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Transcrição
00:00O presidente Lula comentou nas redes sociais o projeto de lei anti-facção aprovado pela Câmara.
00:06Lula criticou as mudanças feitas pelos deputados no texto original do Executivo.
00:12Vamos ver aqui então o post do presidente. Ele escreveu o seguinte.
00:15Precisamos de leis firmes e seguras para combater o crime organizado.
00:19O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL anti-facção que nosso governo apresentou.
00:25Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica.
00:30Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei.
00:34É importante que prevaleça no Senado o diálogo e a responsabilidade na análise do projeto
00:39para que o Brasil tenha, de fato, instrumentos eficazes no enfrentamento às facções criminosas.
00:45O compromisso do governo do Brasil é com uma agenda legislativa que fortaleça as ações da Polícia Federal,
00:50garanta maior integração entre as forças de segurança e amplie o trabalho de inteligência
00:56para enfrentar as facções nos territórios onde elas tentam se impor,
01:00mas especialmente para atingir as estruturas de comando que sustentam e financiam seus crimes.
01:06Estamos do lado do povo brasileiro e não abriremos mão de combater de verdade toda a cadeia do crime organizado.
01:13Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o projeto de lei antifacção aprovado pela Câmara
01:19também enfraquece a atuação da Polícia Federal e da Receita Federal no combate ao crime organizado.
01:25O ministro foi na mesma linha do presidente Lula.
01:28Segundo Haddad, o texto retira recursos das corporações no momento de intensa operação.
01:33Vamos acompanhar o que ele disse.
01:35Paradoxalmente, ele asfixia financeiramente, não o crime organizado, mas a Polícia Federal.
01:45Ele tira dinheiro da Polícia Federal e enfraquece a Receita Federal no combate ao crime organizado.
01:53Nós estamos com três operações muito importantes e as maiores da história em curso nesse momento.
02:02Nós temos o combate aos fundos lá da Faria Lima, que estavam lavando dinheiro para o crime organizado.
02:12Nós temos o combate à máfia do combustível no Rio de Janeiro.
02:19Foi uma segunda operação.
02:21E nós temos agora, desde ontem, a questão da fraude do sistema bancário, que vocês acompanharam desde ontem.
02:29O projeto enfraquece essas operações.
02:34Não apenas asfixia financeiramente a Polícia Federal para os próximos anos,
02:39como cria uma série de expedientes frágeis que vão ser utilizados pelos advogados do andar de cima do crime organizado
02:49para obter vantagens no judiciário, que vai ter que respeitar a nova lei se ela for aprovada.
02:55Então, por melhor que tenha sido a intenção, ela vai na direção absolutamente contrária do que se pretende.
03:04Ela facilita a vida dos líderes do crime organizado e asfixia financeiramente a Polícia Federal
03:11e fragiliza as operações de fronteira da aduana, que é da Receita Federal.
03:17Então, nós estamos realmente na contramão do que nós precisamos.
03:21Nós fizemos vários gestos, vários apelos que não foram ouvidos.
03:27As pessoas, eu penso, votaram de boa fé, mas sem compreender pelo exíguo tempo em que o projeto foi discutido.
03:35Aliás, a quinta ou sexta versão, que foi a plenário, não houve audiência pública, não houve oitiva de especialistas, de criminalistas.
03:49Os grandes criminalistas brasileiros não foram ouvidos.
03:52Nós fizemos o que pudemos, mantivemos um canal de comunicação permanente, mas não fomos atendidos nos pleitos importantes.
04:06Se burocratizou, em parte, o perdimento, que deveria ser reforçado, do contrabando.
04:12Quando se fala de contrabando, é cigarro, é bebida, armas, combustível, tudo isso ligado ao crime organizado.
04:22E você está enfraquecendo o poder da Receita Federal nas aduanas, nas regiões de fronteira.
04:29Você acha que no Senado vai ser mais fácil esse diálogo?
04:32Eu não sei avaliar, espero que sim.
04:35Mas o meu papel aqui, como ministro da Fazenda e, portanto, o responsável pela Receita Federal do Brasil,
04:45e, portanto, das aduanas brasileiras, a aduana é uma responsabilidade da Receita Federal.
04:52E essas três operações que eu citei, os fundos de lavagem de dinheiro da Faria Lima,
04:58a máfia dos combustíveis no Rio de Janeiro, e agora, aqui em Brasília, a questão da fraude no sistema financeiro,
05:11essas operações vão ser enfraquecidas com esse projeto.
05:15Que, repito, asfixia financeiramente a Polícia Federal e não o crime organizado.
05:21Ministro, mas como que isso mudaria?
05:23Que o próprio líder, o deputado Lindbergh, falou, olha, quando o texto for para o Senado,
05:27a gente vai tentar voltar o texto original elaborado pelo governo federal.
05:31Como seria essa manobra?
