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Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (PROAM), explicou por que a COP30 será a conferência da implementação. Ele falou sobre os custos econômicos da crise climática, o papel dos EUA e o fundo global de perdas e danos.

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Transcrição
00:00Falta pouco, hein? A COP30, que será realizada em Belém há um mês, dentro de um mês mais ou menos,
00:10promete ser marcada por muitas discussões, entre elas o custo econômico da transição verde.
00:17Sobre esse e outros assuntos, nós conversamos agora com o Carlos Bocuí, que é presidente do PROAM,
00:22o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental. Carlos, boa noite para você, seja muito bem-vindo.
00:28Boa noite, é um prazer estar aqui.
00:31Bom, como lidar então com esse dilema aí entre acelerar compromissos climáticos, junto com desafios macroeconômicos aí,
00:38como déficit fiscal, crescimento baixo?
00:42Bom, hoje a gente tem uma realidade que está sendo pontuada pelos organismos de pesquisa econômica internacionais,
00:50como a Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, que dizem que o custo das mudanças climáticas para a humanidade,
00:58será seis vezes maiores do que se estima hoje.
01:03Então, essa realidade, essa constatação a partir de uma visão macroeconômica de quais são os impactos reais no futuro,
01:13está levando a uma preocupação muito intensa, porque os acordos que podem ser feitos das conferências climáticas,
01:20eles devem ter por base essa métrica, essa constatação de que o impacto econômico é muito maior para o futuro.
01:30Então, as medidas que têm que ser adotadas agora, elas têm que ser mais firmes, elas têm que ser mais rigorosas, mais intensas,
01:38prevendo que você tenha um processo de mitigação, de desaceleramento do aquecimento global,
01:45para evitar essa enorme conta futura de desastres ambientais.
01:50Um exemplo disso, por exemplo, é o que aconteceu por ocasião do furacão Katrina, nos Estados Unidos,
01:58há anos atrás, onde a região praticamente não conseguiu se recuperar.
02:03Então, é importante que essa métrica econômica, ela seja considerada nas conferências climáticas,
02:11para evitar que o custo futuro venha a ser uma surpresa bastante desagradável para a sociedade humana.
02:19O professor, o fato dos Estados Unidos estarem bem alheios à COP,
02:24inclusive não mandaram delegação para participar de encontros preparatórios,
02:29isso não tira um pouco o poder da COP?
02:31Isso tira um pouco do brilho, porque o que se espera, nesse momento,
02:38é que você tenha um fortalecimento do multilateralismo colaborativo entre as nações,
02:44que todas estejam lá para fazer a diferença e pactuar o futuro que nós precisamos.
02:52E quando uma potência como os Estados Unidos se retiram do processo,
02:57naturalmente você tem um enfraquecimento no diálogo.
03:00Então, uma das maiores economias do mundo fora da discussão vai, de certa forma,
03:07desprestigiar o evento.
03:09Porém, é importante notarmos que, por exemplo,
03:13a própria comunidade europeia, ela vem ganhando bastante espaço nesse processo
03:18e os países também em desenvolvimento ocupam também esse espaço.
03:23Então, o que se espera para o futuro é que essa retirada norte-americana da discussão, no momento,
03:32ela seja retomada, até mesmo porque os custos de impactos ambientais para o território norte-americano serão enormes,
03:42que já tem uma vulnerabilidade evidente, não só a eventos extremos, mas também com relação ao calor extremo,
03:51que tem assolado os Estados Unidos nos últimos anos.
03:55Felipe Machado.
03:57Oi, Carlos. Boa noite.
03:59Carlos, a gente tem feito entrevistas aqui relacionadas à COP30 e uma palavra que aparece muito é a palavra implementação.
04:05Estão chamando a COP de COP da implementação.
04:07Queria saber a sua opinião sobre isso. Você concorda que ela será a COP da implementação?
04:12E o que a gente pode esperar disso?
04:15Não tenho dúvida, porque durante todo esse período, nós estamos na COP30, quer dizer,
04:20já ocorreram antes dessa 29 COPs, né?
04:24E nós tivemos um avanço bastante interessante no sentido de estabelecer perspectivas para o futuro.
04:33Porém, as medidas reais de implementação, elas não foram devidamente discutidas.
