanho que adquiriu.
11:42Exatamente.
11:44Primeiro, nos anos 90, eu vi isso, como jornalista, falando com as autoridades,
11:50às vezes, não, esse negócio parece ser uma fantasia de jornalista.
11:53Bom, segundo, que há quantos anos a gente ouve dizer que é preciso ter
11:59uma coordenação nacional contra o crime, um sistema único de informações criminais.
12:04Faz tanto tempo que, desde quando eu sou criança,
12:06eu tinha aquela história que o Campeonato Brasileiro precisava de um calendário,
12:09falavam isso, que o futebol brasileiro é desorganizado.
12:12Até hoje falam isso.
12:13Eu tinha 10 anos de idade, faz quase meio século, e as pessoas falavam disso.
12:18E, um pouco depois disso, diziam que é preciso uma coordenação nacional contra o crime.
12:23E olha que a gente estava falando de um crimezinho que, nos anos 70 e 80,
12:27parecia horrível, mas hoje parece amador.
12:29Agora a gente está falando com profissionais, altamente treinados,
12:32que têm inserção no sistema financeiro.
12:35E por que deixou crescer?
12:38Porque não tinha, entre outras coisas, essa coordenação nacional.
12:40E todo mundo tem que enfatizar como é possível que tenha disputa política
12:47ou qualquer outra administrativa que seja, ou até legal.
12:51Às vezes dizem que isso aqui é atribuição minha, não é atribuição sua,
12:55para combater um problema desse tamanho.
12:57E é desse tamanho, gente.
12:58A gente vê o que aconteceu no México.
13:01O México deixou o crime crescer e ele está muito mais inserido no sistema político
13:07e na economia do país do que aqui.
13:09É uma desgraça que depois é muito difícil de tirar.
13:11Ela é sempre difícil de tirar.
13:13Veja a máfia na Itália, as máfias da Itália.
13:15Então, assim, não tem conversa, a gente precisa criar um sistema,
13:18dessa vez, não só informal, como houve a coordenação dessa vez,
13:21mas precisa criar um sistema bem pensado.
13:23Dá para criar, sem bobagem, sem disputa, sem ciumeira, dá para criar.
13:28E mostra resultado, a gente viu.
13:30Deu uma batida feia nesse pessoal e precisa agora institucionalizar isso.
13:36Dizer, olha, essa é uma prioridade nacional.
13:38A gente fala tanto de economia, que o país não vai para frente da economia.
13:42A economia do país não vai para frente também, porque tem crime.
13:45Desde a devastação humana até os prejuízos.
13:49As empresas têm que gastar com segurança, o cidadão tem que gastar com segurança,
13:52o cidadão perde seu celular, o cidadão paga combustível podre.
13:55Tudo isso é prejuízo econômico.
13:57Mas, claro, o principal motivo é humano e político,
14:00porque essa gente, se deixada, vai contaminar o sistema político inteiro.
14:03E a gente já está vendo notícia aqui na cidade de São Paulo.
14:08Obrigado, Vinícius.
14:10E o Ministério Público Paulista identificou os fundos de investimento usados pelo crime organizado
14:16para lavagem de dinheiro nesse imenso esquema.
14:20O promotor de justiça, João Paulo Gabriel, afirmou que é um refinamento criminoso.
14:26Vamos ouvir o que disse o promotor.
14:28Toda investigação ainda tem processo de depuração, mas o que nós percebemos é que há uma possível
14:34sobreposição das atividades de organização criminosa sobre as instituições de pagamentos
14:38identificadas, que praticamente operam em favor desse grupo.
14:42A gente não consegue afirmar ainda que ela é exclusiva do grupo,
14:45mas boa parte da movimentação que é bilionária ocorre via essa instituição,
14:50aliás, são duas instituições de pagamentos, e também as gestoras de fundos de investimentos idem.
14:55Elas possuem outros fundos de investimentos, com outros clientes, outras pessoas,
15:00mas parcela substancial dos fundos identificados pertencem ao grupo criminoso,
15:04tanto que os valores e o patrimônio já estão identificados, mapeados e bloqueados.
15:08É um refinamento criminoso, e quando você cria um vácuo no Estado,
15:13uma possibilidade de criação de um paraíso fiscal dentro do Estado brasileiro,
15:17esse mecanismo, esse duto, passa todo tipo de dinheiro.
15:20de todas as vertentes criminosas, então, esse ponto de atuação regulamentar
15:26é bastante importante para sanar esse duto financeiro que nós identificamos.
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