05:32Estamos aqui sob a batuta do ministro Lewandowski, que tem feito, com todo o seu conhecimento jurídico,
05:40tem feito um combate ao crime organizado, mandou uma PEC.
05:44Nem relator do devedor com o Tomás ainda foi destacado, designado.
05:49A PEC da Segurança Pública tem relator, mas não tem data ainda para votar.
05:58E é uma PEC importante, porque integra os órgãos de combate ao crime organizado
06:04e os órgãos de suporte ao combate ao crime organizado, que é justamente a Receita Federal e COAF.
06:10Então, é uma integração.
06:13Nós precisamos sensibilizar a opinião pública.
06:15Vocês viram as fraudes que foram apuradas com fundos de pensão, sobretudo no Rio de Janeiro.
06:2325% do fundo de pensão dos servidores públicos do Rio de Janeiro comprometidos.
06:29Um quarto da poupança da vida de uma pessoa comprometida com a compra de títulos sem lastro.
06:37Então, é uma situação muito delicada.
06:39Nós temos que reforçar o Ministério Público, COAF, Polícia Federal e Receita Federal,
06:47Ministério Público, inclusive estadual, para combater o crime organizado.
06:51O que aconteceu?
06:52E não asfixiar a Polícia Federal, tirando o dinheiro da Polícia Federal,
06:56no momento da sua maior atuação contra o crime organizado.
07:01Esse projeto de lei antifacção foi aprovado na Câmara depois de muitas idas e vindas
07:08no trabalho do relator, o deputado Guilherme de Riti.
07:11O texto, que é de autoria do Executivo e foi relatado pela oposição,
07:16ficou no centro da disputa política após a mega operação policial no Rio,
07:20que terminou com 121 mortos.
07:22O projeto agora vai para o Senado e o texto prevê endurecimento de penas,
07:27novas regras para bloqueio de bens de investigados
07:30e aprimoramento de ferramentas de investigação contra facções criminosas.
07:34Eu vou conversar agora com o Caio Ferrari, professor de Economia do IBMEC Rio,
07:39sobre o saldo aí, o que a gente tem de aprovado nesse projeto.
07:43Caio, boa tarde para você. Tudo bem contigo?
07:46Boa tarde. Tudo bem? Obrigado pelo convite.
07:48Caio, obrigado aqui pela sua participação.
07:50A gente acompanhou aí a primeira manifestação do presidente Lula,
07:53depois do ministro da Fazenda, Fernando Haddad,
07:56de críticas ao projeto que saiu da Câmara após as modificações que foram feitas lá.
08:01Qual a sua opinião sobre esse projeto?
08:03Em termos de impactos econômicos, o que você avalia?
08:07Melhorou ou piorou?
08:09A gente tem que levar em consideração que o projeto surge no momento
08:14em que existe uma demanda da sociedade por combate ao crime.
08:20Então, o projeto ganhou força com base nos eventos que a gente teve.
08:26E assim, teoricamente, foi o objetivo de tentar combater melhor o crime organizado.
08:33A questão principal, muitas vezes, e a discussão principal sobre o crime,
08:39ela não vai estar necessariamente ligada só à punição.
08:46Ela, por exemplo, está ligada à possibilidade da punição.
08:50Então, por exemplo, a crítica em relação à perda de efetividade da política federal
08:56é uma crítica válida.
08:59Porque, teoricamente, o que impediria a gente cometer o crime,
09:05em parte, é o endurecimento das penas, sim.
09:07Mas não adianta a gente endurecer as penas se elas não são aplicadas.
09:12Então, o fortalecimento, na verdade, do combate no sentido de fortalecer a Polícia Federal,
09:17fortalecer a Polícia Civil, de investigar, tudo isso, na verdade, é complementar.
09:25Assim como a gente reduziu a possibilidade de ganho do crime,
09:31também é complementar nesse processo.
09:34No final das contas, o crime organizado está numa análise de custo-benefício.
09:39Eu não vou me arriscar a cometer crime ou a fazer parte de uma facção
09:50se o meu ganho esperado é baixo e se a pena é severa e ela é, de fato, aplicada.
09:57Então, assim, teórica, você pode dizer teórico, de teoria econômica do crime,
10:02os caminhos seriam esses.
10:05Então, se você cria um projeto que, por exemplo, está preocupado em classificar ou não,
10:13por exemplo, lá no texto original, como terroristas,
10:17a gente não ganha com isso muita coisa, no final das contas.
10:21Na verdade, isso pode prejudicar a economia brasileira.
10:23Se a gente for pensar do ponto de vista macroeconômico,
10:26pode reduzir o investimento estrangeiro, pode aumentar o risco soberano,
10:31a percepção de risco no Brasil,
10:33de fato pode tornar as nossas taxas de juros mais altas.
10:38Tudo isso pode, na verdade, ainda, além do efeito que já tem na economia,
10:44pode tornar a situação pior.
10:46Então, assim, a gente tem que ter o certo cuidado
10:49para buscar medidas que tenham efetividade
10:53e que não prejudiquem a economia.
