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Umesh Mukhi, professor de administração na FGV explica como Brasil e Índia podem potencializar comércio, tecnologia, saúde e agronegócio com investimentos bilaterais e estabilidade política no Brics.

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Transcrição
00:00Para a gente continuar conversando sobre BRICS, eu convido agora para esse bate-papo o Mesh Mukhi,
00:06que é professor associado de administração na Fundação Getúlio Vargas e na AESP,
00:13para comentar justamente esse encontro entre o presidente Lula e o primeiro-ministro da Índia,
00:17Narendra Modi, que aconteceu hoje no Palácio do Alvorada, lá em Brasília.
00:21Queria agradecer a presença do professor Mesh e trazer esse papo, professor, para um nível mais financeiro, mais econômico.
00:33Quais são as principais vantagens dessa aproximação entre Brasil e Índia?
00:39Eu vou esquentar a nossa conversa, eu preparei uma série de gráficos aqui para a gente ver o tamanho da relação comercial entre os dois países,
00:45mas em linhas gerais, para a gente dar um pontapé inicial aqui no nosso papo,
00:50quais seriam as vantagens mútuas de Brasil e Índia nessa aproximação, nesse aumento de laços?
00:58Obrigado pela participação aqui no Conexão, boa noite mais uma vez.
01:02Boa noite, muito obrigado pelo convite, é uma honra estar aqui compartilhando um pouco sobre você, sobre o que está acontecendo.
01:09Na verdade, se você vai ter uma olhada histórica, a Índia e o Brasil já tem uma relação bem forte,
01:17considerando que ambos são as democracias, são as economias importantes, ambos hemésferos,
01:23tanto na Ásia, aqui na América do Sul, mas se você vai comparar o tamanho de balanço econômico que o Brasil tem em relação com outro país,
01:35com a Índia ainda é pouco, mas é muito estratégico.
01:38Por exemplo, a Índia teve papel fundamental em desenvolver agronegócio aqui no Brasil, principalmente em gado,
01:48a gente sabe que a genética de rebanho brasileiro vem da Índia, então a Índia teve esse papel muito importante.
01:57Por outro lado, a gente também vê que investimento do Brasil no setor estratégico na Índia,
02:03recentemente a gente viu investimento em área de defesa, temos empresas como o WEG, que estão na Índia,
02:12temos empresas como o Tata, que são as empresas de tecnologia aqui no Brasil,
02:16então temos uma relação que nós podemos falar que a cesta econômica de relações bilaterais é composta pelo commodities,
02:28depois temos investimentos de multinacionais e agora estamos vendo com essa aproximação investimentos em setor de saúde,
02:39empreendedorismo, fertilizantes e as vacinas, né?
02:45Então por isso que essa aproximação é importante, porque a gente tem que dar um salto e para ter novos investimentos em setor de tecnologia
02:55e também setor de infraestrutura como investimento do Embraer na Índia.
03:02Então a ideia de essa aproximação é ir além da relação que é só dependente da importação e exportação dos commodities.
03:12Professor Umeshi, em linha com o que o senhor estava falando, coincidentemente,
03:17está aqui números que a gente traduz justamente na sua primeira explicação.
03:20Só aqui eu fui atrás do que o crescimento da economia indiana nos últimos anos, nos últimos 30 anos até menos.
03:30Em 1997 a Índia ultrapassa o Irã como a 16ª maior potência do mundo numa relação de PIB nominal.
03:39Depois em 2006 passa a Austrália, México e as projeções indicam para esse salto aqui
03:47que a Índia vai ser a quarta maior economia do mundo entre 2025 e 2026, empatando ou superando com o Japão.
03:57Lembrando que as três maiores economias, então antes do Japão, Estados Unidos, China e Alemanha nessa ordem,
04:05mas a Índia está neste caminho para chegar aí à quarta maior economia do mundo.
04:11E como você falava, professor Umeshi, a relação bilateral Brasil-Índia ainda é pequena,
04:18lidando com um país de dimensões continentais, superpopuloso, que tem uma evolução importante dentro do BRICS,
04:26mas melhorou bastante.
