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Carlo Pereira analisou como os minerais críticos estão no centro da geopolítica global no quadro Capital Sustentável. Alemanha e Canadá firmam parcerias estratégicas, enquanto no Brasil a venda de níquel para a MMG, ligada à China, gera debates sobre concentração e refino. Saiba os impactos econômicos e políticos dessa disputa.

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Transcrição
00:00Quarta-feira é dia de capital sustentável com o nosso notável e especialista em sustentabilidade,
00:11o Carlo Pereira. Hoje a gente vai falar sobre uma disputa que mostra como os minerais críticos
00:16estão no centro da geopolítica mundial. Nessa semana, Alemanha e Canadá anunciaram
00:21uma parceria estratégica para fornecimento desses recursos e também para cooperar em
00:25energia. Enquanto isso, aqui no Brasil, viralizou a notícia de que o Brasil teria vendido uma
00:31mina de níquel para a China. Na verdade, a venda foi feita pela Anglo American para a MMG,
00:36que é ligada ao governo chinês. E ainda existe a polêmica de que um bilionário turco teria
00:41oferecido quase o dobro do valor e foi preterido. Bastante conversa para a gente, hein, Carlo?
00:46Boa noite para você. Seja bem-vindo aqui ao Real Time. Eu queria começar, então, conversando
00:51sobre esse acordo aí entre a Alemanha e Canadá.
00:55Marcelo, tudo bem? Boa noite. Boa noite a você e todo mundo que está nos assistindo.
01:00Olha só, parece roteiro de filme, né? E o que é interessante também, a gente já falou
01:06sobre minerais críticos aqui algumas vezes e dá para a gente falar, na verdade, todo
01:11dia, porque não faltam episódios diários nessa discussão global de minerais críticos, né?
01:20Como você bem comentou, a Alemanha e Canadá, então, eles fizeram, o Matt e o Mark Kearney, né?
01:27Fizeram esse acordo com relação a minerais críticos e também com relação à energia, né?
01:33E isso é muito importante nesse momento, porque frases do próprio Mark Kearney, né?
01:39Que, assim, a gente está fazendo aqui é conseguindo se desvencilhar um pouco de uma superpotência
01:48que quase que monopoliza os minerais críticos. Falava ele, então, da China, né? Principalmente terras raras.
01:56Então, por isso que a gente está vendo mais e mais hoje, de novo, a gente viu o caso, então,
02:03de Alemanha e Canadá, mas a gente pode citar uma série de outros casos que vieram ao longo
02:10desses últimos meses, né? Então, a gente pode falar de minerais críticos entrando na discussão
02:16Estados Unidos e Ucrânia, né? Para apoio dos Estados Unidos à Ucrânia. A gente viu isso agora, né?
02:23A gente está no meio de uma outra guerra, que é o Trump, falando que se a China não liberar
02:31como ele quer, né? Os ímãs que é feito, então, de terras raras, ele vai impor uma tarifa de 200%, né?
02:40Minerais críticos, terras raras especificamente, já entram nessa discussão Estados Unidos e China
02:46desde a primeira gestão do governo Trump, né? Agora, Estados Unidos também com relação ao Congo e cobalt,
02:53então, é isso. Hoje, a gente vê a geopolítica sendo comandada por minerais críticos e,
03:01dentro deles, as terras raras.
03:03E no caso do Brasil, Carlo, eu queria que você analisasse essa questão do níquel aqui.
03:09Estão usando o argumento de que a China agora vai ficar com uma super concentração aí da produção
03:15de níquel, já que essa mina tem investimentos chinês. Mas, até que ponto isso pode ser apenas,
03:23digamos assim, um choro de perdedor de quem não conseguiu comprar a mina?
03:26E até que ponto esse argumento aí é válido?
03:29Olha, Marcelo, me parece ser um pouco dos dois, né?
03:33Vamos lá. Primeiro, quando a gente fala em níquel e quando falamos em níquel e níquel no Brasil,
03:3965% do níquel no Brasil, que é a terceira maior reserva do mundo, já é dos chineses.
03:48Quando eu digo dos chineses, vamos lembrar, né?
03:50Quando a gente está falando em mineração do Brasil, obviamente, isso aí é uma outorga,
03:54uma concessão para as empresas que exploram aqui.