10:56Você acabou de mencionar um ponto que chegou a ser colocado pela oposição nesse texto,
11:03foi objeto de críticas e acabou saindo.
11:06Agora, como o projeto ainda vai passar pelo Senado,
11:09a gente não pode descartar nada,
11:10que isso, eventualmente, não possa voltar à matéria.
11:15Eu vou te pedir, então, para se deter um pouco mais sobre esse ponto.
11:17Você estava falando da ideia de classificar facções criminosas
11:20como organizações terroristas.
11:22E isso, perante o mundo, tem uma série de impactos econômicos sobre o Brasil?
11:28Tem questão até, por exemplo, de empresas,
11:32questões de regras, de não expor seus funcionários a terrorismo.
11:37Então, assim, equiparar o narcoterrorismo,
11:45o questão que a gente chama de narcoterrorismo,
11:47com o crime organizado, na verdade,
11:50eu não sei em que medida isso fortaleceria o combate,
11:54o que não poderia ser feito pelo aumento das penas, simplesmente.
11:59Rotular parece ter um caráter muito mais performático do que efetivo.
12:04Na verdade, a gente tem muito mais a perder com isso.
12:07A gente, necessariamente, dizer que no Brasil a gente tem terroristas.
12:13Sendo que, na verdade, são grupos com interesse financeiro forte.
12:17Então, assim, a gente tem visto isso crescer,
12:19tem visto lavagem de dinheiro, talvez maior, em diversos setores.
12:24As atividades desses grupos, elas são atividades econômicas,
12:29é extorsão dos moradores, é monopólio de serviços,
12:32venda de produtos ilícitos, roubo de carga.
12:38Então, assim, tudo isso está muito mais associado com o crime,
12:42no sentido econômico mesmo, do crime de obter vantagem financeira.
12:46Ou seja, e não necessariamente, o que seria efetivamente,
12:52do ponto de vista das relações internacionais,
12:54classificado como terrorismo e terrorismo.
12:56Então, assim, o que o Brasil ganha em dizer que as facções são terroristas?
13:02Na verdade, nada.
13:04Não vai combater melhor por isso, necessariamente.
13:08Provavelmente vai ter muito mais possíveis prejuízos do que benefícios.
13:12Tem até uma diferença aí de conceituação mesmo,
13:16porque se entende por terrorismo ações espetaculares
13:21feitas normalmente em nome de uma política, de uma ideologia.
13:24Muitas vezes a questão central ali não é o dinheiro,
13:27não é enriquecer o criminoso,
13:29e sim agir dentro daquela ideologia extremista que esse grupo apregou.
13:34Enfim, mas para além dessa divergência conceitual até,
13:38existem essas questões econômicas ou existiriam essas questões econômicas
13:43que você está colocando caso esse dispositivo entrasse no texto.
13:47Agora, falando ainda do lado econômico,
13:49do impacto econômico de um projeto como esse, Caio,
13:53olhando esse lado, até que o ministro Haddad vinha apresentando,
13:56o lado da importância do sufocamento financeiro dessas organizações.
14:00Você acha que esses mecanismos estão contemplados no projeto que foi aprovado?
14:04Assim, em parte sim, mas em parte também depende da efetividade da aplicação deles.
14:13Então, assim, por mais que a gente crie um projeto que tente contemplar,
14:19é difícil a gente fazer isso na prática,
14:22porque, por exemplo, em algumas regiões,
14:25sobretudo no Rio de Janeiro,
14:27o Estado não tem capacidade de intervenção.
14:30O que a gente viu na última operação é o Estado entrar e sair.
14:35E, efetivamente, o território está sendo explorado economicamente pelas facções.
14:42Então, assim, é difícil você pensar que você vai asfixiar completamente
14:49se você não recuperar esse território.
14:51Então, assim, você provavelmente consegue,
14:53indo para a lavagem de dinheiro,
14:56indo para outros caminhos que estão contemplados dentro da PL,
15:00asfixiar em parte.
15:03Mas a fonte do problema, que é efetivamente o Estado não conseguir exercer
15:08o monopólio da segurança,
15:10não conseguir efetivamente que os direitos de propriedade
15:14sejam respeitados nas regiões,
15:19isso necessariamente prejudica bastante a economia
15:24e, no final das contas, dá um potencial muito grande à arrecadação.
15:26Então, assim, quem arrecada, hoje em dia, nos territórios dominados
15:30são as facções.
15:33Então, assim, em parte você pode combater isso?
15:35Pode, mas provavelmente, de certa maneira, vai ser insuficiente.
15:41Sim, na minha opinião.
15:43Caio Ferrari, professor de economia do IBMEC Rio.
15:46Obrigado, Caio, pela sua análise aqui.
15:47Uma boa tarde para você.
15:49Boa tarde, obrigado.
15:50E aí
15:55E aí
15:57E aí
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16:02E aí
16:05E aí
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