04:27Num arco de tempo de 20 anos, em 2003, em que as nossas exportações e importações
04:34estavam na casa de 0,6, 0,5 bilhão de dólares,
04:38hoje nós já estamos aqui nessa balança comercial perto de 12 bilhões, praticamente dobrou.
04:47Tem um marco importante depois de 2019, 2020, claro, depois contamina-se um pouco por conta da Covid,
04:54mas tem uma evolução importante na década de 10 e agora na década de 20.
04:59Professor Umeshi, o que se deu aqui?
05:01A gente tem essas explicações, como o senhor falava, agricultura, defesa,
05:06isso está mais inserido nessa linha do tempo, a partir de 2019, 2020?
05:12Sim, com certeza, são vários fatores, porque a gente tem que considerar que o fator geopolítico,
05:19nível de globalização que ajuda a aproximação dos negócios.
05:24Com certeza, se você vai ver o margem dessa relação,
05:29a gente está falando de balança bilateral entre 15 bilhões e 10 bilhões,
05:39essa é a nossa variação.
05:41Durante a Covid também a gente percebeu que tivemos essa reestruturação de cadeias de suprimentos,
05:52então o Brasil acabou descobrindo que a Índia tem fornecedores importantes que podem substituir outros países também,
06:00então isso foi um fator importante e também com, eu acho que o fator de ter troca de visitas técnicas
06:13de vários governadores e vários empresários também levou a essa aproximação que a gente está vendo
06:20que o crescimento das relações em termos de produtos está aumentando.
06:29Mas complementando a sua fala que a Índia já está agora no número 4,
06:35eu acho que a gente tem que considerar que temos mercado de 1.4 bilhões,
06:39então um mercado muito forte dentro da Índia.
06:44E além disso, a gente tem que considerar também o fator demográfico,
06:47porque a Índia hoje é um país considerado que tem a população mais jovem do mundo,
06:53então a gente tem essa vantagem demográfica que está fornecendo talento para as empresas.
07:00E por outro lado, nós temos também, que muitas pessoas não falam,
07:04tem uma vantagem de empresas indianas que têm um olhar mais global,
07:10então as empresas indianas também têm um olhar global no sentido que eles estão investindo
07:16aqui na América Latina, inclusive aqui no Brasil.
07:19Então, um caso concreto, empresa indiana no setor do agronegócio,
07:25olhando nossa dependência do fornecimento de fertilizantes,
07:30vai investir aqui no Brasil para criar uma fábrica de nanofertilizantes.
07:36Então, essa oportunidade surgiu agora, isso não estava há cinco anos atrás.
07:40Então, na medida que a gente vai conhecer melhores as oportunidades e desafios em cada país,
07:47o setor privado vai perceber como que nós podemos oferecer soluções para aquele desafio,
07:54oportunidade.
07:55Por outro lado, nós sabemos que na Índia a gente tem um grande desafio em relação com produção
08:00e meio ambiente.
08:01E no Brasil, a gente tem essa tecnologia do flex-fuelo, o etanol,
08:05e por isso que a gente recebeu várias visitas técnicas das empresárias indianas aqui no Brasil.
08:12E com essa expectativa que as empresas brasileiras vão investir na Índia
08:19para oferecer solução para o meio ambiente.
08:22Então, você vai ver, na medida do setor, as oportunidades vão crescer e a troca vai fortalecer.
08:29Olha, pode parecer, claro, que a gente está fazendo uma publicidade pró-Índia, mas não.
08:35Está aqui os números que corroboram esse crescimento indiano.
08:40E eu vou confessar, professor Mestre, que é um dado que eu me surpreendi em ir atrás,
08:45como é que grandes países hoje crescendo, os emergentes, o sul global, vai contribuir,
08:52tem contribuído já para o crescimento global.
08:55E aqui tem uma média entre 2003 e 2028, ainda estamos nessa fase.
09:02Brasil vai contribuir com menos de 2%, Alemanha pouco mais de 2%,
09:06Indonésia está ali no sudeste asiático, que é um terreno fértil para crescimento,
09:12pouco mais de 3,5%.
09:14Estados Unidos dispensa apresentações pouco mais de 11%
09:19e aí a gente começa a ver esses novos dois gigantes, né?