03:57Mesmo nessa transação de Anglo-American para MMG, como você comentou,
04:03ela, claro, carece de toda uma aprovação de órgãos como a Agência Nacional de Mineração,
04:10o próprio CAD, né? O INCRA está batendo forte com relação a isso, fazendo questionamentos ali, né?
04:16E aí o níquel, como eu vinha dizendo, 65% dele já passa pela China, né?
04:22E olha só, tem uma coisa muito interessante, Estados Unidos, por exemplo,
04:26que não tem uma grande reserva de níquel, né?
04:29Traz muito do níquel, por exemplo, do Canadá, mesmo esse níquel dos Estados Unidos,
04:36a maior parte dele passa para ser refinado na China.
04:41Então, essa é outra grande questão da China.
04:44Não é que a China tem grandes reservas de tudo ou possui reservas em outros países,
04:51mas além disso, e onde está o pulo do gato, eu diria, dos chineses aí,
04:56é com relação a processamento e refino desses minérios, né?
05:01Isso que a gente tem que ficar atento.
05:02Então, Estados Unidos, apesar de teoricamente, por exemplo,
05:06estou citando esses dois países, teoricamente não trazer o níquel da China,
05:12boa parte desse níquel, que teoricamente é canadense,
05:17passa para ser refinado pelos chineses, né?
05:21Então, o que a gente tem visto aqui, e terras raras, né?
05:24Que aí é uma concentração absurda, né?
05:27A China tem a maior reserva do mundo, mas ela conta ali com 30%, 40%, né?
05:35Contando com o Brasil, a gente vai para mais de 60%, quase 70%.
05:39Mas o que acontece é que 90% do refino desses minerais e terras raras,
05:46eles têm uma particularidade, que o refino é muito difícil, 90% desse refino é feito na China, né?
05:55Então, sem dúvida nenhuma, não só os americanos, né?
05:59E não só também os países ocidentais, mas o mundo como um todo,
06:04deixaram a China avançar muito fortemente, né?
06:09Então, um ex-presidente chinês já falou, né?
06:14Que enquanto os árabes têm petróleo, a gente tem as terras raras, os minerais críticos.
06:21E você acha que para qualquer país alcançar a China na capacidade de refino,
06:25nessa tecnologia de produção aí, vai demorar muito tempo ainda?
06:29Olha, demorar demora, sem dúvida nenhuma.
06:31Mas o que a gente tem que fazer, entendo eu, aqui no Brasil,
06:36é fazer o que o Chile fez, né?
06:39Então, o Chile, ele está colocando uma condição,
06:42que é uma condição muito normal da China,
06:45quando empresas estrangeiras vão para o seu território,
06:48que é o quê?
06:49Olha só, quer explorar meu minério?
06:51Tudo bem, só que tem que ter transferência de tecnologia, né?
06:56Então, me parece muito importante de que o Brasil faça isso.
06:59E eu queria observar uma coisa que me parece importante, né?
07:03Muitas vezes a gente escuta, né?
07:06Fala assim, não, mas que o Brasil não pode ficar só exportando commodities, né?
07:11O minério bruto tem que processar, tem que refinar,
07:15tem que, inclusive, criar aqui outros produtos com esses minérios
07:22para depois exportar, né?
07:24E aí falam das empresas.
07:26Só que acontece, quando a gente fala em mineração,
07:29a margem que essas mineradoras têm na explotação do minério bruto é muito grande.
07:35Então, muitas vezes, não faz sentido para essa empresa fazer isso.
07:39Aí entra o governo.
07:40Por isso que é uma agenda de Estado, né?
07:43Nem de governo, é uma agenda de Estado.
07:45É uma agenda de longo prazo, né?
07:47O governo está para lançar plano de minerais críticos, né?
07:52Já fez acordo com os BRICS.
07:55O G7 também lançou o seu plano para minerais críticos.
07:59Então, todo mundo está se estruturando.
08:01Então, o que a gente tem que fazer é, sem dúvida nenhuma,
08:04não só lançar esse plano de minerais críticos,
08:07mas implementá-lo, que aí, claro, que é o mais difícil.
08:11Carlos Pereira, muito obrigado pela participação e boa noite.
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