04:39Elas passam a ser discutidas agora.
04:41E a COP30, ela marca esse momento onde, por exemplo, os países vão ter que, de fato, dizer
04:48o que vão fazer para mitigar os gases de efeito estufa em cada nação,
04:54para que a gente tenha um prognóstico futuro possível.
04:57Então, de fato, a COP30 é o momento onde o compromisso de implementar medidas efetivas
05:05para conter o aquecimento global vai acontecer.
05:11Então, a gente tem uma expectativa muito positiva de que esses bons acordos, né?
05:17Para todos nós e para o futuro também, ocorram na conferência COP30.
05:21E quais você acha que vão ser os pontos de maior discórdia aí,
05:25ou pelo menos de maior discussão nessa edição da COP, Carlos?
05:29Olha, eu acho que hoje o maior problema que nós temos é essa perda do multilateralismo colaborativo
05:37entre as nações.
05:38E aí você tem uma falta de despojamento das nações quando elas vão para a mesa de negociação.
05:46Cada uma preocupada com o seu interesse geopolítico, com a questão econômica, pessoal,
05:52seriam as economias domésticas, não é?
05:55E outra questão é a guerra, que se vê presente,
05:59tanto agora melhor a situação em Gaza, mas ainda na Ucrânia.
06:04Então, o fato de nós termos um mundo em estabilidade,
06:08ele faz com que as nações, elas não coloquem o foco devido
06:12na área do grande problema humanitário, que é a mudança climática.
06:17Porque você tem outros elementos ainda de paz no mundo
06:21que estão em processo de equacionamento.
06:24Nós temos hoje 120 conflitos a mais no mundo, não é pouca coisa, não é?
06:28Então, o fato é que nós teríamos que ter um momento mais oportuno,
06:35mas com um pouco mais de paz global, não é?
06:38Para que esses países, indo à mesa de negociação,
06:43eles deixassem as suas perspectivas domésticas,
06:47pessoais de interesses econômicos,
06:49e de fato se voltassem para as grandes questões,
06:52que são as questões de sobrevivência humanitária.
06:56Então, eu acho que esse é o grande problema que se coloca hoje.
07:00Ainda essa falta de despojamento das nações
07:04para enfrentar um problema que é concreto e é extremamente sério para a humanidade.
07:09Felipe?
07:10Carlos, o Marcelo perguntou agora das questões,
07:13as maiores discussões, né?
07:15Eu queria que você falasse quais são as medidas que a gente pode ter
07:18a esperança de que serão implementadas, né?
07:20Na prática, quais são as medidas que devem ser anunciadas
07:23e implementadas a partir dessa COP?
07:25Olha, a primeira questão, por exemplo,
07:27é o acordo dos compromissos de cada país
07:31para reduzir os gases de efeito de estufa.
07:33Esse é o ponto zero da discussão, né?
07:36É o compromisso climático real, necessário, obrigatório.
07:40A segunda questão é o fundo de perdas e danos,
07:44que se espera que ele tenha uma melhor solução,
07:47porque nós sabemos que os países que no futuro vão sofrer mais
07:51com os impactos climáticos
07:53são exatamente os países mais pobres, mais vulneráveis.
07:57Então, a criação desse fundo para socorrer esses países,
08:01evitando que as economias desses países venham em determinados momentos
08:06a sucumbir diante dos impactos climáticos,
08:09como eu já coloquei no início,
08:11quer dizer, a gente tem aí um custo econômico muito maior
08:15para o futuro do que se esperava,
08:17então isso é necessário que se faça agora.
08:20E há uma perspectiva de 1 trilhão e 300 bilhões de dólares
08:25impedidos para que esse fundo seja colocado em vigor, né?
08:32Seria um fundo de prevenção das mudanças climáticas
08:36para os países vulneráveis e também para recompor danos ambientais
08:41caso esses países sejam atingidos.
08:44Esse ponto do financiamento climático global é fundamental.
08:48E a gente espera que ocorra na COP30.
08:52Carlos Bocuí, presidente do PROAM,
08:54Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental,
08:56muito obrigado pela sua participação hoje
08:58aqui no Jornal Times Brasil e boa noite.
09:01Eu que agradeço. Boa noite. Até mais.
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