09:23A Índia, que vai, vou arredondar, 13% da participação de um crescimento global entre 2003 e 2028
09:31e a China com mais de 22%.
09:34Olhando aqui para a Índia, professor Mestre, a gente fala, a gente olha para a Índia,
09:40vou aproveitar uma frase que o senhor disse em uma das respostas,
09:43nós temos aqui na Índia um novo polo de tecnologia.
09:47No século XXI, fala-se muito de inteligência artificial,
09:53novas criações de tecnologias médicas, onde que a Índia está se superando, né?
10:00Grandes montadoras passaram também a utilizar tecnologia indiana,
10:05onde que a Índia vai surpreender o mundo nessa taxa importante de crescimento
10:11e participação da expansão do PIB global até 2028?
10:16É, eu acho que é uma ótima ponderação que você fez,
10:20porque eu acho que o nosso papel aqui, né, sendo professor,
10:26é justamente promover esse conhecimento sobre oportunidades.
10:29O Brasil ainda está descobrindo a Índia, porque na minha experiência,
10:35eu vejo que o Brasil manteve o olhar muito para Estados Unidos e Europa,
10:41mas temos muito mais possibilidades com a África e Ásia,
10:45inclusive você acaba comentando a Indonésia, né?
10:48Então essa tendência de ter só o olhar de exportação
10:53não é estratégica em relação com a Índia,
10:56porque a gente sabe que a China é nosso maior parceiro bilateral
11:01do ponto de vista de Brasil, que o Brasil está exportando,
11:04não necessariamente com a Índia, porque a Índia é um mercado totalmente diferente,
11:09tem muitos idiomas, tem muitos costumes diferentes e setores diferentes,
11:13então não é um mercado que é só dependente da exportação, né?
11:18Então, quando você considera um mercado de 1.4 bilhão
11:23e as empresas multinacionais indianas que têm olhar global,
11:29a gente está falando de empresas de tecnologia,
11:31a gente está falando de empresas de setor automotivo
11:35e a gente também está falando de empresas que estão investindo em inteligência artificial.
11:41Então, quando a gente fala sobre onde a Índia vai contribuir para crescimento global,
11:49eu acho que você vai ver, temos esses setores estratégicos,
11:52mas além disso, setores como farmacêutico é fundamental,
11:58a gente esquece, mas o papel da Índia foi fundamental durante a Covid,
12:04aliás, o Brasil foi um dos primeiros países para receber a vacina que vem da Índia.
12:08Então, de ponto de vista, segurança alimentar,
12:12tanto a Índia, Brasil são os países importantes,
12:15setor de saúde, que é fundamental,
12:18que a Índia consegue fornecer remédios de custo mais barato,
12:24depois tem setor de manufatura e depois temos o setor de tecnologia.
12:30Isso não descarta também em relação dos commodities
12:34que a Índia também exporta para os outros países.
12:37Então, na medida que a gente está vendo que as relações entre os países
12:42e as situações geopolíticas estão evoluindo,
12:45os países vão escolher seus parceiros estratégicos.
12:49Então, a Índia está numa situação onde a situação geopolítica está favorecendo
12:56a Índia sendo escolhida por algumas exportações ou algumas importações.
13:02Então, a gente tem que ver esse crescimento da Índia dentro de contexto global,
13:08mas também um fator fundamental, fundamental, é uma estabilidade política.
13:15A gente tem uma liderança forte desde os últimos 10 anos.
13:19Então, não tivemos uma transição de política,
13:24considerando que o primeiro-ministro Modi sempre teve esse olhar
13:30de passar pela reforma tributária, fazer reformas para incentivar exportações.
13:39Então, essa estabilidade também permite o setor privado
13:43para ter situações favoráveis para negociar os acordos bilaterais
13:48e também incentivar a indústria nacional.
13:51Queria agradecer a conversa que eu tive com o professor Umesh Muki,
13:56que leciona, é um professor associado de administração
14:00na Fundação Getúlio Vargas e a ESP, aqui em São Paulo.
14:05Espero que tenha sido a nossa primeira de muitas conversas, professor Umesh.
14:09Obrigado mais uma vez. Até uma próxima.
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